sábado, 20 de março de 2010

Mulher da roça


por Isaura Conte

Por anos, sei fui sombra
Ou do pai, ou do marido
Nem profissão eu tinha
Nem nome reconhecido

As lidas da roça e da casa
Labutas do dia-a-dia
Cuidar dos filhos e idosos
Pra tudo isso eu servia

Me ensinaram a ser boazinha,
Jamais contestar, desobedecer
Chorar a sós pelos cantos
Sem dizer que eu estava a sofrer

Tinha que ser servil,
Mesmo sendo mal tratada
Agradar aos pais e sogros
Fingindo que era amada

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