domingo, 2 de novembro de 2008
Relato da reunião internacional da MMM, na Galícia
NÓS ESTAREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!
Mara Feltes participou do Encontro Internacional da MMM pela Secretaria Nacional de Mulheres Trabalhadora da CUT, SNMT CUT, substituindo a companheira Rosane Silva. Mara relata que o encontro reuniu 136 delegadas de mais de 48 países e foi repleto de muito trabalho, vigor e emoção também. Conta que na manifestação de rua, cerca de 10 mil mulheres oriundas dos cinco continentes marcharam pelas ruas de Vigo, na Galiza, Espanha, numa manifestação em que as principais palavras de ordem exigiam o fim da violência contra as mulheres.
O encontro na Galícia foi o último antes da ação de 2010, por isso ele é fundamental para a preparação da caminhada. Foi feita discussão sobre as alianças em nível internacional além de reflexões sobre as prioridades em cada campo de ação da Marcha.
Foram discutidos temas como da prostituição e do aborto, ambos dentro do eixo da violência, que apresentaram algumas polêmicas. Pra nós da Marcha é fundamental discutirmos a prostituição, mas acima de tudo localizá-la como um dos pilares que sustentam a opressão das mulheres e sair do marco da discussão da legalização ou não.
Sobre a ação, a reflexão apontou que as publicações devem estar na positiva, assim como a carta de 2005 que apontou que mundo nós queremos.
É nosso desafio criar uma comunicação visual, elaborar palavras de ordem que digam que as mudanças têm que ser imediatas.
A ação deve ser um amplo processo de educação popular, aprofundar nossas relações de aliança, formar para dentro da Marcha e para fora.
"Nenhuma agressão sem resposta, nenhum agressor sem castigo"
"Estamos fartas de ser agredidas"
"Tolerância zero com as atitudes machistas"
Estas foram algumas das palavras de ordem que as mulheres iam gritando ao longo da marcha, que foi ainda acompanhada de gaitas de foles e bumbos.
É bandeira de lutas da Marcha Internacional ainda o apelo à paz e à desmilitarização, a exigência da soberania alimentar e energética para os povos de todo o mundo, a defesa do aborto legal, livre e gratuito, a luta contra a pobreza e a igualdade de oportunidades e de salários no mundo do trabalho.
"Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres e
mudar a vida das mulheres para mudar o mundo"
Mara conta ainda que antes da marcha pelas ruas da cidade de Vigo, as mulheres galegas organizaram na Praza do Rei uma mística, onde formaram um grande círculo com socas (as socas, muito usadas por mulheres na lavoura) para simbolizar que são elas que fazem o próprio caminho e elas que lutam pela igualdade de direitos e de oportunidades. Já as delegadas que chegaram de outros países depositaram pedras (que levaram de seus países) representando a contribuição que cada uma de nós pode dar na construção de um mundo mais justo, mais igual, menos machista.
Na mesma praça, um grande cartaz dava boas-vindas às mulheres em várias línguas com a frase: "Diferentes sim, desiguais não".
Leia mais:
http://www.iscagz.org/mulheres-em-marcha-ate-que-todas-sejamos-livres/
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=8793&Itemid=28
Entre 8 de março e 17 de outubro de 2010 realizaremos muitas ações como por exemplo, afirmando os direitos das trabalhadoras domésticas, das camponesas ou rechaçando a promoção da indústria da prostituição na Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul. (veja em anexo mais detalhes)
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