sábado, 28 de janeiro de 2012

Forum Social Temático termina neste dia 28 de janeiro com a Plenária dos Movimentos Sociais

Terminou o Fórum Social Temático - Crise capitalista, justiça social e ambiental. ainda não sabemos o número de participantes, mas pra nós da MMM, foi muito bom, obrigada!

Contamos com a participação de mulheres de vários Estados brasileiros, alguns países da América Latina, como Peu, Bolívia e Argentina, assim como da Europa (Portugal), Asia (Japão) e África (Cape Town).

Começamos participando, no dia 23 e 24 doSeminário Rumo a Rio+20: Por uma Outra Economia. O seminário abusou dos debates para acumular esforços de construção de um diagnóstico crítico da economia verde e do contexto em que a Rio+20 se realizará, visando fortalecer um campo de organizações e movimentos sociais que possam, através de seus acúmulos, reflexões e práticas contra-hegemônicas, contribuir para a construção da resistência às teses dominantes e para o fortalecimento das alternativas que emergem das práticas baseadas no olhar feminista, agroecológico, da economia solidária e de outras práticas baseadas na não-mercantilização e nos bens comuns.
Os debates: Trajetória de lutas desde a Eco 92, crise global e a necessária desconstrução da economia verde no caminho para a Rio+20; Premissas de Outra Economia - não-mercantilização, estratégias coletivas e não-individuais, direitos e justiça ambiental, bens comuns; Reflexões a partir das experiências e práticas das organizações e movimentos sociais; Estratégias de ação: o que fazer rumo a Rio+20 e depois.

No dia 24, participamos da Marcha de Abertura! Apesar do intenso calor estávamos com muitas militantes da MMM e conseguimos fazer uma ala inteirinha nossa. Várias faixas, pirulitos, cartazes, apitos e nossa fuzarca feminista (a batucada!)

O debate sobre
Feminismo e Ecologia: Mulheres em Luta

contra o Capitalismo Verde, aconteceu no dia 25 e foi nossa primeira atividade da MMM no FSTemático. Participação de Nalu Faria da Marcha Mundial das Mulheres, apresentando os diálogos entre feminismo e ecologia; Lúcia Ortiz do Núcleo de Amigos da Terra, sobre os desafios da luta contra o capitalismo verde e Patricia Amat, do Peru, que apresentou uma reflexão sobre o atual modelo a partir da perspectiva da economia feminista. Além dessas painelistas, contamos com a presença de Yuko Tonohira, militante ecofeminista japonesa da luta anti-nuclear. A mediação foi da Cintia Barenho, bióloga, feminista e militante da Marcha Mundial das Mulheres do Rio Grande do Sul.


A Plenária da Marcha Mundial das Mulheres aconteceu na parte da tarde do dia 25 e contou com a participação de Wilhelmina Trout, Nalu Faria e Raquel Duarte, Coordenação Internacional, Nacional e Estadual respectivamente.


Primeiramente exibimos o Video Solidariedade Feminista em Ação Internacional – 3ª Ação Intenacional da MMM. Logo a seguir Wilhelmina Trot fez um balanço da Ação 2010 e sua experiência na Ação da Africa. Depois Raquel Duarte deu os informes do Encontro Internacional da MMM (Filipinas, 21 a 25 de novembro 2011) e Nalu Farias fechou a plenária abordando as ações da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil e calendário de Mobilizações para 2012.

No encerramento Gerusa cantou a música da Marcha (Seguiremos em marcha) e todas deram as mãos. Foi um momento de grande emoção.

Participamos, no dia 27, da atividade O controle corporativo do debate global sobre a crise climática e econômica: a luta global para desmantelar o poder das transnacionais; Alimentos – Produção – Consumo: Olhares das Mulheres sobre a Sustentabilidade onde contou com a participação de mais de 60 pessoas.
Ainda no mesmo dia, o Brasil Autogestionério promoveu o debate Movimentos sociais, política e Revolución no Século XX, com Esther Vivas, Barcelona ativista política e social dos movimentos a favor da soberania alimentar e consumo crítico e Wilhelmina Trout, Africa do Sul, Marcha Mundial das Mulheres

Já no evento #conexoesglobais, a Marcha Mundial das Mulheres participou de três atividades, sendo o Painel #OccupyWallStreet : Uma economia a serviço das pessoa, no dia 26, onde Vanessa Zettler (Estados Unidos), fez uma webconferência, e Wilhelmina Trout, Giuseppe Cocco, Renato Rovai bordaram o tema da inclusão digital.

Nós da Marcha organizamos o Conexões feministas: Nas Ruas e Na Rede! Os debates giraram no tema da participação das mulheres nas redes sociais, que é em número bem abaixo dos homens. Debatemos ainda que, independente das redes sociais, que se pode mobilizar e organizar grandes ações como #OccupyWallStreet, na verdade as redes não chegam nas mulheres das periferias. Sem formação das lideranças não conseguimos mobilizações de massa com as mulheres da base social.

Cerca de 1,5 mil pessoas participaram, dia 28, da Assembléia dos Movimentos Sociais, mais de 100 movimentos sociais participantes do Fórum Social Temático (FST) 2012. Em carta, os ativistas citaram a construção de uma agenda e de ações comuns contra o capitalismo, o patriarcado, o racismo e todo tipo de discriminação e exploração.

Créditto das fotos: Cintia Barenho e Leandro Silva.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Marcha Mundial das Mulheres presente no Forum Social Temático 2012

FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO - Crise capitalista, justiça social e ambiental


A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional que luta para mudar o mundo e a vida das mulheres, integrando a construção de igualdade e liberdade das mulheres às lutas por transformações globais na sociedade.


Frente à crise sistêmica que tem uma forte dimensão ambiental, o capitalismo se reapresenta com uma maquiagem verde, implementando mecanismos que fortalecem o mercado e retiram a soberania dos povos sobre seu território.

Existem muitos pontos em comum entre as estratégias e discursos de dominação da natureza, dos territórios e dos corpos das mulheres. Da mesma forma, existem paralelos entre a exploração da natureza e do tempo das mulheres: parecem inesgotáveis e flexíveis, e são usados como uma variável que pode ser ajustada fácil e continuamente, garantindo os lucros do mercado e a sustentabilidade da vida às custas do sobretrabalho das mulheres e apropriação privada dos bens comuns.

No espaço do Fórum Social Temático, reforçaremos os processos de aliança dos movimentos sociais em luta contra o capitalismo que é racista e patriarcal, e que agora se apresenta maquiado de verde. A Assembléia dos Movimentos Sociais será um momento para a construção da nossa agenda comum de lutas contra as transnacionais e por justiça climática e pela soberania alimentar, de enfrentamento à violência contra a mulher, e contra a guerra, o colonialismo e a militarização de nossos territórios.

Em 2012, estas lutas terão como momentos de forte expressão a Cúpula dos Povos na Rio+20, os protestos contra o G8 e a Otan, e o Fórum Social Palestina Livre!

Estamos em marcha contra a mercantilização da natureza, das nossas vidas e corpos. Afirmamos nossas alternativas desde a luta das mulheres: as verdadeiras soluções para a crise são construídas pelos povos!

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!


Programação



Dia 23 e 24

9h Seminário Rumo a Rio+20: Por uma Outra Economia

Local:IAB-RS - Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Rio Grande do
Sul - CENTRO CULTURAL IAB-RS | SOLAR CONDE DE PORTO ALEGRE
Rua General Canabarro, 363 esq. com Rua Riachuelo

O seminário pretende se somar aos esforços de construção de um diagnóstico crítico da economia verde e do contexto em que a Rio+20 se realizará, visando fortalecer um campo de organizações e movimentos sociais que possam, através de seus acúmulos, reflexões e práticas contra-hegemônicas, contribuir para a construção da resistência às teses dominantes e para o fortalecimento das alternativas que emergem das práticas baseadas no olhar feminista, agroecológico, da economia solidária e de outras práticas baseadas na não-mercantilização e nos bens comuns.
Com Nalu Farias, Cmila Moreno e Lucia Ortiz

Pautas em debate:

23 de janeiro -
Manhã -
Trajetória de lutas desde a Eco 92, crise global e a necessária
desconstrução da economia verde no caminho para a Rio+20.

Tarde -
Premissas de Outra Economia - não-mercantilização, estratégias
coletivas e não-individuais, direitos e justiça ambiental, bens comuns.

24 de janeiro -
Manhã - R
eflexões a partir das experiências e práticas das organizações e
movimentos sociais.

Tarde -
Estratégias de ação: o que fazer rumo a Rio+20 e depois.

Dia 23

IV PLENARIA DA ARTICULAÇÃO NACIONAL DOS COMITÊS POPULARES DA COPA

19h - A COPA É NOSSA? MEGA-EVENTOS e ESTADO DE EXCESSÃO -

Plenária aberta, na Praça da Matriz – Porto Alegre


Dia 24

15h Marcha de Abertura

Vamos nos encontrar no inicio da Marcha de abertura e fazer o ensaio da batucada ali mesmo.

Vistam suas camisetas, levem suas garrafinhas dagua, canecas, chapéus/lenços e bandeiras. Precisaremos dar visibilidade para a MMM.

Precisamos de disposição pra batucada, pra carregar as faixas e os banners da Marcha. Somos muitas!

Dia 25

9h - Feminismo e Ecologia: Mulheres em Luta contra o Capitalismo Verde

Local: Casa de Cultura Mário Quintana, Sala Lili Inventa o Mundo

Participação de Nalu Faria da Marcha Mundial das Mulheres, apresentando os diálogos entre feminismo e ecologia; Lúcia Ortiz do Núcleo de Amigos da Terra, sobre os desafios da luta contra o capitalismo verde e Patricia Amat, do Peru, que apresentará uma reflexão sobre o atual modelo a partir da perspectiva da economia feminista – mediação Cintia Barenho


13h30 – Plenária da Marcha Mundial das Mulheres

Local: Plenarinho Assembléia Legislativa, 3o Andar

Participação de Wilhelmina Trout, Nalu Faria e Raquel Duarte, Coordenação Internacional, Nacional e Estadual respectivamente

Pauta:

  • Exibição do Video Solidariedade Feminista em Ação Internacional – 3ª Ação Intenacional da MMM

  • Balanço da Ação 2010 e desafios com Wilhelmina Trot

  • Informes do Encontro Internacional da MMM (Filipinas, 21 a 25 de novembro 2011) com Raquel P. Duarte

  • Ações da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil e calendário de Mobilizações para 2012 com Nalu Faria

Encerramento da Plenária com a Batucada rumo à Praça da Matriz


Dia 26

10h – Construindo a democracia Real: demoracia participativa e as ferramentas digitais

Local: Sindicato dos Bancários – Gen. Câmara, 424

Com Tica Moreno, Vanessa Marx, Emir Sader e Raul Pont


18h15 – Painel #OccupyWallStreet : Uma economia a serviço das pessoas

Local: Casa de Cultura Mário Quintana

Uma ocupação anticapitalista no coração do sistema financeiro mundial questionou o modelo da economia global e desafiou as grandes corporações. Vanessa Zettler, uma das primeiras a acampar em Wall Street, conta como tudo começou e as dinâmicas do acampamento. Debate de análise e perspectivas desse movimento. #occupywallstreet #OWS #globalchange


    Webconferencista:
    Vanessa Zettler (Estados Unidos)
    Jornalista brasileira. É ativista do movimento Ocupe Wall Street, que promove marchas e acampamentos em Nova York.

    Debatedores: Wilhelmina Trout, Giuseppe Cocco, Renato Rovai


Dia 27

9h – O controle corporativo do debate global sobre a crise climática e econômica: a luta global para desmantelar o poder das transnacionais

Local: Casa de Cultura Mário Quintana


13h – Alimentos – Produção – Consumo: Olhares das Mulheres sobre a Sustentabilidade

Local: Memorial do RS

Organizada por Oxfam, SOF entre outras organizações


13h brasil autogestionario – Movimentos sociais, política e Revolución no Século XXI

Local: Assembléia Legislativa.

" O Seminário pretende a partir do debate com representantes de movimentos sociais, intelectuais e lideranças de partidos de esquerda discutir os movimentos sociais hoje, as possibilidades de uma nova práxis política e os caminhos para uma estratégia que tenha como objetivo o resgate do conceito de revolução social como elemento fundante do outro mundo possível. "

Confirmadas presenças de Esther Vivas, Barcelona ativista política e social dos movimentos a favor da soberania alimentar e consumo crítico e Wilhelmina Trout, Africa do Sul, Marcha Mundial das Mulheres


17h – Conexões feministas: Nas Ruas e Na Rede!

Local: Casa de Cultura Mário Quintana




quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Simone de Beauvoir e Rosa Luxemburgo: poesias irreverentes e radicais

Paula Grassi

Mês de janeiro é mês de recordar duas irreverentes mulheres que marcaram seus tempos ao enfrentar corajosamente as convenções e o patrulhamento ideológico, e hoje são inspirações para a luta feminista e de Outro Mundo Possível: Simone de Beauvoir e Rosa Luxemburgo.

Recontar, mesmo que brevemente essas histórias de experiências femininas, é também afirmar a importância das mulheres na história e romper o silêncio em que estávamos confinadas. Michelle Perrot, conhecida mestra da História das Mulheres, alerta em Minha História das Mulheres: As mulheres ficaram muito tempo sem o relato da história, como se, destinadas à obscuridade de uma inenarrável reprodução, estivessem fora do tempo, ou pelo menos fora do acontecimento (PERROT, 2007, p. 16). Para Perrot uma história sem as mulheres é impossível (p. 13). Assim, nas próximas linhas ao fazer memória da vida dessas destacadas mulheres, iremos contra as definições de histórias e seus agentes já estabelecidos como “verdadeiros” que por muito tempo tornaram as mulheres invisíveis.


Não se nasce mulher, torna-se mulher – Simone de Beauvoir


No último dia 09 Simone de Beauvoir completou 104 anos, se viva. Simone de Beauvoir, em que numa entrevista histórica de 1972 proclamou em alto e bom som sou feminista, é autora da famosa frase Não se nasce mulher, torna-se mulher. A afirmação faz parte do seu livro o Segundo Sexo lançado na década de 40 e que marcou os estudos feministas e a questão de gênero. O livro, que na época levantou inúmeras polêmicas tanto por parte da direita como da esquerda, trata das condições sociais e culturais enquanto responsáveis pela construção da identidade feminina e masculina. Em entrevista à Alice Shwarzer (1972), Beauvoir recorda trinta anos depois sobre seu livro e defende O eterno feminino é uma mentira, pois a natureza desempenha um papel ínfimo no desenvolvimento de um ser humano: somos seres sociais.

Nascida em Paris no ano de 1908, Simone presenciou durante sua infância sua família falir. Seu pai George de Beauvoir considerou que as filhas não conseguiriam bons casamentos e assim passou a crer que somente o sucesso acadêmico poderia tirar as filhas da pobreza. Mais tarde a francesa criticava os valores burgueses em Memórias de uma moça bem comportada.

Na década de 60, nos nascentes movimentos feministas, Simone se envolveu na luta das mulheres e defendia um movimento feminino especifico e autônomo. E até hoje seus estudos e sua vivência são revisitados e refletidos, inspirando a luta diária de mulheres.


Socialismo ou barbárie – Rosa Luxemburgo


Já no dia 15, a memória se volta para a polonesa judia Rosa Luxemburgo, conhecida com a Rosa Vermelha. Completou – se 93 anos do assassinato de Rosa, morta na noite de 15 de janeiro de 1919 em Berlim por soldados a serviço de governantes social-democratas. Eles atiraram em sua cabeça depois de horas de tortura do Hotel Éden e jogaram seu corpo num canal. Somente em 31 de maio encontraram seu corpo já irreconhecível e podre, sendo reconhecida por pedaços de vestido e um pingente.

Sua conhecida palavra de ordem Socialismo ou barbárie resume sua vida marcada pela luta da esquerda radical, anti-capitalista e anti-imperialista. Rosa Luxemburgo Rosa iniciou sua militância no movimento socialista ainda quando estava na escola secundária e em 1894 fundou o Partido Social-Democrata (SPD) da Polônia e Lituânia. Após 4 anos,obteve a nacionalidade alemã, instalando-se em Berlim e engajando-se nos debates com a social-democracia alemã. Percebendo elementos de capitulação – que depois ajudaria a ascensão do nazismo – Rosa enfrentou o reformismo de Edouard Berstein. A teórica marxista atacava as teses revisionistas, denunciando o esquematismo teórico e o oportunismo político de Berstein, que abandonava não apenas o marxismo como a luta pelo socialismo. Para Rosa, “entre a reforma e a revolução devia haver um elo indissolúvel” no qual “a luta pela reforma é o meio e a revolução social é o fim”.

Anos mais tarde lança A Acumulação do Capital, combatendo as correntes nacionalistas do SPD e firmando seu internacionalismo proletário e seu antimilitarismo radical. Rosa também ajudou na fundação do Partido Comunista da Alemanha (KPD).

Rosa Luxemburgo é um exemplo para nós mulheres ocuparmos cada vez mais os espaços da cena política, seja em movimentos sociais ou partidos políticos. Além disso, sua defesa de um projeto anti-capitalista nos provoca a refletir de que a construção de uma igualdade real entre mulheres e homens deve ser permanentemente ao lado da luta contra as diversas formas de dominação. Nesse caso o fim da opressão de gênero só será possível com uma mudança do sistema vigente de opressão social.


Por fim, as vidas dessas duas mulheres permeadas pela poesia irreverente e radical se cruzam na palavra de ordem encontrada na Itália por Simone de Beauvoir em suas andanças: Nada de revolução sem a emancipação da mulher, nada de emancipação da mulher sem a revolução.

Que a nossa memória corrompida por inúmeros patriarcalismos não nos mova ao esquecimento das inspiradoras Simone de Beauvoir e Rosa Luxemburgo.

*Paula Grassi*
*Pastoral da Juventude - RS
www.pastoraldajuven tudedors. blogspot. com

Não queremos SOPA, queremos liberdade!!

Hoje, também participamos do protesto contra o SOPA, projeto de lei que poderá ser aprovado nos Estados Unidos, no próximo dia 24 de janeiro.

Este projeto visa bloquear o acesso a sites e aplicações na Internet que sejam consideradas violadoras da propriedade intelectual norte-americana.

Se aprovado, nenhuma empresa sediada nos EUA poderá permitir o acesso a um site acusado de “roubar” imagem, vídeo, música, texto ou software de cidadãos ou corporações norte-americanas, sob pena de ser considerado um verdadeiro cúmplice. A lei exige que, em cinco dias, todas as referências a estes sites sejam apagadas. Isto quer dizer que se um blog for acusado de violar o copyright de algum americano, o Google e o Yahoo serão obrigados a deletar todas as referências a ele. Também a Wikipedia deverá suprimir todos os links que teriam para este blog, mesmo que os enlaces tratassem de outro tema.

Ou seja, apesar de o SOPA ser um projeto de lei Americano, não afetará apenas os Estados Unidos, pois o país concentra quase todos os serviços e sites que utilizamos diariamente, e que podem ser afetados tais como Youtube, Facebook, WordPress, Google, Gmail, Twitter, e muitos outros.

A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento que luta pela liberdade das mulheres para decidir sobre sua vida, em todas as esferas. Somos fruto de uma história de construção feminista que compartilha ideias e práticas, recombina ações, citações e processos a partir da realidade e experiência das mulheres de todas as partes do mundo. Não somos criminosas por compartilhar músicas ou imagens que nos inspirem a seguir em luta contra o machismo, ou por traduzir, legendar e difundir vídeos produzidos nos Estados Unidos, ou por recombinar imagens e produzir um cartaz que sintetize nossa visão política.

As produções intelectuais de todo o mundo dependem do trabalho de milhões de mulheres com a produção do viver, com o trabalho doméstico e de cuidados que produz e reproduz a vida todos os dias. Nos Estados Unidos, quase todos os produtores supercriativos da indústria cinematográfica têm sua casa limpa por uma mulher, muitas vezes imigrante, negra e ilegal. Sabemos que este trabalho invisível, também realizado por mulheres de maneira gratuita, é fundamental para a criatividade e inovações em todo o mundo.

A luta contra o machismo é a luta cotidiana pela construção da liberdade.

Estamos em luta pela liberdade das ideias e pela internet livre. Mas também queremos uma internet livre do machismo, em que as mulheres não sejam alvo de violência sexista, que não sejam perseguidas por sua sexualidade e que não sejam tratadas como objeto.

Seguiremos em marcha, nas ruas e na rede, até que todas sejamos livres!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ministra Iriny Lopes: A Secretaria de Mulheres não teve nenhuma participação na MP 557

12 de janeiro de 2012 às 22:43


Ministra Iriny Lopes: “Eu não recebi minuta da Medida Provisória para opinar, eu não fui chamada para nenhuma discussão de mérito, eu não fiz parte de nenhum grupo de estudo ou de análise do que estava sendo proposto”. Foto: Lena Azevedo

por Conceição Lemes

Na entrevista que o doutor Fausto Pereira dos Santos, assessor especial do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, concedeu ao Viomundo, eu perguntei:

– Mas eu não participei, não!, disse-me, no início desta noite, a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República.

– Como?!

– Eu não participei! Eu pago todos os preços das coisas que eu faço e falo, mas do que eu não fiz, não.

A Medida Provisória 557 institui o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna. Além da presidenta Dilma Rousseff, assinam-na os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento).

Prossegue a entrevista, que foi solicitada pela própria ministra ao Viomundo, para esclarecer a participação da Secretaria de Políticas para as Mulheres na elaboração da Medida Provisória 557.

Viomundo – Quando a senhora tomou conhecimento da MP 557?

Iriny Lopes – Quando ela foi publicada [27 de dezembro, no Diário Oficial da União].

Há uns dois ou três meses atrás [precisamente no dia 27 de outubro de 2011], eu procurei o ministro Padilha para que a gente pudesse ter um comportamento uniforme e tranquilo em relação no caso Alyne (veja PS do Viomundo), sobre o qual o Brasil tem de se manifestar. É um caso que a gente tem tratar com toda a delicadeza que merece.

Nessa reunião, o ministro fez um comentário en passant de que seria um bom momento para se tomar outras medidas em relação à mortalidade materna. Mas não passou de um comentário.

Eu não recebi minuta da Medida Provisória para opinar, eu não fui chamada para nenhuma discussão de mérito, eu não fiz parte de nenhum grupo de estudo ou de análise do que estava sendo proposto.

Depois da Medida Provisória publicada, estimulada pelos comentários nos blogs feministas, eu fui procurar me informar mais sobre aquilo que as mulheres estavam fazendo referência.

Viomundo – Se a senhora tivesse participado, que sugestão teria dado?

Iriny Lopes – Por questões de natureza ética, eu prefiro não me manifestar sobre o mérito da MP, neste momento. Temos, primeiro, de debater o assunto no interior do governo. Depois, eu posso até me manifestar.

Agora, não posso deixar passar a ideia de que eu tinha conhecimento do conteúdo da MP e concordava com ele. Isso não é na verdade, eu não participei nem fui chamada para participar da elaboração da Medida Provisória. A Secretaria de Mulheres não teve nenhuma participação na MP 557.

Viomundo – Em relação ao caso Alyne, como ele tem de ser conduzido na sua opinião?

Iriny Lopes – Nós não podemos negá-lo nem tergiversar sobre o assunto. O caso correu o fato e, na minha opinião, poderia ter sido evitado.

Eu acho que a maneira mais coerente e mais afirmativa que o Brasil tem de enfrentar uma situação como essa é dar o mesmo tratamento que demos ao caso Maria da Penha. Ou seja, ao ser denunciado, partimos decididamente para a construção de algo afirmativo, que não nega o problema mas que busca solução. Temos de fazer o mesmo em relação ao caso Alyne e à mortalidade materna.

É o mais correto. Temos de admitir que o problema ocorreu, porque quando não se admite, não se muda. Isso é fundamental. E, a partir daí, buscar uma maneira afirmativa de superação do problema identificado. É o melhor não só para o Brasil mas para as mulheres brasileiras.

PS do Viomundo: Em 2002, a afro-brasileira Alyne da Silva Pimentel, então com 28 anos de idade e 27 semanas de gestação, procurou uma casa de saúde particular em Belfort Roxo, na Baixada Fluminense, RJ, pois estava vomitando e tinha dores abdominais. Uma ultrassonografia constatou a morte do feto.

A casa de saúde transferiu Alyne para um hospital público da região, para que fosse retirado o feto. Como não encaminhou junto qualquer documento que indicasse o seu estado clínico, ela ficou esperando horas no corredor por atendimento. Aí, entrou em coma e morreu por falta de cuidados médicos adequados. Uma morte perfeitamente evitável.

Em função do caso Alyne, o Brasil foi condenado recentemente pelo Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (Cedaw, entidade que monitora o cumprimento da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher).

“Além da reparação adequada da família de Alyne, incluindo indenização financeira, o Brasil foi condenado a implementar uma série de recomendações para reduzir a mortalidade materna”, afirmou a advogada Beatriz Galli em entrevista ao Viomundo.


Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/ministra-iriny-lopes-a-secretaria-de-mulheres-nao-teve-nenhuma-participacao-na-mp-557.html

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Não à MP 577/2011 MS! Em defesa da vida das mulheres!




No dia 26/12/2011, o Ministério da Saúde publicou a Medida Provisória 557/2011, que institui o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna que prevê um cadastro universal das gestantes e puérperas buscando identificar as que estão com gestação de risco. Segundo o Ministério da Saúde essa iniciativa visa a responder a uma preocupação de que os municípios e Estados fortaleçam sua intervenção e garantam a realização de uma atenção eficaz e humanizada como parte do esforço de redução da mortalidade materna a níveis aceitáveis segundo a OMS. É conhecida a gravidade dos índices de mortalidade materna no Brasil, seu corte de classe e raça e, portanto, a urgência que uma Política Integral de Atenção à Saúde da Mulher priorize essa questão.

No entanto a edição desta MP levanta várias dúvidas quanto à sua adequação e se, de fato, é necessário criar esse tipo de mecanismo e, mais ainda, por meio de um dispositivo de Medida Provisória. Em primeiro lugar chama a atenção de maneira contundente o fato de que ela mexe na lei geral que organiza o sistema de saúde (Lei 8080 de 1990) para introduzir na legislação a questão dos direitos do nascituro. A introdução da idéia de direitos do nascituro tem sido, ao longo de várias décadas, uma questão central na disputa realizada pelos setores que buscam restringir os direitos das mulheres à autodeterminação e autonomia em relação à maternidade. Um debate que se contrapõe não apenas ao movimento de mulheres, mas a todos os setores progressistas que reconhecem a importância de se resguardar e reafirmar o direito das mulheres frente às tentativas constantes de introduzir esta contraposição no ordenamento legal brasileiro.

Não é pouco lembrar que, até agora, o marco principal é a Constituição brasileira onde prevaleceu o direito à vida desde o nascimento e os direitos das mulheres enquanto gestantes, recusando-se essa noção movida principalmente por influências religiosas conservadoras. O mais preocupante, portanto, é que a MP 557/2011, introduz a figura do nascituro como portador de direitos, quando é fato que esse não existe fora do corpo da gestante.

O fato é que esses setores retrógrados não conseguiram introduzir essa questão na legislação no Brasil até o momento, ainda que nos últimos anos tenha se acirrado a pressão para se definir os direitos das pessoas, e neste caso em especial das mulheres pela ótica de ideologias religiosas conservadoras. É inaceitável que isso seja realizado pelo Ministério da Saúde e a partir de uma questão tão sensível como propostas de redução da mortalidade materna. Com isso, o Ministério assume a linguagem dos setores reacionários, o que é inadmissível, e retrocede no processo de acúmulo que o SUS representa em termos de uma concepção de saúde vinculada ao pleno exercício de direitos.

Evidentemente o caráter persecutório da MP torna-se mais forte pelo fato de que no Brasil as mulheres são criminalizadas pela realização do aborto. Nos últimos anos há uma ofensiva conservadora e aumento da perseguição e criminalização das mulheres, inclusive com a interdição policial de clínicas, com a utilização de prontuários e registros das usuárias. As mulheres não podem exercer sua autonomia diante de uma gravidez indesejada e ficam expostas a riscos para sua saúde, sua integridade física e liberdade.

É evidente que o cadastro proposto é universal e compulsório, como se pode ler no texto da MP. Se é possível tomar medidas para que isso não seja utilizado como mais um instrumento de restrição de liberdade das mulheres em sua vida reprodutiva, os argumentos do Ministério da Saúde de que “universal” não se confunde com “compulsório” só faz sentido se isso corresponde a uma sugestão do Ministério de que as mulheres não procurem os serviços de saúde! Aliás, todas nós esperamos e queremos um atendimento integral à saúde das mulheres e que todas possam estar inscritas no sistema de saúde. O que torna, portanto, mais estranha e incompreensível a necessidade de tal cadastro específico de gestantes, mesmo considerando a problemática da mortalidade materna.

Desde o início da gestão, tem prevalecido nas ações do Ministério da Saúde uma perspectiva conservadora que não leva em consideração a saúde integral das mulheres e está centrada fundamentalmente no aspecto materno infantil. Nesse sentido a MP é uma continuidade da rede cegonha e de uma visão redutora do papel das mulheres como mães e reprodutoras.

Também chama a atenção a introdução da proposta de um Comitê Gestor Nacional sem qualquer participação da sociedade civil, e principalmente de Comissões de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento de Gestantes e Puérpuras de Risco quando na realidade já existe no sistema de saúde, com participação dos movimentos e da sociedade civil, os Comitês de Morbi-Mortalidade Materna, fruto da luta e reivindicação dos setores organizados como parte de toda uma luta dos movimentos sociais por um sistema de saúde público e com controle social. A proposta não segue o acúmulo do SUS, prevendo em sua composição apenas a participação de profissionais e gestores, e desconhece o papel do movimento organizado nesses instrumentos.

Finalmente, o enfrentamento da mortalidade materna exige enfrentar a terceira causa de mortalidade materna que é o abortamento inseguro. É amplamente conhecido que isso só será possível se for respeitada a autonomia das mulheres e o aborto diante de uma gravidez indesejada for parte da política de saúde pública.

É obrigação do Ministério da Saúde ter políticas de atenção à maternidade que busquem reduzir a morbi-mortalidade materna e para isso é necessário qualificar a assistência e garantir o acesso e acolhimento nas unidades e hospitais, tanto na regulamentação para o atendimento privado como nos serviços sob responsabilidade da rede SUS. Nesse sentido a o benefício de R$50,00 terá um papel importante para o deslocamento daquelas que têm dificuldade financeiras. Sua eficácia, entretanto, depende da existência de outras políticas sociais associadas. Mas, mais uma vez, não é isso o que justifica a edição desta medida provisória.

É urgente que o Ministério da Saúde retire essa MP e articule suas ações para redução da mortalidade materna em acordo com mecanismos e as diretrizes já previstos no SUS e nas Conferencias Nacionais de Saúde.

Por isto, nós, da Marcha Mundial das Mulheres, exigimos:
  • Que o Ministério da Saúde retire a MP 577/2011 no sentido de garantir a integralidade da saúde da mulher em consonância com seus direitos e garantias individuais;
  • Que o Ministério da Saúde retome o debate sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e que o governo reafirme a autonomia política das ações condizentes com os princípios do Estado Laico, tomando medidas sem se curvar para conservadorismos ou morais religiosas;
  • Um compromisso explícito do governo de impedir todas as ações de retirada de direito das mulheres nas políticas públicas;
  • Que o Ministério da Saúde e o governo federal em conjunto com a sociedade civil enfrentem o debate do aborto inseguro e a necessidade de políticas de atendimento às mulheres que decidem interromper uma gravidez indesejada e, portanto, que o aborto seja descriminalizado e legalizado.
Marcha Mundial das Mulheres

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

BOLETIM DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES RS


janeiro de 2011


Companheiras,

Mais um ano que se encerrou e fizemos tantas coisas bacanas que, se não fizermos um esforço de colocar no papel, corremos o risco de iniciarmos 2012 fazendo um esforço brutal pra lembrar de tudo que organizamos ou participamos.

2011 foi um ano de Conferências de Políticas Públicas para as Mulheres e nossa atuação aconteceu desde as etapas municipais, regionais e estadual. Estávamos organizadas e fizemos parceria com vários movimentos e organizações/sindicatos para a construção de propostas que dialoguem com a nossa pauta e a nossa luta cotidianas.

No mês de dezembro de 2011, participamos da Conferência Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, em Brasília, com quatro militantes delegadas pelo RS, e quatro militantes que trabalharam na coordenação ou relatoria dos GTs. Além destas tínhamos também companheiras na comissão organizadora nacional.

Seminário Estadual e Plenária Estadual

Em abril também organizamos o Seminário Estadual “O Mundo do Trabalho e as Mulheres” - uma crítica à sociedade de mercado, no dia 15 de abril, construído com parcerias como a Rede Economia e Feminismo, CUT, Federação das Mulheres Gaúchas; contando com o apoio de sindicatos como Federação dos Bancários, Sindicato dos Bancários, Sintrajufe, Sindjus, Afocefe, Sindicato dos Plásticos, Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Esteio. A Jornada de Formação Feminista que iniciou com o Seminário, teve sequencia no dia 16 de abril com uma formação que abordava os demais eixos da Plataforma Feminista e no dia 17 de abril, nossa Plenária Estadual, onde indicamos a Coordenação Executiva atual.

Formação Feminista

Durante o ano organizamos 3 atividades de formação feminista para nossas militantes (16 de abril; 23 de julho e 26 de novembro), onde reforçamos o caráter militante da MMM e estarmos todas afinadas com nossa Plataforma Feminista, que elaboramos na Ação 2010. Trabalhamos ainda o tema do machismo, a lesbofobia e do racismo e na última formação falamos sobre atualidades do marxismos para a luta feminista.

Mulheres Estudantes da UNE

Foi em Salvador, entre os dias 21 a 24 de abril, que aconteceu o 4º Encontro de Mulheres Estudantes (EME) da UNE, reunindo cerca de 700 mulheres estudantes de todo o Brasil, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), campus Ondina. Várias militantes da MMM-RS participaram. Ao final foi construída a Carta das Mulheres Estudantes Brasileiras

Jornada Lésbica Feminista
Aconteceu no mês de agosto de 2011 mais uma Jornada Lésbica Feminista, a terceira no RS. A jornada teve uma agenda cheia de atividades nos sindicatos, na CUT, Câmara de Vereadores e Assembléia, GHC, UFRGS entre outros espaços.
A luta da LBL é pela erradicação do Brasil - e do mundo! - de todas as formas de violência e de opressão, não apenas às mulheres bissexuais e às lésbicas, mas cometidas contra todas as mulheres.

Estado Laico
A Liga Brasileira de Lésbicas, a Marcha Mundial de Mulheres, os Grupos Nuances, Somos - Comunicação e Sexualidade, a Rede Feminista de Saúde e Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero,entregaram uma Petição do Estado Laico, solicitando a retirada dos símbolos religiosos dos espaços públicos, na Assembleia Legislativa do Estado, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Tribunal de Justiça, e ao Executivo, em respeito ao artigo 19 da CF, que prevê a Laicidade como princípio no Estado Brasileiro.
Além dos grupos citados, também assinam a petição representantes da Campanha Laço Branco - Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Frente Estadual dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
O argumento central das petições é de que a exibição de símbolos cristãos nos espaços públicos (como crucifixos e outras imagens de fé católica), ofende o princípio da laicidade do Estado, favorecendo uma corrente de fé e, ao mesmo tempo, desconstituindo ou rebaixando as mais de duzentas fés oficialmente registradas no Brasil, criando uma associação entre o Estado e uma religião, tornada, indiretamente, a religião do Estado, através da reverência feita a estes símbolos, colocados em espaços privilegiados dos prédios públicos, como câmara julgadoras, plenários, escolas e áreas de atendimento ao público.

15 Out

A revolução será feminista ou não será!! Nem oprimidas pelo patriarcado nem exploradas pelo capitalismo

Nós da MMM-RS também ocupamos a praça da Matriz (Júlio de Castilho) em Porto Alegre no 15 de outubro. Nossa chamada foi aa de retomarmos as ruas por liberdade, numa demonstração de indignação e de rejeição aos cortes sociais e a dominação capitalista patriarcal.
Nesse #15O chamamos para a reflexão sobre a importância de vencermos e superarmos profundamente a visão de propriedade privada sobre a vida, corpos e almas.
Nosso material da MMM-RS, que distribuímos na praça, falava que precisamos vencer o patriarcado, que temos que vencer a alienação existente sobre nossos corpos, sobre a natureza, porque o capitalismo e o patriarcado se baseiam em uma sociedade que fragmenta tudo, toda a vida. Que o capitalismo aprofundou a divisão sexual de trabalho. Mudar o Mundo para Mudar a Vida das Mulheres! Não pagaremos pela crise!

Mulheres Rurais

A Marcha Mundial de Mulheres participou da I Conferência Temática para Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul, nos dias 20 e 21 de outubro, em Porto Alegre. A luta da MMM-RS está presente no campo e na cidade: o que nos une é a defesa dos direitos de todas as mulheres. No entanto, a realidade das camponesas nos revela características específicas.

No dia 20/10, a companheira Nanda Barreto participou do painel sobre "Gênero e Desenvolvimento Rural Sustentável" na Conferência. A nossa posição é clara: não existe sustentabilidade sem justiça social. Acreditamos que os problemas ecológicos resultam de séculos de uma péssima relação entre a civilização e o meio ambiente, centrada em padrões de consumo insustentáveis e na subordinação de todos os aspectos da vida humana aos interesses obscuros do capitalismo.

Defendemos a agroecologia e a economia solidária como bases da organização produtiva camponesa. Estamos de olho na crise alimentar e acreditamos no caminho da produção de alimentos saudáveis, com a adoção de tecnologias que respeitam o meio ambiente e valorizam os saberes locais e as tradições. Lutamos também pela autonomia econômica das mulheres e pelo nosso protagonismo em diferentes espaços.

Campanha contra os Agrotóxicos

Cada brasileiro e brasileira come em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Até quando vamos engolir isto?
Esta foi a chamada do lançamento da campanha contra os agrotóxicos que a MMM participou no dia 21 de outubro. Várias organizações estavam presentes, como a Via Campesina, Nat, Emater, entre outras.

Bens Comuns e a gestão da água

A MMM-RS participa do debate sobre a privatização da água. Esrivemos presentes em reuniões, debates e seminários sobre o tema. Queremos discutir o modelo de gestão da água no Rio Grande do Sul, com as entidades e organizações e o Governo do Estado. A água não é mercadoria.
Nos últimos anos, tanto a Europa quanto a América Latina passaram por profundos debates sobre qual o caminho a seguir na questão do saneamento. França, Itália, Bolívia, Argentina e Uruguai são exemplos de países que discutiram amplamente o modelo de gestão dos serviços de abastecimento de água e optaram por mantê-lo sob controle público.

Mulheres e a Ecologia – no dia 19 de dezembro , em Porto Alegre, promovemos uma conversa com as parceiras da via campesina para pensarmos uma atividade sobre o tema da ecologia e as mulheres. Neste sentido, combinamos que tentaremos fazer uma atividade durante o mês de março, que seja de formação. As gurias da via, que participarão de reunião apenas em fevereiro, devem nos procurar novamente para fecharmos qual será nossa ação.

Estávamos presentes também na Marcha dos Sem, com a CMS que organizou a 16ª Marcha dos Sem que aconteceu no dia 27 de outubro, em Porto Alegre; no dia da Consciência Negra, e nas atividades de combate à Violência Contra as Mulheres.

Filme Amor - Para marcar a passagem do Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, o CineBancários, em parceria com a Copacabana Filmes e E o Video Levou, realiza uma sessão especial e lançamento do DVD do filme brasileiro Amor! dirigido por João Jardim, no dia 28 de novembro, às 19h. Nós da MMM também estávamos na parceria e contribuímos com o debate que aconteceu após a exibição do filme.

RIO +20:
(em nossa formação de julho a Cintia fez uma fala sobre a Rio + 20 e quais as razões da participação da MMM neste debate)
O Comitê Rio +20, que reúne várias organizações fará uma atividade durante o FS Temático de 2012.
Da última reunião do RS foram tiradas algumas propostas para esta atividade, tais como: -sugestão de que cada entidade participante elaborasse seu próprio documento/posicionamento sobre Rio+20; sobre a metodologia da oficina alguns avaliaram de forma positiva a proposta de ser um palestrante dando um panorama geral e depois abrir para falas de outras entidade envolvidas no comitê, abrir para plenária e haver uma síntese final da atividade, auxiliando na composição do documento que está sendo desenvolvido pela CSMA. Além disso, avaliou-se positiva a indicação do ministro Herman Benjamin, mas também houve um menção ao professor Henri Acselrad (UFRJ). Também foi sugerida uma metodologia onde após uma fala de conjuntura sejam desenvolvidos grupos de trabalho afim de melhor aprofundar e debater. Tais GTs teriam perguntas-chaves. Após os grupos voltariam para uma plenária final. Alguns dos presentes acreditam que tal metodologia facilitaria as diversas manifestações.
Indicação de reunião da executiva ( em 5 de janeiro) que propôs a metodologia, para poder fechá-la e com isso chamar nova reunião, mas ampliada.

COMITÊ DA COPA PORTO ALEGRE

A Tica, da Nacional está acompanhando, em SP, as reuniões do Comitê. Aqui no RS não temos tido pernas pra acompanhar, mas é uma das nossas metas e desafios para este ano, após o FST.

nesta TERÇA-FEIRA (10/01), às 19h no auditório do CPERS Sindicato (av. Alberto Bins, 480) acontece a reunião do Comitê Popular da Copa 2014 em Porto Alegre. Na ocasião, serão debatidas e definidas as pautas:

- Informes
- Encontro da rede dos comitês populares da Copa 2014 em Porto Alegre, durante o Fórum Social Temático (FST)

blog: http://comitepopularcopapoa2014.blogspot.com/

Fórum Social Temático 2012

A MMM irá participar, não apenas com a presença de algumas militantes de vários Estados e algumas de outros países, mas também na organização de pelo menos 2 atividades: uma oficina (25 - manhã) e a plenária da MMM (25 a tarde) – a confirmar o local. Deveremos também fazer uma boa participação na Marcha de abertura, dia 24, dia 28 a Assembléia de Movimentos Sociais (AMS) e na Reunião preparatória Rio +20 (depois da AMS).
Em breve estaremos enviando a programação da MMM durante o FS Temático.
Gostaríamos de saber quais as militantes que já estão preparadas para participar das atividades e com quem poderemos contar para ajudar nas atividades da Marcha, para além de tudo termos uma bela visibilidade, como sempre.

Notícias dos municípios:

Vera Cruz: iniciaram a organização da Marcha, no dia 3 de dezembro, onde realizaram a primeira formação, onde contaram com a participação da Jane e Mirete de Santa Cruz – que participaram da Ação 2010 e da Giovana Giongo de Rio Pardo que participou da última formação da MMM em Porto Alegre. No dia 10 de dezembro foram ao centro da cidade panfletar e chamar as mulheres para participar do coletivo. Além disso pediram apoio ao CMDM e também a coordenadoria para a divulgação dos telefones e suas reuniões. Em janeiro organizarão mais uma atividade de formação com a participação de uma companheira da coordenação estadual da MMM-RS. Várias participações de jovens entre 15 e 18 anos, secundaristas, que são apostas para futuras ações dentro das escolas também. Outras ações estão sendo planejadas, vamos ficar no aguardo.

Rio Pardo: no dia 02 de dezembro realizamos uma atividade de ação direta na cidade, com uma esquete do teatro do oprimido, onde foram às ruas, e apresentaram uma situação de violência doméstica. Então o grupo de apoio fez uma panfleteação.

Novo Hamburgo: no dia 03 de novembro, no Centro de Cultura de NH ocorreu a primeira oficina de formação da Marcha Mundial das Mulheres, para as mulheres jovens da cidade. Com a participação da marchante Alexandra Castilhos assistiram
o vídeo da 3ª ação internacional da Marcha Mundial da Marcha e foram apresentadas as bandeiras de luta da Marcha. Falaram sobre feminismo, gênero, onde mais podemos introduzir essas pautas e sobre o que significa participar da Marcha e como podemos fazer parte dela. Participaram da Oficina Mulheres de 17 a 24 anos, de Novo Hamburgo e Canoas. Assim, deram o inicio para o núcleo de mulheres jovens da Marcha em NH e a partir dessa primeira atividade pretendem organizar outras jovens e realizar ainda atividades vinculadas a agenda feminista do Estado.

Montenegro – as gurias da MMM se prepararam para a Conferencia das Mulheres da região e da conferência de economia solidária. Participarão do Forum Social Temático.

Porto Alegre:

No dia 20 de dez, a MMM-PoA organizou uma reunião para dar prosseguimento à formação estadual do início do mês de dezembro. Nesta reunião foi avaliado que cabe a Porto Alegre acompanhar todas as agendas que acontecem na capital, mesmo que sejam de caráter estadual. Assim foram encaminhados pontos sobre:

FSTemático – vamos assumir junto à coordenação executiva da MMM-RS a organização da participação da MMM no Fórum;
Rio +20: Cintia está acompanhando as reuniões sobre a Rio +20 e após o Fórum teremos uma reunião nacional;
Formação Feminista: Cris e Alexandra estão responsáveis pelas oficinas da MMM nos bairros e já iniciamos contatos com várias mulheres, principalmente jovens.
8 de março: vamos buscar as parcerias para organização de uma a tividade da MMM, de formação durante as ações de março, sendo que os temas sugeridos foram: as grandes obras e a copa de 2014, violência contra as mulheres, Rio +20 e ecologia.
Fórum Temático da Palestina: Vanessa participou de uma formação sobre o Forum da Palestina que acontecerá na ultima semana de novembro de 2012. Ela estará acompanhando as reuniões em PoA e também no Forum Temático de janeiro.

Canoas:
No dia 22 de dezembro, as gurias reuniram com algumas integrantes antigas da MMM e várias novas. Começaram com um breve relato da mobilização local da MMM, a origem da MMM e sobre as ações que a marcha vem realizando nos últimos anos como: a Marcha das Margaridas e a Ação 2010. Outro assunto da pauta da reunião foi a de organizar uma pré-plenária antes do FSTemático. O tema será o mesmo da Plenária Estadual. A data e local ainda não foram marcados.
No dia 14 de janeiro, farão uma atividade de formação na cidade e aguardam mais companheiras como as Mulheres da Paz do bairro Guajuviras, as integrantes do SOS Mulher, a Coordenadora da Igualdade Racial de Canoas: Cida e professoras da rede pública de Canoas.

Bagé:

Aproveitando a visita que a Milene fez a cidade no feriado de 07 de setembro, participou juntamente com a Lélia Quadros de uma oficina de fuxico com Iara Alves, que faz parte é da “Mulheres da Paz”, no Quilombo de Palmas, e falou sobre MMM. Foi dado um relato sobre a origem da archa bem como seus objetivos, as suas ações, aborto, mulheres negras, geração de trabalho e renda.

Rio Grande:
As gurias participaram das atividades referentes a luta contra a violência durante o mês de novembro.
Em dezembro a Marcha participou do programa de rádio da Furg, programa Paralelo 30, onde a Companheira Claudia Prates foi convidada a falar sobre o tema da violência contra as mulheres e os preparativos para a Conferencia Nacional. Após a 3ª CNPM ela voltou na rádio para falar sobre os resultados da conferencia e fazer um breve balanço sobre todos os processos de conferências.

Esteio:
As feministas organizaram em março uma intervenção na estação do trensurb, pela segurança das trabalhadoras que ocupam o meio de trasporte, e reeunião com o presidente do tremsurb e representantes do conselho da Mulher e conselho de segurança, além de uma audiência Publica sobre segurança.
Também organizaram uma exposição de fotos da MMM no dia internacional de luta das mulheres, e debate sobre os conselhos de direito das mulheres.
Em julho organizaram uma oficina de batucada na semana do Meio Ambiente e formação de apresentação da MMM as mulheres do bairro Sto. Inaciocom. Uma
Feijoada foi organizada para arrecadar recursos para a Marcha das Margaridas.
Em setembro foi organizada outra formação com sobre Exploração da imagem da mulher através da midia e propaganda e formação sobre Água um bem público. As responsáveis pelas formações foram a Natália e a Jana.


As militantes da MMM de Esteio participaram da Semana da Consciência Negra de Esteio e das atividades em memória a Che Guevara.
Organizaram ainda a 2º Vigilia com o tema: Violência Contra a mulher atravéz da midia, no dia 25 de novembro.

Caxias do Sul:

No dia 02 de julho foi realizado o II Encontro Municipal da MMM/Caxias. As militantes da MMM da cidade estiveram presentes na Marcha das Margaridas e nas formações estaduais. Agora se preparam para participar do FSTemático.