30 de maio de 2020
Marchantes do RS,
O ano de 2020: o
ano da nossa 5ª Ação Internacional; 20 anos da Marcha Mundial das Mulheres, e seria marcado no Brasil, pela
Ação em Natal/RN. Porém nossa Ação presencial foi suspensa até que
possamos retomar a mobilização e atividades nas formas que resguardem a
segurança de todas. Desde seu surgimento nos anos 2000, as ações internacionais
ocorrem a cada 5 anos, são um marco na construção deste movimento que nos
conecta, desde as ações locais, ao posicionamento político global do feminismo
da Marcha Mundial das Mulheres.
Como todas sabem
estamos vivendo uma pandemia, uma crise sanitária e capitalista que atinge a
toda população mundial, o que nos impediu de fazer presença nas ruas após o 8
de março em muitos dos países onde estamos organizadas. Com isto, nos vimos
obrigadas a adiar nossas atividades previstas para o final deste mês de maio,
além de remanejarmos todo nosso calendário programado coletivamente, para ações
virtuais como foi o 30 de março e o 24 de abril.
Aqui no Brasil,
entre irresponsabilidades, perversidades e decisões políticas criminosas do governo, junto com
manifestações genocidas e com forte apelo eugenista do Presidente Bolsonaro,
seguimos em diálogo com nossas alianças históricas, o que nos coloca o desafio
de estar com presença nas redes sociais denunciando este governo de morte que
coloca o lucro, o sistema financeiro e a posição das elites acima das vidas
humanas. Mesmo cientes de não poder realizar nos moldes e datas anteriormente
planejadas, queremos manter, para o dia 30 de maio, uma ação nacional, chamando
o Fora Bolsonaro e todo o seu governo golpista.
DIA NACIONAL FORA BOLSONARO - 30 de
maio
Proposta: fazer do dia 30
uma dia de lutas Fora Bolsonaro com dois focos - Para além da ação nos meios
digitais, em alguns municípios estamos comprometidas em ações de solidariedade,
que garantam a vida das pessoas, com foco na solidariedade entre mulheres;
(1) ação de solidariedade nas
comunidades - na parte da manhã- com a distribuição de alimentos e/ou materiais de
higiene e máscaras, assim como podermos dialogar com as mulheres nestas
atividades. Neste diálogo, dependendo da ação local (dependendo da articulação
do núcleo), pode ser uma conversa sobre a violência, ou economia feminista, ou
simplesmente como se auto organizar para resistir e enfrentar esta crise.
(2) atividades virtuais (debates e
apresentações artísticas) - Será uma live às 15h, ainda com
formato e horário em construção.
Em breve enviaremos
um card com estas informações fechadas.
Mas para isto também é importante que
as cidades (núcleos) que já tem ações de solidariedade em curso, que possam nos
enviar o que farão (sugestão que seja na parte da manhã) e que façam registros
com imagens e vídeos das atividades.
Também é importante
um vídeo curto contando com está ocorrendo estas ações de solidariedade e
resistência.
Não precisamos
reforçar que todas devem usar máscaras
durante as intervenções e manterem o distanciamento entre as pessoas, assim
como o uso de álcool gel e desinfecção dos produtos distribuídos, ter
como foco o incentivo ao cuidado, preservar a vida das mulheres com quem
estamos interagindo e que muito provavelmente estão responsáveis pelas
crianças, idosos e doentes nas casas.
Temos já algumas ações confirmadas
que são regulares:
- Em Porto Alegre,
na Ocupação Baronesa e Ocupação Zumbi dos Palmares.
- Em Farroupilha,
as marchantes em parceria com a Associação cultural e o Crass da serra, estão
produzindo sabão em barra para doações na região bem como recolhimento de alimento
e roupas. No sabão elas embalam com um papel onde tem informações sobre
violência doméstica e números para ligar aos serviços local. Elas estão fazendo
máscaras caseiras e irão confeccionar uma cartilha sobre como acessar os
serviços de saúde e o SUS. Elas vão entregar um kit com o sabão, máscaras e
cartilhas.
- Em Alvorada, as
marchantes em parceria com outras mulheres organizaram o coletivo É as guria!
como rede de apoio a mães solo em maio a pandemia.
- Em Bagé, as marchantes
estão numa campanha de mulheres para mulheres, com prioridade para as que estão
em vulnerabilidade social, carentes, ajudando com alimentação, calçados,
alimentos, cobertores, ajudando no preenchimento do cadastro da renda
emergencial e ajudando as que estão em situação de violência a sair de casa ou
registro da ocorrência e medidas protetivas.
- Em São Leopoldo,
as marchantes do núcleo Rosas e Margaridas junto das mulheres da Ocupação
Feminista, estão recolhendo alimentos e roupas para doação. A Ocupação
Feminista tem sido um ponto de referência para ação. Também estão organizando
um festival cultural Viva Nos Queremos com protagonismo das mulheres artistas e
trabalhadoras independentes da cidade para divulgar seus trabalhos.
Aproveitamos para
informar que as publicações de textos para a Jornada de Formação Feminista
sobre eco-feminismo será suspensa brevemente para foco total na ação do dia 30.
Neste momento, reafirmamos:
Resistimos para viver, marchamos para transformar!
Resistimos para viver, marchamos para transformar!
Coordenação
Executiva da MMM/RS.
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