sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Preparando a Plenária Estadual







Informe da MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES RS
Porto Alegre, 14 e 15 de dezembro 2019
CPERS

Estamos vivendo de forma estrutural sobre o capitalismo e a crise e sabemos que precisamos avançar. O acirramento do conflito capital-vida, a partir das políticas de ultradireita, conservadoras e antidemocráticas, nos exige pensar o que significa a crise do capital e este momento do capitalismo, sem desconectarmos a luta pela democracia da luta contra as políticas austericidas, de morte. O tema democrático implica fazermos uma reflexão sobre qual democracia disputamos. Isso impacta nosso debate da Ação 2020. Nalu nos alerta que precisamos conectar as coisas que estão acontecendo, povos resistindo em seus territórios, e que nos dão novos elementos sobre o que deve ser a resistência popular. Somos quantas hoje? Quantos espaços organizativos temos? Quantas queremos ser? Quais ações permanentes queremos fazer para sermos referência organizativa nos territórios?
(Retirado do relatório da reunião nacional da MMM)

Pauta da Plenária:
Dia 14 de dezembro – momento de formação feminista e diálogos
- Retrospectiva das Ações da MMM  (2000, 2005, 2010, 2015) – nossas pautas sempre atuais.
- Mudar o mundo para mudar o clima – quais são os riscos e os desafios para nós hoje?
- Ação 2020 – 20 anos de história! “Resistimos para viver, marchamos para transformar”.
-  24 Horas de Solidariedade Feminista
Teremos atividades em grupo, vídeo/filme, e uma confraternização a noite.

Dia 15 de dezembro –
- Auto organização da MMM RS
·         Rodada da organização dos núcleos
·         Agendas para 2020
·         Formação feminista
·         Auto financiamento
·         Comunicação
·         Recomposição da Executiva Estadual



Sobre a organização da plenária:
Deslocamento para Porto Alegre – como temos temos feito vamos contribuir com UMA passagem de ônibus (ou equivalente para combustível caso resolvam se cotizar em um carro). Para isto solicitamos às marchantes que indiquem quais os núcleos que irão precisar de tal apoio.

Alimentação – Estamos buscando espaços com preços bem acessíveis, mas cada núcleo deve arcar com as despesas de alimentação de cada marchante que vier.

Hospedagem – teremos hospedagem solidária em Porto Alegre, e no Cpers, então precisamos saber quem irá precisar para que possamos organizar tudo.

Ciranda – caso a marchante que vier precise trazer seu filho/filha nos informe pois estamos buscando construir um espaço de acolhimento. Lembrando que não temos estrutura de cuidados para bebês de colo, mas faremos de tudo para que a marchante possa participar de todas as atividades.

Sobre a indicação das representantes dos núcleos: a executiva orienta para que todos os núcleos façam reunião antes da Plenária Estadual, avaliem suas ações de 2019, assim como tirem o nome que representará o núcleo/cidade desta reunião e nos informe o mais breve possível para que possamos nos organizar.

Faça sua inscrição - https://forms.gle/szM1iArpjVyxZAhL8


domingo, 24 de novembro de 2019

NOTA DE PESAR E APELO À JUSTIÇA 

O Movimento de Mulheres Camponesas e Marcha Mundial de Mulheres lamenta muito a perda da companheira Cleonice Cardoso Gonçalves brutalmente assassinada na noite do dia 21 de novembro em sua residência no município de Encruzilhada do Sul. As causas da morte ainda não foram esclarecidas, portanto, pedimos justiça e ligeireza na apuração dos fatos. A violência em nosso município tem dados alarmantes, e as mulheres têm sido alvo fácil, são vítimas de ações criminosas em que muitas vezes não se faz justiça. Por isso viemos demostrar nossa indignação com mais esse caso de morte violenta. A Cleonice sempre foi uma foi uma lutadora social e protetora dos animais, nunca teve medo de enfrentar as situações e até mesmo fazer denúncias sobre as injustiças. Por isso reafirmamos queremos a que justiça seja feita. Basta de violência contra as mulheres.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Escritores negrxs, por que não?

No mês da Consciência Negra, uma reflexão sobre a literatura afro-brasileira

Por Jeanice Dias Ramos

Com a promulgação da Lei N. 10.639, em 2003, que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, muitos diziam que não existia bibliografia suficiente para açambarcar necessidades. Bebendo de fontes como os Estados Unidos, onde Angela Davis, ativista, pensadora, com suas obras: Mulheres, Raça e Classe; Mulheres, Cultura e Política; e A Liberdade é Uma Luta Constante, trilogia que é tratada como bíblia entre as feministas negras. Ela afirma: “Se não tivermos medo de adotar uma postura revolucionária – se desejarmos, de fato, ser radicais em nossa busca por mudança, precisaremos atingir a raiz da nossa opressão. Afinal, radical significa simplesmente compreender as coisas desde a raiz. Nossa pauta de empoderamento das mulheres deve, portanto, ser inequívoca na contestação do capitalismo monopolista como o maior obstáculo para a conquista da igualdade”.
Já a escritora Bell Hooks, em sua obra Olhares Negros – Raça e Representação, registra: “Se destinam a desafiar, inquietar, subverter e ser disruptivos”. Essas e outras ativistas tornaram-se referências para o movimento negro, mesmo que suas obras tenham chegado com mais de 30 anos de atraso. Na época, existia pouco autor negro brasileiro publicado.
Pois bem, atualmente, desde a literatura, com Conceição Evaristo, que marca o espectro da escritora brasileira com seu romance Ponciá Vicêncio e Olhos D’Água, entre outros achados, aborda temas como a discriminação racial, de gênero e de classe.
Elisa Lucinda, rica na poesia, desenvolveu uma obra de fôlego, o romance Fernando Pessoa, O Cavaleiro de Nada. Reinventando-se, recria a biografia de Fernando Pessoa através de um personagem-narrador, criatura moldada pela poeta.
A mestre em Filosofia e feminista, Djamila Ribeiro, se posicionando, reage com a seguinte fala: “Queremos e reivindicamos que a história sobre a escravidão no Brasil seja contada por nossa perspectiva também e não somente pela perspectiva de quem venceu”.
Uma das maiores intelectuais do Brasil, Sueli Carneiro, filósofa, é ativista e uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil, fundadora e atual diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra. É ela quem afirma em sua obra Escritos de Uma Vida: “A mulher negra é a síntese de duas opressões, de duas contradições essenciais; a opressão de gênero e a da raça. Ser mulher negra é experimentar essa condição de asfixia social”.
E para que não deixemos de citar um escritor negro, aí vai, Akins Kintê. Possui várias obras eróticas como InCorPoros – Nuances de Libido, em co-autoria com Nina Silva. Publicou o projeto 4° Escuro – cartões eróticos; organizou em parceria com o escritor Cuti a antologia Pretumel de chama e Gozo – Antologia da poesia erótica negro-brasileira.
Podemos citar ainda o Falange Gaúcha, livro-reportagem de Renato Dornelles que trata sobre o Presídio Central e a História do Crime Organizado no Rio Grande do Sul.
Todas as obras citadas são referência para uma leitura instigante e verdadeira. Os autores negros estão aí, presentes, pulsantes, instigantes. Leia-os!