segunda-feira, 29 de junho de 2009

Somos todas Honduras! Estamos em resistência!



A Marcha Mundial das Mulheres e a Rede Latinoamericana Mulheres Transformando a Economia nos unimos a todas as organizações feministas e do movimento social de Honduras para condenar e repudiar veementemente o golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya Rosales, dirigido pelas Forças Armadas e pelo presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti, com apoio dos meios de comunicação controlados pela oligarquia deste país.

Executado pelas forças armadas às 5 da manhã do domingo, 28 de junho, o golpe truncou as aspirações democráticas da população, que se preparava para realizar uma consulta à sociedade hondurenha, para verificar se estava de acordo em convocar uma Assembléia Nacional Constituinte, com o objetivo de elaborar uma nova constituição. Além disso, o golpe militar colocou na presidência Roberto Micheletti, fantoche da oligarquia hondurenha.

Apoiamos a resistência pacífica do povo, em particular das feministas hondurenhas, que estão mobilizados/as em vigílias e greve geral em apoio ao Presidente Zelaya e à restituição da democracia hondurenha, e nos somamos a todos os movimentos sociais para exigir:

O restabelecimento da ordem constitucional, sem derramamento de sangue.

Que o Exército não reprima a população de Honduras que exige o retorno da democracia.

Que se respeite a integridade física das feministas e demais dirigentes sociais, que estiveram a frente da consulta.

O retorno do Presidente Zelaya a suas funções em Honduras, e o rechaço a Micheletti por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Que as autoridades garantam o direito da população ao pleno exercício da democracia através da consulta popular.

Denunciamos o papel dos meios de comunicação comerciais, utilizados pelas oligarquias hondurenhas como ferramenta para frear a vontade popular e intermediar, encorajar e justificar o golpe, o que os torna cúmplices.

Conclamamos todas as pessoas, organizadas em movimentos ou não, em nível nacional e internacional, a se manifestarem contra esta agressão aos direitos do povo hondurenho e a divulgar este pronunciamento. Convidamos também a socializar informações produzidas pelos meios populares como a Rádio ELM (www.radioeslodemenos.org) e a Rádio Mundo Real (www.radiomundoreal.fm).

Além disso, convocamos os movimentos sociais a protestar frente às representações diplomáticas e comerciais de Honduras, e a enviar cartas de repúdio ao golpe de Estado às embaixadas em cada um de seus países.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

29 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

“98ª Conferência Internacional do Trabalho está muito aquém das necessidades das trabalhadoras e dos trabalhadores.”


Analine Specht - MMM/RS e blog Brasil Autogestionario
Lúcio Uberdan - Blog Brasil Autogestionário

Começou dia 3 e estende-se até dia 19 de junho a 98ª Conferência Internacional do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho(OIT), em Genebra/Suiça. São esperados até o fim do evento mais de 4.000 participantes, entre esses 4 delegados/as de cada um dos 183 países membros da OIT, o evento conta também com a participação de 10 chefes de estados, vice-presidentes, Ministros do Trabalho, Sindicatos e empresários.

Na última sexta-feira o Ministro do Trabalho Brasileiro, Carlos Lupi palestrou no evento (AQUI), amanhã será a vez do Presidente Lula que deve chegar ainda hoje a Genebra. A 98ª Conferência da OIT vai debater a crise mundial e seus efeitos no mundo do trabalho como ponto central, bem como as relações de gênero nos espaços produtivos, o emprego precário e a AIDS.

No discurso de abertura, Juan Somavia, diretor-geral da OIT, alerta que a crise mundial e os reflexos no mundo do trabalho poderão durar de 6 a 8 anos, lembra que a economia deveria gerar 300 milhões de novos empregos até 2015, mas os dados atuais revelam que o desemprego prossegue e tende a aumentar.

Os recentes estudos da OIT divulgados no caderno “Atualização das Tendências Mundiais de Emprego”, divulga que o mundo já convive com uma taxa de desemprego superior a 7%, (de 210 milhões e 239 milhões de pessoas), de 2007 em diante teve-se um acréscimo de 59 milhões de novos desempregados/as. No item sobre a pobreza global, estima-se que 200 milhões de homens e mulheres passarão a incorporar o índice de pessoas que vivem com menos de US$ 2 dólares por dia, ou seja, menos de R$ 120,00 por mês.

Seriam esses números de um fato natural? ou resultados conscientes de ordem econômica liberal ainda vigente?

Acompanhando as diversas notícias sobre a conferência, em especial na Agência Brasil, percebe-se com facilidade as contradições latentes, ou melhor, a nitidez de foco em ver a saída da crise por um misto de ações que não mudam a ordem liberal em curso, resumindo-se a apresentar como compensação pró-trabalho uma pesada conta aos Estados Nacionais sem que os fundamentos gerados da crise sejam corrigidos.

Omite-se o tema da regulação da liberdade do Capital Financeiro, o necessário debate da correção da alta-concentração de riqueza e a necessária diminuição da jornada de trabalho, bem como nada fala-se do necessário controle público dos serviços estratégicos de primeira necessidade, como a comunicação, a água e a energia pelo Estado.

Passa-se totalmente omisso lá como aqui, uma compreensão política profunda da necessidade de garantir-se formas de propriedade coletiva e autogestionárias nacionais, em setores estratégicos, com autogestão plena, ou em parcerias de trabalhadores/as e o Estado, como alternativa real e potente frente a crise mundial e a precariedade do trabalho, desconcentrando os meios de produção e aumentando a democracia econômica.

O caráter tripartite de organização da Conferência da OIT exclui um importante e significativo segmento, os movimentos sociais, num momento histórico de crise estrutural que reflete impactos no meio ambiente e na esfera reprodutiva da vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Neste contexto não se discute o mundo do trabalho como um todo, mas sim apenas o emprego, numa lógica descontextualizada dos anos de Welfare state. Não seria este o momento de ampliar o debate? de tencionar a participação?

A Conferência pelo que se lê, parece resumir-se a estratégias de salvamento das empresas privadas através do aporte de recurso público, em conjunto com “orientações” sobre políticas de melhores ganhos no salário mínimo, aumento das políticas sociais e o reforço do Seguro-desemprego, esses últimos os melhores avanços da 98ª Conferência Internacional do Trabalho.

Em suma ao que parece nada de novo, a ordem mundial que sofreu abalos começa a reequilibrar-se no mundo mantendo a mesma lógica de mercado.

A responsabilidade do poder público no incentivo à mercantilização do corpo das mulheres.


O período junino representa para o Brasil, e principalmente para o Nordeste, um momento importante, sobretudo de reaproximação da cultura popular, do respeito e do culto às tradições nordestinas como, a canjica, o milho verde, a pamonha, e o forró pé de serra e as quadrilhas juninas.

Andando pelas ruas, caminhando entre casas, barraquinhas sentimos o espírito junino. Animamos nossa audição com as músicas de Luiz Gonzaga, nosso maior representante do forró pé de serra.

Mas, em Mossoró, o que poderia ser um momento de revalorização dessa cultura popular tem se traduzido em mais um instrumento de mercantilização do corpo e da vida das mulheres. Percebemos isso desde as músicas oferecidas ao público durante a Cidade Junina na Estação das Artes e este ano isso também está expresso no cartaz produzido pela própria Prefeitura Municipal de Mossoró.

Esse cartaz da Cidade Junina deveria representar a musicalidade e o colorido dos festejos juninos, mas traz na verdade, um apelo à cultuação do padrão de beleza, a mercantilização do corpo das mulheres e inclusive incentivo a prostituição das jovens quando traz: ”MOSSORÓ CIDADE JUNINA”, com uma bela jovem negra, acompanhada de uma frase dizendo “tem muito mais do que você imagina”. O que nos faz imaginar que Mossoró pode oferecer as suas mulheres como prêmio para quem participar da festa, que os homens, sobretudo turistas, terão de brinde lindas mulheres – como ilustra o cartaz – se vierem para Mossoró, Cidade Junina.

Temos visto constantemente apelos como este em propagandas de cerveja, o que já nos indigna. Porém, estamos falando de ações do poder público, financiado com recurso público, onde deveria combater a violência contra as mulheres, combater a prostituição que no Cidade Junina já vinha acontecendo com as músicas e agora na sua propaganda está utilizando da mesma estratégia do mercado e do machismo para atrair público e turistas.

A Marcha Mundial das Mulheres, manifesta aqui seu protesto ao desrespeito às mulheres e incentivo à mercantilização do corpo e da vida das mulheres.

Propomos a retirada imediata de toda a essa propaganda que nos envergonha e constrange e substitua por uma verdadeira cultura que nos orgulhe e reforce nossa identidade de uma cidade nordestina, lutadora e alegre.

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Maldita todas as cercas da propriedade privada!

Em cada rosto pobre do povo Brasileiro está estampado a vergonhosa realidade de um país onde a vida tem menor valor que o lucro, onde a terra abundante e fértil secularmente tem poucos, e os mesmos donos, enquanto aos milhões as trabalhadoras e trabalhadores se amontoam nas cidades submetidos a todo tipo de exploração e maus tratos.

É esse povo que se levanta e diz não ao latifúndio, ao agronegócio e ao capitalismo patriarcal.

Nos últimos dias temos acompanhado estarrecidas a situação de 98 famílias despejadas no município de Campo do Meio, sul de Minas Gerais, desalojadas com violência, tendo suas casas e plantações destruídas e suas esperanças de uma vida digna novamente soterradas.

Exigimos a desapropriação das terras para fim de reforma agrária, e uma indenização pelas plantações destruídas!
Declaramos nossa total solidariedade ao MST, a luta pela terra e solidariedade as famílias despejadas.

Para isso juntamos nossas vozes e esforços no amparo dessas famílias que nesse momento encontram-se sem alimentos, abrigo, mas que seguem lutando e resistindo.

SOMOS TODAS SEM TERRA!

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES