sexta-feira, 28 de agosto de 2009

29 de Agosto, Dia da Visibilidade Lésbica



Quem Sabe...

Por Silvana Conti

Às vezes grito, empurro a porta com força, choro baixinho e bem alto, mas não me conformo, continuo...

Tantas perguntas que não querem calar!

Meu peito, meus pensamentos, meus sonhos, se misturam pelo ar.

Racismo mata e machuca!

Machismo destrói e inculca que somos mercadorias, objetos, abjetas, reféns da hipocrisia, da sociedade e do capital.

Porque não posso amar outra mulher?

Eu posso!

Nós podemos!

A opressão de classe continua implacável, injusta, abominável marca que divide os ?bons? e os ?maus?.

Qual a medida da dignidade?

Porque uns tem palácios e muitos(as) não tem pão?

Binarismo selvagem que tira a dignidade, o chão, mata os sonhos e as vontades, capitalismo cruel.

Racismo disfarçado...

Lesbofobia velada, que encaixota, suspende, prende mentes e corações dentro de armários, dentro de prisões.

Tantas perguntas, tantas mentiras, tantas misérias, tantas histórias mau contadas.

Os navios negreiros não transportaram escravos, e sim um povo cheio de ciência, cultura, criatividade que foi arrancado, roubado do seu continente,e escravizado.

O ministério da igualdade de oportunidades adverte:

Os direitos sexuais e reprodutivos fazem bem à saúde.

?Respeitem meus cabelos, brancos?.

O armário traz sofrimento, mas quem está lá também precisa ser respeitado(a) .

Quem é racista: Assuma! Reveja seus conceitos e ações.

Machistas de plantão: Sempre é tempo de se recuperar desta doença terminal.

Dignidade é bom, e todo mundo gosta. A propósito, não só alguns, mas a grande maioria deste país .

Por fim, ou pra começar:

Vamos jogar os preconceitos fora!

Vamos unir nossas bandeiras!

Vamos ampliar nossas fronteiras!

Quem sabe, cantamos a mesma música?

Quem sabe, damos um grito de liberdade?

Quem sabe a luta pelo socialismo se torna a nossa unidade!

Quem a gente tenta ser feliz...

Quem sabe...

Porto Alegre, 29 de Agosto de 2009.

Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.

1Silvana Conti- Educadora da Rede Municipal de Educação, Coordenadora do Fórum de Mulheres de Porto Alegre, Articuladora Nacional da Liga Brasileira de Lésbicas, Membro da Comissão Nacional dos Movimentos Sociais do PCdoB.
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emails que vieram das gurias:

Camaradas:
Foi muito importante a construção das atividades que envolveram o mês da visilibilidade lésbica, e principalmente fecharmos com chave lilás nossas atividades, como foi o dia de ontem (domingo).

Durante todo o dia estávamos num coletivo só LBL e MMM, convocando as pessoas que passavam nas bancas, preparando o cenário para as outras atividades que aconteceram na parte da tarde e construindo alianças na luta contra a lesbofobia e o machismo.

Como tarefa assumida na Plenária da Marcha, colocamos uma banca com os materiais da MMM (camisetas, paninhos, canecas) para a politica de arrecadação financeira par a Ação 2010, e a receptividade foi muito boa, e avaliamos que foi muito positivo termos investido naqueles materiais.

A Fuzarca Feminista deu um show a parte e achamos que toda a construção da batucada, as oficinas de pandeiro, e o entrosamento de outros grupos (como o Tucurutá) foi muito legal. A energia contagiou a todas.

E por fim, as gurias da Marcha que vieram de vários municípios (Caxias, Gravataí, Montenegro, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Tramandaí....) para a Marcha Lésbica Feminista, demonstrou que de fato NA LUTA, SOMOS TODAS LÉSBICAS FEMINISTAS!

Estamos todas de parabéns!

Obs: algumas fotos já estão no

http://picasaweb.google.com/MarchaMundialdasMulheresRS

outras fotos estão chegando e vamos incluindo na sequência......
*-*-
outro...
A propósito, gostaria de agradecer a todas as companheiras da MMM que estiveram junto conosco da LBL-RS na rua ontem, contruindo a maior marcha Lésbica que esta cidade já viu.
Foi maravilhoso contar com vocês.
Estou mandando fotos anexa (batidas pelo Caio Gonçalves)

Super beijo

*-*-
outro...

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A Construção da Ação 2010 da Marcha Mundial das Mulheres exige que nós, militantes da Marcha, estejamos articuladas e prontas a responder às demandas de todos os seguimentos de mulheres nas nossas cidades.

Em função disso, mas sobretudo pelo fato de entendemos a Livre Orientação Sexual, como um direito de qualquer ser humano, e a lesbianidade como uma prática que deve ser vivida e exercida livremente pelas mulheres que assim se identifiquem, é que nos somamos à Liga Brasileira de Lésbicas na construção da 1a. Jornada Lésbica Feminista, que está ocorrendo em Porto Alegre desde o dia 01 de agosto.

Foram diversas atividades de formação, construção de identidade, com filmes, oficinas e debates por toda a cidade.

Todas estas atividades visavam fortalecer a identidade lésbica feministas, retomando de forma fraterna e solidária, a discussão da lesbianidade no movimento feminista e articulando as mulheres para uma ação de rua na finalização da jornada.

A opressão, o sofrimento, a segregação e a discriminação contra as mulheres lésbicas, assim como ocorre com as demais diversidades sexuais (gays, travestis, transexuais, bi-sexuais e intersexuais) tem de cessar e nós, mulheres libertárias, temos de fazer parte de forma atuante deste processo.

Assim, no sábado, dia 29/08, estaremos com a Fuzarca Feminista construindo uma oficina de instrumento musicais que serão usados durante a Marcha Lésbica Feminista que ocorrérá no próximo domingo, dia 30, fechando a 1a. Jornada Lésbica Feminista.

As integrantes da MMM estão sendo convocadas a pegar suas bandeiras, suas camisetas e sua disposição militante para participar destas duas atividades.

Vamos contruir na prática a inclusão e a justiça pela qual temos lutado durante todos estes anos.

O Mote da Marcha Lésbica é: "Mulheres lésbicas na rua contra todo o tipo de violência e opressão. Em cada Beijo uma revolução!"

O que: Oficina para Criação de Instrumentos para a Fuzarca Feminista

Onde: Nos arcos da Redenção

Quando: Sábado, dia 29/08, 15hs

O que: III Marcha Lésbica Feminista de POA e I Marcha Lésbia do RS

Onde: No Espelho dágua da Redenção

Quando: Domingo dia 30/08, Concentração a partir das 13hs - marcha por volta de 15hs

Desde as 10h já estaremos com uma banca da MMM com nossos materiais.

Veja a programação no link ao lado

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

“Estado Brasileiro deixa de ser laico”


Por Lucio Uberdan.


Ontem a noite a Câmara Federal aprovou o acordo internacional entre Brasil e Vaticano (MSC-134/2009), o acordo cria o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, algo justo, muito justo, justíssimo se tivesse como centralidade a liberdade de culto religioso, porém não é isso que faz com que esse texto circule com tanta urgência.

Registro de ante-mão todo o meu respeito aos setores de esquerda católicos, em especial as pastorais que se colocam na luta cotidiana, como a Pastoral Operária, da Juventude e da Terra. Porém esse acordo entre Brasil e Vaticano, através da CNBB, promoverá novamente possíveis crises de orientação religiosa no país.

O tratado é quase que exclusivamente uma peça de negócios, que circula por fórmulas que rumam para a isenção tributária das PUC, consolidam a flexibilização dos direitos dos trabalhadores(as) empregados na igreja, e cria reserva de “mercado” com o ensino religioso nas escolas públicas.

O acordo aventura-se por exemplo “sobre o ensino religioso, o casamento, a imunidade tributária para as entidades eclesiásticas, a prestação de assistência espiritual em presídios e hospitais, a garantia do sigilo de ofício dos sacerdotes, visto para estrangeiros que venham ao Brasil realizar atividade pastoral”.

O texto também causa sérios prejuízos nas relações trabalhistas internas a Igreja, “fica determinado que a atuação de ministros ordenados e fiéis consagrados não geram vínculo empregatício com as dioceses ou institutos religiosos em que exerçam a atividade religiosa”.

Na Câmara a maioria dos partidos vacilou frente a força da Santa Sé, o governo já havia vacilado antes. Entre os Partidos de mais conhecidos, saúdo o PSOL que orientou por NÃO com uma bela defesa do deputado Chico Alencar. Saliento que até onde pude acompanhar, o PSOL foi o único partido que orientou NÃO. O restante dos Partidos foram exclusivamente pragmáticos.

Entre os inúmeros pontos confusos do tratado, cito um dos centrais – A obrigatoriedade de oferecimento de disciplina de ensino religioso nas escolas públicas:

1.1)Ainda que seja facultativo a matrícula, a indução do ensino religioso será muito forte por parte da igreja católica e evangélica que tem a catequização como meta,a primeira a centenas de anos;

1.2)É uma tristeza que o estado Brasileiro funcione na educação induzindo a aceitação religiosa, o papel do estado deveria ser oferecer em mesma condição o direito a uma criança aderir ou não a aceitação religiosa, ou o ateísmo não existe e não deve ser respeitado pelo Estado?

1.3)É público e notório que o exercício da fé religiosa na educação das crianças brasileiras, em especial pelo pensamento hegemônico da igreja Católica, se dará também sobre orientações politizantes, como por exemplo a penalização do aborto e a negação da luta de classes – ainda que tenhamos importantes setores progressistas na Igreja, como a Teologia da Libertação, temos igual clareza que eles são minoritários.

Alguém esquece a fala de Dom Eusébio Acheid, Arcebispo do RJ, um dos 116 Cardeais que participaram do Conclave que escolheu o novo Papa em 2005 para a revista VEJA – “Lula não é católico, é caótico. Ele e o Espírito Santo não se entendem bem. Você acha que o Lula conhece o Espírito Santo?”. Lula “não tem uma fé retilínea” porque “nasceu em um meio operário, com todas as confusões, nunca teve uma formação e um aprofundamento da própria fé”. Falou ainda que “quem é católico não pode ser a favor do aborto. Quem é cristão e quer seguir Cristo não pode estar de acordo com isso. São essas coisas que chamo de caóticas, não há uma linha clara”. O arcebispo chegou ao ponto de comentar um encontro de Lula e Fidel Castro nos seguintes termos: eram “dois bobocas se encontrando”.

1.4)Nenhuma das demais confissões religiosas atuantes no Brasil tem condições estruturais de “competir” com a Igreja Católica e a Igreja Evangélica, igrejas milionárias, o que atingirá fortemente as confissões de menor ou nenhum poder econômico como as Afros;

1.5)A obrigatoriedade rasga muitas das discussões que fundamentaram a LDB, bem como a Constituição Brasileira que defini o estado como Laico, um meio termo entre Estado Confessional e Estado Ateu;

A matéria vai para o combalido Senado Brasileiro, que já deveria ter sido fechado. Lugar onde o texto poderá piorar ainda mais. O Brasil deu dois passos atrás, o Vaticano fez um belo negócio.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Nota sobre o assassinato de Elton Brum pela Brigada Militar


Nota sobre o assassinato de Elton Brum pela Brigada Militar

21 de agosto de 2009

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público manifestar novamente seu pesar pela perda do companheiro Elton Brum, manifestar sua solidariedade à família e para:

1. Denunciar mais uma ação truculenta e violenta da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que resultou no assassinato do agricultor Elton Brum, 44 anos, pai de dois filhos, natural de Canguçu, durante o despejo da ocupação da Fazenda Southall em São Gabriel. As informações sobre o despejo apontam que Brum foi assassinado quando a situação já encontrava-se controlada e sem resistência. Há indícios de que tenha sido assassinado pelas costas.

2. Denunciar que além da morte do trabalhador sem terra, a ação resultou ainda em dezenas de feridos, incluindo mulheres e crianças, com ferimentos de estilhaços, espadas e mordidas de cães.

3. Denunciamos a Governadora Yeda Crusius, hierarquicamente comandante da Brigada Militar, responsável por uma política de criminalização dos movimentos sociais e de violência contra os trabalhadores urbanos e rurais. O uso de armas de fogo no tratamento dos movimentos sociais revela que a violência é parte da política deste Estado. A criminalização não é uma exceção, mas regra e necessidade de um governo, impopular e a serviço de interesses obscuros, para manter-se no poder pela força.

4. Denunciamos o Coronel Lauro Binsfield, Comandante da Brigada Militar, cujo histórico inclui outras ações de descontrole, truculência e violência contra os trabalhadores, como no 8 de março de 2008, quando repetiu os mesmos métodos contra as mulheres da Via Campesina.

5. Denunciamos o Poder Judiciário que impediu a desapropriação e a emissão de posse da Fazenda Antoniasi, onde Elton Brum seria assentado. Sua vida teria sido poupada se o Poder Judiciário estivesse a serviço da Constituição Federal e não de interesses oligárquicos locais.

6. Denunciamos o Ministério Público Estadual de São Gabriel que se omitiu quando as famílias assentadas exigiam a liberação de recursos já disponíveis para a construção da escola de 350 famílias, que agora perderão o ano letivo, e para a saúde, que já custou a vida de três crianças. O mesmo MPE se omitiu no momento da ação, diante da violência a qual foi testemunha no local. E agora vem público elogiar ação da Brigada Militar como profissional.

7. Relembrar à sociedade brasileira que os movimentos sociais do campo tem denunciado há mais de um ano a política de criminalização do Governo Yeda Crusius à Comissão de Direitos Humanos do Senado, à Secretaria Especial de Direitos Humanos, à Ouvidoria Agrária e à Organização dos Estados Americanos. A omissão das autoridades e o desrespeito da Governadora à qualquer instituição e a democracia resultaram hoje em uma vítima fatal.

8. Reafirmar que seguiremos exigindo o assentamento de todas as famílias acampadas no Rio Grande do Sul e as condições de infra-estrutura para a implantação dos assentamentos de São Gabriel.

Exigimos Justiça e Punição aos Culpados!

Por nossos mortos, nem um minuto de silêncio. Toda uma vida de luta!

Reforma Agrária, por justiça social e soberania popular!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Deu NÃO !!!!!

E deu "não" na Consulta Popular do Pontal do Estaleiro
A Consulta Popular realizada para saber se os portoalegrenses queriam ou não a construção de prédios residenciais na área do antigo Estaleiro Só - no projeto conhecido como Pontal do Estaleiro - teve a vitória esmagadora do "Não" neste domingo.
A consulta pública deste domingo sobre a construção ou não de prédios residenciais na área do antigo Estaleiro Só resultou com uma vitória esmagadora do "não": 18.212 votaram para que o projeto tenha apenas áreas comerciais. A favor das residências, apenas 4.362. A votação ocorreu das 9h às 17h em 330 urnas distribuídas em 89 locais.
A decisão dividiu opiniões. Enquanto os defensores da rejeição comemoravam, lamentos entre os que apoiavam a idéia de construção de residências naquela região.








Veja o vídeo da campanha "Não à privatização da Orla do Guaíba":

http://www.youtube.com/watch?v=6ES79OfSKsw

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

“Ai, ai, ai empurra Yeda que ela cai”



Bandeiras de partidos de oposição e de entidades sindicais e estudantis coloriram a Praça da Matriz na manhã desta sexta-feira (14) no ato público para pedir o afastamento da governadora Yeda Crusius, ré em ação movida pelo Ministério Público Federal. Cerca de três mil pessoas participaram da manifestação, que durou quase duas horas.

Grupos de manifestantes vieram de diversas partes da cidade, entoando palavras de ordem que pediam o impeachment e a prisão da governadora e de outros integrantes do Executivo acusados de desviar recursos públicos. A ação da Brigada Militar dificultou o acesso ao Palácio Piratini. Militantes foram barrados, ônibus revistados e o comando da BM restringiu a exibição de cartazes e de faixas.

Militantes dos movimentos sociais se revezaram no caminhão de som, defendendo a abertura do processo de impeachment e a CPI da Corrupção. Não faltaram também recados para os deputados da base de apoio da governadora. “A Assembleia tem que cumprir o seu papel. Vamos denunciar aqueles que tentarem abafar a corrupção”, avisou um dos representantes dos estudantes.

A deputada Stela Farias (PT), que deverá ser a presidente da CPI, disse que o parlamento gaúcho não irá se negar a assumir suas responsabilidades. “Vamos passar a limpo esta página triste da história gaúcha, responsabilizando aqueles que não souberam honrar o Rio Grande do Sul e o seu povo.”
Por Olga Arnt.

veja mais fotos: http://picasaweb.google.com/home

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

JORNADA NACIONAL DE LUTAS


NÃO ÀS DEMISSÕES. PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS. EM DEFESA DOS DIREITOS.

FORA YEDA, já!!!!

O Brasil vai às ruas no dia 14 de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pelareforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista mundial, os Estados Unidos da América, e atinge todas as economias menos desenvolvidas.

Lá fora - e também no Brasil -, trilhões de dólares estão sendo torrados para cobrir o rombo nas multinacionais, em um poço sem fim. Mesmo assim, o desemprego se alastra, podendo atingir mais de 50 milhões de trabalhadores.

No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levou à demissão centenas de milhares de trabalhadores.

O Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos, as montadoras e as empresas de eletrodomésticos (linha branca), tem a obrigação de exigir a garantia de emprego para a Classe Trabalhadora como contrapartida à ajuda concedida.

O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultado de um sistema que entra em crise periodicamente e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a Classe Trabalhadora.

A precarização, o arrocho salarial, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. Nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária e urbana, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.

Com este espírito de unidade e luta, vamos realizar, em todo o país, grandes mobilizações.

NÃO ÀS DEMISSÕES! PELA RATIFICAÇÃO DAS CONVENÇÕES 151 E 158 DA OIT!* REDUÇÃO DOS JUROS! FIM DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO! REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS! REFORMA AGRÁRIA E URBANA, JÁ! FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO! EM DEFESA DA PETROBRÁS E DAS RIQUEZAS DO PRÉ-SAL! POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA! POR UMA LEGISLAÇÃO QUE PROÍBA AS DEMISSÕES EM MASSA! PELA CONTINUIDADE DA VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO-MÍNIMO E PELA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL AOS POVOS!

ORGANIZADORES:

CGTB, CTB, CUT, , NCST, UGT, INTERSINDICAL, ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CMB, CMP, CMS, CONAM, FDIM, MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES, MST, MTL, MTST, OCLAE, UBES, UBM, UNE, UNEGRO/CONEN, VIA CAMPESINA.

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EM PORTO ALEGRE:

11 horas em frente ao Palácio do Piratini - Leve suas bandeiras da MMM, vista sua camiseta.


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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

DIA DE MARGARIDA ALVES E A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES DO MST


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público denunciar a ação truculenta e de tortura da Brigada Militar na ação de reintegração de posse da Prefeitura de São Gabriel (RS), ocorrida nesta quarta-feira à tarde. A violência e o uso, pelos governos, da polícia militar para reprimir protestos dos movimentos sociais já se tornou comum no Rio Grande do Sul.

Pelo menos trinta pessoas, entre crianças e adultos, ficaram feridos – incluindo pessoas com dedos e braços quebrados – no despejo forçado realizado pela Brigada Militar. Todos os 250 sem terra foram identificados e humilhados. Os manifestantes foram encurralados dentro da prefeitura, onde foram golpeados por cassetete, chutes e tapas dos policias.

No entanto, o fato ocorrido em São Gabriel nesta quarta-feira ultrapassou o limite do convencional e adquiriu características de tortura policial. As famílias relataram que, enquanto estavam na delegacia para serem identificadas, continuaram recebendo golpes de cassetete, chutes, socos e tapas dos policiais. Chegou a ser montado um “corredor polonês” em que as pessoas foram obrigadas a atravessar enquanto recebiam chutes e cacetadas. Inclusive a nova pistola elétrica, que deveria ser usada para ajudar na imobilização durante perseguição policial, foi utilizada para dar choque nas pessoas.

Nesta quinta-feira (13), integrantes do Comitê Estadual Contra a Tortura estão em São Gabriel conversando com as famílias sem terra e recolhendo os depoimentos. O MST repudia mais essa ação violenta da Brigada Militar, dirigida pelo subcomandante Lauro Binsfeld - o mesmo que comandou o despejo das mulheres da Via Campesina em uma área da papeleira Stora Enso em Rosário do Sul (RS), em 2008, e que resultou em quase cem manifestantes feridas.

O MST também repudia a decisão do prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, de ter se negado a conversar com as famílias e ter autorizado a ação da Brigada Militar; e responsabiliza os governos estadual e federal, que não realizam a reforma agrária. Exigimos saber onde estão os recursos que o governo federal diz que liberou, mas o prefeito Rossano Gonçalves afirma que ainda não recebeu. Enquanto Incra e prefeitura não assumem suas responsabilidades pelo assentamento, três crianças já morreram desde o início do ano por falta de atendimento médico. Também criticamos o Ministério Público, que além de não encaminhar o pedido por escola feito pelas famílias, esteve presente na ação de despejo e foi conivente com a violência policial.
As famílias seguirão em luta porque suas reivindicações não foram atendidas. Exigimos as melhorias em infra-estrutura no assentamento, que passados nove meses de criação ainda não tem luz elétrica, água potável, estradas, escola para as crianças. Exigimos que o governo federal libere os R$ 800 milhões do orçamento do Incra para a reforma agrária e para o assentamento de todas as famílias acampadas no RS (conforme prevê o Termo de Ajustamento de Conduta que não foi cumprido pelo Incra). Exigimos a desapropriação do restante da Fazenda Southall e a liberação imediata, na Justiça, das Fazendas Antoniazzi e 33, em São Gabriel.


MAIS INFORMAÇÕES
(54) 9981-3904

Assessoria de imprensa: (51) 9635-6297

O DESGOVERNO QUE SE ASSEGURA PELA FORÇA


NOTA DE APOIO A LUTA DO CPERS SINDICATO DO RS

As marcas que delineiam a trajetória do Governo Yeda são de ineficiência na gestão do Estado, desmonte dos serviços públicos, arbitrariedade e autoritarismo através do poder de polícia, além de diversos escândalos, denúncias de corrupção que envolvem a governadora e diversos componentes do governo gaúcho. A realidade é que vimos aumenta,nos últimos anos, a intolerância do estado aos movimentos e a substituição dos espaços de participação popular pelos mecanismos de repressão, transformando o que é reivindicação de direitos em delito de opinião.
Esse governo, que já é reincidente na criminalização dos movimentos sociais, protagonizou mais um incidente de radicalização da violência institucional. Uma manifestação em frente à tão comentada "casa da governadora" culminou com a maior demonstração de força num estado policialesco: a prisão da líder do CPERS (Entidade dos Professores do estado que convocava a manifestação), Rejane Oliveira. Uma demonstração da conduta do atual governo diante dos movimentos sociais e de todos aqueles que contrariem ou ameacem seus interesses.
Com isso, a Governadora Yeda mostra a que veio, e utiliza-se de todos os meios possíveis para tentar assegurar a manutenção de um projeto político nefasto para o RS, de subserviência aos grandes grupos econômicos, condenando os gaúchos ao retrocesso e à arbitrariedade. Projeto de desmonte do estado e beneficiamento de parceiros políticos, que ora delatam supostas irregularidades, ora surgem em supostos esquemas ditos ímprobos.

Preocupa-nos a usurpação daquilo que que o povo gaúcho conquistou ao longo dos tempos: um ambiente de democracia, de participação, de livre manifestação, onde, reconhecidamente, havia espaço para a manifestação e a disputa democrática de projetos sobre os rumos do estado. Isso foi substituído por uma realidade de violência e repressão.
Nosso compromisso com a democracia nos faz solidarizar com a companheira Rejane, que, nesse episódio, foi alvo da força do autoritarismo: que nunca nos falte capacidade de indignação frente às injustiças e que nunca nos faltem sujeitos(as) de coragem para fazer a resistência, e dizer, já que eles não entenderam ainda, que não vão nos calar, nem pela força!
Repudiamos a forma como o Governo Yeda vem tratando as educadoras e educadores neste Estado.

A Marcha Mundial das Mulheres do RS apóia e se soma a luta das trabalhadoras e trabalhadores da educação do Rio Grande do Sul. A violência patrocinada pelo Governo Yeda, seja na educação, seja na repressão aos movimentos sociais organizados, seja no desmonte generalizado das funções do estado, tornam nítido o papel que seu governo deseja cumprir. E é por esta razão que a Marcha Mundial das Mulheres se posiciona contra estas arbitrariedades, pois é no combate a violência em todas as suas formas que acreditamos ser possível construir um Estado democrático, justo e livre de desigualdades.
Seguiremos sempre marchando, ao lado de todas e todos que pretendem livrar a sociedade da submissão, enquanto houver violência, arbitrariedade e afronta a democracia.
A luta do Cpers é também nossa!

Mulheres em Movimento Mudam o Mundo
Marcha Mundial das Mulheres do RS

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ministério Público Federal pede afastamento e bloqueio de bens de Yeda Crusius


Aug 5th, 2009 - by Marco Aurélio Weissheimer

O Ministério Público Federal protocolou hoje, junto a 3ª Vara Federal de Santa Maria, uma ação civil de improbidade administrativa contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e mais oito pessoas: Carlos Crusius (marido da governadora), deputado federal José Otávio Germano (PP), deputados estaduais Luiz Fernando Zachia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, Walna Villarins Meneses (assessora da governadora), Delson Martini (ex-secretário geral do governo estadual), Rubens Bordini (vice-presidente do Banrisul e ex-tesoureiro da campanha de Yeda). Pesam sobre eles acusações de enriquecimento ilícito, dano ao erário e infração de princípios administrativos, crimes relacionados à fraude que desviou cerca de R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

Entre outras coisas, a ação pede o afastamento dos denunciados que ocupam cargos públicos enquanto perdurar o processo, o bloqueio de bens dos mesmos, e a quebra de sigilo envolvendo as provas pertinentes ao processo. A ação civil de improbidade administrativa prevê as seguintes sanções: perda dos bens adquiridos ilicitamente, ressarcimento do prejuízo aos cofres públicos, perda do cargo ou função pública, suspensão dos direitos políticos por um período de 8 a 10 anos, pagamento de multa civil e proibição de contratação com o setor público.

Os procuradores que participaram da coletiva não apresentaram maiores detalhes sobre as acusações, destacando que isso só poderá ocorrer após a manifestação da Justiça Federal. Segundo o MP Federal, as acusações referem-se a uma segunda etapa das investigações em torno da fraude no Detran, com novos elementos relativos à destinação de dinheiro público para partidos e pressões exercidas por governos.

O caso está nas mãos da juíza Simone Barbisan Fortes, de Santa Maria, que notificará os denunciados para que apresentem sua defesa preliminar. A juíza decidirá também sobre o pedido de quebra de sigilo em torno das provas relativas ao processo. A ação do MP Federal tem mais de 30 volumes, com 1.200 páginas e 20 mil ligações telefônicas analisadas.

O MP Federal também confirmou que encaminhou uma representação à Procuradoria Geral da República, relativa à casa que a governadora Yeda Crusius comprou logo após o segundo turno da campanha eleitoral de 2006. Além desta, há outras representações na PGR sobre o mesmo tema.

Fonte: http://rsurgente.opsblog.org/

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Gênero e Meio Ambiente



Cíntia Barenho*


A proposta da minha fala é instigar e problematizar sobre a importância dos movimentos feministas e que militam na temática de gênero, discutirem e se apropriarem dos temáticas ambientalistas ou socioambientalistas.
Mas o porquê dessa importância?
É fato que a relação de homens e mulheres com o meio ambiente é diretamente determinada pelos papéis que cada um desempenha numa dada sociedade, o que implica, também, em diferentes formas de acesso, de conhecimentos adquiridos de manejo dos recursos naturais. Também por causa disso, é possível afirmarmos que os impactos da degradação ambiental afetam de forma distinta as mulheres e homens.
No entanto, antes de conversamos sobre isso é preciso atentarmos ao fato que o senso comum tende a atribuir às mulheres uma relação mais estreita com a natureza e ao homens um lugar mais próximo à cultura e à esfera produtiva, como o responsável natural pela provimento da família. A associação das mulheres à natureza se fundamenta, devido ao seu papel reprodutivo e de educadora dos filhos. Logo, a esfera de atividades das mulheres se reduz ao doméstico, enquanto que a esfera dos homens se situa no político e público.
Além disso, o pressuposto que as mulheres são parte harmônica do meio ambiente, restringe a análise e sobrecarrega as mulheres com a responsabilidade de garantir a preservação e conservação ambiental (devido a crença de seu maior vínculo com a natureza). Fora que isso subestima a necessidade de efetivas mudanças nos padrões de uso dos recursos naturais, bem como, do papel dos homens nesse contexto.
É preciso olhar criticamente para que desnaturalizemos a relação mulher e natureza, sem deixar de refletirmos sobre as peculiaridades de percepção e inserção feminina no ambiente.
Mulheres e homens atuam, percebem e são influenciados de forma diferenciada sobre o ambiente. Isto é devido a posição que ocupam na sociedade e não uma condição natural, ou seja, é determinada culturalmente. E isso enfatiza que há desigualdades de relações entre homens e mulheres.
Falar de gênero e ambiente é falar de transformação social e ambiental, onde todos e todas possam ter relações eqüitativas, possam ter o mesmo direito de oportunidades e também possam ter acesso aos recursos naturais de forma equilibrada e sustentável.
E o que a gente vê hoje? Vou apresentar apenas um exemplo bem local. Aqui no Rio Grande do Sul o governo estadual voltou todas as suas fichas para o famigerado setor da Celulose e Papel. Este pretende gerar nosso Pampa num imenso deserto verde e mais, instalar pelo menos 3 fábricas de celulose e papel, que são extremamente degradadoras do ambiente (o que é desmentido, obviamente, pelos que querem se beneficiar dela). Felizmente com a atual crise financeira o processo foi suspenso temporariamente é claro.
Tal setor legitima o Modelo Capitalista de Desenvolvimento sobre os países do Sul que nós da Marcha tanto nos opomos e protestamos, pois é um modelo que:
 Apropria-se de forma racista, homofóbica e sexista;
 Fundamenta-se numa visão que considera o econômico apenas as atividades mercantis;
 Desconsidera a reprodução e invisibiliza o trabalho das mulheres;
 Pactua-se com a criminalização dos movimentos sociais, especialmente das mulheres gaúchas;
 Onde a política econômica se orienta pela opção exportadora, apoiada fortemente pelo Estado e países do Hemisfério Norte.
 Além de ter uma concepção de desenvolvimento baseada na idéia de crescimento econômico ilimitado, onde o mercado e o lucro privado são priorizados em detrimento do interesse público e dos direitos humanos fundamentais;
Em recente estudo de caso que coordenei, junto com o Núcleo Amigos da Terra e WRM (Entidade do Uruguai) foi possível constatar o quanto a expansão do setor da celulose e papel, mesmo sendo um processo recente, tem gerado uma série de impactos sobre as mulheres. A expansão da silvicultura (como também é denominada) tem contribuído para o desempoderamento das mulheres: “em se tratando de trabalho para as mulheres, os números são pífios; além das condições de trabalho são precárias, os contratos são temporários, ou seja, praticamente sem garantias trabalhistas. É grande exploração da força de trabalho, principalmente sobre as mulheres trabalhadoras dos viveiros de mudas da sua join-venture Aracruz, além de que estas já demonstram estar a saúde comprometida”.
As mulheres, com as quais conversei, tem um papel determinante na agricultura familiar, pois são elas que realizam as mais diversificadas atividades produtivas na roça e no quintal. E também são elas, diferentemente dos homens, que conciliam as atividades produtivas com os serviços domésticos e do cuidado com a família. E elas relataram que já há escassez de água em alguns locais, contaminação por uso indiscriminado de agrotóxico, degradação do solo.
Isto evidencia o quanto as mulheres percebem e são afetadas por esses impactos de forma particular, dada as suas responsabilidades com a alimentação, higiene e saúde da família. No entanto, serem mais suscetíveis e expostas a degradação ambiental, devido ao seu papel social desempenhado, não quer dizer que as mulheres são vítimas indefesas. Isso mais uma vez, fragiliza o potencial de mudança que nós mulheres temos, podemos e devemos exercer. Isso só faz prevalecer uma figura de vítima e não de protagonista, de cidadã.
O enfoque de gênero, o enfoque feminista, nas políticas públicas de meio ambiente tenciona, não só um entendimento dos diferentes papeis de homens e mulheres, mas propicia uma participação igualitária nos processos decisórios, das medidas a serem tomadas e dos benefícios a serem propiciados.
Enfim, nós mulheres, devemos não só desempenhar um papel de crítica ao modelo de desenvolvimento vigente, mas de proponentes na construção de alternativas de produção sustentável, com base nos conhecimentos que detemos sobre o meio ambiente.

“MULHER A LIBERTAÇÃO VIRÁ ATRAVÉS DA NOSSA RESISTÊNCIA, RESISTÊNCIA ESSA QUE BUSCAMOS QUANDO NOS REUNIMOS E VEMOS QUE OS PROBLEMAS SÃO OS MESMOS E AS SOLUÇÕES SERÃO BUSCADAS NO COLETIVO, COLETIVO ESSE QUE CONSTRUIRÁ UMA NOVA SOCIEDADE E APONTARÁ UMA NOVA MULHER...”

o vídeo com testemunhos e imagens do Seminário Mulheres em Luta por Soberania Alimentar e Energética de agosto de 2008 está com uma versão em baixa resolução disponível nos links:

http://www.youtube.com/watch?v=J8L-ig5lfkU – parte 1

http://www.youtube.com/watch?v=d2QGvftfnwQ – parte 2


Estamos também finalizando uma versão com legendas em Inglês



*Cíntia Barenho
Mestre em Educação Ambiental/FURG
Bióloga
Skype: cycabarenho
Msn: cycabarenho@hotmail.com
Flickr: http://www.flickr.com/photos/cintiabarenho