sexta-feira, 26 de maio de 2017

Roda de Conversa: “Mulheres da Agroecologia: com as mãos na resistência”.










Durante a Semana do Alimento Orgânico - "Produto Orgânico, melhor para a vida" - acontecerá uma Roda de Conversa: “Mulheres da Agroecologia: com as mãos na resistência”. Uma roda de conversa entre mulheres que produzem e consomem produtos agroecológicos. Após a roda de conversa haverá uma partilha de alimentos orgânicos.

Participantes confirmadas:
Andréa Schaeffer - Coletivo de Economia Solidária Somos Soma;
Camila Dellanhese Inácio - CSA-POA;
Isabel Cristina M. R. Dalenogare – Grupo Mulheres da Terra;
Ana Maria - UVAIA/UFRGS
Mediadora: Cíntia Barenho / MMM-RS

Realização: Grupo Mulheres da Terra do Assentamento Filhos de Sepé-Viamão/RS; Cooperativa Central dos Assentamentos (Coceargs); Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR-RS); EMATER/RS-ASCAR; Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria do Agronegócio, Pecuária e Irrigação do RS (DDPA/SEAPI); Marcha Mundial das Mulheres (MMM); Uvaia - UFRGS; Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA Porto Alegre)

Quando: 30/5/2017
Horário: 15:30
Local: Contraponto - Faculdade de Educação- UFRGS
Av. Paulo Gama, 110 – Porto Alegre/RS

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Ação de base - Panfletagem no Humaitá/POA





Nesse sábado, a partir das 13h30min, a Frente Brasil Popular estará realizando uma atividade de panfletagem e diálogo com a população no bairro Humaitá.
Essa é iniciativa para que possamos enraizar a luta  da FBP nos bairros e periferias de Porto Alegre, articuladas com as lideranças comunitárias da região.

Essa atividade em especial foi proposta e organizada pela MMM junto com o movimento de mulheres da Frente e pretende fazer o recorte das mulheres, apresentando como as reformas trabalhista e da previdência afetam principalmente a nós!

Convocamos todas e todos a estarem presentes fortalecendo a luta contra o golpe e a retirada de direitos!

Quando: 20/05 (sábado)
Que horas: a partir das 13h30min
Ponto de encontro: EMEF Antônio Giudice, rua Caio Brandão de Melo n 1, Humaitá
Contatos: Maria do Carmo (993619985) e Alicia (993589061)



quarta-feira, 17 de maio de 2017

Governo Temer: um ano de retrocesso para as mulheres

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Por Maria Júlia Montero*
Vivemos um momento de crise econômica. Diferente de tempos prósperos, hoje a burguesia mostra seu lado mais reacionário, propondo medidas para manter seu lucro: ataques aos direitos da classe trabalhadora, avanço sobre os territórios, aprofundamento do racismo (aumento do genocídio dos povos negro e indígena) e do patriarcado (mercantilização das mulheres, controle da sua função reprodutiva, maior exploração do trabalho feminino).
É nessa perspectiva que avaliamos o governo Temer: um governo neoliberal, alinhado às elites econômicas internacionais, que busca colocar em prática as políticas necessárias para que a burguesia mantenha seu lucro mesmo com a crise. Isso também atinge as mulheres.
Na votação do 18 de abril de 2016, já vimos a quem serviria o golpe: ao defenderem o impeachment, os deputados votavam “em nome de deus e da família”. Essa defesa passou a fazer parte da agenda do governo: Marcela Temer foi colocada como a “primeira dama ideal”, “bela, recatada, e do lar”. No 8 de março, Temer afirmou que as mulheres percebem melhor as alterações na economia porque vêem a diferença de preços no mercado, e que a responsabilidade do trabalho doméstico e cuidado das crianças é nossa. Recentemente, soltou a pérola de que, para não quebrar, “os governos precisam passar a ter marido”. Isso demonstra o projeto político golpista para as mulheres: somos feitas para não ter autonomia, e obedecer nossos maridos. O que ocorre agora vai na contramão dos direitos das mulheres.
Além dos comentários absurdos, o governo, já desde a composição do ministério, sinalizou qual o espaço que as mulheres teriam: nenhum. Um ministério sem mulheres é o retrato do governo golpista, pois é coerente com seu projeto político – e não esperávamos nada diferente de um golpe patriarcal, a serviço do capital e do imperialismo. Vale dizer, porém, que ministras de um governo golpista seriam igualmente golpistas, e não diminuiriam o caráter patriarcal do golpe. De fato: após as críticas, Temer chamou uma mulher para ocupar a “secretaria de mulheres”: Fátima Palaes, uma evangélica que faz cultos religiosos em seu gabinete e é contra o aborto.
Mas, porque dar tanta importância a esse discurso? Como disse no início, vivemos uma crise econômica. Isso significa corte de gastos públicos, incluindo os serviços de socialização dos cuidados – como hospitais e creches (lembram-se da “PEC da Morte”, que congela os investimentos em áreas sociais por 20 anos?). E é aí que entra o ideário da mulher “do lar”, que acaba por justificar a não divisão do trabalho doméstico e de cuidados com o Estado e com os homens. O trabalho gratuito das mulheres “substitui” os serviços públicos, pois elas cuidarão de crianças, doentes e idosos.
A idéia fixa de que devemos ficar em casa também serve para justificar o trabalho precário e baixos salários: afinal, se o lugar da mulher é em casa, e ela tem um marido que a sustente, porquê precisa de um salário igual ao do homem?
Falando em mercado de trabalho, não podemos esquecer das reformas da previdência e trabalhista. O governo Temer quer igualar a idade de aposentadoria entre homens e mulheres, o que é muito injusto. Somando o trabalho doméstico e o trabalho fora, trabalhamos cerca de 55h, e os homens, 50h. Dedicamos 21h por semana ao trabalho doméstico; os homens, 10h. Ou seja: trabalhamos mais. Ainda, somos maioria no emprego precário, informal, e ganhamos menos. Nada mais justo que nos aposentemos antes. Ao fazer com que tenhamos que trabalhar até os 65 anos, o governo consegue mais anos de mão de obra barata para as empresas.
A reforma trabalhista prevê que grávidas poderão trabalhar em ambientes insalubres, aumento da jornada de trabalho (lembra que trabalhamos mais?), parcelamento de férias, diminuição do horário do almoço, e aumenta o trabalho em regime de tempo parcial e temporário, em que as mulheres são maioria. Isso significa que iremos trabalhar até os 65 anos em condições extremamente ruins!
Para coroar, há a violência contra a mulher, que é uma forma de controle, pois só a ideologia patriarcal não é suficiente para nos manter subordinadas – por isso a necessidade da violência, realizada por homens e legitimada pelo Estado através da sua omissão. Essa área também sofreu retrocessos: em maio, Temer cortou 61% (de R$ 42,9 milhões para R$ 16,7 milhões) das verbas destinadas ao atendimento de mulheres vítimas de violência; e reduziu em 54% (de R$ 11,5 milhões para R$ 5,3 milhões) o orçamento para políticas de incentivo à autonomia das mulheres.
Fica clara a intenção do governo golpista de nos manter em situação subordinada, nos transformando em um permanente exército de reserva de mão de obra barata e precarizada. Se todos esses retrocessos ocorreram em um ano, há de se imaginar o que nos aguarda caso essas reformas sejam aprovadas.  O que está em jogo é nosso futuro, e por isso é preciso que nos organizemos para barrar o governo Temer e seus retrocessos.
*Maria Júlia é militante da Marcha Mundial das Mulheres de São Paulo.
**Texto originalmente escrito para a revista “O Professor”, do Sinpro-ABC.


SEGUIREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!
RESISTIR, INSISTIR E AVANÇAR