sexta-feira, 30 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Blogagem Coletiva: Pela Descriminalização e Legalização do Aborto
Chamada Blogagem Coletiva: Pela Descriminalização e Legalização do Aborto
Dia 28 de setembro é o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto. No Brasil o aborto é crime, mas sabemos que isso não impede e nunca impedirá sua prática. A clandestinidade, no entanto, condena mulheres as práticas inseguras. A criminalização das mulheres que abortam impossibilita nossa autonomia e nos obriga a colocarmos nossas vidas em risco. Somos todas clandestinas.
Por isso convidamos você a participar, no dia 28 de setembro, de uma blogagem coletiva em prol da descriminalização e legalização do aborto. Escreva um texto no seu blog e deixe o endereço aqui nos comentários ou nos envie por email, redes sociais, etc. No dia 28/09, às 15h postaremos uma lista com todos os textos participantes.
Ninguém é a favor do aborto e contra a vida. Nós somos a favor das mulheres decidirem sobre seus corpos e a favor de que milhares de mortes de mulheres sejam evitadas. Ser contra o aborto é decidir por você. Ser contra a legalização do aborto é decidir por todas. Ser contra o aborto é não achar certo fazer um aborto. Ser contra a legalização do aborto é ser a favor da morte de milhares de mulheres. Continue lendo em Aborto: 10 razões para legalizar do coletivo Sapataria.
Manifesto contra a criminalização das mulheres que praticam aborto
Em defesa dos direitos das mulheres!
http://frentepelodireitoaoaborto.blogspot.com/
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Carta de apoio às mulheres que sofreram violência pelo Pastor Aldo Bertoni.
A violência contra a mulher é um fenômeno estarrecedor na vida de muitas mulheres e não está somente circunscrita a casa e ao trabalho. Vivemos em sociedade machista e patriarcal, na qual a violência contra a mulher está disseminada em todos os lugares: transforma a mulher em mercadoria, controla a vida das mulheres, afeta a vida profissional, a saúde e auto estima. Há mais de dois anos, o cientista Roger Abdemassih - médico de projeção internacional que trabalhava com reprodução assistida- foi acusado de assédio sexual. O caso teve um efeito surpreendente. Dezenas de mulheres, em seguida, fizeram suas denuncias, o que resultou na condenação do violador a 278 anos de prisão. Outras historias com ginecologistas, bispos, professores, padres -pessoas consideradas na sociedade como acima de qualquer suspeita- tem sido, com freqüência, denunciados de assédio e abuso sexual.
Neste momento, estamos vivendo outro caso emblemático. Desta vez, trata-se de um pastor: um homem de 85 anos chamado Aldo Bertoni, líder da igreja apostólica, com sede em São Paulo e mais de 25 mil seguidores em todo o país. Para os e as fiéis, este homem é quase um Deus intocável. A religião criada por ele e sua Vó Rosa (nos anos 60) tem disciplina rígida e normas como: as mulheres devem vestir sempre roupas abaixo do joelho, é proibido ver TV, a vida das e dos fieis tem que ser dedicada exclusivamente a igreja.
Como Aldo Bertone é considerado por muitos uma divindade, as pessoas com problemas de qualquer ordem procuram sua ajuda, conselhos ou mesmo a cura para doenças. Assim, mulheres que, em momentos de dificuldade ou de doenças, o procuraram e foram abusadas sexualmente. Um caso foi o de uma mulher que buscava cura para um câncer de útero. Aldo Betone afirmou que teria como curá-la através de relações sexuais, pois seu sêmen tinha poder de cura.
Há mais de dois anos algumas mulheres tiveram a coragem de denunciar publicamente o abuso sofrido. Foi uma atitude de coragem destas mulheres pois o crime de abuso sexual é um crime silencioso, sem testemunhas, e o violador conta com seu poder frente às vítimas e com sua respeitabilidade frente aos demais. No caso do pastor Aldo, é ainda mais complexo pois ele é considerado “Santo Primaz, profeta dos ultimos tempos" para os e as fieis.
Por tudo isto, as mulheres que denunciaram a violencia foram transformadas em culpadas. Neste caso, onde em geral toda família participa desta mesma religião, estas mulheres vem enfrentando humilhações e hostilidade tanto dentro da famila como na comunidade religiosa. O agressor é acolhido, defendido e apoiado. As mulheres, vítimas de violencia, são desacreditadas.
As pessoas fazem muitas perguntas como: por que somente agora ela denuncia? Por que não gritou na hora? É fácil fazer essas perguntas, mas, para quem vive uma situação de assédio sexual, estupro ou abuso por uma pessoa com estas características não é simples. O importante é que, em algum momento, uma fez a denúncia, o que encorajou várias outras a fazer o mesmo. A pergunta que devemos fazer é: quantas mais ainda não tiveram coragem de denunciar e levarão esta violência como segredo e sofrimento pelo resto da vida, por medo de serem julgadas pela comunidade?
Ao invés de questionar as vítimas, temos que acolher estas mulheres, ouvi-las sem julgamento para que sintam e saibam que fizeram a coisa certa. Não importa o momento da denúncia. Se o caso foi há vinte anos ou recente, uma hora este agressor tem que pagar pelo crime para que outros sejam constrangidos de continuar assediando sexualmente as mulheres. A violencia continua pois os homens acreditam que não serão punidos.
O Ministério Publico já pediu a prisão preventiva do pastor Aldo. Nós, do movimento de mulheres , queremos que a justiça seja feita: o agressor na prisão e as mulheres vítimas apoiadas inclusive pscologicamente, para enfrentar as humilhações impostas por familiares e por parte da comunidade que acredita na santidade deste homem. Ressaltamos que este homem é um violador, estuprador e agressor, que se utiliza da boa fé de uma comunidade para manter o luxo e a riqueza e transformar as mulheres em objeto para seu uso.
Toda a nossa solidariedade as mulheres vitimas desta violência!
Punição ao assediador!
Marcha Mundial das Mulheres
Casa Viviane dos santos
Casa Cidinha Kopcak
SOF - Sempreviva Organização Feminista
As organizações e movimentos que queiram assinar ou enviar suas cartas de apoio, envie para marchamulheres@sof.org.br
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Aposentadoria para donas de casa
por R$ 27,25 sai em outubro
Brasileiras com renda de até R$ 1.090 vão pagar 5% do salário mínimo ao INSS
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) prepara o código de recolhimento especial para que donas de casa passem a contribuir com menos dinheiro para se aposentar por idade (60 anos).
Conforme apurou o R7, a expectativa da Previdência Social é que a partir de outubro as interessadas possam pagar apenas 5% sobre o salário mínimo (R$ 545), o que, atualmente, custaria R$ 27,25 ao mês – abaixo, acompanhe todas as regras para adesão ao programa.
Com esse valor, além da aposentadoria, a segurada garante a cobertura previdenciária, o que inclui benefícios como auxílio-doença, salário-maternidade e licença-saúde. A família também receberá pensão em caso de morte da contribuinte. Antes, autônomos, categoria que incluía donas de casa, pagavam 11% sobre o salário mínimo (R$ 59,95) ao mês para contarem com os benefícios previdenciários.
A possibilidade de pagar menos é voltada para quem tem renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 1.090) e exige ao menos 15 anos de contribuição. As regras constam na Medida Provisória 259, já publicada no Diário Oficial da União e sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A resolução reduz a contribuição de 11% para 5% de microempreendedores individuais com renda anual de até R$ 36 mil. Somente agora as donas de casa foram incluídas nas regras.
A MP deve atrair cerca de R$ 10 milhões de donas de casa que trabalham por conta própria. Porém, a modalidade ainda não está disponível, o que deve ocorrer a partir de outubro, que é quando o INSS deve divulgar o código especial para preenchimento da GPS (Guia de Recolhimento da Previdência Social).
– A redução do valor de contribuição é válida desde que a diferença seja paga pelo governo e não com o dinheiro dos demais trabalhadores.
O QUE É | ||
Governo reduziu de 11% para 5% a alíquota de contribuição previdenciária para microempreendedores individuais que tenham renda anual de até R$ 36 mil. Donas de casa foram incluídas nas regras. | ||
R$ 27,50 | 10 milhões | |
Esse é o valor mensal para pagamento ao INSS. Antes, custava R$ 59,95. | É o número de mulheres que poderão ser beneficiadas. | |
QUEM PODE | ||
Além dos microempreendedores individuais, a possibilidade vale para mulheres sem renda própria, que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico. A renda familiar mensal deve ser de até dois mínimos (R$ 1.090). | ||
BENEFÍCIOS | ||
Aposentadoria por idade ou invalidez; | ||
Salário-maternidade; | ||
Licença-saúde; | ||
Auxílio-doença; | ||
Pensão por morte aos dependentes. | ||
QUANDO VALE | ||
A medida já foi sancionada, mas o INSS precisa divulgar o código especial para recolhimento das donas de casa. A expectativa da Previdência Social é que os primeiros pagamentos, feitos por meio de carnê, ocorram em outubro. | ||
APOSENTADORIA POR IDADE | ||
As beneficiárias poderão se aposentar por idade (60 anos) desde que cumpram ao menos 15 anos de contribuição. Não há o direito à aposentadoria por tempo de contribuição. | ||
INSCREVA-SE | ||
As inscrições podem ser registradas em qualquer agência da Previdência Social como também pela internet. Informações pelo site www.previdencia.gov.br e pela central de atendimento do órgão, por meio do número 135. | ||
Fonte: Ministério da Previdência Social | ||
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Isabel Allende fala para a Carta Maior
“Seguiremos na luta pelo esclarecimento de todos os crimes da ditadura”
Trinta e oito anos após o 11 de setembro que derrubou o governo de Salvador Allende e causou a morte do presidente chileno, sua filha, a senadora Isabel Allende fala para a Carta Maior sobre os últimos momentos com o seu pai no dia em que o general Augusto Pinochet mandou bombardear o Palácio de la Moneda. "Lembro-me de suas palavras e da decisão de ficar em La Moneda, porque esse era seu lugar, que correspondia a um presidente constitucional", diz Isabel.
Christian Palma - Correspondente da Carta Maior em Santiago do Chile - @chripalma
A biografia de Isabel Allende Bussi, filha de Salvador, o grande presidente do Chile, conta que na manhã do dia 11 de setembro de 1973, ela chegou a La Moneda poucos minutos antes das nove da manhã e permaneceu junto com sua irmã Beatriz, conversando um longo tempo com seu pai.
Desde o início, o presidente diz a elas que não renunciará como, naquela hora, os militares comandados por Pinochet estavam exigindo. Ele queria dar uma lição moral aqueles que o estavam traindo. Suas filhas queriam permanecer com ele, mas o pai pede que elas vão embora e, finalmente, as obriga a sair do palácio um pouco antes de começar o bombardeio.
“No rosto de meu pai, percebi uma mistura de surpresa e incredulidade quando me viu e uma íntima satisfação de sentir-se próximo de suas duas filhas, ainda que – devo reconhecer – nossa presença o perturbasse profundamente. Pouco depois, nos reuniu a todos os presentes no salão Toesca. Lembro-me de suas palavras e da decisão de ficar em La Moneda, porque esse era seu lugar, que correspondia a um presidente constitucional. Disse que não ia renunciar e que havia rechaçado as ofertas para abandonar o país. Pediu, em troca, que seus assessores deixassem o palácio, já que não estavam treinados para usar armas e porque o mundo precisava saber o que estava acontecendo”, contou a atual senadora socialista.
Isabel e Beatriz saíram e, entre tiros isolados, se refugiaram primeiro na entrada de um edifício e, depois, avançaram em um veículo entre controles militares que conseguiram ultrapassar por causa da gravidez de “Tati” e foram para a casa de uma colega de trabalho de Isabel, onde passaram a noite do dia 11. Ali ficaram sabendo do bombardeio do palácio, da residência presidencial de Tomás Moro e da morte do presidente Allende.
No dia 12 de setembro, depois que sua mãe Tencha Bussi de Allende, assistiu sozinha o enterro secreto do presidente Allende, no cemitério de Santa Inês, em Viña del Mar, partiu para o exílio com sua família.
38 anos após esse episódio e com a recente certeza legal de que seu pai preferiu tirar a própria vida antes de cair nas mãos dos golpistas de Estado, Isabel Allende, revela suas impressões à Carta Maior.
Este 11 de setembro tem um “sabor” especial, levando em conta que se determinou que o presidente Allende se suicidou em La Moneda e não foi morto por mãos militares?
O resultado das investigações do juiz Mario Carroza que permitiu estabelecer com critério científico o que a família e os colaboradores diretos sempre sustentaram sobre a morte de Allende fecha um ciclo para a família, mas não termina como o desejo de justiça de muitos. Neste 11 de setembro, assim como nos anos anteriores, pediremos justiça para muitos que foram detidos em La Moneda e nunca mais se soube deles.
O que significa, finalmente, a determinação da causa da morte do presidente Allende? Acabar com as especulações? Fecha-se um ciclo, sem dúvida doloroso, mas muito importante, não só para a família como para todo o país?
Sem dúvida que era um ato necessário da justiça com o Chile. Como disse a Corte Suprema era uma dívida com a história. Essa definição, mais do que terminar com as especulações, reafirma o que os testemunhos diretos indicam sobre a morte do presidente e ratifica a vontade do presidente de que só com sua morte deixaria de cumprir o mandato constitucional que lhe foi outorgado pelo povo do Chile.
O que você poderia dizer aos milhares de brasileiros que consideram Salvador Allende um herói, um exemplo de valores, de coerência. Um democrata verdadeiro, preocupado com o povo mais pobre, com os despossuídos?
A história de Salvador Allende é uma longa luta pelos direitos dos trabalhadores e dos mais despossuídos. Não somente sua morte é um exemplo, mas toda sua vida. Sua longa trajetória como parlamentar, como defensor dos direitos dos trabalhadores, já tinham o convertido em uma das principais lideranças da esquerda latino-americana. Salvador Allende também trabalhou pelo aprofundamento da democracia em nossos países.
Sua presidência está cheia de medidas em favor dos mais despossuídos.
Destaco duas: a nacionalização do cobre, que permitiu aos chilenos contar com uma riqueza de nosso solo que estava vedada a eles até então. Até hoje, muitos programas sociais são pagos com os recursos gerados pela Codelco, a empresa estatal que surgiu desta medida revolucionária do presidente. Uma segunda é garantir para cada criança chilena meio litro de leite por dia, o que implicou um grande avanço na luta contra a desnutrição. A campanha contra a fome do presidente Lula me lembrou muito desse feito de Allende.
Qual a preocupação da família Allende daqui em diante?
Nós estamos preocupados em transmitir o legado do presidente às novas gerações e, para isso, temos a Fundação Salvador Allende, que também participa na administração do museu da solidariedade. Por outro lado, seguiremos, como tem sido feito nestes anos, na luta pelo esclarecimento de todos os crimes da ditadura e por levar seus executores e autores intelectuais aos tribunais.
Tradução: Katarina Peixoto
domingo, 11 de setembro de 2011
11/09 – Estados Unidos bombardeia o La Moneda, morre Salvador Allende 0
Em 11/09/1973, um outro 11 de setembro, os Estados Unidos dava a ordem para o bombardeio ao Palácio La Moneda, sede do governo democrático chileno, o presidente Salvador Allende e um pequeno grupo do MIR são mortos.
Nesse 11 de setembro de 1973, os Estados Unidos através da CIA, com apoio dos militares chilenos, da burguesia e da Igreja Católica e o seu Partido Cristão, derrubam uma democracia e colocam em seu lugar o regime militar de Augusto Pinochet. O bombardeio cirúrgico era executado em conjunto com pilotos americanos.
Foram 17 anos de ditadura no Chile, 40 mil mortos, 3225 ainda estão desaparecidos.
Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos. Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. (Allende em 11 de setembro)