Em 2016, o 1º de maio, Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, será parte da jornada de lutas contra o golpe. As mobilizações contra o golpe e a ofensiva da direita aos direitos conquistados acontecem desde o ano passado a partir da organização de movimentos, entidades, coletivos e centrais sindicais em torno da Frente Brasil Popular.
No dia 17 de abril, milhares de pessoas assistiram a votação da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma na câmara dos deputados e, a cada voto “sim”, viram os interesses pessoais e privados de cada deputado federal sendo colocados acima da vontade do povo.
Este 1º de Maio acontecerá poucos dias antes da votação no Senado, e a presença nas ruas contra esse impeachment e contra o conservadorismo é fundamental. Em todo o país, espera-se que os atos políticos e culturais reúnam milhares de pessoas, trabalhadoras e trabalhadores, que se posicionam contra o golpe e contra os retrocessos que a oposição tenta impor.
Na luta contra o golpe, as mulheres tem lado porque sabem que só tem legitimidade para governar quem foi eleito com voto popular. E o que está por trás deste processo de Impeachment, que é golpe, é uma agenda extremamente conservadora, que foi derrotada nas eleições de 2014.
A chamada “Ponte para o futuro”, apresentada por Michel Temer, é na verdade um caminho acelerado para o retrocesso.
Eles querem interromper o processo de valorização do salário mínimo, que é essencial para distribuir a riqueza e para a autonomia econômica das mulheres, querem ampliar de forma irrestrita a terceirização do trabalho, reduzir os programas sociais, dar e maior abertura para políticas neoliberais como acordos de livre comércio que vão na contramão da integração regional e da integração dos povos.
Essa agenda reacionária, na política, na economia e na vida, pretende ampliar a exploração do trabalho ea desigualdade, e isto caminha junto com o aumento da violência sexista, com a sobrecarga de trabalho remunerado e não remunerado das mulheres. As mulheres são maioria entre titulares do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida, programas relevantes que a direita coloca em risco. As mulheres estão em luta porque precisam conquistar ainda mais direitos, e garantir que os que estão previstos em lei sejam efetivados. É o caso dos direitos das trabalhadoras domésticas, por exemplo, e também de outros direitos sociais que precisam ser garantidos e efetivados, como o direito a creches públicas, tanto nas cidades como no meio rural.
“Nós da Marcha Mundial das Mulheres temos entendimento de que a luta contra o golpe e em defesa da democracia é uma luta prolongada, que não se encerra com o rito que vai acontecer no senado”, diz Ticiana Studart, da MMM no Ceará. E completa: “é importante que a classe trabalhadora, da qual nós mulheres somos mais da metade, organizemos o maior 1º de maio já visto nos últimos anos, justamente para dizer não apenas que estamos contra o golpe, mas também que estamos mobilizadas e mobilizados afim de defender os nossos direitos, pois sabemos como a retirada desses direitos tem impacto na vida das mulheres”.
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