quinta-feira, 30 de abril de 2009
Belo Horizonte sedia encontro nacional de mulheres estudantes
A capital mineira será a sede do III Encontro de Mulheres Estudantes, EME, que acontecerá a partir de 01/05 (sexta) até 03/05 (domingo). O EME é um importante espaço de auto-organização do movimento feminista. Essa é a terceira edição do EME, a primeira edição foi em 2005. Ele é um espaço privilegiado de discussão e formação.
A edição desse ano conta com uma importante discussão. Em janeiro a UNE aprovou seu projeto de reforma universitária que é a plataforma para construir a educação que as/os estudantes querem para o Brasil. Nesse III EME as mulheres estudantes da UNE, aprofundarão essa discussão, elaborando um recorte feminista para esse projeto. Outro ponto prioritário será a discussão sobre a participação das mulheres no movimento estudantil e na política de uma forma geral.
São esperadas cerca de 300 estudantes de diferentes estados brasileiros. Essa edição do encontro contará com a presença da Ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire; Nalu Faria da Marcha Mundial das Mulheres; da presidenta da UNE, Lúcia Stumpf; da Deputada Federal, Jô Moraes (PCdoB/MG); da Secretária Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane da Silva e da professora do Núcleo de gênero da UFMG, Maria da Consolação. O encontro contará também com a presença de representantes de diversos movimentos feministas do país.
Para a diretora de mulheres da UNE e estudante de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Ana Cristina Pimentel, os encontros de mulheres da UNE são muito importantes para atualizarem a agenda das mulheres no movimento estudantil, e quais os desafios para o próximo período. "Além disso, nesses encontros, o debate de mulheres e feminismo são centrais para serem pautados e discutidos pela UNE", pondera Ana.
A dirigente ressalta que é importante também ligar as lutas gerais com as lutas específicas, "quando falamos de políticas de assistência estudantil precisamos fazer um recorte de gênero, e assim também quando discutimos a questão da construção do conhecimento.", finaliza.
O III EME será realizado na Escola Municipal Milton Campos, (Rua Jovino Rodrigus Pego -145 - Bairro Mantiqueira - Belo Horizonte).
Mais informações:
Ana Pimentel - Diretora de Mulheres da UNE - (32) 8822-0290
Camila Marcarini - Diretora de Comunicação da UNE - (54) 8125-7576
Rafaela Rodrigues - Diretora de Mulheres da UAP - União Acadêmica Paraense - (91) 8148-8111
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Roseli Nunes: presente!
Há vinte e dois anos o primeiro acampamento do MST perdia uma de suas grandes lutadoras. No dia 31 de março de 1987, Roseli Nunes e outros três trabalhadores Sem Terra foram mortos em uma manifestação na BR 386, em Sarandi, no Rio Grande do Sul.
Ela e outras cinco agricultores protestavam por melhores condições para os agricultores e uma política agrária voltada para os camponeses. Não existia, naquela época, política de crédito para a pequena agricultura.
Naquele dia um caminhão passou por cima da barreira humana que estava formada na estrada ferindo 14 agricultores e matando três: Iari Grosseli, de 23 anos; Vitalino Antonio Mori, de 32 anos, e Roseli Nunes, com 33 anos e mãe de três filhos.
A lutadora que hoje empresta o seu nome a acampamentos, assentamentos e brigadas do Movimento, marca a memória dos militantes com o compromisso de preferir "morrer na luta do que morrer de fome”. Roseli Celeste Nunes da Silva nasceu em 1954, e participou, com outras 8 mil pessoas da ocupação da fazenda Anonni, em 1985 - o mesmo local que neste ano sediou o 13º Encontro Nacional do MST, que marcou os 25 anos de luta do Movimento. Seguiu na luta, e participou de uma caminhada de 300 quilômetros até Porto Alegre, onde foi realizada uma ocupação da Assembléia Legislativa, por seis meses. Os acampados cobravam solução para a Reforma Agrária na fazenda.
Rose teve seu terceiro filho no acampamento. Deu a ele o nome de Marcos Tiarajú, em homenagem ao líder indígena do Rio Grande do Sul, que séculos antes já dizia que aquela terra tinha dono. Tiarajú, a primeira criança que nasceu no acampamento, hoje estuda medicina em Cuba.
Roseli Nunes foi a mãe da primeira criança a nascer no acampamento Sepé Tiaraju, na fazenda Anonni. Sua história inspirou dois filmes, “Terra para Rose” e “O Sonho de Rose”, de Tetê Moraes.
Fonte: Levante Popular
quarta-feira, 1 de abril de 2009
CPI do Aborto - até quando?
Representantes de entidades femininas fazem ato contra CPI do Aborto
31 de março de 2009
Representantes de entidades femininas, acompanhadas de parlamentares fizeram hoje (31 de março) ato em protesto pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara (CPI do aborto). Pelo requerimento de criação, a CPI se destina a investigar a existência do comércio clandestino de substâncias abortivas e a prática de aborto no Brasil.
Antes, as representantes femininas entregaram uma carta aos líderes partidários pedindo para que não indiquem os representantes de seus partidos para a formação da CPI. Elas propõem aos líderes que, em vez de indicarem os integrantes da CPI, “procurem meios para tratar da complexidade do assunto de forma responsável e cuidadosa, a partir da escuta das preocupações e pontos de vistas dos movimentos de mulheres e daqueles que respeitam os direitos humanos das mulheres”.
“Nós consideramos que o intuito da CPI é criminalizante e discriminatório, conforme demonstra o requerimento para sua criação, e não se destina a qualquer benefício ao bem público ou ao bem comum”, afirmam as mulheres na carta aos líderes. No documento, as manifestantes defendem um apolítica de saúde reprodutiva para a mulher. “Não somos a favor de manter o aborto na clandestinidade, tampouco defendemos os serviços clandestinos que o realizam. Defendemos que as mulheres possam ter acesso a uma política de saúde sexual e reprodutiva, normatizada pelo Ministério da Saúde”.
A carta aos líderes foi assinada pelas entidades: Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Associação Brasileira de Ongs (Abong), Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Liga Brasileira de Lésbicas, CUT, Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro, Marcha Mundial das Mulheres e Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
Uma dass faixas colocadas no Salão Verde da Câmara dizia “Não à CPI da fogueira. Não queremos nova inquisição. Por um Brasil democrático”. Durante o ato, as mulheres distribuíram também um panfleto asssinado pela Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto com dez motivos para a não instalação da CPI.
Alguns dos motivos relacionados no documento diz que a "CPI tem caráter criminalizante e discriminatório e represnta uma ameaça aos princípios fundamentais da igualdade , dignidade da pessoa humana, liberdade e laicidade, expressos na Constituição; A CPI atingirá especialmente as mulheres da classe trabalhadora, em especial as mais pobres e vulneráveis; A CPI se instalada geraria insegurança jurídica, violação ao devido processo legal e ameaça explícita às liberdades fundamentais garantidas pela Constituição".
http://www.correiob raziliense. com.br/html/ sessao_18/ 2009/03/31/ noticia_interna, id_sessao= 18&id_noticia=94437/ noticia_interna. shtml