sábado, 29 de agosto de 2015

Nossas lutas

Em luta por autonomia econômica! Contra a globalização do capital, afirmamos a economia feminista e solidária. Em julho, no Vale do Ribeira, mulheres de São Paulo e Paraná estarão mobilizadas por autonomia econômica e para denunciar a lógica de controle e mercantilização da natureza.  O Vale do Ribeira, região de Mata Atlântica preservada pelas comunidades tradicionais de quilombolas, indígenas e caiçaras, vem sendo atacada pela criminalização destes mesmos povos por uma legislação ambiental que não impede a ofensiva das mineradoras, a ameaça das barragens, a pulverização aérea de agrotóxicos e seu uso intensivo. Afirmaremos a economia solidária e a agroecologia, as experiências, conhecimentos e práticas das mulheres como caminho para transformar este modelo de reprodução, produção e consumo.

Pelo fim da violência contra as mulheres! A construção de autonomia é uma estratégia para enfrentar a violência contra as mulheres. Também em julho, as mulheres da Paraíba organizarão uma ação pelo fim da violência contra as mulheres. Entre tantos casos cotidianos de violência contra as mulheres, o estupro coletivo de cinco mulheres por 10 homens, seguido do assassinato de duas delas, bem como o violento assassinato de Ana Alice, uma adolescente de 16 anos, ambos na cidade de Queimadas, revelaram as tramas da violência e da impunidade naquela região. Com a ação na Paraíba, queremos fortalecer a auto-organização das mulheres no enfrentamento a violência sexista e à impunidade.

Em luta pela desmilitarização de nossas vidas! A militarização é uma expressão da violência tratada como natural pelos sistemas capitalista e patriarcal e dos meios utilizados por estes sistemas para manter seu domínio. As periferias das grandes cidades brasileiras convivem diariamente com a violência policial, que em nosso país provoca um número de mortes tão grande como o de países em situação de conflito armado.

Em 2013, ao menos 6 pessoas foram mortas por dia pela polícia no Brasil. Aqui, a cada 3 pessoas assassinadas, duas são negras. Este será o eixo da ação da MMM no Rio de Janeiro, em agosto. Com atividades de formação e de ocupação do espaço público, o objetivo é promover o intercâmbio entre mulheres do Rio de Janeiro e São Paulo que têm suas vidas marcadas pela militarização para avançar em uma perspectiva feminista nesta luta.

Margaridas seguem em marcha

Com o eixo “Margaridas seguem em marcha por desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade”, estaremos juntas com as mulheres do campo, da floresta e das águas na 5ª edição da Marcha das Margaridas. Esta Marcha teve início em 2000, como uma adesão das trabalhadoras rurais a Marcha Mundial das Mulheres. A Marcha das Margaridas aconteceu com uma  grande mobilização nos dias 11 e 12 de agosto, para lembrar a lutadora Margarida Alves.

Contra a violência do agronegócio O enfrentamento à violência também será um dos eixos da ação em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que reunirá as companheiras do Centro-Oeste entre 5 e 7 de setembro. Naquela região que vive uma disputa de terras no campo e na cidade, assim como de desmatamentos desenfreados do cerrado e áreas de florestas, por conta do agronegócio, a violência sexista é marcada pela prostituição e o tráfico de mulheres, e por um alto índice de violência contra as mulheres indígenas.

Em luta pela legalização do aborto! A luta pela legalização do aborto estará no centro da ação que acontece em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai. Cerca de mil mulheres da região sul do Brasil, Argentina e Uruguai são esperadas para a “Primavera pelo direito ao corpo e a vida das mulheres”, entre os dias 26 e 28 de setembro. O objetivo da ação é fortalecer a luta pelo fim da hipocrisia que hoje mata, principalmente, mulheres pobres e negras pela clandestinidade do aborto. Com intercâmbio entre as mulheres dos diferentes países, a ação será um momento de formação, articulação e visibilidade desta luta.

Nossas resistências e alternativas feministas: Corpos e territórios livres! A ação internacional se encerra no dia 17 de outubro, em uma ação organizada pelas mulheres do Ceará e do Rio Grande do Norte. Tendo o corpo e o território como eixos, a ação irá fortalecer e visibilizar nossas resistências e alternativas. A proposta é que ação tenha início no Cariri, região no Ceará marcada pela violência contra as mulheres e que se encerre em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A previsão é que cerca de mil mulheres participem de atividades de formação e mobilização que afirme nossas alternativas e práticas de ocupação livre e soberana dos territórios rurais e urbanos, seja pela agroecologia, seja pela cultura feminista.


O QUE É LESBOFOBIA?
A lesbofobia pode ocorrer de várias formas: Por meio de ameaça, agressão física, agressão verbal, formas diversas de ofensas como gestos, risadas e insinuações, bem como qualquer ação que seja violenta, que cause constrangimento, intimidatória ou vexatória de ordem moral, filosófica ou psicológica. Tal agressão pode ser feita por pessoas desconhecidas ou conhecidas, até mesmo por um parente ou membro da família.
Ou seja, a lesbofobia é qualquer manifestação discriminatória ou vexatória por causa da orientação sexual de uma garota ou de duas garotas que estão juntas, como nos exemplos abaixo:
– Qualquer impedimento ou manifestação negativa em relação à afetividade entre meninas (que sejam permitidas no mesmo ambiente por heterossexuais)
– Qualquer impedimento ou aumento de valor para a hospedagem,compra ou locação de locais por causa da orientação sexual ou gênero;
– Qualquer xingamento, gestos ou comentários que condenem ou critiquem a orientação sexual ou de gênero;
– Proibição de entrada ou permanência em estabelecimentos em razão da orientação sexual ou de gênero;
– Ter atendimento diferente dos outros sem que isso seja determinado em alguma lei;
– Demissão ou não admissão, ou acesso profissional negado, em razão da orientação sexual ou de gênero.

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