A cada 15 segundos uma mulher é
agredida no Brasil, segundo dados da Fundação Perseu Abramo sobre a
violência doméstica. No início de novembro de 2013, o Anuário
Brasileiro de Segurança Pública, organizado pela ONG Fórum
Brasileiro de Segurança Pública1,
revelou que o número de estupros no país supera o número de
homicídios hediondos.
As denúncias de violência doméstica
foram, em 2012, 18% maiores do que no ano anterior. A desigualdade
entre homens e mulheres é muito forte em nossa sociedade, e a
violência que a mulher sofre simplesmente por ser mulher, seja no
âmbito doméstico familiar ou nos espaços públicos, seja no
trabalho, na universidade, nas redes sociais, é fruto do machismo,
do patriarcado e do sexismo. Se fizermos o recorte de raça,
perceberemos a dupla discriminação e violência sofrida pelas
mulheres negras a relação entre racismo e sexismo. Segundo a OIT2,
uma em cada quatro jovens negras no brasil com idade entre 15 e 24
anos não estuda ou não trabalha no mercado formal. Ou seja, 25,3%
das pessoas nessa faixa da população. Além disso, cotidianamente
recebemos denúncias sobre a violência com mulheres lésbicas que
vão desde o estupro corretivo à violência doméstica e
discriminação no local de trabalho.
O combate à violência doméstica e
sexual não se encerra com o marco jurídico da Lei Maria da Penha.
Cabe ao Estado criar políticas públicas de enfrentamento à
violência contra a mulher. Promover a autonomia econômica das
mulheres, garantir escolas de educação não-sexista, acesso aos
órgãos de proteção às mulheres do campo, da floresta e da
cidade, ampliando os direitos das mulheres e rompendo com a divisão
sexual do trabalho.
Mesmo que tais formas de agressão não
sejam contabilizadas nas estatísticas acima, o conceito de violência
contra a mulher é, mais abrangente. Está diretamente relacionado
com o sistema capitalista, machista e patriarcal que vivemos, que
explora o trabalho, o corpo e a vida das mulheres. É contra esse
sistema que também devemos denunciar e lutar, para que de fato
consigamos viver num mundo sem violência contra as mulheres, um
mundo de igualdade.
O 25 de novembro, Dia Latino Americano
e Caribenho de Luta e Combate à Violência Contra a Mulher, tem sua
origem no I Encontro Feminista, celebrado em 1981. Essa data foi
escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Minerva, Patria e
Maria), da República Dominicana, que, em 1960, foram brutalmente
assassinadas pela ditadura de Trujillo.
Nós militantes feministas da Marcha
Mundial das Mulheres estaremos nas ruas resgatando o 25 de novembro
como dia de luta das mulheres!!
Seguiremos em Marcha Até que todas
Sejamos Livres!!!!!!
*Janaina Santos é militante da Marcha Mundial das Mulheres
1Disponível
em:
http://www2.forumseguranca.org.br/novo/produtos/anuario-brasileiro-de-seguranca-publica/7a-edicao.
Acesso em 25/11/2013
2Disponível
em: http://www.oitbrasil.org.br/node/880. Acesso em 25/11/2013
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