*Por Mariana Lacerda

Em
Junho de 2013, milhares de jovens foram às ruas reivindicar serviços
básicos e expressando descontentamento com a representação parlamentar,
não se sentem representados por esse Congresso, dos 594 parlamentares
(513 deputados e 81 senadores) eleitos em 2010, 273 são empresários, 160
compõem a bancada ruralista, 66 são da bancada evangélica e apenas 91
parlamentares são considerados representantes dos/as trabalhadores/as,
da bancada sindical. Dos 594, apenas 55 são mulheres.
Hoje,
ao mesmo tempo em que temos uma mulher dirigindo o maior cargo da
republica, a Presidenta, sofremos com a ofensiva conservadora sobre
nossos corpos diariamente, basta observar o projeto do Estatuto do
Nascituro.
O
processo de mobilização de junho mexeu na conjuntura e na agenda dos
movimentos sociais. A proposta do Plebiscito vai para além de uma
simples reforma no sistema eleitoral: queremos um novo modelo de sistema
político, queremos trazer o debate das reformas estruturantes, queremos
falar do modelo que queremos (em que exista terra para todos, em que os
jovens tenham livre acesso à universidade, em que as mulheres sejam
vistas como sujeitas).
Quando
falamos em Reforma Política, falamos em democratizar o Poder.
Precisamos materializar nosso discurso no processo de construção do
Plebiscito Popular, evidenciar os setores historicamente excluídos,
precisamos exercer a paridade, garantir mecanismos de participação das
mulheres e da classe trabalhadora, como creche e o horário de términos
nas plenárias por conta dos horários do transporte coletivo.
A
nossa principal tarefa é Conscientizar, Politizar e Organizar a
população! Para isso alguns desafios estão colocados: Nós precisamos
casar o plebiscito com as lutas de 2014. Precisamos realizar um grande
processo pedagógico. Dialogar de forma simples temas complexos.
Precisamos dizer pra a Dona Maria o que essa reforma tem haver com a
vida dela. Precisamos desenvolver uma comunicação popular e fazer uso
das novas tecnologias. E desenvolver um grande um grande processo de
formação de massas.
A
nossa alternativa ao que está posto é a opção pela esquerda, porque,
para mudar o mundo, precisamos mudar a vida das mulheres, e mudar a vida
das mulheres,para mudar o Mundo.
*Mariana Lacerda é estudante de Ciências Sociais e militante da Marcha Mundial das Mulheres no Ceará.
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