segunda-feira, 26 de julho de 2021

Julho das Pretas - Ação de Solidariedade no Morro da Cruz

 A Aliança Feminismo Popular (Marcha Mundial das Mulheres, Amigos da Terra e MTST - Rio Grande do Sul) , em parceria com o Sindipetro RS, realizou uma ação de solidariedade no sábado (17/07) no Morro da Cruz, em Porto Alegre (RS). Para ajudar no combate à fome, que se intensificou com a pandemia do COVID-19, foram entregues alimentos e produtos de higiene básicos para as mulheres do território, incluindo algumas integrantes do Grupo de Mulheres Mãos Unidas. Esta ação solidária faz parte das ações do Julho das Pretas e nos mostra a força e a potência que é a auto-organização das mulheres nos territórios!

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segunda-feira, 12 de julho de 2021

# JulhodasPretas Está chegando o grande dia!






 Nossa II Roda de Conversa  no Julho das Pretas acontece  no próximo sábado (17/07) já tem link para inscrição e estamos ansiosas em começar a recebê-las.

Acessa https://bit.ly/TeInscreveNoJulhoDasPretas te inscreve e envia para tuas companheiras.

Preparamos uma programação especial para que possamos integrar esse espaço nacional de convergência no debate sobre o racismo e de como nossas lutas estão conectadas com várias outras lutas que nós travamos em comemoração ao dia 25 de julho - o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, data que foi sancionada pela Lei nº 12.987/2014 pela presidenta Dilma Rousseff.

Nossa Roda de Conversa terá a coordenação da companheira Jheiny Carolina, integrante da Marcha Mundial de Mulheres, e trará os temas: Feminismo Anticapitalista e Antirracista - Decolonialidade com a professora Bruna Santos; As Relações de Trabalho -  Economia Solidária e Agricultura Familiar - Soberania Alimentar e Saídas para a Fome e o Desemprego, com a Secretária de Combate ao Racismo da CUT/RS, Ísis Garcia; Estudantes, Assistência Estudantil e o Ensino Remoto, com Elaine Monteiro da UNE; além do Relato da Vida das Mulheres Negras da Periferia de Porto Alegre, trazida pela grande companheira do MTST, da Ocupação Povo sem Medo da Vila Nazaré, Isaura Aparecida Martins.

Vamos fazer desta tarde um momento potente de união de saberes e promover uma linda construção para nossa luta que é diári
a.






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Resistimos para viver, Marchamos para transformar

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Mais um passo na construção da horta comunitária do Morro da Cruz.




E você é de onde? 

Uma história de pertencimento pela horta e a possibilidade de comida de verdade.


por Carol Ferraz*

Isabel Freitas**

Gabriela Cunha***

No sábado 3 de julho, foi mais um passo na construção da horta comunitária do Morro da Cruz, zona leste de Porto Alegre. Um sopão aqueceu os corpos de mulheres e crianças que se reuniram para um mutirão de organização do espaço para receber o plantio na horta comunitária. Foi mesmo um sábado de esperanças, as ruas estavam cheias de pessoas que com muito cuidado e distanciamento recomendado, foram dizer NÃO apolítica genocida.

No morro, o grupo de mulheres Mãos Unidas do Morro da Cruz se misturaram com as mulheres da Aliança Feminismo Popular para pensar e fazer uma horta comunitária. Engatamos uma prosa sobre o que conhecemos de comidas. Lá encontramos mulheres que vieram de: Cachoeira do Sul; Roque Gonzáles; São Luiz Gonzaga; Candido Godoi; Santa Maria e outras localidades do RS. É um bom momento para lembrar da massiva busca das famílias rurais por uma vida melhor nas cidades, animadas pela promessa do emprego e uma vida melhor para os filhos e filhas, entrando coletivamente na estratégia do capitalismo agrário e da falta de recursos para uma vida digna na roça.

Junto com o trabalho pesado de limpeza do terreno e preparo do espaço das composteiras para receberem os resíduos de alimentos das casas da própria comunidade e que, degradados, se transformarão em matéria orgânica e retornarão como composto para a própria horta, falamos sobre solidariedade. Maria[1], que veio das missões do RS, terra que um dia já abrigou uma civilização do povo guarani, falou da sua experiência de viver um ano dependendo da solidariedade para conseguir cestas básicas. Ela nos contou que é faxineira e com a pandemia perdeu o emprego, só não passou fome porque encontrou mulheres solidárias. Vamos ouvir muitas histórias, iremos contar as nossas também, como feministas e como mulheres que se organizam para construir um mundo melhor, sem racismo, machismo, para corroer o capitalismo. 

A correção de rota das nossas estratégias tem como central nossa solidariedade, nossa capacidade de alicerçar um modo de vida ancorado no saber coletivo, na organização e na esperança de que o feminismo libertário é a saída para humanidade. Quando falamos em correção de rota, não quer dizer que estivemos erradas, quer dizer que temos uma mudança significativa no Brasil e no Mundo, isso requer repensar os caminhos focando nossa luz bem perto das potencialidades das mulheres negras, periféricas e das alianças que temos capacidade de construir. 

Ainda discutimos juntas possíveis soluções para o vazamento de esgoto na área, e ficou encaminhado entrarmos em contato com DMAE para buscar ajustes de longo prazo no saneamento básico. Ainda, a técnica de filtragem com pneus e cascalhos com plantio de bananeiras, que são plantas que gostam de solos úmidos, ajudará a resolver a contaminação da terra, porque funciona como um filtro biológico.

São 116,8 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no Brasil, de acordo com pesquisa divulgada em abril desde ano pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), que reúne pesquisadores e professores ligados à segurança alimentar. Em um contexto de crise alimentar, a construção de hortas urbanas e peri-urbanas apoiam com a multiplicação da educação popular e permanência dos saberes populares sobre ervas e alimentos variados, além do fortalecimento das redes locais, especialmente entre as mulheres, na transformação desta realidade.

Naquele sábado vieram mulheres que já constroem estratégias coletivas no território, visto que lá já tem uma horta, um ateliê de costuras e muitas outras iniciativas em andamento. As mulheres que vieram trouxeram seus quitutes e artesanatos feitos pelas companheiras do grupo. A troca de mudinhas de plantas veio acompanhada de curiosidades e prosas sobre a importância de conhecer o potencial de cada planta. 

Enfim, foi um dia lindo de muitos passos, parafraseando o poeta educador: caminhando fazemos o caminho.


[1] Nome fictício por não ter pedido autorização de citação...

* Carol Ferraz é jornalista e integra a equipe do Amigos da Terra Brasil e a Aliança Feminismo Popular

** Isabel Freitas é Assistente Social,  militante da MMM RS e Aliança Feminismo Popular

*** Gabriela Cunha é Engenheira Ambiental, militante da MMM e Aliança Feminismo Popular





 Leia outras notícias no site da  ALIANÇA FEMINISMO POPULAR 🍀

terça-feira, 6 de julho de 2021

Educação em pauta e Operação Lambe-lambe em Nova Prata

Marchantes de Nova Prata, Deputada Sofia e educadoras da rede pública


 O núcleo da Marcha Mundial de Mulheres de Nova Prata e a Deputada Sofia Cavedon realizaram no último sábado, 3/7, um encontro de formação que ocorreu na Casa de Cultura de Nova Prata. Estavam presentes lideranças feministas e educadoras da rede pública estadual e municipal da região.
 Com o tema “Mulheres e a Comunidade Escolar”, Sofia falou sobre a necessidade de valorização de mulheres e meninas na educação  para a prevenção e fim da violência de gênero que atinge com morte a vida das mulheres. Sofia também fez um resgate de sua trajetória enquanto mulher, professora, sindicalista, vereadora e deputada estadual, além disso, pontuou como a educação representa uma ameaça ao fascismo e por isso a mesma vem sofrendo graves cortes no setor público. 
 As educadoras presentes reforçaram a necessidade de realização de concursos para professores e também os prejuízos com relação à previdência após as reformas do governo Leite. “Os professores precisam estar cientes do projeto de quem estão votando. Não adianta votar em quem tira direitos da categoria”, colocou uma professora da rede estadual.




Operação Lambe-lambe numa das principais avenidas da cidade

As marchantes de Nova Prata realizaram no mesmo dia a “Operação Lambe-lambe”, como forma de marcar o dia nacional de mobilização pelo #ForaBolsonaro. Nas principais ruas do centro da cidade, em postes e tapumes, as mulheres colaram frases reivindicando auxílio emergencial de R$600,00, vacina para todas e todos e  impeachment já.


Colagem em frente a prefeitura de Nova Prata 


 Créditos das imagens: Simara Polli

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Vai ter Horta no Morro da Cruz, 03/07 - 13h


 🥬🍠🌶🍓🫑🧅🧄

Chegou a hora de colocarmos a mão na massa 

Vai ter Horta no Morro da Cruz


Nos últimos meses recebemos doações de alimentos dos movimentos sociais parceiros na luta contra a fome. Pensando nisto, nós da Marcha Mundial de Mulheres, Amigos da Terra e Movimento dos Trabalhadores sem Teto desenvolvemos um projeto de horta comunitária para o bairro e a comunidade.

Neste sábado, dia 03/07 às 13h, a comunidade do Morro da Cruz estará realizando um mutirão de organização da horta e um bate papo sobre o uso de plantas medicinais e outros saberes.

Nosso encontro será na Rua Nove de Junho, que contará ainda com um delicioso sopão para compartilhar.
A organizadora da é a Any Moraes (51997437964) dentro das atividades do projeto da
Aliança Feminismo Popular.
Nesta ação iremos também distribuir um panfleto, elaborado com muito carinho que fala das plantas medicinais e outros saberes..





terça-feira, 8 de junho de 2021

Ação de solidariedade: Retomada indígena Xokleng em São Francisco de Paula/RS




A Ocupação Feminista e a Marcha Mundial das Mulheres RS está apoiando a retomada Xokleng Konglui em São Francisco de Paula que resiste a 8 meses, e já sofreu duas tentativas de desocupação em 25 de dezembro e 2 de janeiro. Por isso, nessa ação de solidariedade estamos arrecadando dinheiro para conclusão da construção da escola da retomada, que está parcialmente construída. Nossa meta é chegar a 3 mil reais. Assim que o dinheiro for arrecadado, faremos nova campanha para o mutirão da construção.


No vídeo https://www.youtube.com/watch?v=ujP3uoKFtDw, a cacica Kollung fala da razão da retomada e da escola.

O pix para depósito é +5551981621601.

terça-feira, 1 de junho de 2021

29/05: POR TODO O BRASIL, AS MULHERES FORAM ÀS RUAS DENUNCIAR O GOVERNO GENOCIDA DE BOLSONARO

Porto Alegre


 À primeira vista, pode parecer contraditório defender a vida nas ruas, em uma pandemia que já matou mais de 450 mil pessoas no Brasil. Mas não é. Parte considerável dessas mortes poderia ter sido evitada com uma ação de Estado que colocasse a vida acima do lucro, da ganância, do negacionismo e de valores que dizem que algumas vidas valem menos que as outras. É pouco dizer que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), não fez nada para conter a disseminação da covid-19. Mais que isso, ele agiu para que a doença se espalhasse pelo país, matando centenas de milhares de pessoas.

É por isso que, no dia 29 de maio, brasileiras e brasileiros se levantaram, em uma onda de manifestações, exigindo “Fora Bolsonaro”, vacina para toda população e a manutenção do auxílio emergencial. O presidente e seu governo, além de terem impulsionado a disseminação do novo coronavírus no Brasil, precarizam cada vez mais a vida das mulheres e do povo negro e trabalhador, que sofrem com a fome, o desemprego, o descaso e a destruição de perspectivas de futuro.

Apesar do silêncio da mídia hegemônica nacional no fim de semana, os atos contra o governo tomaram as ruas em mais de 200 cidades brasileiras, nos 26 estados e no Distrito Federal, além de manifestações em pelo menos outros 14 países no mundo. A presença feminista da Marcha Mundial das Mulheres nas capitais e interiores do país foi registrada e publicada nas redes sociais do movimento, uma prática coletiva da comunicação feminista e popular.

O Brasil estampado nos cartazes, faixas, cantos e gritos de quem foi às ruas evidencia um país bem diferente daquele estampado na capa dos jornais no dia seguinte da manifestação. Mais uma vez, a imprensa nacional, ao ser pressionada a fazer “uma escolha muito difícil”, repetiu sua permanente opção pela narrativa das elites econômicas e políticas, que defendem que vivemos em um país que caminha rumo à superação da pandemia e da crise agravada pelo vírus, na contramão das condições concretas vivenciadas pela maior parte da população.

Durante a mobilização em São Paulo, a militante Sarah de Roure expressou as reivindicações feministas da Marcha Mundial das Mulheres diante desta conjuntura política. “Somos os mesmos que, na Colômbia, são chamados de loucos, estando em greve há mais de um mês. Somos as mesmas que no Chile ocupamos as ruas e o parlamento. Somos as mesmas que legalizamos o direito ao aborto na Argentina. Nós, que fomos chamadas de loucas, falamos que loucos são eles, genocidas! Porque se somos loucos os que sonhamos, sim, somos loucos todos nós: os que sonhamos em refundar o Brasil, os que sabemos que estamos em um processo de disputa política cotidiano que vai nos levar à vitória”, declarou.

Fomos às ruas cuidando umas das outras. A participação das mulheres nos atos contou com um esforço anterior para sairmos em segurança, garantindo que todas tivessem e usassem máscaras seguras. Antes das manifestações, fizemos a publicação em imagem e em áudio de uma lista de cuidados. Ao contrário do governo genocida, que espalha a morte, nós vamos às ruas porque queremos viver!

Caxias do Sul

 

A Marcha levou batucadas, lambes, faixas e música – nossas vozes – para as ruas! Levou também a memória das mulheres trabalhadoras que tiveram que se expor aos riscos de contágio para sobreviver e não conseguiram resistir nos leitos lotados de UTI. Dentre elas, estão mulheres gestantes e puérperas que a covid-19 matou. No Brasil, gestantes morrem mais de covid-19 do que o resto da população. Foram 494 mortes maternas em 2021 e 457 em todo o ano de 2020.

No Recife, a Polícia Militar atacou a manifestação. Balas de borracha atingiram e cegaram um olho de dois trabalhadores que sequer participavam dos atos. A MMM de Pernambuco publicou um vídeo denunciando a repressão ao livre direito de manifestação e cobrando responsabilidade do governador: “Paulo Câmara, queremos saber quem deu a ordem para o Batalhão de Choque”. Veja mais aqui.

Contra a violência racista, que atinge de muitas maneiras a vida das mulheres no país, inclusive de forma militarizada, as companheiras de São Luís do Maranhão afirmaram: “a vida das mulheres negras importa!”.

Em Ubatuba, no litoral paulista, as mulheres chamaram a atenção para outro aspecto desse governo de morte: o patrocínio do ministro Ricardo Salles ao saqueio e destruição de terras, florestas, água e vida de mulheres dos povos tradicionais e indígenas. “Salles destrói a natureza, Bolsonaro ataca nossas vidas, e a resposta é uma só #ForaBolsonaro!”, declararam elas.

Em Palmas, no Tocantins, a MMM levou a batucada feminista às ruas contra o governo genocida de Jair Bolsonaro, em luta por vacina para toda a população e em defesa das universidades federais e da vida do povo brasileiro. A batucada também esteve presente e forte em Blumenau, Santa Catarina. Esses são apenas alguns exemplos da força do dia 29 de maio. Por todos os cantos teve ação popular, feminista e antirracista para defender a vida, com expressões diversas de acordo com a criatividade e organização de cada território.

O encerramento da fala de Sarah de Roure sintetiza a luta para derrotar a política de morte, pautada na rebeldia e na solidariedade, que são marcas do feminismo popular. Como ela disse no carro de som, “se eles cortam o auxílio, nós fazemos cozinha comunitária. Se eles aumentam o desemprego, nós organizamos redes de solidariedade. E assim nós estamos construindo a vitória do povo brasileiro contra o genocídio do Jair Bolsonaro. É assim que vamos construir o impeachment do Jair Bolsonaro. Olhe para o lado por um segundo: esse homem, essa mulher, negro, negra, lutador… Essa é a cara da derrota do Jair Bolsonaro. Nós vamos derrotar o fascismo no Brasil! Nas ruas, na organização das mulheres, do povo negro e do povo trabalhador. Fora Bolsonaro!”

Santana do Livramento


*Texto originalmente publicado em http://www.marchamundialdasmulheres.org.br/mulheres-foram-as-ruas-denunciar-o-governo-genocida-de-bolsonaro/ Confira fotos das manifestações pelo país no link.