terça-feira, 11 de março de 2008


RELATO DO 8 DE MARÇO PELO ESTADO DO RS

E AS AÇÕES DE PROTESTO E SOLIDARIEDADE A LUTA DAS MULHERES CAMPONESAS

Em Porto Alegre:

5 de março - a MMM de Porto Alegre esteve junto com a Via Campesina num ato em protesto à entrega do Prêmio Ana Terra que a Coordenadoria da Mulher do Governo Yeda, entrega para as representantes dos Coredes e representantes do Governo, homenageando o próprio governo pelas políticas públicas para as mulheres que o estado não faz. Foi uma bela manifestação, que reuniu vários movimentos autônomos da juventude e da universidade.

7 de março – Pela manhã aconteceu o Seminário Mulher e Mídia, no qual, a companheira Euleutéria da MMM-RJ participou como painelista.

A tradicional Marcha Estadual reuniu mais de mil mulheres e aconteceu após a concentração e uma manifestação na Praça da Matriz, que fica em frente aos 3 poderes do RS, as representantes dos diversos movimentos sociais entregaram o Manifesto das Mulheres do estado do RS, contendo uma série de denúncias e reivindicações. Nós da MMM entregamos o nosso Manifesto em apoio às mulheres da Via Campesina, e saímos pelas ruas do centro da cidade gritando palavras de ordem que eram ajudadas pelos microfones. As gurias da Via Campesina também estavam presentes.

Nosso material MULHERES FEMINISTAS ANTICAPITALISTAS EM LUTA POR: IGUALDADE, AUTONOMIA E SOBERANIA POPULAR, pedia mudança radical na política que dirige a cidade de Porto Alegre e o estado do Rio Grande do Sul; Afirmação da Soberania Nacional e da necessidade de distribuir renda, para combater a pobreza no país; Afirmação e construção efetiva de ações que combatam a violência sexista; Consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à violência contra mulher e implementação da Lei Maria

da Penha; defesa de um Salário Mínimo Nacional e de um Piso Salarial Regional dignos, que promovam o acesso das mulheres à renda proveniente do seu trabalho; Fortalecimento de mecanismos de geração de trabalho e renda, para as mulheres afrodescendentes, lésbicas, indígenas, chefes de família, jovens e acima de 40 anos; Implementação da Aposentadoria das Donas de Casa,

que um trabalho gratuito realizado dentro de casa, não é valorado na economia e é desconsiderado nas estatísticas; Defesa da Economia Solidária; Combate as empresas transnacionais donas dos desertos verdes de árvores exóticas que atuam com força no Rio Grande do Sul; Afirmação dos direitos sexuais e reprodutivos; direito ao corpo com a legalização do aborto; Combate a todas

as formas de preconceito; defesa de uma educação inclusiva, não sexista; combate à violência sexista, à mercantilização do corpo das mulheres, ao tráfico sexual; rechaço à violência e criminalização dos movimentos sociais, como ocorre no RS e em diversos estados brasileiros, como as ações promovidas pela policia gaúcha, em março de 2007 e 2008, contra as mulheres da via campesina.

8 de março - Participamos na parte da manhã do Seminário do grupo Utopia e Luta, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (surgiu em 2005, durante o Fórum Social Mundial, quando 42 famílias ocuparam o antigo prédio do INSS), no I Encontro de Mulheres do movimento. Ali firmamos compromisso e parcerias.

Na parte da tarde fomos até o bairro Restinga e lá montamos uma tenda com banca e realizamos uma oficina sobre o tema da violência, bem no meio da Esplanada da Restinga.

A escolha do bairro foi o fato de no mês de janeiro a companheira Marlene, militante e delegada do OP, ter sido brutalmente assassinada. A ocorrência deste triste fato levou as mulheres do bairro a se reorganizarem novamente e nós da MMM de Porto Alegre, realizamos pela primeira vez oficina no 8 de março em uma comunidade de periferia. Avaliamos que a atividade foi muito boa e dela resultou que organizaremos com o grupo de mulheres um núcleo da Marcha. O sucesso da atividade também foi o de termos levado um número bom de companheiras da MMM de PoA. Participaram ao todo 26 pessoas.

“as mulheres seus direitos, nada menos... aos homens, seus direitos nada mais”

NOTÍCIAS QUE VEM DO INTERIOR DO ESTADO:

CAXIAS

A Marcha Mundial de Mulheres, movimento formado por feministas, divulgou uma carta questionando o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, que é "Fraternidade e Defesa da Vida". De acordo com a nota, condenar o aborto é "relegar a responsabilidade da maternidade e das relações sexuais somente às mulheres".
Para a integrante da Marcha em Caxias do Sul, Mariane Cecconelo, ao criticar o aborto, a Igreja acabou entrando em confronto com quem defende a prática. Ela explica que o movimento é a favor da legalização do aborto, pois se trata de um direito da mulher.

Conforme dados da Federação Internacional de Planejamento Familiar, em 2006, foram realizados um milhão de abortos induzidos.

Diretora da UNE em Caxias

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Caxias do Sul (UCS) terá uma programação relacionada às mulheres nesta semana. Os debates contarão com a diretora das Mulheres da União Nacional dos Estudantes (UNE), Ana Cristina Pimentel. Ela chega em Caxias amanhã e fica até quinta-feira.

Segundo o Coletivo de Mulheres Estudantes do DCE, o tema que centrará as atividades é Mulheres desconstruindo tabus. Além de debates, haverá atrações culturais.

MONTENEGRO

As atividades aconteceram no dia 7 de março, na Praça Rui Barbosa, no centro de Montenegro. Considerada extremamente positiva, tanto quanto a participação de entidades e movimentos sociais, como da comunidade que circulou pelo centro.

Da imprensa local:

Mulheres lembradas por seu dia (por William Szulczewski)

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, cuja data é esse sábado, dia 8, houve celebração antecipadamente na manhã desta sexta-feira, na Praça Rui Barbosa, em Montenegro. O grupo Marcha Mundial das Mulheres ocupou o espaço da manhã, com oficinas de instrumentos musicais, atividades culturais e distribuição de materiais informativos. As atividades foram organizadas pela própria Marcha, juntamente, com outras entidades. O evento teve como objetivo ressaltar as lutas e conquistas cotidianas, conforme explicou Simone Schäffer, uma das organizadoras da Marcha no município. A presidente da Associação Floresta Montenegrina, Maria Valderez, diz que foi uma boa iniciativa que aconteceu em Montenegro. "É válido ressaltar a importância da mulher. Mesmo assim muitos ainda não respeitam a mulher na sociedade de hoje", salienta.

O evento também contou com presenças masculinas. Entregando panfletos explicativos para mulheres e homens que passavam por ali, Cláudio Machado alega que as mulheres são extremamente importantes na sociedade. "Toda a mulher tem seu lugar na comunidade, por isso torço para que uma mulher assuma um cargo importante na política, para que então, seja mais valorizada", revela Cláudio. Jornal Ibiá, 8 de março de 2008.Montenegro


sexta-feira, 7 de março de 2008




TOTAL SOLIDARIEDADE A LUTA DAS


MULHERES DA VIA CAMPESINA!



Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, um dia de luta para mulheres de todo o mundo, as companheiras da Via Campesina cumprem o importante papel de denunciar a toda a sociedade gaúcha e brasileira os desmandos que o latifúndio e as transnacionais promovem no campo, numa ação que destaca o protagonismo das mulheres na luta por igualdade, autonomia e soberania popular.


Ao ocupar área ilegal de uma poderosa transnacional (Stora Enso), a ação das mulheres da Via Campesina questiona o sistema capitalista, que concentra terra e riquezas e aprofunda a miséria no campo e na cidade. A ação denuncia a ordem capitalista e machista que não reconhece e não valoriza o trabalho das mulheres no campo, relegando-as a um lugar de subordinação.


Repudiamos a ação da brigada militar gaúcha sob ordens do governo do estado do Rio Grande do Sul, comandado por Yeda Crusius, que agiu violentamente a serviço da ilegalidade operada pela transnacional.


Denunciamos a Brigada Militar que realizou um violento despejo, prendeu 800 mulheres, feriu mais 60. Tudo isso amparada por um "interdito proibitorio" que a empresa SOTRA ENZO, conseguiu com a "justiça" que autoriza a policia a fazer despejo sem mandato judicial, de qualquer de suas áreas ocupadas. É o estado brasileiro a serviço de uma empresa Finlandesa, que comete o crime de ter comprado 86 mil hectares de médios e grandes proprietários, na área de fronteira com Uruguay e Argentina o que é proibido por lei.


Denunciamos a invasão de forma violenta por um contingente da Brigada Militar ao acampamento das mulheres da Via Campesina na Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul (RS), onde centenas de agriculturas foram feridas e impedidas pelos policiais de receber atendimento médico.


Denunciamos que cerca de 250 crianças que estavam no acampamento foram separadas das mães e colocadas deitadas com as mãos na cabeça. Ferramentas de trabalho foram apreendidas e barracos os destruídos.


Denunciamos a prisão da companheira Irma Ostroski, detida covardemente ao realizar exames de corpo de delito, após ser agredida na ação violenta da polícia.


Exigimos a anulação da compra ilegal de terras pela Stora Enso na faixa de fronteira e sua expropriação para fins de reforma agrária; e pela retirada do projeto, da Câmara e do Senado, que propõe a redução da faixa de fronteira.


Dizer não à ação das transnacionais e ao agronegócio, é uma tarefa inadiável de todas e todos que lutam por um mundo de igualdade.


A NOSSA LUTA É TODO O DIA.


SOMOS MULHERES E NÃO MERCADORIA!!



Assista os vídeos:


Mulheres da Via Campesina Ocupam Stora Enso 1/2


http://br.youtube.com/watch?v=4g5V0VzPf28


Mulheres da Via Campesina Ocupam Stora Enso 2/2


http://br.youtube.com/watch?v=ZLu4QATtdJI