sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

8 de março de 2014:

Feminismo em marcha para mudar o mundo!

P1060315Neste 8 de março, dia internacional de luta das mulheres, nós da Marcha Mundial das Mulheres reafirmamos, com nossa presença nas ruas, que o feminismo é um movimento popular que está e continuará em luta denunciando a opressão vivida por nós nesse sistema que combina o patriarcado com o capitalismo, a desigualdade, o racismo, a lesbofobia e a destruição da natureza.
As mulheres do mundo inteiro resistem à ofensiva do capitalismo que apresenta “falsas soluções” baseadas na expansão do mercado como mais exploração dos recursos naturais, novas tecnologias de controle do nosso corpo, da natureza e do conhecimento. As respostas do capital para tentar sair de sua crise e aumentar suas taxas de lucro são falsas soluções que só promovem a opressão com mais concentração de renda, militarização, criminalização das lutas por meio de um processo violento dos Estados.
Em uma sociedade baseada no incentivo do consumo orientando a vida e as relações, percebemos a expansão da mercantilização em todas as dimensões. Isso se dá especialmente com a exploração do corpo das mulheres, desde a indústria da beleza, até o tráfico e a prostituição. Nosso corpo é constantemente controlado e regulado a partir de padrões morais de sexualidade que estimulam a violência e a discriminação de lésbicas, em uma sociedade em que tudo gira a favor do prazer dos homens e, para as mulheres, a maternidade continua sendo uma obrigação.
Denunciamos a imposição da maternidade como destino obrigatório das mulheres e reafirmamos a autonomia de decisão sobre os nossos corpos. Exigimos o direito de decidir se queremos ou não levar adiante uma gravidez indesejada. Para isto, lutamos pela legalização do aborto, para que seja realizado pelo SUS de forma gratuita e segura.
Repudiamos a cooptação do discurso feminista “meu corpo me pertence” para “meu corpo é meu negócio”. Por isso, somos contra o projeto do Deputado Federal Jean Wyllys que, ao invés de contribuir para a melhoria de condições de vida das mulheres prostituídas, legaliza a cafetinagem, consolida a sexualidade como um serviço comercial de compra e venda, e aprofunda a exploração das mulheres. Refirmamos nosso compromisso na luta pelo fim da prostituição e nossa solidariedade com as mulheres que se encontram nessa situação. Denunciamos a máfia milionária da prostituição e da pornografia que se apresentam com a maquiagem da indústria do lazer e do entretenimento.
Denunciamos as grandes obras e mega eventos, como a Copa do Mundo e a Formula 1, como espaços que naturalizam a prostituição, facilitam o tráfico de mulheres e meninas e como uma forma de aprofundar a pobreza e desorganizar a vida da população pobre, via remoções de favelas e terrenos ocupados. Denunciamos a FIFA como uma máfia cada vez mais autoritária e corrupta e reivindicamos o esporte como um direito das mulheres como atividade de lazer, integração e amizade entre os povos.
Neste dia de luta, nos solidarizamos com as mulheres e meninas do Brasil e de todo mundo que sobrevivem e lutam contra a violência que sofrem em casa, nas ruas, no trabalho e as mulheres vítimas de conflitos produzidos e estimulados pelo imperialismo.
Denunciamos a impunidade e lentidão da justiça brasileira, em especial nos casos de estupro de meninas na cidade de Coari, Amazonas, onde o prefeito Adail Pinheiro, pratica pedofilia, alicia e compra meninas para a exploração sexual há mais de 10 anos. Exigimos que este caso seja tratado pela justiça federal já que os órgãos do Estado do Amazonas tem sido coniventes com a situação.
Exigimos que o Estado Brasileiro não aceite mais nenhuma morte de mulheres e meninas vítimas da violência sexista e que implemente a lei Maria da Penha em sua totalidade. Para isto, os estados e municípios devem aplicar recursos em políticas de enfrentamento a violência e o judiciário precisa enfrentar o machismo dos juízes e outros profissionais do setor.  Queremos outro modelo de segurança que garanta o efetivo combate à violência contra a mulher e que não sirva para criminalizar os movimentos sociais e a pobreza.
Estamos em luta para transformar o modelo de produção e consumo. Por isso, denunciamos a imposição dos agrotóxicos e das sementes transgênicas que geram dependência das agricultoras e agricultores. Denunciamos os projetos de irrigação para beneficiar o agronegócio como o projeto do Perímetro Irrigado da Chapada do APODI, no Rio Grande do Norte, que, se concluído, destruirá a organização e produção das trabalhadoras desta região. Conclamamos todas a resistir e lutar!
Nos somamos à luta dos movimentos do campo para que as prioridades do governo, hoje voltadas para o agronegócio se revertam para a reforma agrária, demarcação das terras indígenas e quilombolas como único caminho para garantia de soberania alimentar livre de transgenia, de veneno no ar, na água e na terra e nos alimentos que chegam a nossa mesa.
A estrutura patriarcal do Estado brasileiro não exclui apenas as mulheres da política, como também exclui as mulheres da própria cidadania. Isso coloca barreiras para o avanço das nossas reivindicações históricas, como o combate mais efetivo a violência contra as mulheres, a descriminalização e a legalização do aborto e, principalmente, a implementação de políticas que garantam a autonomia das mulheres sobre suas vidas e seus corpos.
25No Brasil, embora tenhamos uma presidenta e sejamos 51% do eleitorado, ocupamos menos de 10% do senado e menos de 9% na câmara de deputados. Os mecanismos que nos afastam dos espaços de poder e decisão, são: a dupla jornada de trabalho, a falta de financiamento público para campanhas, a insuficiência de políticas públicas como creches, educação infantil em período integral, dentre outras.
Para despatriarcalizar o Estado e a política é preciso radicalizar a democracia e construir espaços e processos efetivos de participação popular. Essa é nossa agenda para 2014, ano em que construímos com mais de cem organizações e movimentos sociais o Plebiscito Popular por uma constituinte exclusiva, soberana e popular sobre o sistema político.
Conclamamos às mulheres para a auto-organização e afirmamos nossa estratégia de fortalecimento como sujeito político que constrói uma força mundial em aliança com os movimentos sociais.
Nesse 8 de março de 2014 renovamos nosso compromisso na luta por um mundo anticapitalista, antirracista e antilesbofóbico, por uma sociedade baseada nos valores de liberdade, igualdade, justiça, paz e solidariedade.
Marcha Mundial das Mulheres

Nós repudiamos o machismo e o sexismo no carnaval

Marcha Mundial das Mulheres RS repudia a campanha publicitária da Cidade Baixa em Alta por querer invisibilizar o 8 de março, dia internacional de luta das mulheres, de luta feministas a um mero dia de carnaval. E mais, por estimular homenzinhos vestidos de mulheres, como se o simples fato de vestir-se de mulher, fizesse com que tais homens sentissem na pele toda a opressão e violência que nós mulheres sofremos todos os dias, em especial em dias de carnaval. Machismo-Sexismo-Misoginia não passarão!!!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

MUJERES CON LA REVOLUCION BOLIVARIANA DE VENEZUELA DEFENDEMOS LA DEMOCRACIA Y LA VIDA: NO A LA VIOLENCIA GOLPISTA


Un nuevo episodio en la escalada de desestabilización contra la democracia y la Revolución Bolivariana de Venezuela ha ocurrido en este mes de febrero. Las acciones generadas por opositores internos e internacionales evidencian, cada vez más, una estrategia que anuda viejas y nuevas formas de violencia buscando implantar un ambiente de guerra contra el pueblo, que las mujeres latinoamericanas denunciamos y repudiamos.

·      Denunciamos la violencia económica, que se despliega constantemente por medio de la especulación, el acaparamiento de productos básicos para crear escasez, los rumores para generar pánico, el ataque y boicot a los bienes y servicios públicos. Todo esto se traduce en una alteración de las condiciones y calidad de vida de las mujeres y de las familias, abocadas a resolver en lo cotidiano su sobrevivencia en medio de la adversidad, lo que supone más y más trabajo y desgaste emocional.

·      Denunciamos la violencia política y social, ejercida por medio de episodios desestabilizadores y golpistas como el de estos días y de ataques sistemáticos a las instituciones y decisiones democráticas de un país que, como ningún otro en estos tiempos, ha promovido y respetado la soberanía popular expresada en 19 procesos electorales.  A esto se suma el ataque abierto a la organización popular, acosada por violencia directa, por la criminalización mediática, por los rumores difamatorios.

·      Denunciamos la violencia mediática, que no conoce límites en su infame tarea de desinformar, de mentir y fraguar versiones alteradas de los hechos, para proyectar al mundo falsas imágenes de una sociedad dividida en dos bandos, o incluso de una sociedad levantada contra un gobierno ilegítimo, cuando la realidad muestra un pueblo y un gobierno acosados por la escalada desestabilizadora que impulsan élites y poderes nacionales e internacionales. Esta violencia mediática afecta los derechos y dignidad del pueblo bolivariano como también el derecho de todos los pueblos del mundo de tener acceso a información veraz y fidedigna.

·      Denunciamos la violencia armada, que hemos visto en estos días en la actuación de grupos de perfil paramilitar, cuyas acciones dejan ya un saldo de seis víctimas mortales y numerosos heridos.  Alertamos sobre la peligrosidad extrema de esta forma de violencia, que siembra la muerte y el terror para inducir un escenario de conflicto y caos que justifique cualquier intervención.

·      Denunciamos la violencia imperialista, que no ha cesado en sus maniobras de intervencionismo, usando medios de todo tipo, en sus afanes de poner fin a la Revolución Bolivariana, a los procesos de integración alternativa, de recuperar y ampliar el control político, económico y cultural en Venezuela y en la región.

Convocamos a todas las mujeres de la región y del mundo a mantener, desde hoy, una campaña permanente de denuncia de estos hechos violentos, de sus impactos en la vida de las mujeres y el pueblo venezolano, de acompañamiento a nuestras hermanas que se encuentran en pie de lucha para defender el camino democrático y soberano de la Revolución Bolivariana, y de apoyo incondicional a la alternativa de PAZ que enarbolan el gobierno y el pueblo.

Convocamos a conmemorar el legado y la presencia del compañero eterno Hugo Chávez, cuyo compromiso feminista confluye ya con la celebración del Día Internacional de las Mujeres.

Hacemos nuestra la consigna de nuestras hermanas bolivarianas:

POR LA MATRIA, POR LA PAZ y POR LA VIDA

Marcha Mundial de las Mujeres – América Latina
Red Latinoamericana Mujeres Transformando la Economía –REMTE


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Companheiras,

Este documento "Declaração de apoio das mulheres com a revolução Bolivariana da Venezuela. Defendemos a democracia e a vida. Não à violência golpista", que assinamos com a Marcha Mundial das Mulheres das Américas. É importante enviá-las a todos os grupos, organizações e movimentos  aliados para que eles também possam dar o seu apoio.

em solidariedade,
Emilia Castro y Sandra Moran
Integrantes del Comité Internacional de la MMM por la región Américas

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Mudar o Sistema Politico? Comitês de Mobilização? Plebiscito Popular? O que nós temos com isso?

* Por Raquel Duarte e Maria do Carmo Bittencourt

Como tem acontecido em diversos estados e cidades pelo país, no dia 25 de janeiro ocorreu em Porto Alegre/RS, durante o Fórum Social Temático – FST, o lançamento da Campanha Estadual pelo Plebiscito Popular por uma Constituinte soberana e exclusiva do Sistema Político.

unnamed (2)Diversos movimentos e entidades já se integraram a essa luta que será central para o ano de 2014. Mais de cem organizações compõem o Comitê Nacional, que teve seu lançamento em Brasília no dia 15 de novembro do ano passado. O Comitê estadual/RS já conta com movimentos de mulheres, de juventude, sindical, de negros e negras, partidos políticos e diversas organizações da sociedade civil, e, com a ampliação do debate e a das ações, cada vez mais associações e movimentos sociais estão se juntando à essa mobilização. Mesmo tendo as mais diversas pautas e identidades estamos nos juntando com um objetivo: discutir e mobilizar em torno de uma pauta única, que pode realmente trazer a mudança para o Brasil que precisamos e queremos – a alteração do atual sistema político.
 A Marcha Mundial das Mulheres compõe o Comitê Estadual/RS contribuindo através da Comissão de Comunicação e na  articulação de Comitês onde temos núcleos ou militantes. Assim, podemos e devemos nos integrar na construção dos comitês locais, nos espaços onde nós já estamos organizadas e nos espaços que estão se abrindo.
 Para nós, feministas da Marcha Mundial das Mulheres, a construção deste Plebiscito é mais do que simplesmente chamar a população para votar um ‘sim’ nos dias 1º a 7 de setembro. É a oportunidade para entender e questionar o sistema político como um todo. É a oportunidade para debater com as mulheres os rumos do país, ouvir suas angustias e opiniões, promover o feminismo como alternativa, e, principalmente, colocar as mulheres como protagonistas deste espaço.
Defender uma alteração no sistema político significa debater o empoderamento das mulheres no espaço público. A cultura patriarcal foi responsável pela exclusão das mulheres dos espaços de controle e decisão política, destinando-as ao mundo privado e do cuidado, que por sua vez foi desvalorizado pelo sistema capitalista. Desta forma, uma grande parte da população, as mulheres, mesmo com seu trabalho fundamental para a manutenção da vida e da vida em sociedade, está subjugado pelo sistema que o desvaloriza no momento que não o qualifica economicamente, como é feito com o trabalhado tido culturalmente como “de homem”.
Essa é uma discussão fundamental para o movimento feminista. Durante a construção do Plebiscito Popular, devemos fazer o debate feminista chegar a todos os  movimentos – o debate da paridade e do empoderamento; a necessidade de incentivar o protagonismo das mulheres; de os homens abrirem mão dos seus espaços de poder, para estarem lado a lado com as mulheres… Esses espaços são fundamentais para que possamos exercitar nossas lutas comuns e a luta contra a cultura patriarcal e machista que orienta o atual sistema politico brasileiro.
Este não é um debate novo para as militantes da Marcha Mundial das Mulheres, por exemplo:
Quando falamos da mercantilização dos nossos corpos, falamos de um sistema politico que ainda quer qualificar as suas poucas representantes no legislativo, em feias, bonitas e misses.
Quando debatemos a luta pela defesa dos nossos territórios, (a terra, a habitação, a água…) falamos de um sistema politico que privilegia o capital econômico que explora e esgota a natureza e a vida das mulheres, de suas crianças e famílias.
Quando debatemos a luta pelo direito ao aborto, à contracepção eficaz e à saúde universal, debatemos um sistema politico que tutela as mulheres, que lhes diz como, quando e com quem elas devem ter seus filhos.
Veja bem, a baixa representação feminina na política tem reflexos na vida de todas as mulheres. Não estarmos amplamente representadas no Legislativo e no Executivo, significa dizer que as mulheres não têm poder, que não têm voz. E, no sistema organizado e hierarquizado segundo a concepção machista, se os homens conduzem os rumos do país, podem conduzir também a vida das mulheres.
Isso dá o direito, por exemplo, de achar que o homem pode ganhar mais do que a mulher desempenhando a mesma jornada e as mesmas tarefas, caracterizando assim, a desigualdade no mercado de trabalho (o sistema atual mascara esta condição dando nomes diferentes a funções que desempenham tarefas iguais). Dá o direito também de responsabilizar apenas as mulheres pelo cuidado e educação dos filhos, e pelas tarefas da casa, gerando a divisão sexual do trabalho. Mesmo trabalhando fora de casa, as mulheres estão excluídas das funções de poder e decisão, o que as torna “dispensáveis” no mundo do trabalho e “indispensáveis” em casa. Dá o direito inclusive de pensar que os homens são donos da vida e dos corpos das mulheres, exigindo que as mulheres lhes devem obediência, veneração e cuidados, gerando até mesmo a violência doméstica e institucional.
Assim, conquistar mais igualdade dentro do mundo politico, significa enfrentar diretamente a cultura patriarcal e machista que nos encerra, nos destina de uma forma naturalizada ao mundo privado.
O sistema político existente hoje definitivamente não nos representa! Ele exclui as mulheres que mesmo com cotas de participação, em alguns espaços, não cria reais condições de participação efetiva para as mulheres, e não às empodera.
Não queremos um sistema político refém do grande poder econômico. Por isso, pensar um novo sistema de financiamento de campanha é essencial. Não queremos um sistema eleitoral que represente apenas a elite branca e masculina e não de toda a diversidade brasileira. Queremos mais jovens, mais negras e negros, índias e índios, lésbicas e gays nos cargos eletivos…. Para isso repensar a forma do voto e da nossa participação politica para além do voto é importante.
Qual discussão feminista você está fazendo? Ainda não percebeu a relação com o sistema politico? Nossas pautas de discussão tem relação direta com o sistema politico mais é necessário aprofundar nossa discussão. Queremos mudar o mundo para mudar a vida das mulheres e para mudar a vida das mulheres e o mundo, precisamos alterar esse sistema político que já está comprovado que não funciona.
 Se antena nas próximas datas de mobilização  pelo Plebiscito no RS:
Dia 27/fevereiro ás 18h30m – Reunião Plenária do Comitê Estadual de Mobilização no RS
Auditório da FECOSUL – Av. dos Andradas nº 913/ 701
Dias 21 e 22/março – Curso de Formação de Formadores
 Mudar o sistema politico para mudar a vida das mulheres!
Mudar o sistema politico para mudar o mundo!
Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres!
 * Raquel Duarte – militante MMM/Caxias do Sul  e Maria do Carmo Bittencourt – militante MMM/Porto Alegre
Para ver mais sobre esta discussão, leia também:
A Reforma Política: passos para a despatriarcalização do Estado, por Maria Júlia Montero:http://marchamulheres.wordpress.com/2014/02/03/a-reforma-politica-passos-para-a-despatriarcalizacao-do-estado/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Nota de solidariedade às mulheres que lutam em Porto Alegre

 Mexeu com uma Mexeu com todas:

 Nós da Marcha Mundial das Mulheres repudiamos a violência e a truculência machista e misógina da polícia às mulheres que lutam, em especial ao ocorrido com a companheira do MST e do Comitê Popular da Copa, Claudia Favaro no dia 31/01/2013. Cláudia foi humilhada e, em nome de uma revista vexatória, obrigada a se despir em um bar na cidade de Porto Alegre-RS, na frente dos clientes. E mesmo depois de nada ilícito ter sido encontrado, foi detida e submetida, com outros companheiros, a rodar por cerca de uma hora pela cidade ouvindo mais humilhações, calúnias e ameaças dentro de um camburão, antes de ser levada para delegacia.

Feministas em luta, como a Claudia, não se furtam em participar de espaços públicos de debate, problematizando e denunciando a forma como a Copa do Mundo da Fifa vem sendo apresentada e desenvolvida no Brasil.

Evento este, que além de todos os problemas denunciados pelo Comitê Popular da Copa, também tem se utilizado do corpo das mulheres e de crianças para vender o turismo da exploração sexual aos que vem em busca de futebol e sexo barato no Brasil. E é por isto, também, que os movimentos sociais tem ocupado as ruas. Sim, as ruas estão cheias novamente, com toda a sua heterogeneidade de gente, sejam elas organizadas ou não.

Portanto, nós feministas da MMM-RS não compactuaremos com a perseguição às mulheres que lutam, e a criminalização os movimentos sociais e de suas lideranças; não compactuaremos com o machismo institucional que quer nos calar. A quem interessa espionar e torturar as feministas? A quem interessa calar \ voz de quem luta?

Portanto, é inadmissível que dentro do Estado Democrático de Direito, conquistado com muita luta e sangue de militantes sociais, aceitemos um Estado Policialesco, Machista e Repressor que temos vivenciado nos últimos tempos.

Nós da MMM-RS não permitiremos que a caça às bruxas sejam retomadas. Infelizmente, tal fato já foi vivenciado por nós em outros tempos e não imaginávamos que, diante da conjuntura política em nosso estado, tais práticas voltassem a ocorrer.

O relato da violência policial sofrido por Claudia Favaro nos en

tristece e indigna. Por isso não calaremos!

Não calaremos e denunciaremos sempre a violência machista, a revista vexatória, as humilhações, a perseguição e a tortura sofrida pelas mulheres, por aqueles e aquelas que lutam.

Não calaremos em aceitar que a cultura do medo insista silenciar quem não se conforma, que o machismo institucional seja uma prática em uma democracia.

Boto Fé na Desmilitarização da Polícia.

Marcha Mundial das Mulheres do Rio Grande do Sul