terça-feira, 5 de outubro de 2021

O Ato Contra Bolsonaro reúne milhares em Porto Alegre*



No último sábado, dia 2 de outubro, as marchantes de Porto Alegre se encontraram no Largo Glênio Peres e se juntaram a milhares de manifestantes contra o governo de Bolsonaro. Após falas de líderes do PT, PC do B, PSOL, PSB, PDT PCB, CUT, dos sindicatos e das frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e Povo na Rua, o trajeto seguiu um pouco mais curto que dos últimos atos: passou pela Júlio de Castilhos, Sarmento Leite e por fim pela Loureiro da Silva, terminando no Largo Zumbi dos Palmares.

Foi um protesto gigante, as marchantes estavam com três bandeiras e uma faixa florida escrita "Resistimos para viver! Marchamos para transformar!" e puxaram gritos "fora bolsonaro", pelo impeachment, contra a fome e pelo SUS, principalmente, durante a caminhada. O povo estava animado por estar nas ruas e todos pareciam ter muita raiva do presidente. Mas as pessoas também pareciam cansadas. Em meio a trocas de olhares de solidariedade, cruzamos o viaduto da Conceição com gritos mais curtos, ainda que fortes. Já que o caminhão de som em nossa frente era grande demais para passar por ali, teve que nos encontrar depois do túnel, então por um longo caminho o povo seguiu gritando e marchando, de maneira bastante organizada.

Bolsonaro tem que cair, a manifestação de ontem demonstrou que o povo não quer esperar até ano que vem, quer que o genocida caia logo e, de lá, vá preso. O que Bolsonaro fez nesses dois anos e meio, entre crimes contra saúde pública, ambientais, além de estar desmontando a universidade pública e armando a população dizendo que assim vai diminuir a violência. Também criminalizou movimentos sociais do povo para o povo, enfraqueceu instituições e empobreceu a população. A lista é longa, então como que ele continua na presidência? Acho que esse era outro sentimento da população nas ruas: um não entendimento de como chegamos até aqui e como ele segue lá, mas com a certeza de que seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.

*Por Clarice Schreiner, militante da Marcha Mundial das Mulheres no Rio Grande do Sul. Texto elaborado para o curso interno sobre comunicação do coletivo de comunicadoras da MMM Brasil.