Raul Pont, um aliado das lutas das mulheres
Ao escrever, em sua Pagu, que "nem toda feiticeira é corcunda", Rita Lee lançou um apelo implícito: por favor, não nos generalizem pela simples condição feminina. Muito antes da cantora e compositora brasileira, a filósosa francesa Simone de Beauvoir concluía: "não se nasce mulher, torna-se mulher".
Com a ascensão do movimento feminista, uma nova palavra de ordem incorporou-se à luta pela igualdade: "não basta ser mulher". Era um posicionamento demarcador do propalado "feminismo da diferença" e que entendia o movimento feminista não como contrário aos homens, mas como um apelo para que homens e mulheres caminhassem lado a lado, construindo a igualdade de condições e oportunidades.
Esse chamado vem conquistando homens e mulheres através dos séculos, contabilizando incontáveis avanços das mulheres nas mais diferentes esferas de atuação. Nós, que fazemos parte dessa história, reconhecemos no deputado estadual Raul Pont um aliado da nossa luta.
Raul Pont, um militante dos direitos humanos e das liberdades políticas, ainda estudante universitário enfrentou a ditadura militar. Foi preso e torturado e conhece muito bem as marcas que a violência deixa e que o tempo não apaga.
Enquanto parlamentar e prefeito esteve sempre atento às reivindicações dos movimentos de mulheres, presente em nossos atos e defendendo a eqüidade de participação das mulheres nas mais diversas esferas. Os avanços das políticas públicas para as mulheres em Porto Alegre passaram por sua administração. A busca de mais recursos no orçamento do Estado, conta com sua voz na defesa permanente.
Ao contrário de Raul Pont, a deputada Zilá, do PSDB, votou contra emendas importantes que ampliavam recursos para as mulheres no orçamento público. Além disso, sua figura é ausente nas atividades e debates promovidos pelos movimentos de mulheres.
Assim, não podemos aceitar caladas à tentativa de vitimização da parlamentar. Que a deputada se sinta agredida pelo gesto de baixar o microfone quando a sessão estava interrompida é um sentimento seu – pessoal. Não é - e nem seria em hipótese alguma - uma agressão "a todas mulheres gaúchas" como, de maneira pretensiosa, declarou Zilá. Ela está muito longe de representar todas as mulheres gaúchas. Ela não representa sequer todas as parlamentares do Legislativo Gaúcho.
Na defesa da história militante de Raul Pont.
No reconhecimento à sua presença na luta das mulheres.
Na convicção de que a verdade é revolucionária.
Repudiamos todas as tentativas de transformar o deputado Raul Pont no desvio de foco da CPI.
Porque a calúnia pode ser uma violência maior. Ela não fere a carne, mas atinge a honra.
Assinaram a nota mais de 150 mulheres de diferentes partes do Estado, feministas, professoras, pscólocas, médicas, estudantes, advogadas, pedagogas, sindicalistas, jornalistas, funcionárias Públicas.
O que ocorreu com Zilá é o que vem ocorrendo com muitas, e muitas mulheres e homens capitalistas: a alienação, que do ponto de vista econômico-social, é a perda da consciência de si. Pena que a sua consciência passou a ser de um grupo que esmagada e deixa incompleta esta mulher. Eu diria a Zilá: "Não te tornaste mulher, tornaste-te coisa".
ResponderExcluirMilene (MMM/RS)