segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Agenda do 8 de março 2016 - Vamos participar!!

Companheiras,
Neste ano de 2016, como em todos os anos, procuramos estabelecer uma agenda de mobilizações e formação da MMM em conjunto com os outros movimentos no estado e nas cidades onde temos núcleos organizados.

Pedimos que os núcleos postem nas lista suas atividades.

Aqui em Porto Alegre, estamos em construção de um 8 de março plural com os diversos movimentos feministas e de mulheres da cidade.
Sabemos que a programação é extensa e decidimos colocar aqui só a agenda prioritária onde estamos na construção da atividade.

04/03 - Painel - Os movimentos feministas no contexto da luta de classes - 9h na sede da CUT RS


06/03 - 10hs domingo no parque da Redenção - Ocupa Redenção com Banca da MMM  (com novidades) 
            Oficina Feminismo e Arte: Resistência das Mulheres nas Cidades
Local: Expedicionário


07/03 -  18h30m - Filme no CineBancários 
            Retratos de Identificação de Anita Leandro


08/03 - Concentração das mulheres do campo e da cidade (MMM, Levante da Juventude, MTD, Via Campesina)
- 15:30 ao lado do INSS (atrás da Prefeitura)
- 16:30 Ato contra a Reforma da Previdência
- 17h - Ato e caminhada do 8 de Março - ENCONTRO NA PRAÇA DA ALFÃNDEGA
             Unidas em Defesa da Democracia, Contra a Retirada de Direitos
             Por mais Poder para as Mulheres, Por mais Mulheres no Poder
Local: concentração, na Praça da Alfândega, rumo a Esquina Democrática numa ciranda feminista - as 18h


9/3 - 18h30m = Filme Malala parceria com o CineBancários



10/3 - 14h - Oficina Feminismo e Arte na comunidade do Humaitá/navegantes - Parque Mascarenhas de Moraes
           14h - Seminário da Procuradoria da Mulher da ALERS e TJRS, com a presença da Maria da Penha; local á confirmar.


10/03 - 18h Seminário em Solidariedade ao Povo Curdo - com participação de Melike Yasar do Movimento internacional de Mulheres Curdas. 
           Local: Sindicato dos Bancários

11/03 - Mulheres Gaúchas dialogando com Maria da Penha
das 14h às 18h - Auditório do foro Central 

12/3 - 9h30m - Dabete no Sindibancários em Osório



Aguardamos todas vocês!



Vamos falar de feminismo na escola: do shortinho à precarização do trabalho das professoras

*Por Cíntia Barenho e Vanessa Gil
Policial mede o tamanho da roupa de banho de mulheres na praia, para garantir que sejam compatíveis a regulação da época em Palm Beach (1925)
Policial mede o tamanho da roupa de banho de mulheres na praia, para garantir que sejam compatíveis a regulação da época em Palm Beach (1925)
Vai ter Shortinho Sim! Essa nova palavra de ordem mobiliza a volta às aulas 2016 no Rio Grande do Sul. O debate sobre as proibições de determinadas roupas para as meninas é um debate antigo em várias escolas, mas ganhou visibilidade nas mídias e redes sociais através de uma ação feita pelas estudantes do Colégio Anchieta (particular e católico). Elas estão pressionando a direção do colégio para poderem usar short durante o verão de “Forno Alegre”. Nomanifesto, em forma de abaixo-assinado virtual, que já tem milhares de assinaturas, vemos alguns dos porquês dessas gurias. Ao nosso olhar de feministas, fica evidente que essa mobilização não trata apenas de usar ou não shortinho no ambiente escolar. Vai além dos lemas do feminismo liberal ‘meu corpo minhas regras’. Estão questionando a cultura do Estupro, o modelo de Educação, o Sistema Patriarcal.
A escola, o ensino formal, está construído para “ensinar” como as meninas devem de comportar, como as professoras e funcionárias devem se comportar. Há regras implícitas e explícitas para todas as mulheres dentro da escola. Uma delas é a imposição das vestimentas ditas ideais para todas essas mulheres. Caso não estejam dentro das regras, são humilhadas, forçadas a mudar de roupa e, caso não aceitem tal imposição, devem sair da sala de aula. Não é incomum que a professora seja questionada sobre o uso de leggings ou outra vestimenta que marque o corpo. Assim, o Patriarcado garante, aos meninos e professores homens, um ambiente de aprendizagem e ensino livre de “distrações”, algo muito mais importante para o sistema que meninas estudando e questionando suas regras ou professoras vestidas confortavelmente para enfrentar até três turnos de trabalho em um dia. Para ficarmos só nesse exemplo de como atua o patriarcado por lá. O manifesto construído por adolescentes de 13 a 17 anos podia ser todo reproduzido aqui, mas ele nos move a questionar mais. O que mais poderia e deveria nos mobilizar em relação à Educação e ao Feminismo? O que anda acontecendo com as mulheres no âmbito do Ensino Público no Rio Grando do Sul? O que o Patriarcado anda fazendo em relação a vida das professoras no âmbito do trabalho, carga horária, entre outras coisas? Tudo isso tem uma ligação.
A Escola é uma das instituições que dão sustentação ao Estado patriarcal e ao sistema Capitalista. Cada vez mais se educa para o mercado de trabalho e cada vez menos para o pensamento crítico. Na volta às aulas no Rio Grande do Sul, toda a comunidade escolar foi surpreendida com duas decisões da Secretaria Estadual de Educação que ferem diretamente o direto das/os trabalhadoras em educação. O primeiro deles é o aumento do número de horas em sala de aula. Se a lei fosse cumprida, para cada jornada de 20hs, 13 seriam cumpridas em sala de aula e as demais seriam destinadas a trabalho horas atividade (correção de provas e trabalhos, elaboração de aulas, formação das/dos docentes). Parece muito, mas não é. Preparar uma aula leva tempo, exige pesquisa e estudo. Professoras/es não são máquinas, não guardam todos os conhecimentos numa caixinha e precisam averiguar a atualidade dos temas que propõem às alunas e aos alunos. O governo exige que 16 horas (relógio) sejam destinadas a sala de aula. Como uma professora de sociologia, por exemplo, que possuirá até 32 turmas, com média de 30 estudantes, pode dar conta de todo o trabalho em oito horas horas (considerando carga horária de 40hs)? É um dia para planejar, pesquisar, corrigir e ainda fazer algum formação. Impossível não baixar drasticamente a qualidade das aulas com tão pouco tempo para prepará-las. São 960 alunos, em média. Imagine você tendo um dia apenas para ler 960 provas, trabalhos e ainda pensar nas aulas da próxima semana. Além disso, o magistério público estadual está composto por mais de 80% de mulheres. Sabemos que o tempo destinado ao trabalho doméstico pelo sexo feminino é o dobro do que os homens destinam. Ou seja, para essa categoria, aumentar a carga horária em sala de aula é jogar mulheres em condições de adoecimento e níveis inimagináveis de estresse. Tudo em nome do enxugamento das contas públicas, enquanto juízes recebem mais de sete mil reais de auxilio moradia e uma professora com pós-graduação pouco mais de dois mil.
Não bastasse o descumprimento do pagamento do piso, o desrespeito a carga horária, o parcelamento dos salários, o atraso no pagamento das férias, o governo também decidiu (arbitrariamente e sem consultar a população) instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino religioso nas escolas. Tal decisão fere, inclusive, a constituição federal que determina a laicidade do Estado. Para tanto, as escolas estão tendo que diminuir carga horária de outras disciplinas e a opção tem sido cortar em sociologia e filosofia. A Idade Média insiste em manter-se próxima.
Sabemos que o argumento de que a disciplina abordará a diversidade religiosa brasileira é falacioso, pois os setores conservadores cristão encamparam essa luta dentro do governo estadual e federal. Basta lembrar a retirada dos temas de diversidade sexual dos planos nacionais, estaduais e municipais de educação. Na prática, o cristianismo será o tema dessas aulas. Além disso, diversidade religiosa já é um tema tratado na filosofia e sociologia. Não existe razão para a existência dessa disciplina além de transformar a escola num espaço de disseminação da fé cristã.
Assim, a escola, o local onde todas e todos julgam ser o lugar do conhecimento e do ensino, segue sendo o lugar onde se produz e reproduz violência. Onde a religião é imposta como ciência, onde a mesma moral religiosa que reforça o lugar da mulher na família tradicional e a faz arcar com a maior parte do trabalho doméstico e de cuidados regula a vestimenta das mulheres para que sigam temendo os homens e se culpando pela violência que sofrem. A volta do ensino religioso como disciplina reforçará ainda mais a lógica patriarcal que impõe às mulheres a dupla e tripla jornada de trabalho e culpabiliza meninas pelo assédio que sofrem cotidianamente. Qual a razão da proibição do debate de gênero e diversidade sexual e a obrigatoriedade do ensino religioso se não reforçar o papel da mulher na família tradicional cristã? Assim, seguiremos com altas jornadas de trabalho nas escolas e com as mesmas responsabilidades dentro de casa, formando outras mulheres na escola, através da religião, para que sigam esse caminho e assim sustentemos a superexploração da fora de trabalho feminina, cada vez mais precarizada pelo capitalismo. A história já demostrou que sem o trabalho não pago executado pelas mulheres no âmbito doméstico o sistema capitalista e patriarcal não se sustenta. Mas visamos: resistiremos!!
*Cíntia Barenho é professora de Ecologia e Educação Ambiental; Vanessa Gil é professora de Sociologia. Ambas são militantes da Marcha Mundial das Mulheres no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Nota de repúdio e indignação pela votação da retirada da expressão “perspectiva de gênero”


 
Marcha Mundial das Mulheres vem a público manifestar seu repúdio e indignação pela votação da retirada da expressão “perspectiva de gênero” como uma das atribuições do recém-criado Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos em votação realizada no dia 18/02 sobre o texto base da Medida Provisória 696/15 no Plenário da Câmara dos Deputados.
A criação da SPM em 2003 respondia justamente à demanda de que o Estado brasileiro finalmente reconhecesse seu papel no enfrentamento às desigualdades entre homens e mulheres na sociedade, no sentido de alterá-las. 
A emenda apresentada pelo deputado Roberto Alves (PRB-SP), esvazia os objetivos centrais da Secretaria no que se refere à promoção da igualdade entre homens e mulheres e ao combate a todas as formas de violência, discriminações e preconceitos.
Esse posicionamento expressa a misoginia e o machismo que emana do Congresso brasileiro e que precisa ser combatido pela sociedade.
O papel do Legislativo deve ser justamente de propor políticas que promovam a igualdade na sociedade e que combatam a violência e o racismo e os preconceitos. Estes setores estão aproveitando o momento de crise para penalizar a classe trabalhadora em especial a retirada de direitos das mulheres.
Exigimos que o executivo, ao contrário, reforce a perspectiva de gênero em todos os programas e ministérios como já aprovado nas 3 Conferências Nacionais de Políticas para as Mulheres realizadas no país e referendadas nos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres.

Em Marcha até que todas sejamos livres!
Marcha Mundial das Mulheres
Fevereiro de 2016.

MEC Minist. da Educação e Secretarias Educação dos Municípios Brasileiros: Que seja retirado a proibição do uso de short




Milhares de meninas estão sendo "coagidas", "ameaçadas", "retiradas das salas de aula", "vulgarizadas", "caluniadas" entre outras agressões psicológicas devido ao uso de shorts nas escolas.

Muitas destas já se juntaram e fazem manifestações, a grande maioria apoia elas mas nada será o bastante enquanto não fizermos uma petição de comoção nacional. Porque as pernas das meninas estão sendo sexualizadas? Pernas não são órgãos sexuais e muito menos meninas precisam escondê-las.

Hoje minha filha e outras meninas foram "coagidas" e "ameaçadas" na escola, onde foram "retiradas" da primeira aula, sendo impedidas de assistir a mesma. 
É lamentável ainda haver machismo primitivo perante "educadores". Mais lamentável ainda colocar a vestimenta de uma pessoa em primeiro lugar do que a educação e vulgarizando...
E se não bastasse ainda, foi dito que se elas forem de short amanhã fará prova na Biblioteca (como se fosse um castigo a prova e não um meio de aprendizagem e avaliação não só do aluno, como do Educador e até mesmo Escola).Sexualizam pernas de meninas como se fosse órgão sexual, claro que é só nas pernas das meninas!!! 

Seria bom que ao iniciar o ano já tivesse uniforme para todos os alunos, mas não é bem assim que acontece. Sabemos da dificuldades do Município e as nossas como pais também.

Mas eu não vou mandar minha filha com calças para escola e bermuda comprida. Porque ela não tem que se envergonhar das pernas não, nem ela e nem outra menina ou mulher. 
Na verdade é uma peça feminina utilizada no verão.

Minha filha vai com roupas que ela tem em casa e apropriada com o clima, além da única blusa do uniforme que tem devido a crescer muito e deixar de servir rápido, quando chegar o uniforme ela usará como sempre a blusa e o short até o mesmo servir. Mas agora ela vai com o que ela tem.

Short com dois palmos acima do joelho já está de bom tamanho. 

Como nas foto acima, isso é algo indecente????

Mães e alunas vamos parar e refletir sobre isso, pois estamos oprimindo nossas filhas, que já não gostam muito de ir na escola e ainda por cima sofrem ameças por puro machismo!!!

Veja estes dois links que debatem melhor o assunto para ajudar na sua reflexão:


http://revistacult.uol.com.br/home/2015/09/educacao-para-o-machismo/

http://oglobo.globo.com/sociedade/alunas-de-escola-particular-do-rio-se-manifestam-pelo-direito-de-u.....

https://www.change.org/p/col%C3%A9gio-anchieta-vai-ter-shortinho-sim?tk=7hohCgiEISwCvt2SFWarWJUX_YiiEerrEqwAIJipt8I&utm_medium=email&utm_source=signature_receipt&utm_campaign=new_signature


Assine aqui:

https://secure.avaaz.org/po/petition/MEC_Minist_da_Educacao_e_Secretarias_Educacao_dos_Municipios_Brasileiros_Que_seja_retirado_a_proibicao_do_uso_de_shorts_/?tvfVNbb

Enviado pela Avaaz em nome da petição de Drucila

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Polícia fará despejo de Guarani Kaiowá na segunda-feira, denuncia o CIMI

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Ao menos 23 famílias Guarani Kaiowá do tekoha Tajasu Iguá, em Douradina (MS), estão ameaçadas de serem despejadas na próxima segunda-feira, 22. Uma decisão judicial da 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados (MS) concedeu reintegração de posse à empresa Agropecuária Helena Hossri, que reivindica a área das fazendas Coqueiro e Santa Helena, incidentes sobre a terra indígena. Os Kaiowá afirmam que não irão cumprir a ordem e resistirão à ação policial.
A reportagem foi publicada por Conselho Indigenista Missionário – CIMI. Conforme os autos do processo, na decisão, o juiz requisitou ao governador do Mato Grosso do Sul o efetivo da Polícia Militar, “para que, em conjunto com a Delegacia de Polícia Federal local – ou mesmo sem esta, se recursar-se a fazê-lo – dê cumprimento à decisão”.
Retomada
Em julho de 2015, um grupo de famílias Kaiowá retomaram 75 hectares do tekoha Tajasu Iguá. Após a ocupação, os indígenas sofreram um ataque violento de pistoleiros, mas conseguiram permanecer na área.
A área retomada é parte da terra indígena Lagoa Rica/Panambi, já identificada, delimitada e reconhecida pelo estado brasileiro em 2011. Após a publicação do relatório, a demarcação ficou suspensa por três anos, em função de uma disputa judicial instaurada pelo Sindicato Rural de Itaporã.
Em 2014, o Tribunal Regional Federal, 3ª Região (TRF-3) determinou que os procedimentos demarcatórios deveriam ser retomados, cancelando a suspensão. Totalizando 12,1 mil hectares, a homologação, contudo, nunca foi concluída, e os indígenas ocupam menos de 350 hectares da área total.
Tajasu Iguá é o terceiro acampamento em Lagoa Rica/Panambi. Em 2008, duas outras retomadas foram realizadas: Guyra Kambi’y – atacado por pistoleiros em setembro e 2015 – e Itay. Ambas permanecem no local.
Leia reportagem completa: www.cimi.org.br

sábado, 13 de fevereiro de 2016

NOTA DE DENUNCIA POR VIOLENCIA SEXISTA OCORRIDA EM RIO GRANDE/RS



As Feministas da Marcha Mundial das Mulheres e dos Movimentos Populares e Sociais que assinam esta nota, querem manifestar seu apoio a jovem, e sua familia, da cidade de Rio Grande/RS que sofreu violência sexista por parte de seu namorado no sábado/domingo de Carnaval.

Conforme noticiado pela imprensa regional, o namorado a dopou e introduziu em sua boca e vagina, sem seu conhecimento ou autorização, medicamentos que induzem o aborto. Sabemos por relatos de amigas da jovem que ela já tinha manifestado o desejo de levar a gravidez a termo, o que por si só a nós já basta para caracterizar os atos deste homem como criminosos e como violência sexista.

Violencia por que temos uma invasão no corpo e no desejo de uma jovem adulta que tem o direito de decidir de forma independente, sem a intervenção direta de seu companheiro, namorado ou marido, consideramos que ela teve seus os direitos sexuais e reprodutivos violados.

Solicitamos que este homem, que a imprensa qualifica como universitário, também seja enquadrado na Lei Maria da Penha, por estupro e tentativa de feminicidio. Estupro, por ter manipulado seu corpo e sua vagina de forma não consentida quando ela estava desacordada de acordo com o Artigo 213 do Código Penal com reclusão de 6 a 10 anos; tentativa de homicídio com a qualificadora do feminicídio de acordo com o Artigo 121 parágrafo 2º Inciso VI, por ter ministrado medicamentos e drogas que poderiam te-la levado a óbito, por ter problemas cardiacos. Enquadramento na Lei Maria da Penha para que ela e sua familia tenham acesso a todas as medidas protetivas que possam se fazer necessárias devido ao relacionamento afetivo, de evidente desigualdade de gênero e pela dimensão da violencia sofrida. Apesar de não termos uma tipificação legal específica para “tentativa” de aborto sem consentimento autônomo da mulher, temos a pena de aborto quando ocorrido sem o consentimento da gestante, tipificado no Código Penal em seu artigo 125, com reclusão de 3 a 10 anos, visto que o aborto não ocorreu por circunstâncias alheias a vontade do agressor, e além disso, ainda não sabemos de possíveis sequelas no feto ou na vítima, em decorrência da introdução de medicamentos diretamente na vagina da vítima. Em fatos graves como este, sabemos que se faz necessária a ação do movimento feminista e de todos os movimentos sociais, que nos apoiam, para que este crime seja investigado, julgado e o criminoso sofra a ação legal cabível sem que a jovem seja exposta a revitimização que a violencia sexista e nossa cultura machista expõem todas as mulheres.

Saudamos a prisão do criminoso e pedimos que ele seja tratado com todo o rigor da lei, que não sejam admitidos atenuantes de conduta moral ou social, pois não estamos diante de um doente ou de um simples infrator, mas sim, de um criminoso machista autorizado por uma sociedade patriarcal que ainda trata as mulheres como “propriedade”, “seres inferiores que precisam ser tuteladas pelos privilegiados”.

Esclarecemos a todas e todos que a luta pelo direito ao aborto livre e seguro continua sendo uma das mais importantes para o movimento feminista e que não aceitaremos que estes caso de violência seja usado contra nós ou nossas reivindicações legítimas.

Reiteramos que, para o feminismo, o crime não é o fato de o aborto ser ilegal no Brasil, mas a ação violenta de um homem sobre uma mulher, que ele considerava “sua” propriedade e que, por este motivo, poderia decidir unilateralmente pelo aborto.

Nossas reivindicações continuarão sendo:
Educação Sexual para escolher;
Acesso aos métodos contraceptivos para prevenir;
Aborto Legal e Seguro para não morrer!

SEGUIREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES
LIVRES da violencia sexista
LIVRES para escolher quando, como e onde teremos nossos filhos
LIVRES …

Quem quiser saber mais sobre o ocorrido, links com a noticia na imprensa local

Assinam esta nota:
Marcha Mundial das Mulheres
Coletivo Feminino Plural
Rede Feminista de Saúde/RS
Secretaria de Mulheres do PT/RS
Deputada Estadual Stela Farias - PT/RS
UEE – Livre/RS
CLADEM – Comitê Latino Americano e do Caribe em Defesa dos Direitos das Mulheres
Coordenadora da Coordenadoria de Politicas Públicas para Mulheres de Rio Grande/RS – Maria de Lourdes Lose
Associação Ilê Mulher
Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do RS
Rede de Economia Solidária e Feminista – RESF
Secretaria de Juventude do PT de Porto Alegre/RS
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre/RS
Mulheres do PSOL
Intersindical Central 
Coletivo Rosas de Março 
Vereadora Fernanda Melchionna -  PSOL 
Juntas/RS
Mulheres da Insurgência/RS