terça-feira, 26 de julho de 2011
sábado lilás (jornada de formação feminista II)
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Formação Feminista será dia 23 de julho em Porto Alegre

Nesta tarde de formação iremos trabalhar aquela ideia das metodologias para a formação e aprofundar mais alguns temas para nossa ação feminista, pensando a agenda e desafios para o próximo período.
Vamos levar os seguintes temas para debatermos:
- Lesbianidade e feminismo
- Marcha das Margaridas
- Rio + 20
- Copa de 2014
Levaremos material para contribuir com os debates, de acordo com as deliberações de nossa plenária, do dia 17 de abril de 2011.
Confirmações podem ser encaminhadas pela lista da MMM-RS ou pelo email: mmm_rs2004@yahoo.com.br
quinta-feira, 14 de julho de 2011
II Encontro da MMM - Caxias do Sul
No dia 02 de julho, realizou-se em Caxias do Sul o II Encontro Municipal da Marcha Mundial das Mulheres. A parte da manhã ficou reservada para um debate com a sociedade, sobre o tema “Mulher e Mercado de Trabalho”, que contou com a participação de Estela Villanova – militante da MMM e integrante do Núcleo Feminista Lua Nova Guayí e Natália Pietra Méndez – professora do curso de história e integrante do Observatório do Trabalho da UCS.
O painel contou com a participação de representantes da sociedade civil, lideranças sindicais e comunitárias, conselheiras do COMDIM, movimento estudantil, pastoral da juventude, economia solidária, além de representantes do Poder Público e mandatos parlamentares.
Para introduzir o debate, foi passado o vídeo “Mulheres Invísiveis”, que retrata a estrutura da divisão sexual do trabalho. O vídeo denuncia a hierarquia estabelecida pelo capitalismo entre o trabalho tido como produtivo (esfera pública, do mercado) e o trabalho tido como reprodutivo (esfera privada, do cuidado, da família), como se um não dependesse do outro, e não fossem igualmente importantes para o desenvolvimento da humanidade.
A Profa. Natália iniciou a discussão, trazendo os levantamentos do ‘Boletim Mulher e Mercado de Trabalho’ do Observatório do Trabalho da UCS que realizou pesquisa com dados da última década (1999 à 2009) em Caxias do Sul.
A pesquisa abrange apenas o mercado formal de trabalho, e traz dados assustadores. Caxias do Sul tem sua economia centrada no setor metalúrgico, que privilegia a mão-de-obra masculina. Mesmo assim, as mulheres representam 42% do mercado formal de trabalho em Caxias, e ingressam nestes setores recebendo os menores salários oferecidos pelo Mercado. Constatou-se que apesar do significativo aumento de mulheres no mercado formal de trabalho na última década, isso não significa que o número de homens tenha diminuído. O que ocorre, na realidade, é que as mulheres estão ocupando os espaços que foram abandonados pelos homens, principalmente em decorrência da baixa remuneração.
Constatou-se também que aproximadamente 60% das mulheres com vínculo empregatício no mercado formal, estão concentradas na faixa salarial de até 2 s.m., enquanto não chega a 30% as que percebem mais de 11 s.m. Ademais, a remuneração auferida pelas mulheres oscilou na faixa de 54,4% a 57,1% da renda masculina no setor da indústria (superando a média nacional de desigualdade salarial (30%).
Por fim, a pesquisa mostra também, que as mulheres são mais escolarizadas que os homens, no entanto, tal escolarização não tem servido para alcançar a equiparação salarial no mercado de trabalho, serve apenas para permitir a entrada das mulheres no mercado formal, pois as que não possuem qualificação escolar, acabam por permanecer na informalidade.
Importante ressaltar que os dados levantados são relativos a mulheres brancas. Quando se fala em mulheres negras os índices são ainda piores. Para a mulher negra é mais difícil tanto a entrada no mercado de trabalho como o ingresso nos melhores postos.
Também é muito preocupante as estatísticas em relação à juventude. A entrada dos jovens no mercado de trabalho ocorre de forma precária e nas piores condições. São vítimas do grande dilema da experiência para o trabalho. Precisam estudar para se qualificar, mas precisam trabalhar para sobreviver. Ganhando baixos salários, não conseguem estudar e trabalhar, sendo obrigados a abandonar, muitas vezes, os estudos.
Estela Villanova trouxe dados relacionados ao mercado informal de trabalho, especificamente sobre a Economia Solidária.
Diferentemente do que muitos pensam, os empreendimentos da ECOSOL não são formados majoritariamente por mulheres. Um mapeamento feito recentemente mostrou que as mulheres representam apenas 37% dos empreendimentos.
Percebe-se que mesmo na Economia Solidária existe latente desigualdade de gênero no que tange a formação dos grupos de trabalho. Os empreendimentos maiores, formados por mais de 20 pessoas, e, portanto, que acabam tendo mais oportunidades de renda (metalurgia, vinícolas...) são formados na sua grande maioria por homens. Por outro lado, os empreendimentos menores, ligados à alimentação, artesanato entre outros, que infelizmente não percebe grande rotatividade financeira, são compostos por mulheres.
É preciso analisar os motivos existentes atrás dos dados constatados. É fato que após muita luta do movimento feminista, e de avanços em políticas públicas para as mulheres, abriram-se diversos campos no mercado de trabalho. No entanto, o que é mais contraditório é que essa entrada das mulheres no mundo do trabalho não significa melhores posições ou melhores salários, apesar da escolaridade feminina ser superior à masculina.
Analisando esses dados, fica mais fácil entender o porquê do fenômeno da “feminização da pobreza”, onde 70% dos pobres do mundo são mulheres. Triste realidade que parece estar longe de um fim, já que a previsão é de que a equiparação salarial entre homens e mulheres aconteça em aproximadamente 87 anos.
Marcha Mundial das Mulheres/Caxias do Sul
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Nota de Repúdio ao parecer do Conselho Nacional de Educação sobre as creches

Na última quinta-feira, 7 de julho, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou um parecer que orienta que as creches de todo o Brasil devem fechar durante as férias. Nós, da Marcha Mundial das Mulheres , vimos a público repudiar este parecer, que vai na contramão das políticas públicas que contribuem para a autonomia econômica das mulheres.
A maior parte das mulheres que tem crianças em creches são aquelas que estão no mercado de trabalho em condições precárias e que sequer tem garantido o direito de férias. O fechamento coletivo das creches prejudica uma parcela importante de mulheres e crianças que não têm condições de programar férias em período escolar. As férias das crianças em creches têm que estar de acordo com as férias de pais e mães. Defendemos que seja garantido o direito de férias das trabalhadoras das creches com a contratação de professoras substitutas ou outras formas que não o fechamento para férias coletivas. Contudo, este direito não pode ser garantido em detrimento do direito das mulheres e crianças que dependem das creches, mas sim do poder publico que deve encontrar uma solução que garanta o direito das trabalhadoras e das usuárias.
A falta de creches prejudica muito o direito das mulheres ao trabalho. São elas que deixam seus empregos por não terem com quem deixar as crianças, que pagam com seus baixos salários uma escola particular ou outra mulher para cuidar dos filhos, ou ainda ficam dependendo de favores de parentes. Soluções individuais, as quais somos contra, uma vez que garantir creches públicas para todas as crianças é um dever do Estado.
O acesso às creches é um direito das mulheres que possibilita maior autonomia econômica e reconhecimento de seu direito ao trabalho. Defendemos que os cuidados com as crianças sejam compartilhados entre homens e mulheres, e também com a sociedade, a partir de políticas públicas que implementem serviços de cuidados gratuitos e de qualidade em horários integrais e contínuos.
Exigimos do Ministro da Educação, Fernando Haddad, que esse parecer não seja homologado e que a promessa da presidenta Dilma Rouseff, de construir 6.000 creches e pré-escolas no país até 2014, efetive-se!
Creche para as crianças, autonomia para as mulheres já!
Marcha Mundial das Mulheres
segunda-feira, 4 de julho de 2011
CUT, MST, CMP e Marcha das Mulheres definem pauta unificada

Escrito por: Marize Muniz
Durante 2 meses, representantes da CUT, do MST, da CMP, da Marcha das Mulheres e de outras entidades que integram a Coordenação dos Movimentos Sociais, se reuniram para elaborar uma pauta de reivindicações conjunta.
A CUT, a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, mais uma vez sai na frente, honrando a sua história de tradição, de luta, de organização e de mobilização em defesa da classe trabalhadora brasileira. Em maio deste ano, mais precisamente no dia 20, a Executiva Nacional da CUT decidiu convocar sua militância para um Dia Nacional de Mobilização. A data escolhida foi 6 de julho.
Desde maio, representantes da CUT vêm se reunindo com os companheiros do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra), da CMP (Central de Movimentos Populares), da Marcha Mundial das Mulheres e de outras entidades da Coordenação dos Movimentos Sociais, que apoiaram a ideia e se incorporaram imediatamente ao processo mobilização e organização da ação, para elaborar uma pauta unificada.
A pauta que será apresentada à sociedade brasileira no dia 6 de julho, é focada. Vamos lutar em defesa da alimentação, da educação e de questões trabalhistas e sindicais.
As nossas reivindicações são:
Alimentação– defendemos a reforma agrária, o fim da concentração de terras, a PEC do Trabalho Escravo; e comida mais barata na mesa de todos os brasileiros. Vamos lutar contra os agrotóxicos e contra o modelo agrário atual – queremos a ampliação dos recursos para a agricultura familiar, que é responsável por 70% dos alimentos que chegam às mesas dos brasileiros. Para nós, o agronegócio tem um financiamento desproporcional à quantidade de alimentos que produz e precisamos reverter este quadro.
Educação– defendemos a ampliação da educação no campo, o Plano Nacional de Educação; a destinação de 10% do PIB brasileiro para a educação, e qualificação profissional permanente para nossos docentes.
Trabalho e sindicalismo– vamos lutar pela redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário; por liberdade e autonomia sindical, pelo fim do Imposto Sindical e pela implantação da Contribuição Negocial, aprovada em assembléia soberana dos trabalhadores; pelo combate às práticas antissindicais e pelo fim do Fator Previdenciário. Vamos também combater à precarização e à terceirização.
terça-feira, 14 de junho de 2011
NOTA DE REPÚDIO A TRUCULÊNCIA DO DCE DA PUC COM A CONIVÊNCIA DA PUC/RS

Nós, da Marcha Mundial das Mulheres RS, repudiamos veementemente a violência praticada pelo patriarcado, por meio de seus representantes no DCE da PUC/RS e todo conservadorismo da Pontifícia Universidade Católica, onde, mais uma vez, as mulheres foram vítimas. Machismo, abuso de poder, constrangimento ilegal e conivência de toda a instituição marcaram os fatos ocorridos ao longo das duas últimas semanas, em especial na noite de ontem (13/6). O DCE da PUC/RS é reincidente nestas práticas nos processos de eleição, que constantemente terminam assim, em violência. Desta vez as vítimas foram duas militantes do movimento estudantil, que estavam lá para garantir a democracia e transparência do processo eleitoral do Congresso da União Nacional dos Estudantes. Em outros momentos, já foram presenciados, inclusive, casos de morte. Todo processo de eleição vai parar na justiça, pois há fraudes, mas a conivência da Reitoria mantém o sistema. Não vamos mais tolerar estas práticas, que sempre acabam em violência, perseguição da oposição, preconceito, falta de transparência e suspeita de fraudes. Toda a nossa solidariedade às companheiras que foram vítimas de violência física por parte dos integrantes do DCE da PUC/RS. Sabemos que um dia essa história vai mudar e que isto só acontecerá com a nossa luta!
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Lacunas e Inverdades

Se o objetivo da edição de junho da Superinteressante era explicar o que está acontecendo com os sexos e quais são as nossas diferenças, deixou muito a desejar. Compreender que existem diferenças biológicas pode ser o começo, mas não podemos ignorar as questões sociais envolvidas.
Já afirmar que os homens estão perdendo terreno nas empresas é uma maldade. Ainda que, conforme a reportagem, as meninas tenham melhor desempenho na escola e na chegada à universidade a "desvantagem" dos meninos seja clara, não existe igualdade salarial em relação aos homens. As mulheres tiveram um aumento da sua presença no mercado de trabalho, mas nas tarefas reprodutivas (calçadistas, montadoras de componentes eletrônicos, bancos, tecelagens, etc.) que apresentam salários mais baixos e precariedade nas relações trabalhistas.
É sabido que as mulheres são minoria nos postos de trabalho de maior valorização profissional e financeira. E isso não se deve ao fato delas preferirem historicamente profissões que pagam mal nem ao fato das meninas não pedirem aumento, conforme levianamente é apontado na revista. Deve-se ao valor mensurado de forma diferenciada do seu trabalho em relação ao trabalho masculino. Deve-se a construção do estereótipo da mulher como trabalhadora "secundária" ou "incapaz", forjado a partir de uma idéia de superioridade masculina e uma divisão sexual do trabalho desde os tempos remotos.
No imaginário social a presença da mulher no mundo do trabalho é marcada pela compreensão de transitoriedade, pois o mundo do trabalho pertence ao homem. A mulher pertence à esfera privada e é talhada para ter filhos e cuidar das atividades domésticas. No imaginário da sociedade a mulher entraria no mercado de trabalho por uma "falha" do homem no cumprimento do seu papel de provedor. Por tanto, tenderia a abandonar a atividade econômica assim que possível. Já que o seu lugar é na família, em casa, no universo doméstico. A renda que a mulher produziria pelo seu trabalho também seria, por tanto, complementar, secundária e insuficiente.
A idéia da transitoriedade da mulher devido a responsabilidade pelos cuidados com os filhos e o lar teria como consequência altos custos. Nesse ponto as diferenças biológicas começam a contar para a explicação das desigualdades entre os sexos. Pois sendo a mulher capaz de conceber e parir outros seres humanos, necessita de cuidados especiais durante a gestação.
Cuidados que pesam para as empresas no que tange à licença maternidade e aos cuidados infantis. Associa-se essa responsabilidade pela família com um comportamento de baixo comprometimento com a empresa, impossibilidade para fazer horas extras, trabalhos noturnos e viagens, justificando dessa forma a exclusão das mulheres de determinados postos e funções.
É, vida de espermatozóide não é fácil, mas de mulher é mais difícil ainda. Seria ótimo ver a balança equilibrada em breve. Para isso é preciso superar o estereótipo das mulheres como força de trabalho transitório, secundário e incapaz. Alterar as relações privadas por meio do compartilhamento das responsabilidades, para então construir novas relações de trabalho.
* Claudinha é Delegada Sindical - Caixa Econômica Federal-RS
Leia também:
http://terribili.blogspot.com/2011/03/culpa-e-das-mulheres.html