quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Gênero e Educação, por Paula Grassi



Durante a observação do Estágio do curso de Licenciatura e História realizado numa das escolas do meu bairro, presenciei um fato específico que me provocou a refletir a questão de gênero na educação. No ciclo de palestras realizado pela escola para o Ensino Médio no estágio, o palestrante do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial insistiu aos alunos a importância de ingressar no mercado com experiência além de apresentar os diversos cursos técnicos que o Serviço disponibiliza para todos os alunos presentes.

No entanto quando indagado por uma aluna sobre a inscrição ao serviço, o palestrante indicou o procedimento e logo em seguida sustentou que na escola técnica onde trabalha não há cursos voltados para as meninas, e assim sugeriu outra escola do SENAI que oferece o curso de corte e costura.

Tal atitude demonstra o quanto o ambiente escolar desempenha um papel importante de manutenção, produção e reprodução da cultura dominante, e assim de uma cultura também sexista e discriminatória, marcada pela herança patriarcal. A escola se apropria de elementos tradicionais da construção de gênero para definir o que é ser Mulher e o que é ser Homem, produzindo uma Educação Sexista. Guacira Lopes Louro em Gênero, sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-estruturalista atenta que a escola delimita espaços através de símbolos e códigos e informa assim o “lugar” dos pequenos e dos grandes, dos meninos e das meninas (LOURO, 1997, p. 58).

No caso da resposta à aluna, o palestrante do SENAI reproduziu a concepção de dois universos distintos: o universo público masculino e o universo privado feminino. Para os homens o espaço público e de poder e para a mulher o espaço privado e do lar. A profissão de costureira, ao longo da história, se aproxima de uma função “doméstica” e assim é “destinada” para as mulheres. Logo, segundo o palestrante, a aluna está destinada a ocupar os postos de trabalhos que atendam as suas “características” femininas de fragilidade e cuidado com a casa e com os filhos.

No Caderno da Marcha Mundial das Mulheres, o capítulo referente à Educação coloca que:

Essa educação sexista, reforçada ao longo de todo o processo educacional, dentro e fora da escola, acaba por interferir diretamente nas escolas e possibilidades profissionais de homens e mulheres. Pode, se concluir, então que não é por acaso que profissões predominantes femininas são aquelas ligadas à educação e ao cuidado com a (o) próxima (o), como por exemplo, o magistério, os serviços de saúde. Essas profissões são vistas como prolongamentos de atividade doméstica e, como tais, carregam valores atribuídos como naturais às mulheres: dedicação, ternura, sacrifício... Assim, como estas características são tidas como naturais das mulheres, tais profissões predominantemente femininas são mal – remuneradas e desprestigiadas socialmente. [1]

Essa foi apenas uma situação nítida onde a escola carrega e institui o sexismo. Currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias, materiais didáticos, linguagem também carregam e produzem essa distinção do feminino e masculino.

A linguagem é o exemplo mais eficaz e persistente para observar a instituição das distinções e desigualdades de gênero. Para Louro é porque ela, a linguagem, “atravessa e constitui a maioria de nossas práticas, como porque ela nos parece, quase sempre, muito natural” (LOURO, 1997, p. 65).

Na escola o masculino plural “alunos” é usado tanto para mulheres como para homens, segundo a regra gramatical que exige masculino. Além disse a expressão homem serve para designar tanto o indivíduo do sexo masculino quanto toda a espécie humana, assim a palavra contempla homens e mulheres. Na História, a expressão homem para designar todas as pessoas é recorrente, e expressões como “o processo civilizatório do Homem” ou “o homem pré – histórico” são comuns nas aulas.

A própria construção da história revela ainda mais características sexistas, ao contar feitos históricos de homens fortes corajosos e viris. Um exemplo dessa afirmação são os slides sobre a Segunda Guerra Mundial da turma do Ensino Fundamental observados durante o período do estágio ao oferecerem apenas imagens de soldados ou políticos homens. Já quando os feitos realizados por mulheres tornam-se importantes é porque se aproximam dos feitos masculinos, como é o exemplo de Anita Garibaldi. Felizmente a participação das mulheres, negros e outros grupos esquecidos e invisíveis na história, vêm senda narrada, no entanto é comum ainda relatar o passado e o presente através de fatos realizados exclusivamente por homens.

Outro questionamento referente à temática na educação é quanto à sexualidade. Na Escola ela está presente porque faz parte dos sujeitos, e sua existência independente da intenção manifesta ou de uma disciplina de educação sexual. E a instituição escolar reproduz e produz as concepções de gênero e sexualidade que circulam na sociedade e deste modo é claro seu objetivo explícito de formar homens e mulheres heterossexuais, tornando-se homofóbica em sua grande maioria.

A discussão não se encerra. Há ainda uma série de questionamentos pertinentes e que apontam a questão de gênero como uma emergência educativa (GADOTTI, 2007, p. 44). A escola é cruzada pelos gêneros e não há como pensar a instituição escolar sem refletir as construções sociais e culturais de masculino e feminino.


[1]Caderno Marcha Mudial das Mulheres, 2008, p. 30



Paula Grassi
Pastoral da Juventude - RS
Twitter - @paulinhagpj

"Chega de Violência e Extermínio de Jovens!"
Campanha Nacional Contra e a Violência e o Extermínio de Jovens - PJ's

domingo, 27 de novembro de 2011

Ecologia se constrói num mundo sem violência contra a mulher!


por Cíntia Barenho

Em tempo hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional de Combate À Violência contra a Mulher. Nós do CEA também estamos engajados nessa luta, uma vez que um mundo ecologicamente sustentável, passa necessariamente pela equidade de gênero, equidade entre mulheres e homens.

Combater a violência contra a mulher é luta cotidiana das mulheres e de alguns homens ( e espera-se cada vez mais) e não se restringe apenas a violência física, psicológica, patrimonial entre outras. Existe também a violência institucional e a violência política (Leia mais aqui). Como será que a ecopolítica vem sendo construída nos espaços do movimento ecológico, de sua entidade ambientalista? Homens e Mulheres tem os mesmos espaços de poder? Ou ainda são os homens que estão a frente dos processos? São eles os que palestram? São os homens que coordenam as reuniões? São as mulheres que secretariam as reuniões? Enfim, são questões importantes que muitas vezes se “diluem” nos processos, reforçando um papel diferenciado entre homens e mulheres, nos quais são as mulheres que tem seus papeis inferiorizados, menosprezados.

A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída através da atribuição de distintos papéis, que a sociedade espera ver cumpridos pelas diferentes categorias de sexo. A sociedade delimita, com bastante precisão, os campos em que pode operar a mulher, da mesma forma como escolhe os terrenos em que pode atuar o homem. (SAFFIOTI, Heleieth. O poder do macho)

Nós mulheres e homens ecologistas, assim como não toleramos a degradação da natureza, também não podemos ser complacentes ao inúmeros processos de opressão que as mulheres sofrem diariamente. A opressão da natureza, a opressão das mulheres (e de uma série de minorias que são na verdade maiorias) é um dos meios do modelo capitalista neoliberal se sustentar, se reproduzir. Assim o capitalismo encontra base material na superexploração da mulher no mundo do trabalho produtivo e reprodutivo. Frente a natureza, trata dos seus elementos, como meros recursos naturais, recursos feitos para exploração massiva afim de alguns acumularem capital.

Assim buscamos o entendimento e a retomada da ideia de que nós seres humanos, somos parte integrante e interdependente da natureza, e portanto, não somos seres superiores a esta ou ainda imbuídos do poder de explorar e controlar ilimitadamente a natureza apesar da mesma ser limitada. E ainda, buscamos desconstruir a ideia de desigualdade entre homens e mulheres atribuida meramente à cultura ou a à biologia. A desigualdade histórica entre homens e mulheres é uma construção de relações sociais e ideológicas (solidificadas na alienação), nas quais precisamos romper.

Sendo assim, a luta ecológica também é uma luta feminista e anti-sexista!

Saiba mais sobre Feminismo no blog da MMM-RS e acompanhe a mais sobre a blogagem coletiva pelo #FimdaViolênciacontraMulher

http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/2011/11/25/ecologia-se-constroi-num-mundo-sem-violencia-contra-a-mulher/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Filme aborda violência contra a mulher, no sindbancarios





Exibição do filme
Amor! de João Jardim, seguido de debate sobre O Combate à Violência contra as Mulheres

ENTRADA FRANCA


Local: CineBancários (Rua General Câmara, 424, Centro – POA)


Dia: 28 de novembro às 19h

Informações: 34331204 / 05

cinebancarios@sindbancarios.org.br


Para marcar a passagem do Dia Internacional pela não Violência contra as Mulheres, o CineBancários, em parceria com a Copacabana Filmes e E o Video Levou, realiza uma sessão especial e lançamento do DVD do filme brasileiro Amor! dirigido por João Jardim, no dia 28 de novembro, às 19h.


Após a sessão, que tem entrada franca e é aberta ao público, acontece um debate reunindo especialistas sobre o tema, dentre os quais Tâmara Biolo Soares da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul e Claúdia Prates, coordenadora da Marcha Mundial de Mulheres e representante do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, o CNDM.


*Neste lançamento estarão disponíveis para venda os DVDs do filme Amor! no estande da E o Video Levou localizado no saguão da sala de cinema CineBancários.


Amor! é um filme episódico que reúne oito histórias diferentes de casos de violência, física ou psicológica, contra a mulher. O diretor João Jardim baseou seu filme em depoimentos reais, que foram reproduzidos por atores profissionais, o que torna Amor! uma curiosa experiência de exploração das diferenças entre a linguagem documental e ficcional.


A força dos depoimentos colhidos por João Jardim, diretor conhecido por dois documentários de sucesso, Janela da Alma e Pro Dia Nascer Feliz, é potencializada pelas atuações de seu elenco, formado por atores conhecidos como Lília Cabral, Júlia Lemmertz, Eduardo Moscovis e Ângelo Antônio, entre outros.


Ainda hoje um dos maiores dramas vividos pelas mulheres brasileiras, especialmente no âmbito familiar, a violência doméstica encontra no filme de João Jardim uma poderosa arma de denúncia e reflexão, que merece ser conhecido e sobretudo debatido pelo público.


Amor!. Direção de João Jardim. Brasil, 2010. Com Lília Cabral, Eduardo Moscovis, Júlia Lemmertz e Ângelo Antônio. Duração: 100 minutos. Drama. Colorido.


REALIZAÇÃO: CineBancários e Copacabana Filmes



Apoio: E o Video Levou ( www.eovideolevou.com.br / contato@eovideolevou.com.br )



.::CineBancários | Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230

Assessoria de imprensa: Daniela Távora | Fone (51) 3433-1205 / 97661474
cinebancarios@sindbancarios.org.br | cinebancarios.blogspot.com | cinebancarios.sindbancarios.org.br



9º encontro Internacional da Marcha será no BRASIL!!!*

O último dia do Encontro começou cedo. Às 6h da manhã já estávamos todas prontas esperando o transporte coletivo para nos levar até o centro de Manila,

Foto de Raquel Duarte

Chegando lá, fomos recepcionadas por centenas de mulheres que se juntaram ao ato público. O tema principal da manifestação foi pela garantia dos direitos sexuais e reprodutivos nas filipinas. As mulheres pediam pela descriminalização e legalização do aborto, por direito ao planejamento familiar, e pelo fim de toda forma de discriminação contra as mulheres.

Cerca de 500 pessoas, fecharam as ruas, e em cerca de 40 minutos de caminhada mostraram à população filipina toda a solidariedade das mulheres do mundo. Através de gritos de ordem, nossas principais bandeiras foram expandidas:

“A violência contra a mulher, não é o mundo que a gente quer”; “Se o papa fosse mulher, o aborto seria legal, seria legal e seguro...”, “Somos mulheres, feministas, anticapitalistas!, "So-so-so-Solidarité, avec les femmes, du monde entier”, entre muitas outras canções e gritos de ordem.


Fórum de debate


De tarde, o Encontro propiciou um interessante espaço de debates com a população. A atividade aconteceu na Universidade das Filipinas, e contou com duas mesas de debates.

Sob o tema de “paz, desmilitarização e erradicação da violência contra as mulheres”, a primeira mesa contou com a participação de Adèle Safi Kagarabi (MMM/República Democrática do Congo), Liza Gonzales e Virgínia Soares-Pinlac (MMM/Filipinas), Ida Zubaidah (Via Campesina/Indonésia), Khitam Khatib (União das Mulheres Palestinas).

Cada uma contou sobre a realidade de seu país e como a militarização interfere diretamente na vida das mulheres. Falaram sobre a dominação dos corpos das mulheres como território de guerra, sobre estupros em massa, contaminação da população por doenças sexuais transmissíveis.

A segunda mesa, teve o tema de “Igualdade de genro e acesso aos bens comuns” tendo como debatedoras: Gina Lyn e Mary de los Santos (Filipinas), Emilia Castro (MMM/Quebec), Judite Canha Fernandes (MMM/Portugal), Wilhelmina Trout (MMM/África do Sul).

Todas as companheiras, desde a África até a Europa, explanaram sobre a privatização dos bens comuns, especialmente agora em tempos de crise econômica, e o efeito sobre a vida das mulheres.

Ao final, todas clamaram em forma de grito de ordem: “Quando se fere uma mulher, se fere todas as mulheres!”. Demonstra a unidade do nosso movimento, e afirmação do lema: SEGUIREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRE!!!

Em tempo: O transporte público de Filipinas é particularmente curioso. Os carros japoneses utilizados no país durante a segunda guerra mundial foram adaptados e hoje se transformaram em transporte coletivo. Desde então, os tradicionais JEEPs deixaram de servir a guerra e passaram a servir a população.

*Por Conceição Dantas e Raquel Duarte- militantes da MMM/Brasil


No dia 24 de novembro, as delegadas presentes ao 8º Encontro Internacional da MMM, realizado em Quezon City, nas Filipinas, aprovaram a realização do próximo encontro internacional no Brasil, que está previsto para 2013. Além do Brasil, também o Mali apresentou candidatura para receber a reunião.
Foto de Corina Muñoz Caris

No grupo de discussão das Américas, obtivemos total apoio e incentivo à iniciativa. No diálogo com as companheiras do Mali, reforçamos que seria muito importante que o Brasil sediasse o 9º Encontro, uma vez que podemos contribuir muito com a MMM Internacional compartilhando nossa experiência de relação entre a Coordenação da MMM brasileira e o Secretariado Internacional.
Ademais, é importante para Brasil conduzir o processo de transferência do Secretariado Internacional, que ocorrerá no próximo encontro, como forma de fechar um ciclo que foi iniciado com a eleição da C.N brasileira para secretariar internacionalmente, e a indicação de Miriam Nobre como Coordenadora Internacional da MMM .
Nada mais justo, portanto, que depois de tanta dedicação da Coordenação Nacional brasileira para com o movimento internacional, que pudéssemos encerrar esse ciclo realizando o Encontro internacional que elegerá o novo Secretariado Internacional.

Jovens feministas
A inclusão das jovens feministas na construção da MMM foi um tema muito debatido neste encontro. O Brasil tem uma boa experiência para compartilhar com as companheiras dos outros países, sobretudo em relação a Batuca, que é um instrumento político utilizado pelas jovens de todo o país, como forma de mostrar sua irreverência e identidade.

Movimentos Aliados
Foto de Raquel Duarte
A conferência com os movimentos aliados foi uma demonstração de fortaleza da Marcha Mundial das Mulheres. Sete movimentos que fazem aliança com a MMM estiveram presentes no nosso Encontro, entre esses, podemos destacar a Via Campesina, Amigos da Terra, KDTM, e o Movimento das Mulheres Sindicalistas.
Entre as diversas agendas e bandeiras apresentadas para o próximo período, uma se fez presente entre todos os movimentos: a luta pelo fim da violência contra as mulheres. Essa informação nos deixou muito contentes, porque significa que nossa estratégia de convencimento para a inclusão de agendas mútuas está ocorrendo no cotidiano.
A MMM sempre dialogou com todos os movimentos sociais parceiros, afirmando que se todos deveriam assumir a luta contra a violência sobre as mulheres, assim, o movimento feminista terá mais tempo para também se dedicar as demais lutas de transformações mundiais. E nas Filipinas os movimentos aliados da MMM demonstraram que respondeu ao chamado.

O novo Comitê internacional
Foto de Joanne McDermott
Através das reuniões por região se discutiu as estratégias de ação para o próximo período. Nas Américas além de avaliação e relato das atividades realizadas, destacou-se a importância da política de formação e fortalecimento das coordenações nacionais.
Aprovamos o calendário da região para 212 elegendo as seguintes ações como prioridade: RIO + 20 e Festival das Juventudes em Fortaleza-BR; Encontro feminista que se realizará na Argentina; 24 horas de ação pela paz.
Alem das estratégias de atuação de cada região, foram eleitas as companheiras que irão compor o comitê internacional:
America: Emilia Castro (Quebec) e Sandra Morán (Guatemala), Tamara Columbie (Cuba)
Ásia: Jean Enriquez (Filipinas) e Salima Sultana (Bangladesh), Françoise Caillard (Nova Caledônia)
África: Nana Aicha Cisse (Mali) e Graça (Moçambique)
Europa: Judite Fernandes (Portugal), Yıldız Temürtürkan (Turquia). Suplente: Natasha Dokovska (Macedônia)
Mundo Árabe: Souad Mahmoud (Tunísia)

*Por Conceição Dantas e Raquel Duarte - ambas militantes da MMM/Brasil

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Encontro Internacional da MMM: 3º dia

Encontro Internacional da MMM: 3º dia - Reformas necessárias! *



A MMM é um movimento cuja sua elaboração é parte de seu aprendizado e luta cotidiana. As mudanças em seu estatuto são necessárias na medida em que a luta exige nova reformulação. Está em constante transformação, não é um movimento estagnado.
Por isso, o 8º Encontro Internacional da Marcha tem em sua pauta também a Reforma de seu Estatuto. O estatuto da MMM foi aprovado em 2003, e sofreu sua primeira reformulação três anos depois no seu 6º Encontro Internacional realizado em Lima/Perú.
Nos últimos anos, passamos a existir de forma organizada e concreta em muitos países (Palestina, Coréia, Japão, Tunisia, Saarah Ocidental, Paraguai...), por isso, passados outros cinco anos, sentiu-se necessidade de novas alterações.
Incluiu-se no estatuto que a MMM é um movimento feminista, anticapitalista e anti-patriarcal, como já dizíamos há muito tempo no Brasil. Se reformulou a redação de muitos artigos, atualizando-os e deixando-os mais nítidos.
Destacamos a forma democrática de conduzir o processo de votação, onde as decisões são tomadas buscando o consenso. Sendo este impossível, cada coordenação nacional tem direito a um voto. Para ser aprovada, a proposta deve receber o apoio de pelo menos 2/3 das coordenações presentes no Encontro.
Importante ressaltar que através da Reforma do Estatuto se possibilitou um profundo debate político sobre a identidade da MMM, seus objetivos, valores e princípios.

Filipinas

O movimento feminista é particularmente importe para mudar o mundo e a vida das mulheres. Através de uma peça teatral, onde as protagonistas eram as próprias feministas da MMM nos contaram um pouco da história e do movimento feminista filipino.
Durante todo o período em que Filipinas esteve dominada pelos colonizadores, espanhóis, americanos e japoneses, as mulheres se fizeram presentes na luta de resistência à colonização do povo filipino. Conquistaram sua independência apenas na década de 70. Vitória esta construída pelas muitas mãos de mulheres e homens lutadores que deram suas vidas em nome da independência e da liberdade de seu povo.
Hoje o feminismo segue sua luta pelas transformações do país, do mundo e da vida das mulheres. As batalhas de ontem contra o império capitalista e patriarcal seguem materializadas nas lutas de hoje por uma vida de igualdade e contra a prostituição e mercantilização do corpo das mulheres, pela paz e contra a militarização, pela soberania alimentar e contra o agronegócio que se implanta no país.
De noite, nos presentearam com um belo jantar, regado a muita música e diversão.

Viva o povo filipino! Viva as mulheres e o feminismo filipino! Viva a Marcha Mundial das Mulheres!

* Conceição Dantas e Raquel Duarte - ambas militantes da Marcha Mundial das Munlheres

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Encontro Internacional da MMM: 2º dia - Desafios, objetivos e estratégias comuns!

Hoje, dia 22 de novembro, o encontro da marcha priorizou a discussão de desafios, estratégias e ações até 2015.
O dia foi intercalado com animações dos diversos países presentes, com destaque para as companheiras Africanas que conseguem transmitir nossas lutas através das suas canções. Também marcaram nosso dia as denúncias do perigo do capital ao redor do mundo, e socialização de lutas.
Através de divisão de grupos por idiomas conseguimos visualizar, como desejamos a marcha em 2015; quais seus desafios;estratégias e ações concretas. A MMM do Brasil se reuniu com o idioma castelhano, junto com outros nove países: Chile, Uruguai, Moçambique, Galícia, Portugal, Saarah Ocidental, Cuba e Canadá.
Como resultado da junção dos três idiomas, idealizamos uma marcha forte, com existência em mais países. Queremos uma marcha que todas as mulheres sintam-se representadas no feminismo que construímos, e principalmente uma Marcha com enraizamento local como forma de fortalecer as transformações mundiais;

Desafios:
  1. Construir um movimento com todas as mulheres oprimidas;
  2. Desmistificar a palavra feminismo para que todas se sintam construtoras do nosso movimento;
  3. Inter-relacionar os campos de ação (Paz e desmilitarização, Autonomia econômica das mulheres, violência contra as mulheres, bens comuns e serviços públicos ) capaz de construir lutas e ganhos concretos na vida das mulheres.
Estratégias:
Aliança com os movimentos sociais anticapitalista e antipatriarcal, capaz de contaminar reciprocamente as bandeiras de luta;
Formação feminista e atualização dos conceitos da marcha a partir da carta das mulheres para humanidade;
Fortalecer nossa auto-organização com agendas local, nacional, regional e internacional;
Política econômica e financeira de auto-gestão da marcha.
Ação:
24 horas de ação pela paz, desde uma perspectiva feminista;
Campanha contra as transnacionais de minérios, entre outras.

Não podemos deixar de falar da comida que está sendo servida no encontro. Nossa alimentação está sendo feita por cooperativas, todas com produtos agroecológicos e sem a incorporação de produtos industrializados como corantes, glúten ou sódio. Hoje foi particularmente especial. Preparada por um grupo de mulheres sobrevivente da prostituição e da violência sexual.
O cardápio do dia foi um prato feito a base de peixe e ervas, chamado Kinunot com arroz produzido nas montanhas muito nutritivo e saboroso, acompanhado de verduras temperadas com a “vinga” da bananeira.
Alimentamo-nos de alternativas e transformações reais na vida das mulheres e na relação com a natureza.
Visibilidade: hoje apresentamos o vídeo da ação 2010 Brasileira que emocionou a todas, pela nossa coragem e organização.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Encontro internacional da MMM: 1º dia 34 países, 80 mulheres, um só ideal!



Publicada em: 21.11.2011

Fonte: MMM


Hoje, dia 21 de novembro, se deu início ao Encontro internacional da Marcha que está acontecendo em Manila, Filipinas.

Como não podia deixar ser, o Encontro começou com toda a alegria e irreverência característica da MMM em todo o país. Com uma mística
envolvendo todos os países e territórios aqui presentes, e os elementos essenciais para a nossa vida (fogo, água, terra e ar), nos
sentimos ainda mais próximas e conectadas.

Antes de iniciar a pauta do dia, fomos presenteadas com uma belíssima apresentação de um grupo contemporâneo típico das Filipinas, com
música, batuques, danças e muita alegria.

Pronto, depois de muita integração e apresentação, estávamos prontas para dar início à pauta do dia.

Iniciando a jornada, a integrante do Comitê Internacional, Miriam Nobre, contextualizou o momento em que vivemos apontando algumas
diretrizes de atuação da MMM neste contexto.

Vivemos em um momento de crise, para muitas não é uma simples crise cíclica do capitalismo, é uma crise social, histórica, civilizatória.
Para outras, as mulheres vivem essas crises há séculos.

Depois de muito debate, apareceram quatro pontos gerais que fazem parte de nossa estratégia neste momento histórico:

1- Ser um movimento enraizado nas lutas locais com relações e estratégias internacionais.

2- Articulação das lutas em pontos comum, relacionados aos quatros eixos da Ação de 2010;

3- Construir experiências democráticas de auto-organização, de forma coletiva, onde todas possam contribuir.

4- Construção de alianças capazes de fortalecer a luta feminista em todos os espaços.

O dia terminou com uma “Noite da Solidariedade” onde cada país pode compartilhar um pouco de sua cultura. Nós, do Brasil, fizemos uma
pequena amostra da irreverência de nossa Batucada, que encantou a todas.

Você que está lendo este texto, não se esqueça de levar em consideração que aqui nas Filipinas são 10 horas a mais que no Brasil,
por isso, pode haver alguma confusão nas datas das postagens.

8º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres – Filipinas, 20 a 25/11/2011

16/11/2011 por

(Adital) De 20 a 25 de novembro, mulheres de mais de 30 países estarão reunidas na Cidade Quezon, Filipinas, para o 8º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Realizado a cada dois ou três anos, o encontro tem o objetivo de avaliar ações e desenhar linhas de trabalho para os anos seguintes, além de fortalecer o movimento.

Este ano, entre os temas em pauta estará a discussão sobre o contexto socioeconômico e político mundial, pois é a partir dele que a Marcha planeja suas ações. “A crise econômica só será terminal se a gente tiver alternativas. Vemos formas de organização em acampamentos, principalmente nos países no Norte, mas a gente tem que debater que tipo de movimento é necessário para o atual momento e o que a MMM pode fazer”, explica Miriam Nobre, coordenadora do Secretariado Internacional da Marcha.

Está disponível, no site da Marcha, um texto que subsidiará o debate no 8º Encontro Internacional.

Para a marcha, o fundamental é avaliar como essa conjuntura repercute na vida das mulheres em todo o mundo, com ataques de setores ultraconservadores aos direitos civis, sexuais e reprodutivos, reforçados pela mídia, que, na opinião do movimento, fortalece a ofensiva contra as mulheres.

“Apesar da existência de várias leis contra a violência de gênero, temos testemunhado a intensificação da violência contra as mulheres, expressa no feminicídio. Em particular, temos notado em todos os continentes o aumento de violência contra mulheres (e as suas famílias) que estão ativas em movimentos sociais. Esta situação também se reflete na violação e perseguição de mulheres, particularmente no contexto de militarização”, assinala o texto.

Outro objetivo do evento, segundo Míriam, é pensar a organização interna. “A gente quer garantir uma estrutura flexível, a mais horizontal e democrática possível. Temos que rever estatuto e regras de funcionamento. Será iniciado processo para eleger o Comitê Internacional da Marcha e também para eleger Secretariado Internacional, que ainda está com o Brasil” (acesse http://www.sof.org.br/marcha/).

Veja a notícia completa: Encontro da Marcha Mundial das Mulheres faz balanço e debate linhas de atuação (Adital – 14/11/2011)

As mulheres de Apodi lutam contra o agro e hidronegócio na Chapada do Apodi



Publicada em: 21.11.2011

Fonte: MMM


Desde agosto de 2011, a Comissão de Mulheres do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras rurais do município de Apodi começou a enviar cartas endereçadas à Presidência da República, reivindicando a revogação do Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011. Esse decreto irá desapropriar mais de 13 mil hectares de terra na região da Chapada do Apodi, expulsando, assim, mais de 150 famílias de suas casas, de suas terras e de uma história que vem sendo construída por esses trabalhadores e trabalhadoras há mais de 60 anos.

O objetivo desse projeto de desapropriação, que é coordenado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS), é beneficiar 5 (cinco) grupos de empresários do hidronegócio, desviando as águas da Barragem de Santa Cruz do Apodi para a irrigação. O modelo de irrigação na região tem demonstrado seus efeitos devastadores. Em Baraúna, inclusive a água já se encontra contaminada com veneno usado nas plantações e as terras se encontram sem condições para produzir. No Vale do Assú, as empresas do agronegócio colocaram as mulheres para realizar tarefas que anteriormente eram realizadas por animais. Em seus plantios, não disponibilizam água potável, nem banheiros.

Na divisão do trabalho doméstico são as mulheres as responsáveis por buscar água para o consumo da família. Uma vez que essa água se contamine, as mulheres terão que voltar ao tempo e serão obrigadas a buscar águas a enormes distâncias de suas casas tanto para beber como para cozinhar, pois a forma das empresas produzirem é sugando e contaminando a água. Além disso, a pulverização aérea, tão comum no agronegócio, contaminará a terra, a água, o ar e mesmo o organismo das pessoas, uma vez que estas estarão respirando o mesmo ar enevenenado utilizado para matar os insetos que, em uma plantação tradicional se tornam pragas, já que a natureza perde a capacidade de manter o equilíbrio.

Dito isto, queremos pedir a solidariedade de todos e todas que desejam construir um mundo igual para homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras do campo ou da cidade para juntar-se a nós na luta contra esse projeto de morte da natureza, dos nossos sonhos e dos próprios seres humanos.

Neste primeiro momento, é importante o envio de manifestações contrárias a este projeto, diretamente para a presidência da república (Secretaria-Geral da Presidência da República: sg@planalto.gov.br)

Nas próximas semanas enviaremos mais informações sobre como se engajar nesta luta.


Marcha Mundial das Mulheres

Flashmob com batucada pelo fim da violência contra as mulheres

Nesta sexta-feira,dia 25 de novembro, às 11 horas, no Largo Glênio Peres, centro de Porto Alegre/RS, será realizado o Flashmob com batucada pelo Fim da Violência contra Mulheres. Esta ação integra, na capital gaúcha, a 21ª Campanha Internacional denominada 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

A organização do evento é uma ação conjunta da Campanha Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas, Rede Feminista de Saúde, Coletivo Feminino Plural, Fórum Municipal da Mulher de Porto Alegre e tem o apoio das Blogueiras Feministas. O ativismo também está integrado ao Chamado à Ação da Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe – RSMLAC focado nesta data - 25 de Novembro, Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres - que defende o “direito das mulheres viver livre da violência”.

O objetivo do flashmob é apresentar uma performance que chame a atenção das pessoas que estiverem circulando pelo Largo Glênio Peres e mostre como a violência contra a mulher afeta toda a sociedade. A idéia, segundo a blogueira Ana Rita Dutra, é trabalhar uma coreografia base com 15 mulheres e convidar outras pessoas para comparecerem ao local agendado e se integrarem à performance. De acordo com Ana Rita, o chamamento para esta atividade vem sendo feita através das redes sociais e a adesão já contabiliza significativo número de pessoas.

A atividade já conquistou apoio das camunidades do Morro da Polícia, São José, Morro da Cruz, Campo da Tuca, das baterias do Tucurutá, Filhos da Candinha, Acadêmicos da Orgia, do grupo de dança Afrosul/Odomodê e do blog Baticumbum. Hoje, às 16 horas, é dia de ensaio geral na ACOVISMI, Avenida João Morales, 41, Morro da Polícia. Como chegar: Ônibus Alameda, saindo da Avenida Salgado Filho - Centro de Porto Alegre.

A coreografia conta com o apoio da performer Carinha Sehn e grupos de mulheres das organizações que participam das atividades da Campanha Ponto Final estão confeccionando máscaras e outros materiais que serão utilizados no Flashmob. "Queremos que cada vez mais pessoas, homens, mulheres, adolescentes se integrem a essa mobilização", conclama Ana Rita.

Flashmob é uma aglomeração instantânea de pessoas, em um local público para realizar uma ação previamente organizada. Mais informações, escreva para: coletivofemininoplural@gmail.com

sábado, 19 de novembro de 2011

Chamada Blogagem Coletiva: Dia da Consciência Negra

Imagem de divulgação do Dia da Consciência Negra em Olinda - PE. Arte: Anizio Silva/Pref.Olinda

Dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Em 1971, o poeta, professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, um dos fundadores do Grupo Palmares, propôs uma data que comemorasse a tomada de consciência da comunidade negra sobre seu valor e sua contribuição no país. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser o provável dia da morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do Quilombo dos Palmares, assassinado em 1695.

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http://blogueirasfeministas.com/2011/11/chamada-blogagem-coletiva-dia-da-consciencia-negra/


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nota da CUT sobre a fusão da SPM, SEPPIR, SNJ e SDH.



A Central Única dos Trabalhadores tem atuado para fortalecer a organização sindical das mulheres, dos negros e negras, e da juventude, para que esta maioria da população brasileira possa superar as desigualdades e as discriminações a que ainda é submetida em seus locais de trabalho e na sociedade em geral.
Temos como diretriz para nossas ações e construções de estratégias políticas o entendimento de que o Estado não é neutro do ponto de vista de classe, gênero e raça e que, portanto, deve investir para ampliar e colocar em prática políticas permanentes que contribuam para a melhoria das condições de vida das mulheres, da população negra e da juventude.
O real compromisso do governo brasileiro com a igualdade de gênero e raça é determinante para avançarmos em uma sociedade livre do machismo, do racismo e com igualdade de oportunidades para todos e todas. A existência de espaços institucionais para elaboração destas políticas é um patrimônio recente de nossa história, existem somente a partir da eleição de Lula, em 2002, quando elegemos um Governo democrático popular. Suas contribuições são evidentes. As desigualdades enfrentadas por estas parcelas da população, antes encaradas como questões privadas e/ou individuais, hoje são inegavelmente questões de políticas públicas, que requerem, portanto o envolvimento e intervenção de toda sociedade. A ampla difusão da Lei Maria da Penha, as cotas étnicas raciais e a elaboração do estatuto da Juventude são apenas alguns exemplos mais conhecidos de resultados da atuação destas Secretarias. Contudo, não temos ainda no Brasil políticas efetivamente prioritárias nestas questões, e muito temos que avançar.
Por isso, ao recebermos a notícia de uma possível reestruturação de ministérios na qual seriam fundidas as Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM), a Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e Secretaria de Direitos Humanos (SDH), todas incorporadas ao novo Ministério dos Direitos Humanos (MDH), ficamos preocupados/as já que a CUT entende que um rebaixamento de condição destas Secretarias, que hoje tem status de Ministérios, pode significar uma diluição das políticas públicas destes setores. Deve-se ter um trabalho articulado entre Ministérios e Secretarias, entretanto, uma reestruturação nestes termos implicaria no estreitamento dos espaços de implementação de políticas públicas para a igualdade, e da participação popular e finalmente a destituição da legitimidade pública das questões dos direitos das mulheres, da promoção da igualdade racial, dos direitos da juventude e dos direitos humanos,conquistados pelos movimentos sindical e sociais e reafirmados na existência e nas ações das referidas Secretarias.
Entendemos que a existência da SPM, da SEPPIR, da SNJ e da SDH, tem contribuído para os avanços das políticas de promoção de igualdade e também reivindicamos a ampliação das suas respectivas dotações orçamentárias para que o governo brasileiro possa realizar seus compromissos com a eliminação de todas as formas de desigualdades e possa avançar na construção de um país sem miséria também para as mulheres, para a população negra e para juventude.
Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tariq Ali em Porto Alegre, 16 de novembro


Tariq Ali debate em Porto Alegre

O escritor, jornalista e militante Tariq Ali estará na Câmara Municipal de Porto Alegre no dia 16 de novembro, às 18h30, para o debate: “de 1968 aos Indignados de 2011”
Tariq Ali (Lahore, 21 de outubro de 1943) é um ativista paquistanês, escreve periodicamente para o jornal britânico The Guardian e para a revista New Left Review. Ali nasceu e criou-se em Lahore (então, parte da Índia colonial), atual Paquistão, no seio de uma família comunista. Enquanto estudava na Universidade do Punjab. Devido aos seus contatos com movimentos estudantis radicais e temendo por sua segurança, seus pais o enviaram à Inglaterra. Estudou ciências políticas e filosofia em Oxford. Foi o primeiro paquistanês a ser eleito presidente do diretório central dos estudantes da universidade inglesa. Sua notoriedade teve início durante a Guerra do Vietnã, quando manteve debates com personagens centrais, tais como Henry Kissinger. Tornou-se um crítico ferrenho das políticas externas dos Estados Unidos e Israel. Além disso, Ali esteve presente em inúmeras lutas de diversos países, desde maio de 1968 até as lutas recentes.
Promoção: Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura e Câmara Municipal de Porto Alegre

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