por Cíntia Barenho
Em tempo hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional de Combate À Violência contra a Mulher. Nós do CEA também estamos engajados nessa luta, uma vez que um mundo ecologicamente sustentável, passa necessariamente pela equidade de gênero, equidade entre mulheres e homens.
Combater a violência contra a mulher é luta cotidiana das mulheres e de alguns homens ( e espera-se cada vez mais) e não se restringe apenas a violência física, psicológica, patrimonial entre outras. Existe também a violência institucional e a violência política (Leia mais aqui). Como será que a ecopolítica vem sendo construída nos espaços do movimento ecológico, de sua entidade ambientalista? Homens e Mulheres tem os mesmos espaços de poder? Ou ainda são os homens que estão a frente dos processos? São eles os que palestram? São os homens que coordenam as reuniões? São as mulheres que secretariam as reuniões? Enfim, são questões importantes que muitas vezes se “diluem” nos processos, reforçando um papel diferenciado entre homens e mulheres, nos quais são as mulheres que tem seus papeis inferiorizados, menosprezados.
A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída através da atribuição de distintos papéis, que a sociedade espera ver cumpridos pelas diferentes categorias de sexo. A sociedade delimita, com bastante precisão, os campos em que pode operar a mulher, da mesma forma como escolhe os terrenos em que pode atuar o homem. (SAFFIOTI, Heleieth. O poder do macho)
Nós mulheres e homens ecologistas, assim como não toleramos a degradação da natureza, também não podemos ser complacentes ao inúmeros processos de opressão que as mulheres sofrem diariamente. A opressão da natureza, a opressão das mulheres (e de uma série de minorias que são na verdade maiorias) é um dos meios do modelo capitalista neoliberal se sustentar, se reproduzir. Assim o capitalismo encontra base material na superexploração da mulher no mundo do trabalho produtivo e reprodutivo. Frente a natureza, trata dos seus elementos, como meros recursos naturais, recursos feitos para exploração massiva afim de alguns acumularem capital.
Assim buscamos o entendimento e a retomada da ideia de que nós seres humanos, somos parte integrante e interdependente da natureza, e portanto, não somos seres superiores a esta ou ainda imbuídos do poder de explorar e controlar ilimitadamente a natureza apesar da mesma ser limitada. E ainda, buscamos desconstruir a ideia de desigualdade entre homens e mulheres atribuida meramente à cultura ou a à biologia. A desigualdade histórica entre homens e mulheres é uma construção de relações sociais e ideológicas (solidificadas na alienação), nas quais precisamos romper.
Sendo assim, a luta ecológica também é uma luta feminista e anti-sexista!
Saiba mais sobre Feminismo no blog da MMM-RS e acompanhe a mais sobre a blogagem coletiva pelo #FimdaViolênciacontraMulher
http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/2011/11/25/ecologia-se-constroi-num-mundo-sem-violencia-contra-a-mulher/
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