Encontro Internacional da MMM: 3º dia - Reformas necessárias! *
A MMM é um movimento cuja sua elaboração é parte de seu aprendizado e luta cotidiana. As mudanças em seu estatuto são necessárias na medida em que a luta exige nova reformulação. Está em constante transformação, não é um movimento estagnado.
Por isso, o 8º Encontro Internacional da Marcha tem em sua pauta também a Reforma de seu Estatuto. O estatuto da MMM foi aprovado em 2003, e sofreu sua primeira reformulação três anos depois no seu 6º Encontro Internacional realizado em Lima/Perú.
Nos últimos anos, passamos a existir de forma organizada e concreta em muitos países (Palestina, Coréia, Japão, Tunisia, Saarah Ocidental, Paraguai...), por isso, passados outros cinco anos, sentiu-se necessidade de novas alterações.
Incluiu-se no estatuto que a MMM é um movimento feminista, anticapitalista e anti-patriarcal, como já dizíamos há muito tempo no Brasil. Se reformulou a redação de muitos artigos, atualizando-os e deixando-os mais nítidos.
Destacamos a forma democrática de conduzir o processo de votação, onde as decisões são tomadas buscando o consenso. Sendo este impossível, cada coordenação nacional tem direito a um voto. Para ser aprovada, a proposta deve receber o apoio de pelo menos 2/3 das coordenações presentes no Encontro.
Importante ressaltar que através da Reforma do Estatuto se possibilitou um profundo debate político sobre a identidade da MMM, seus objetivos, valores e princípios.
Filipinas
O movimento feminista é particularmente importe para mudar o mundo e a vida das mulheres. Através de uma peça teatral, onde as protagonistas eram as próprias feministas da MMM nos contaram um pouco da história e do movimento feminista filipino.
Durante todo o período em que Filipinas esteve dominada pelos colonizadores, espanhóis, americanos e japoneses, as mulheres se fizeram presentes na luta de resistência à colonização do povo filipino. Conquistaram sua independência apenas na década de 70. Vitória esta construída pelas muitas mãos de mulheres e homens lutadores que deram suas vidas em nome da independência e da liberdade de seu povo.
Hoje o feminismo segue sua luta pelas transformações do país, do mundo e da vida das mulheres. As batalhas de ontem contra o império capitalista e patriarcal seguem materializadas nas lutas de hoje por uma vida de igualdade e contra a prostituição e mercantilização do corpo das mulheres, pela paz e contra a militarização, pela soberania alimentar e contra o agronegócio que se implanta no país.
De noite, nos presentearam com um belo jantar, regado a muita música e diversão.
Viva o povo filipino! Viva as mulheres e o feminismo filipino! Viva a Marcha Mundial das Mulheres!
* Conceição Dantas e Raquel Duarte - ambas militantes da Marcha Mundial das Munlheres
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Encontro Internacional da MMM: 2º dia - Desafios, objetivos e estratégias comuns!
Hoje, dia 22 de novembro, o encontro da marcha priorizou a discussão de desafios, estratégias e ações até 2015.
O dia foi intercalado com animações dos diversos países presentes, com destaque para as companheiras Africanas que conseguem transmitir nossas lutas através das suas canções. Também marcaram nosso dia as denúncias do perigo do capital ao redor do mundo, e socialização de lutas.
Através de divisão de grupos por idiomas conseguimos visualizar, como desejamos a marcha em 2015; quais seus desafios;estratégias e ações concretas. A MMM do Brasil se reuniu com o idioma castelhano, junto com outros nove países: Chile, Uruguai, Moçambique, Galícia, Portugal, Saarah Ocidental, Cuba e Canadá.
Como resultado da junção dos três idiomas, idealizamos uma marcha forte, com existência em mais países. Queremos uma marcha que todas as mulheres sintam-se representadas no feminismo que construímos, e principalmente uma Marcha com enraizamento local como forma de fortalecer as transformações mundiais;
Desafios:
- Construir um movimento com todas as mulheres oprimidas;
- Desmistificar a palavra feminismo para que todas se sintam construtoras do nosso movimento;
- Inter-relacionar os campos de ação (Paz e desmilitarização, Autonomia econômica das mulheres, violência contra as mulheres, bens comuns e serviços públicos ) capaz de construir lutas e ganhos concretos na vida das mulheres.
Estratégias:
Aliança com os movimentos sociais anticapitalista e antipatriarcal, capaz de contaminar reciprocamente as bandeiras de luta;
Formação feminista e atualização dos conceitos da marcha a partir da carta das mulheres para humanidade;
Fortalecer nossa auto-organização com agendas local, nacional, regional e internacional;
Política econômica e financeira de auto-gestão da marcha.
Ação:
24 horas de ação pela paz, desde uma perspectiva feminista;
Campanha contra as transnacionais de minérios, entre outras.
Não podemos deixar de falar da comida que está sendo servida no encontro. Nossa alimentação está sendo feita por cooperativas, todas com produtos agroecológicos e sem a incorporação de produtos industrializados como corantes, glúten ou sódio. Hoje foi particularmente especial. Preparada por um grupo de mulheres sobrevivente da prostituição e da violência sexual.
O cardápio do dia foi um prato feito a base de peixe e ervas, chamado Kinunot com arroz produzido nas montanhas muito nutritivo e saboroso, acompanhado de verduras temperadas com a “vinga” da bananeira.
Alimentamo-nos de alternativas e transformações reais na vida das mulheres e na relação com a natureza.
Visibilidade: hoje apresentamos o vídeo da ação 2010 Brasileira que emocionou a todas, pela nossa coragem e organização.
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