quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Comprar, comprar, malditos! por Esther Vivas**

 
São as festas de Natal, o momento de nos juntarmos, comer, celebrar e, sobretudo, comprar. O Natal é, também, a “festa” do consumo, já que em nenhum outro momento do ano, para beneplácito dos mercadores do capital, compramos tanto como agora. Comprar para presentear, para vestir, para esquecer ou, simplesmente, comprar por comprar.

O sistema capitalista precisa da sociedade de consumo para sobreviver, que alguém compre em massa e compulsivamente aquilo que se produz e, assim, o círculo “virtuoso”, ou “vicioso” conforme se olhe, do capital continue em movimento. Que o que compras seja útil ou necessário? Pouco importa. A questão é gastar, quanto mais melhor, para que uns poucos ganhem. E, assim, nos prometem que consumir nos vai fazer mais felizes, mas a felicidade nunca chega por aí.

Vendem-nos o trivial como imprescindível, o fútil como indispensável e criam-nos necessidades artificiais em permanência. Poderiam vocês viver sem um telefone móvel de última geração ou sem um televisor de plasma? E, sem mudar-se de roupa a cada temporada? Seguramente já não. A sociedade de consumo assim o impôs. Aliás, pouco importa a qualidade daquilo que compramos. Vendem-nos marcas, sonhos, sensações… da mão de desportistas famosos ou estrelas de Hollywood. E por alguns euros compramos ficticiamente a fama, o glamour ou a atração sexual que a publicidade se encarrega de nos servir diariamente em bandeja.

E se resisto a comprar, o que acontece? Os produtos fabricam-se para morrer sempre antes d tempo, para se estragarem, deixarem de funcionar, o que se conhece como obsolescência programada, para que assim tenhas que adquirir outros novo. De que serviriam umas meias sem buracos, umas lâmpadas que nunca se fundissem ou uma impressora que não se avariasse? Para nós e para o meio ambiente seria bom; para as empresas do capital, seria mau, muito mau. E é que a sociedade de consumo está pensada, como magnificamente retrata Cosima Dannoritzer no seu documentário, para ‘Comprar, deitar fora, comprar’, o título de seu último trabalho. Aqui só ganha quem vende.

Pouco importam as milhares de toneladas de resíduos que gera a cultura do “usar e deitar fora”, desperdícios tecnológicos, roupa, alimentos… que desaparecem depois da nossa porta, no lixo, ou que passam a engrossar as pilhas de lixo que se acumulam nos países do Sul, contaminando águas, terra e ameaçando a saúde de suas comunidades, enquanto nós assobiamos para o lado. Acostumámos-nos a viver sem ter em conta que habitamos um planeta finito, e o capitalismo se encarregou muito bem de nos habituar assim.

Associa-se progresso a sociedade de consumo, mas temos de nos perguntar para quê e para quem é este progresso, e às custas de quem. Se todo mundo consumisse como um/a cidadão/ã médio/a do Estado espanhol, precisaríamos de três planetas Terra para colmar a nossa voracidade, mas só temos um, enquanto noutros muitos países africanos apenas se consome o necessário para sobreviver. É também necessário recordar que, também, existe um Sul no Norte e um Norte no Sul.

Alguém dirá: “Se deixamos de comprar, a economia estancar-se-à e gerar-se-à mais desemprego”. A realidade é muito diferente da que nos contam. E é, precisamente, este sistema o que fomenta o desemprego, a pobreza e a precariedade, o que deslocaliza a indústria e a agricultura, o que explora a mão de obra, o que contamina o ecossistema e o que nos mergulhou numa crise económica, social e climática com enormes proporções. Se queremos trabalhar com dignidade, cuidar do nosso planeta, e garantir um bem-estar… faz falta outra economia, social e solidária. Satisfazer as nossas necessidades, tendo em conta que vivemos num mundo cheio, saturado, a ponto de explodir. Apostar na agricultura ecológica, nos serviços públicos, nas tarefas de cuidados… Trabalhar para viver e não viver para trabalhar. Porque ou mudamos, ou não sairemos desta crise “consumindo”, como nos querem fazer crer, muito pelo contrário, continuarão “nos consumindo”.

Outros também dirão “Há sociedade de consumo porque a gente quer consumir”. Mas, para além de nossa responsabilidade individual, ninguém, que eu saiba, tem escolhido neste tipo de sociedade onde nos calhou viver, pelo a mim não me perguntaram. É assim que nos têm educado na sociedade do “quanto mais melhor”. E não só nos têm impingido valores e práticas de um sistema que antepõe interesses particulares a necessidades colectivas, como o individualismo e a concorrência e competição que nos impõem desde muito pequenos/as, em determinados papeis em função de nosso género, na reprodução não só de uma estrutura capitalista mas também patriarcal.

Querem que compremos até morrer, como no filme ‘Dancem, dancem, malditos’ (1969) de Sidney Pollack, onde os participantes a um concurso de dança dançavam sem parar até a exaustão para o beneplácito de uns poucos abastados. Como dizia o apresentador da competição em frente aos últimos concorrentes a ponto de desfalecerem no final do filme: “Estes rapazes maravilhosos, estupendos… que continuam resistindo, continuam esperando, enquanto o relógio fatal continua o seu tic tac. Continua a dança do destino, a alucinante maratona segue e segue e segue. Até quando aguentarão? Vamos, um aplauso. Há que os animar. Aplaudam, aplaudam, aplaudam”. Viva o circo.


*Artigo publicado a 24/12/12 em blogs.publico.es

**Esther Vivas, ativista e pesquisadora em movimentos sociais e políticas agrícolas e alimentares, autora de vários livros, entre os quais "Planeta Indignado", Esther Vivas é licenciatura em jornalismo e mestre em Sociologia. Os seus principais campos de pesquisa passam por analisar as alternativas apresentadas por movimentos sociais (globalização, fóruns sociais, revolta), os impactos da agricultura industrial e as alternativas que surgem a partir da soberania alimentar e do consumo crítico.

***Traduzido por Cassilda Pascoal.

+info: http://esthervivas.com/portugues/

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Presença Surpreendente, por Iolanda Toshie Ide




Durante o FSMPL (Fórum Social Mundial Palestina Livre), no dia 30 de novembro, a MMM (Marcha Mundial das Mulheres), realizou a atividade “Construindo a solidariedade na ação”. Participaram ativistas da Argentina, México, Itália, Canadá, Tunísia, Palestina, África do Sul ... e, para surpresa de muitas, Ângela Yvonne Davis dos Estados Unidos. Declarou-se militante pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos.

Nascida a 26 de janeiro de 1944, em Birmingham, Alabama, um dos estados mais racistas do sul dos Estados Unidos, lia muito desde a adolescência e participou de um intercâmbio que oferecia bolsa de estudos para negros na região norte. Estudou, pois, em Nova Iorque e, em Massachussets, com Herbert Marcuse. Na década de 60 iniciou militância em partido de esquerda, a seguir participou do movimento Black Power, aliando-se aos Panteras negras. Ângela Davis tinha vivas as imagens de jovens afrodescendetes americanos, inclusive, meninas, mortos no bombardeio da igreja de Birmingham em 1963. Desde a graduação, militou no Clube Che-Lumumba, ramo negro do partido comunista.

Foi alvo dos holofotes ao se lançar em defesa de três negros em cujo julgamento, pela parcialidade ancorada no racismo, já se previa a injusta condenação. Três jovens, inclusive o irmão de um dos réus, invadiram o recinto do júri, seqüestraram o juiz e o promotor e fugiram num veículo. O tiroteio da polícia resultou na morte de dois dos jovens, na paralisia do promotor; o juiz foi esfaqueado e faleceu. Acusada de cumplicidade, Ângela Davis ficou foragida durante dois meses, mas acabou capturada. Pela sua libertação, os Rolling Stones e John Lennon & Yoko Ono lhe dedicaram canções que ganharam o mundo. Absolvida e libertada, passou um tempo em Cuba.

Aguerrida lutadora pela abolição da pena de morte e pela extinção dos cárceres terceirizados que abrigam um milhão de negros/as, por sua militância de esquerda, foi demitida da cátedra na Universidade da Califórnia. Lutou nos tribunais e reconquistou o cargo. Viajou o mundo fazendo palestras. Ainda hoje leciona História da Consciência na mesma universidade: insiste na importância da interdisciplinaridade do feminismo acadêmico e da militância, enfatizando a necessidade dos estudos se inspirarem na metodologia das lutas.

Sobre as ações afirmativas para negros/as, declarou que o Brasil está bem à frente dos Estados Unidos, considerando que as cotas nas universidades gradativamente desembocarão em substanciais transformações.

Afirma enfaticamente que, embora os louros tenham recaído sobre Martin Luther King, foram as mulheres negras que, na década de 50, iniciaram o movimento pelos direitos de negros e negras: as anônimas trabalhadoras domésticas e lavadeiras que trabalhavam na casa dos brancos.

Iolanda Toshie Ide
Militante feminista da Marcha Mundial das Mulheres, Lins/SP


24 horas de ação feminista em todo o mundo Aqui, somos todas Apodi!




24 horas de ação feminista em todo o mundo
Aqui, somos todas Apodi!
Quando: dia 10 de dezembro
Quem: mulheres de todos os cantos do mundo
Hora: das 12h às 13h
Local: Largo Glênio Peres - Porto Algre/RS

Concentração a partir das 11:30, em frente ao Mercado Público
 

 O que será nossa ação:


Nós da Marcha Mundial das Mulheres , realizaremos uma ação internacional, em que cada pais se mobilizará por 1 hora a partir do meio dia e com isso o mundo estará 24 em mobilização.Estaremos nas ruas, nos espaços públicos e nos bairros das cidades do mundo.

Nossa ação levantará as bandeiras da igualdade, da justiça, a solidariedade e da paz, para expressar nossos pontos de vista sobre a atual situação sócio-político-econômica, para demonstrar nossa resistência contra a militarização, a criminalização e os protestos e ataques aos direitos das mulheres para fortalecer nossas lutas internacionais, nacionais e locais. 

Aqui no Rio Grande do Sul estamos propondo ações em todas as cidades que puderem se organizar.

Em Porto Alegre, estaremos no Largo Glênio Peres, das 12h às 13h denunciando a mercantilização da água e as tentativas de privatiza-la. 

Relatos recentes a partir do Fórum Social Mundial Palestina Livre mostraram que a apropriação da água tem deixado o povo palestino e principalemente as mulheres sem o direito a este bem público.
Aqui no Brasil, nessa data, também iremos visibilizar e nos solidarizar com a luta e resistência das mulheres de Apodi/ RN.
As Mulheres de Apodi estarão nesse dia em ação direta contra o projeto de perímetro irrigado destinado ao agronegócio que prevê a desapropriação de13 mil hectares, expulsando, assim, mais de 150 famílias de suas casas.

Esse projeto se for implementado, destruirá o modo de vida e cultura de uma comunidade que exerce na prática uma produção de alimentos voltada nos princípios da soberania alimentar sem o uso de agrotóxicos e sem concentração de terra.

Aqui no Rio Grande do Sul queremos denunciar as tentativas de privatização de nossa água e a ideologia da água engarrafada, além da cobrança desproporcional deste serviço para o consumo doméstico em comparação a utilização feita pelas grandes empresas.
Queremos, ao apoiar essa luta concreta, além de demonstrar nossa solidariedade às mulheres, visibilizar nossas lutas em todo o Brasil contra o machismo patriarcal e capitalista que nos impõe a violência diária, a pobreza, à desigualdade e utiliza de diversos mecanismos para impedir nossa soberania e autonomia.
Esse modelo está baseado no controle nossos territórios, partindo do nosso corpo, nossos bens comuns e da busca de controlar nossos corações e mentes.

Marcha Mundial das Mulheres
Seguiremos em Marcha até que TODAS sejamos livres!

- Declaración Internacional de la MMM
- Página web: www.24heures2012.info
- Videos- Fotos
- Mapa de las acciones
- Página en el Facebook: https://www.facebook.com/events/435619806493346/

domingo, 2 de dezembro de 2012

Água pública sem o sangue dos povos: estamos unidas contra a privatização das águas

* por Cíntia Barenho
 
A Mekorot, empresa pública israelense de águas, expande suas fronteiras da apropriação indébita das águas dos territórios.

A estatal, tida como um símbolo nacional de Israel, é a responsável pelo constante roubo das águas palestinas. A Mekorot opera sistematicamente cortando o abastecimento de água das famílias palestinas. Para se ter uma idéia, até os canos de abastecimento palestino, tem seus diâmetros significativamente menores que das casas israelenses.
Utilizam-se e reforçam o apartheid, que é social e ecológico, sobre o povo palestino. Ou seja, a apropriação e a opressão de Israel é sobre o território e todos seus elementos naturais existes dos recursos naturais.
O controle dos elementos naturais é ponto-chave do apartheid israelense. E se ainda não o controlam, tratam de degradá-los a ponto de tornar a vida insustentável para as famílias palestinas, que acabam abandonando as áreas degradadas.
Atualmente o  consumo médio de água de um(a) israelense equivale ao de quatro palestinos(as). O consumo médio de água diário na Palestina é cerca de 70 litros por pessoa (para a OMS- Organização Mundial de Saúde – são recomendados 100 litros), enquanto que o consumo médio dos (as) israelenses é de 300 litros por dia (OperaMundi).

sábado, 1 de dezembro de 2012

Até que a Palestina seja livre!

O Fórum Social Mundial Palestina começou com a força da solidariedade dos povos. Até amanhã, estamos construindo momentos de intercâmbios, depoimentos, articulações e estratégias para fortalecer a luta em defesa da Palestina livre e soberana.
Estamos aqui pra denunciar que as ações do Estado de Israel são ilegais. Que hoje os palestinos estão em 2% de seus territórios originais. Que o conflito não tem nenhum equilíbrio e mas se trata de uma ocupação violenta. De um lado, está um povo que luta e resiste há décadas e conta com a solidariedade internacional de quem também luta contra o anti-imperialismo. Do outro lado, está um Estado, que tem do seu lado a conivência e o financiamento de outros Estados poderosos como os Estados Unidos e que opera a ocupação violenta de um território e a opressão de um povo que gera muito lucro para alguns setores econômicos, como a indústria armamentista. O maior número de refugiados do planeta é formado por palestinos e palestinas.
Vale dizer, ainda, que o FSM Palestina Livre sofreu muito boicote aqui em Porto Alegre. Não se fala sobre o Fórum na imprensa e houve pressão sobre os poderes públicos para que não apoiassem sua realização, que gerou, inclusive, a retirada de apoios que já estavam acordados. Um exemplo é o Ministério Público, que estava emprestando salas para as atividades do Fórum e retirou o apoio. O que não é mera coincidência é que a G4S (mais infos logo aí embaixo) presta serviços de segurança para o este órgão.
Mas não recuamos e estamos aqui! E esse post é pra socializar um pouco o que estamos fazendo nesses dias.
Luta e resistência das mulheres palestinas foi a atividade organizada pela MMM na quinta feira, em conjunto com as mulheres da Via Campesina, FDIM, Kairós, CUT, UBM, entre outras e pudemos conhecer as companheiras da UPWC, que participam da MMM na Palestina. Mais de 200 pessoas participaram deste momento e foram em seguida para uma grande marcha, com cerca de 10 mil pessoas, em defesa da Palestina Livre.
Desde várias partes da Palestina, escutamos as histórias de sofrimento das mulheres, mas nos reconhecemos na resistência.
Ouvir o depoimento de quem sofre no cotidiano uma vida cerceada por um Estado genocida desmonta qualquer imagem construída pela grande imprensa sobre o que se passa naquela região.
Desde a UPWC, Khitam nos contou que há dois anos trabalham para a realização deste FSM. A luta palestina não pode ser vista como uma luta isolada, mas sim como uma luta de todos e todas que lutam pela liberdade e contra o imperialismo. E, como mulheres palestinas, elas não consideram que sua luta está dissociada da luta do povo palestino.
“Nossa liberdade só pode vir junto com a liberdade de nosso povo” Khitam, UPWC.
Nossa companheira de Gaza disse que é mais fácil vir para o Brasil que ir para Jerusalém e, aqui, encontrou com muitas companheiras que não via há muitos anos, por conta das restrições de deslocamento que a população têm. Ela foi muito enfática ao dizer o inimigo comum é a ocupação israelense, e que a mídia está muito acostumada a falar do número de mortes e das estatísticas, mas oculta todo o sofrimento humano por trás de cada número.
“Queremos proteção pras mulheres palestinas e avanços para as mulheres em todo o mundo!” Taghreed Jomáa.
Cada mulher que morreu tem uma história. E muitas outras permaneceram vivas, e contam histórias de violência e destruição de suas casas. Gaza, que atualmente é uma faixa menor que a cidade de São Bernardo, sofre com o muro da segregação, com a violência e com o bloqueio.
O número de presos e presas palestinas só aumenta, e as prisões violam as legislações internacionais, inclusive porque são transportados para presídios em território israelense. Além disso, a maioria dos casos de detenção é feita sem julgamento. E todas as visitas são gravadas pelo serviço de inteligência israelense. Vale dizer que a principal empresa que presta serviços de segurança e inteligência para Israel, inclusive nos presídios, é a G4S, que está entrando no Brasil, prestando serviços de inteligência para bancos, mas também opera a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, no norte do nosso país.
As palestinas expuseram os mecanismos utilizados por Israel para expulsar o povo palestino de seus territórios, que passam pela economia, pela política e até por obstáculos para o casamento, instituídos por um processo de documentação.
Há poucas semanas, foi instituído o salário mínimo na palestina ocupada, no valor de 400 dólares. No território israelense, o valor é de 1000 dólares. Para ir estudar ou trabalhar, as mulheres tem que passar pelos chamados check points, onde são constantemente assediadas. Para viver, as mulheres resistem a cada dia.
“Mas, como mulheres, nós vamos continuar indo trabalhar e estudar, apesar das ocupações econômicas, políticas e territoriais”. Thaira Zoabi
Ser militante, neste contexto, é um processo que altera profundamente a vida de cada uma dessas mulheres. A repressão, a prisão e até a tortura estão no horizonte de quem decide resistir a essa ocupação violenta e lutar pela palestina livre.
“A nossa memória coletiva serve para fortalecer a luta contra a ocupação israelense”. Khitam
Além de haver organizações de mulheres que há muitos anos constroem a resistência, outras expressões vão sendo criadas a partir de uma nova geração que entra na política. As jovens palestinas constituem uma geração política que nasceu e cresceu na palestina ocupada. Isso, por um lado, coloca dificuldades para imaginar que pode ser diferente. Mas por outro lado, abre espaço para a produção de novas estratégias de ação, muito marcadas pelo internacionalismo.
Somos todas palestinas!
Nós afirmamos que estaremos em marcha até que todas sejamos livres! E levamos a sério este lema.
“Não seremos livres enquanto a Palestina não for livre” Lorraine.
Por isso, ao longo destes dias, estamos aprendendo com a história de cada uma e cada um que vive, resite e luta na Palestina, mas, além disso, estamos debatendo e construindo estratégias concretas de resistência, como o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).
Wilhelmina, nossa companheira da África do Sul, nos inspira e dá confiança de que a organização e luta pode sim, acabar com a ocupação israelense.
“Na África do Sul, nos diziam que não era possível por um fim no Apartheid, e nós conseguimos. A Palestina vai ser livre!” Wilhelmina
As mulheres entendem de sofrimento, mas entendem muito mais de resistência. Soninha, da MMM de São Paulo, sintetizou nossa motivação:
“Vamos juntas derrubar o muro do apartheid na Palestina, e vamos juntas derrubar o imperialismo, o capitalismo racista e patriarcal!” Sonia Coelho
Comunicação livre e militante!
Tica Moreno é integrante da Marcha Mundial das Mulheres
(foto: Fora do Eixo)