*Por Thaís Lapa
Me causa vergonha alheia ver
quem é de esquerda compartilhar matéria de castração química de
estupradores na indonésia achando bom, como solução pro problema da
violência sexual contra mulheres. Sabiam que é a mesma proposta do
Bolsonaro? Ele se reivindica um lutador por direitos humanos, e diz que
para os casos de estupro defende a castração química dos homens!
Embora isso lamentavelmente faça sentido pra alguns, tratar o
problema de homens estupradores como um problema de desejo sexual
exacerbado, incontrolado, e portanto doentio (que tem que ser atenuado
com a tal “castração química”) é negar todos os mecanismos de nossa
sociedade que produzem esses homens estupradores!
A mercantilização e hipersexualização dos corpos das mulheres, promovida desde a mídia/ propaganda até a prostituição, o tratamento dos corpos e sexualidade das mulheres como algo a serviço dos homens (não só nas ruas, mas dentro de casa também!), o ambiente de grande incentivo da ” virilidade” entendida entre os próprios homens como desrespeitar/ assediar/violentar mulheres, a legitimação dessas práticas em nossa sociedade, que se dá cada vez que uma violência acontece e arranja-se um jeito de colocar a culpa na mulher ao invés de responsabilizar o homem (cultura do estupro), são só parte dos exemplos de como potenciais estupradores são formados socialmente.
Não se trata de uma sexualidade masculina doentia, é uma sexualidade que se forja e se reproduz com base em relações de poder de homens sobre mulheres, perfeitamente sadia aos moldes do patriarcado. Assim, acabar com este tipo de prática envolve incontornavelmente enfrentar todos estes mecanismos sociais que produzem homens estupradores. Mecanismos estes que que são pilares do patriarcado e do capitalismo.
Quando dizemos que temos que não culpar as mulheres por estupro, mas ensinar os homens a não serem estupradores, estamos falando que o caminho realmente transformador é o de destruir as bases materiais que produzem a violência contra as mulheres! Ou seja, lutar por uma sociedade na qual as mulheres não sejam subjugadas e sub-remuneradas no trabalho (que tenham condições de acessar autonomia econômica), por uma educação não sexista nas escolas, pela partilha de todos os espaços de poder entre os sexos, pela liberdade das mulheres acessarem o espaço publico se sentindo num espaço seu e não dos homens, pela autonomia de decisão sobre seus corpos e sexualidade e que essa autonomia seja de uma vez por todas entendida como respeito às decisões das mulheres – aos seus nãos, ao seus modos de dizer sim com quem, quando é quantas vezes quiserem.
Mais autonomia pras mulheres e mas avanços no sentido da despatriarcalização do Estado, estas são pautas que nos cabem como feministas, como mulheres (e porque não também homens) de esquerda! Que sobre cada vez menos espaço pra esse debate terrível de castração química, que distorce o problema e que nada tem a oferecer pra construção de uma sociedade sem violências.
Mexeu com uma, mexeu com todas, SIM! Queremos justiça, SIM! Mas sem linchamentos, sem castração química ou qualquer dessas barbaridades! Lutamos cotidianamente para construir relações igualitárias. E seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres!
A mercantilização e hipersexualização dos corpos das mulheres, promovida desde a mídia/ propaganda até a prostituição, o tratamento dos corpos e sexualidade das mulheres como algo a serviço dos homens (não só nas ruas, mas dentro de casa também!), o ambiente de grande incentivo da ” virilidade” entendida entre os próprios homens como desrespeitar/ assediar/violentar mulheres, a legitimação dessas práticas em nossa sociedade, que se dá cada vez que uma violência acontece e arranja-se um jeito de colocar a culpa na mulher ao invés de responsabilizar o homem (cultura do estupro), são só parte dos exemplos de como potenciais estupradores são formados socialmente.
Não se trata de uma sexualidade masculina doentia, é uma sexualidade que se forja e se reproduz com base em relações de poder de homens sobre mulheres, perfeitamente sadia aos moldes do patriarcado. Assim, acabar com este tipo de prática envolve incontornavelmente enfrentar todos estes mecanismos sociais que produzem homens estupradores. Mecanismos estes que que são pilares do patriarcado e do capitalismo.
Quando dizemos que temos que não culpar as mulheres por estupro, mas ensinar os homens a não serem estupradores, estamos falando que o caminho realmente transformador é o de destruir as bases materiais que produzem a violência contra as mulheres! Ou seja, lutar por uma sociedade na qual as mulheres não sejam subjugadas e sub-remuneradas no trabalho (que tenham condições de acessar autonomia econômica), por uma educação não sexista nas escolas, pela partilha de todos os espaços de poder entre os sexos, pela liberdade das mulheres acessarem o espaço publico se sentindo num espaço seu e não dos homens, pela autonomia de decisão sobre seus corpos e sexualidade e que essa autonomia seja de uma vez por todas entendida como respeito às decisões das mulheres – aos seus nãos, ao seus modos de dizer sim com quem, quando é quantas vezes quiserem.
Mais autonomia pras mulheres e mas avanços no sentido da despatriarcalização do Estado, estas são pautas que nos cabem como feministas, como mulheres (e porque não também homens) de esquerda! Que sobre cada vez menos espaço pra esse debate terrível de castração química, que distorce o problema e que nada tem a oferecer pra construção de uma sociedade sem violências.
Mexeu com uma, mexeu com todas, SIM! Queremos justiça, SIM! Mas sem linchamentos, sem castração química ou qualquer dessas barbaridades! Lutamos cotidianamente para construir relações igualitárias. E seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres!
*Thaís Lapa é militante da Marcha Mundial das Mulheres do ABC, região metropolitana de São Paulo
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