Somos a
maioria, estamos em diversos lugares do nosso país com algo em comum, a
vulnerabilidade. Somos a maioria na ocupação de postos de trabalho precarizados
e a minoria dentro das universidades. Somos a maioria no sistema carcerário e a
minoria nos espaços de poder. Nossas vidas são descartáveis para um sistema que
nos coloca a margem de uma sociedade que nos oprime, vulgarizam nossos corpos,
criminalizam nossa cultura e tornam invisível a nossa história.
Já na infância
o preconceito bate em nossas portas, não nos vemos nas marcas nem na televisão.
Aprendemos a sentir vergonha do nosso cabelo, traços e cor de pele. Sabemos e
sentimos na pele as dificuldades impostas pelo racismo, um racismo que tira
nossas vidas e nossos sonhos. Entrar na universidade é um sonho inexistente
para a maioria, pois a nós, cabe trabalhar para ajudar em casa. Os rostos
virados, o semblante de medo quando andamos na rua, as drogas e a falta de
acesso nos colocam em um papel de inferioridade, que muitas vezes nós mesmos
acreditamos, e que nos impõe a não aceitação sobre nós mesmas e por não nos
enxergamos, achamos que há lugares que não são para nós.
O racismo
quando se junta com o machismo de nossa sociedade esmaga nossa dignidade. Nós
jovens, mulheres e negras precisamos passar por um processo de aceitação e de
conquista de uma liberdade individual que nunca tivemos, nesse processo a luta
coletiva é fundamental, organização de mulheres e negras fortalece a luta e nos
fortalece. É na coletividade que
podemos acreditar em nossa capacidade de ocupar espaços, de falar sem medo e de
viver rumo a um futuro que nos pertence. Para vencermos o racismo que estrutura
nossa sociedade precisamos que a branquitude reconheça seus privilégios e
participe desse processo, precisamos de políticas públicas, de uma educação
emancipadora, de visibilidade para nossa história, de conhecimento e
conscientização.
*Estela Balardin, participa do Enegrecer, movimento estudantil e é minitante feminista da MMM Caxias do Sul RS
UHUUU Linda matéria, lindos artigos escritos pelas companheiras Marchantes, pelo referenciamento ao dia da Mulher Negra e no Brasil infelizmente as mídias "jornalões" mostram as mulheres e seus corpos como produtos de consumo tentando alienar as mulheres que ainda não despertaram para o rompimento da reprodução do machismo. Então não nos calarão! mesmo na pandemia vamos ocupar as redes e jornais ou rádios comunitárias cavar os espaços falando das pautas das nossas demandas, sem tomar o espaço também das nossas companheiras negras!
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