domingo, 19 de janeiro de 2014

A MMM no Fórum Social Temático e Conexões Globais 2014

INFORME
MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES RS
Fórum Social Temático e Conexões Globais
Janeiro de 2014
Companheiras,
 
Mais um ano que se inicia com o desafio de mudar o mundo para mudar a vida das mulheres! Ano que estaremos construindo o feminismo junto ao processo de Plebiscito Popular em um ano de eleições. Além disso, não nos furtaremos de fazer contraponto sobre o impacto da Copa do Mundo  na vida das mulheres.
 
Assim, começaremos 2014 participando de mais uma edição do Fórum Social Temático e do Conexões Globais.
 
Companheiras da MMM da Turquia, África do Sul, bem como da executiva nacional estarão conosco, em Porto Alegre, dos dias 20 a 25/01/2013.
 
 
Fórum Social Temático 2014
Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental  http://www.forumsocialportoalegre.org.br/
 
            A revolução será feminista ou não será!! Nem oprimidas pelo patriarcado nem exploradas pelo capitalismo!
            A tradicional marcha de abertura do fórum vai acontecer na tarde do dia 23/01 e percorrerá as ruas do Centro de POA. 
            Vamos levar o feminismo para as ruas, em nossas camisetas, bandeiras e palavras de ordem!!
 
Atividades com a Marcha Mundial das Mulheres. Agendem-se e convidem outras companheiras!
 
  • Mesa de Convergência - Crise Capitalista, Não vamos pagar essa conta
Dia: 23 de Janeiro
Local: Mezanino da Usina do Gasômetro
Horário: 9hs às 12hs
Convidados (as)
Ladislau Dowbor – São Paulo
Antônio Martins – São Paulo
Alaa Talbi – Tunisia
Yildiz Termurtukan – MMM/Turquia
Carminda Mac Lorin – Canadá
Mediador: Renato Martins
  • Mesa de Convergência - Contra o Capital, Democracia Real
Dia: 24 de Janeiro
Local: Auditório Dante Barone – Assembleia Legislativa
Horário: 9hs às 12hs
 
Convidados (as)
Ministro Gilberto Carvalho
Governador. Tarso Genro
Boaventura de Sousa Santos - Portugal
Bernard Cassen – França
Wilhelmina Trout – MMM/África do Sul
Chico Whitaker – São Paulo
Mediação: Salete Camba
 
  • Oficina Autogestionária - Feminismo: derrubando muros, construindo pontes!
O feminismo derrubando os muros do Apartheid na África do Sul e de Israel sobre Palestina! O feminismo construindo pontes para a Resistência da Palestina e a luta democrática na Turquia. E a solidariedade e luta feminista desde o Brasil.
Convidadas:
Yildiz Termurtukan – MMM/Turquia
Wilhelmina Trout – MMM/África do Sul
Maren Mantovani - Stop The Wall
MMM/Brasil
Dia: 24 de Janeiro Local: a confirmar
Horário: 14hs às 16hs
Local: a confirmar
Responsável: Maria do Carmo Bitt
 
  • Feira da Economia Solidária.
A MMM estará com sua banca de Economia Feminista e Solidária, promovendo a autonomia econômica das mulheres.
Local: Usina do Gasômetro
Responsável: Paula Grassi
 
Conexões Globais
            O Conexões Globais é um evento que busca promover e intensificar o diálogo entre os diferentes atores da sociedade em rede, tratando de temas como democracia 2.0, Marco Civil da Internet, soberania na rede, cultura digital e mobilização social na era da internet. A terceira edição do Conexões Globais será realizada nos dias 24 e 25/01, na Casa de Cultura Mario Quintana.
            As atividades do Conexões Globais serão transmitidas ao vivo pela internet, com cobertura colaborativa via redes sociais e espaço para ampla participação de internautas. São seis Diálogos Globais ao todo – trazendo, além dos debatedores presenciais, webconferencistas via Skype e interação intensa com o público, tanto no local quanto em rede..
 
DIÁLOGOS GLOBAIS
TRÊS ANOS DE REVOLTAS INTERCONECTADAS – DE TÚNIS AO BRASIL
As revoltas no Brasil e #OccupyGezi na Turquia, em 2013, confirmam que nossas sociedades têm visto nascer novo tipo de movimentos sociais, organizados a partir das redes sociais da internet e que transbordam para as ruas. Estas revoltas interconectadas, têm uma série de traços comuns de auto-organização típicas nas sociedades em rede. Os protestos que começaram em  2011, e impulsionaram revoltas interconectadas em países afastados entre si e com conjunturas políticas e sociais bem diferentes, inaugurando uma nova espécie de comportamento comum, político e auto-organizado. A experiência de ativistas de diversas partes do mundo compõem o mosaico de experiências deste debate.
Debatedores confirmados: Laura Citlati Murillo (#Soy132), Tica Moreno (MMM/Brasil), Ahmet M. Ogut (#OccupyGezi), Rodrigo Nunes
 
Dia: 25/01
Local: Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ)
Horário: 14hs
 
Comunicação Colaborativa
Convidados a todas as militantes da MMM a se somar na cobertura colaborativa das nossas atividades.  
Para divulgar nossas atividades, nossos debates, vamos usar hashtag #FeminismoFST #Feminismo #ConexoesGlobais
 
O Conexões Globais tem toda uma proposta de Comunicação Colaborativa e terá espaço de trocas e construção coletiva de conteúdos como textos, fotos e vídeos.
Basta publicar informações sobre o evento no seu blog e redes sociais utilizando a hashtag #ConexoesGlobais ou etiquetar a Comunidade do evento no Facebook.
 
  • Operação Lambe-Lambe
Queremos aproveitar os dias do FST e Conexões globais para promover uma operação lambe-lambe pelas ruas de POA.
Fique atenta e se comunique com as demais militantes para saber quais dias e horários programados para a atividade.
Responsável: Cíntia Barenho cintia.barenho@gmail.com
 
  • Alojamento Solidário:
MNLM
Assentamento urbano do centro. Não tem custo, sendo a contribuição espontânea para a água e a luz. Penso que podemos sugerir R$10,00 por dia para as nossas militantes, o que acham? Além disso, eles servirão refeições a R$ 5,00. As pessoas interessadas devem levar colchão e barraca (se quiserem). Quem tiver interesse deve ligar para a Ni no cel 9206 7052, informando que é da MMM.
 
APCEF/RS 
Apartamento com três beliches na sede A da APCEF/RS para do dia 23/01 até o dia 26/01.
Endereço:  Av. Coronel Marcos, 627 - Bairro Pedra Redonda (51) 3268.16.11
Responsável: Claudia Santos. (51) 92596232

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Essa Política vamos mudar: Constituinte Soberana e Popular!!!

*Por Mariana Lacerda
post mariVivemos em um país que, mesmo após onze anos de governo de esquerda, não conseguiu realizar as reformas estruturantes. Ao mesmo tempo em que este governo realiza enfrentamentos importantes como a PEC das domesticas ou o Programa Mais Médicos, ele se encontra, paradoxalmente, cada vez mais, refém do grande capital e do agronegócio.
Em Junho de 2013, milhares de jovens foram às ruas reivindicar serviços básicos e expressando descontentamento com a representação parlamentar, não se sentem representados por esse Congresso, dos 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores) eleitos em 2010, 273 são empresários, 160 compõem a bancada ruralista, 66 são da bancada evangélica e apenas 91 parlamentares são considerados representantes dos/as trabalhadores/as, da bancada sindical. Dos 594, apenas 55 são mulheres.
Hoje, ao mesmo tempo em que temos uma mulher dirigindo o maior cargo da republica, a Presidenta, sofremos com a ofensiva conservadora sobre nossos corpos diariamente, basta observar o projeto do Estatuto do Nascituro.
O processo de mobilização de junho mexeu na conjuntura e na agenda dos movimentos sociais. A proposta do Plebiscito vai para além de uma simples reforma no sistema eleitoral: queremos um novo modelo de sistema político, queremos trazer o debate das reformas estruturantes, queremos falar do modelo que queremos (em que exista terra para todos, em que os jovens tenham livre acesso à universidade, em que as mulheres sejam vistas como sujeitas). 
Lançamento do comitê do plebiscito popular sobre a Assembleia Constituinte no Ceará
Lançamento do comitê do plebiscito popular sobre a Assembleia Constituinte no Ceará
Quando falamos em Reforma Política, falamos em democratizar o Poder. Precisamos materializar nosso discurso no processo de construção do Plebiscito Popular, evidenciar os setores historicamente excluídos, precisamos exercer a paridade, garantir mecanismos de participação das mulheres e da classe trabalhadora, como creche e o horário de términos nas plenárias por conta dos horários do transporte coletivo.
A nossa principal tarefa é Conscientizar, Politizar e Organizar a população! Para isso alguns desafios estão colocados: Nós precisamos casar o plebiscito com as lutas de 2014. Precisamos realizar um grande processo pedagógico. Dialogar de forma simples temas complexos. Precisamos dizer pra a Dona Maria o que essa reforma tem haver com a vida dela. Precisamos desenvolver uma comunicação popular e fazer uso das novas tecnologias. E desenvolver um grande um grande processo de formação de massas.
A nossa alternativa ao que está posto é a opção pela esquerda, porque, para mudar o mundo, precisamos mudar a vida das mulheres, e mudar a vida das mulheres,para mudar o Mundo.
*Mariana Lacerda é estudante de Ciências Sociais e militante da Marcha Mundial das Mulheres no Ceará.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Por trás de uma grande mulher…

por Carol Radd -
Para tirar o cheiro de mofo nesse blog* nada mais instigador que a comemoração do aniversário do exemplo de mulher que foi a filósofa francesa Simone de Beauvoir que nesta quinta, 09/01, faria 106 anos.
Como não parar um pouquinho para uma homenagem a essa bela mulher, que embora tenha sido conhecida mais em função de sua relação com o filósofo francês Sartre, tem uma obra memorável e uma trajetória política inquestionável. Mulher, escritora, filósofa, amante, de luta, sensível, forte, intensa. Chorou, sorriu, amou, sofreu as angustias do mundo, sofreu por amor e morreu acreditando em um mundo melhor.
Tentei pegar um pouquinho das minhas leituras e escritas dos tempos da Faculdade de Filosofia, quando ouvi muita piadinha sem graça e machista, por ter, entre uma gama de filósofos interessantíssimos, escolhido dedicar meus estudos à vida e à riquíssima obra dessa mulher fantástica, que se estende a ensaios, romances e memórias. Sem nenhuma pretensão de resumir sua vida e esgotar seu pensamento que merece bastante empenho e zelo devido a sua complexidade. É só mesmo, pra dar um gostinho e aguçar a curiosidade de quem quiser ultrapassar a célebre frase “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” e o Segundo Sexo (livro quase que obrigatória das feministas) e enveredar pelo mundo dos romances e novelas (fica a dica do meu preferido, Todos os homens são mortais).
 simone-beauvoir-double-web
Francesa, Simone de Beauvoir, nasceu em 1908, foi considerada uma mulher muito além de seu tempo, teve uma criação burguesa, embora sua família estivesse em decadência. Obteve três formações acadêmicas, Latim-Letras, Matemática e Filosofia. Sofreu bastante pressão do pai, que a considerava, pobre e feia demais para arrumar um marido (essa parte eu acho sensacional, risos) sendo o casamento na época algo fundamental na vida de uma mulher. Devido às idéias do pai, Beauvoir, torna-se uma jovem oprimida por sua inteligência fora do comum. (Obs. O pai a influenciou muito nas leituras e nos estudos, o que foi positivo, embora com argumentos machistas).
filme-_les_amants_du_floreApós a conclusão do curso de filosofia na Sorbone, onde conhece Sartre e começa sua relação com ele, Beauvoir decide preparar sua agrégation (admissão por concurso ao título de professora-titular de nível superior), no qual ela passa em segundo lugar. Sartre passa em primeiro. (Tem um filme francês maravilhoso de 2006, dirigido por Ilan Duran Cohen, Les Amants du Flore, que retrata essa parte de sua vida, vale a pena e não é difícil achar disponível na net).
Beauvoir expressa em sua vida àquilo que escrevia em sua obra, em suas escolhas colocava em prática as suas idéias de independência e liberdade, se dedica com afinco aos estudos, dando uma especial atenção às questões do universo feminino. Demonstrava profundo desprezo por toda a disciplina moral e familiar e recusa o pedido de casamento feito por Sartre, pois não queria aderir aos moldes das obrigações familiares e sociais, nem alterar a originalidade inestimável de suas relações pessoais.  
Foi bastante criticada ao quebrar tabus quando fala em sexualidade feminina e o corpo da mulher, “O Segundo Sexo” sua obra mais conhecida, usada como referência nos estudos das questões de gênero foi colocado no index pelo Vaticano, apesar do sucesso que propiciou a tradução em vinte idiomas.
É nessa obra que Beauvoir desenvolve sua teoria que caracteriza a mulher como uma construção social, afirmando que o gênero feminino não está ligado aos fatores biológicos como o sexo, mas às influencias culturais, e ao longo do tempo vão conquistando seu espaço de igualdade junto aos homens. Resume o processo de socialização, regente da existência dos indivíduos. Ou seja, refere-se à modelagem dos corpos pelas normas e as representações próprias, culturais e simbólicas, de cada sociedade.
Para além dos modelos filosóficos da tradição e que tratam de temas conexos, como fazem os filósofos existencialistas, Beauvoir abre as portas a uma forma nova em que o feminino se instala como personagem principal, destituindo, pois, de validade, toda formulação cognitiva que se demonstra neutra ou universal. De outra feita, as análises de Beauvoir também tomarão, como os demais existencialistas, o indivíduo como ponto de partida, mas seu pensamento não permanece estanque à sua dimensão reflexiva.
Beauvoir procura discutir conceitos filosóficos através de seus textos narrativos, de ficção, de memória e ensaios propriamente ditos. É, pois, na categoria do outro, que as análises de Beauvoir ganham fôlego na crítica à filosofia tradicional e o sentido de ambiguidade torna-se fator de correlação dos vários pensamentos que, igualmente, abordam a tradição, mas de perspectivas diversas, seja de cunho ético, de cunho político ou meramente histórico. Seus textos se erguem entre o significado moral de sua própria valoração do mundo, ampliando-se pelo horizonte político-feminista em que a dimensão de alteridade realça sua face crítica da aventura humana.
Essa aventura, que exige movimento, ousadia, deve ser lida da perspectiva da ambiguidade, de uma dimensão moral que assume os riscos dos fracassos, das angústias humanas. E Beauvoir nos confirma: “Para atingir sua verdade, o homem não deve tentar dissipar a ambiguidade de seu ser, mas, ao contrário, aceitar realizá-la”. Para a filósofa existir autenticamente é se recusar a permanecer no movimento espontâneo da transcendência. O homem existe livremente para definir suas próprias condições e traçar os seus projetos de forma que assuma seus fracassos.
A própria Beauvoir, em uma entrevista publicada em Feminist Studies, em 1979, afirma que Sartre seria o filósofo e não ela. Essa mesma assertiva já pode ser lida em sua obra de memória, A Força da Idade, publicada nos anos 60. Para a filósofa feminista argentina, Maria Luísa Femenías, uma interpretação viável para a recusa da própria Beauvoir enquanto filósofa se deu no fato do domínio da filosofia servir a uns poucos, sendo estes do sexo masculino, não sendo permitido, ao longo da história, contribuições femininas para este saber, e ela enquanto mulher, não fazia parte dos criadores do sistema. Dessa perspectiva, a escolha de Beauvoir em fugir da imagem de filósofa se refere ao fato de não ser para ela possível nenhuma cumplicidade com o saber imposto pelo patriarcado.
Em meio a tantos argumentos sobre os textos de Beauvoir serem ou não filosóficos, e se o feminino pode ser tomado como um sujeito e um objeto do filosofa pode-se concluir que os textos de Beauvoir fogem dos padrões sistêmicos e se impõem como possibilidades de pensar as relações intersubjetivas, assim como os princípios normativos tanto ontológicos, quanto políticos, da perspectiva da alteridade e não da identidade, realçando ser a mulher o grande outro da cultura.
E na convergência entre filosofia e literatura da narrativa nos deparamos com conceitos existencialistas que nos permitem extrair da sua obra o significado do ser mulher, defendido em O Segundo Sexo, evidenciando o pensamento que fundamenta a filosofia beauvoiriana do feminino como ser outro.
Beauvoir usa de seus romances para criar estórias nas quais seus personagens representam conceitos, e assim a narrativa é transformada em discurso filosófico. Sendo assim é impossível separar em Beauvoir a narrativa da filosofia, pois ela escreve com a intenção de induzir suas personagens a questionamentos filosóficos que busquem legitimar sua condição de sujeito livre.
Vale mencionar o trecho de A convidada, no qual é possível perceber tal característica através da personagem Françoise que, ao se conscientizar de uma outra existência, se angustia e como forma de transcender seus limites fáticos e existenciais procura incessantemente alimentar-se do desejo de morte do outro.
“Frente a Françoise e, apesar disso, sem a sua participação, despontava algo que constituía uma condenação sem recurso; levanta-se uma consciência estranha, livre, absoluta, irredutível. Era como a morte: uma negação total, uma ausência eterna e, no entanto, por uma contradição perturbadora, esse abismo do nada podia tornar-se presente a si próprio e começar a existir, por si, em toda a plenitude. O universo inteiro era absorvido por ele.”
Françoise ao perceber a presença do outro, se sente invadida e ameaçada, sua liberdade é violada pela existência de uma outra consciência, também livre como a sua, que a ameaça simplesmente por existir. Este lema, como um alento hegeliano por excelência, encontra nos quadros fictícios de Beauvoir, reflexões representativas, cujo sentido, o leitor deve buscar em verdadeiro processo fenomenológico de descoberta de sua própria capacidade reflexiva e argumentativa.
Não se pode, pois, deixar de mencionar que, a grandeza do pensamento de Simone de Beauvoir está, justamente, na sua reiterada tentativa de quebrar os cânones da tradição sistêmica e logocêntrica e apresentar modelos interpretativos da existência humana, fora de sistemas filosóficos que se legitimam a si mesmos. Em linguagem e em estilo novos, ela propicia que literatura e filosofia dialoguem entre si, como marcos teórico-discursivos da reflexão humana. Em seu texto Literatura e Metafísica, publicado originalmente, em 1946, na Revista Les Temps Modernes (fundada juntamente com Sartre em 1945), Beauvoir destaca a intrínseca e sutil relação entre ficção e pensamento filosófico, entendendo que, “enquanto o filósofo e o ensaísta entregam ao leitor uma reconstrução intelectual de sua experiência, o novelista pretende restituir em um plano imaginário essa experiência mesma.”
Em 1947 quando foi aos Estados Unidos para dar uma série conferências conheceu o escritor Nelson Algren,  por quem se apaixonou e com quem viveu um romance à distância, marcado por muitas cartas e muitas viagens. Dizem ter sido o grande e verdade amor de sua vida, apesar da cumplicidade que havia entre a Beauvoir e Sartre.
Engajada politicamente, sob referencias marxistas, participou de diversas atividades políticas junto com Sartre, ficaram conhecidos por unir a atividade intelectual a vida política, viajaram à então União Soviética, à China, à Suécia, ao Brasil, o que colocou o casal em evidencia entre 1950 e 1960. Em 1954, Simone publicou Os Mandarins, com o qual ganhou o Prêmio Goncourt, considerado por muitos seu melhor romance.  O livro trata da vida pessoal de um grupo de intelectuais franceses no final da segunda guerra até os anos 50, as perdas, sofrimento, amores, obviamente faz referencia ao que o grupo existencialista fundadores da Les Temps Modernes estava vivendo naquele período de caos. Como em suas outras obras, Beauvoir trabalha com o tema da mulher, do existencialismo e da moralidade. 
 Nos anos 70 Beauvoir passa a apoiar oficialmente as ações do movimento feminista e em 1974 cria a Ligue du Droit des Femmes para lutar contra todas as violências perpetradas contra as mulheres. Em 1981 publica seu ultimo livro A Cerimônia do Adeus no qual ela faz um relato dos ultimos anos de sua vida com Sartre e morre em 1986.
Por Carol Radd – militante da Marcha Mundial das Mulheres Minas Gerais, licenciada em filosofia e mestranda em Sociologia. Post republicado do blog Maria Maria

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Transferido Encontro Estadual da Marcha Mundial das Mulheres RS

Comunicado Marcha Mundial das Mulheres/RS
Companheiras,
Comunicamos que o Encontro de Formação e Plenária Estadual que ocorreria nos dias 14 e 15 de dezembro na Praia do Magistério será transferido para o início do próximo ano. 
Tivemos um ano muito vitorioso com a organização do 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial de Mulheres realizado com muito sucesso pela primeira vez no Brasil, além de diversas atividades estaduais e locais que mobilizaram para esse importante momento. 
Nossa ideia inicial era de realizar uma atividade estadual ainda este ano, onde pudéssemos compartilhar os aprendizados e experiências vivenciadas pelas companheiras que participaram do 9º E.I, além de planejar o próximo ano, que também já se inicia com muitas tarefas.
Porém, devido a alguns contratempos, decidimos que o melhor seria transferir a atividade para o início do ano próximo ano, oportunizando assim a participação de mais companheiras.
Aproveitamos para desejar um ótimo final de ano a todas, e que aproveitem para renovar as energias para 2014!!!
Abraços,
Executiva Estadual

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Programação da Plenária de PoA/Metropolitana

Programação da Plenária de PoA/Metropolitana

8:30h – credenciamento

9h – acolhimento das participantes/apresentação

- Informe geral do que foi o 9º Encontro e avaliação da nossa participação
- Quais os temas que foram abordados e em quais nossas militantes participaram
Trabalho em grupos/apresentação

11h Plebiscito da Reforma Política – informe geral

12h almoço coletivo, em restaurante reservado para nós

13:30 Afirmação do Feminismo da Marcha
Os temas do 9º Encontro e nossa prática : onde temos levado os temas e o que ainda não demos conta.
Quais os espaços onde temos atuado e em quais debates
Trabalho em grupos/apresentação

15:30h lanche

16h  Projeção dos desafios para 2014 – nossas prioridades
            - Formação Feminista - para as militantes
            - Formação de base (pensar outros espaços de formação)
            - Comitê da Copa 2014
            - Fórum pelas Liberdades Laicas

17h Organização da Marcha Porto Alegre e municípios da Metropolitana
Indicação da coordenação executiva  da MMM PoA

Término às 17:30