quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nota de repúdio contra o uso eleitoral do debate sobre o aborto

Nota de repúdio contra o uso eleitoral do debate sobre o aborto
Publicada em: 13.10.2010

Fonte: SOF

Mais uma vez, em contextos de disputa eleitoral, o patriarcado por meio de seus representantes na classe política conservadora, explora as necessidades do povo. Mais uma vez é sobre o corpo das mulheres e contra a autonomia das mulheres que a disputa se faz.

Ainda hoje e apesar da Lei do Planejamento Familiar de 1996, pratica-se a troca de votos por laqueadura de trompas. Apela-se para a mentira e o terrorismo para combater a luta por direitos humanos para as mulheres e para chantangear candidaturas.

Desde os anos 1980, o movimento de mulheres adota o 28 de setembro como o Dia Latino-Americano Pela Descriminalização do Aborto. Este ano, nessa data, foi lançada a Plataforma para Legalização do Aborto no Brasil. Na Plataforma estão colocados os termos do debate que queremos fazer com a sociedade brasileira, os movimentos sociais, as associações de classe, os partidos, parlamentares, o Poder Judiciário e o Executivo. Queremos que o debate seja feito de forma politizada e não moralista.

Repudiamos o uso político da questão do aborto, causa tão complexa e importante para a vida das mulheres. Repudiamos as lideranças religiosas que manipulam informações, aterrorizam e mentem para seus fiéis em favor da ampliação de seu próprio poder político.

Exigimos respeito à dignidade das mulheres! Queremos um ambiente democrático para fazer o debate franco e informado sobre o direito à maternidade e à auto-determinação reprodutiva para todas as mulheres, sem discriminação de classe ou de cor.

Nenhuma mulher deve ser presa, punida, perseguida,
maltratada,ou humilhada por ter feito um aborto.

Em, 08 de outubro de 2010.
Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto

2 comentários:

  1. Não há como avaliar um tema tão complexo baseado em julgamentos arbitrários. Apenas dizer SIM ou NÃO para um problema é muito fácil. É igualmente fácil, apontar o dedo para uma mulher “obrigando-a” a seguir com uma gestação, sem questionar as decorrências futuras de tal ato.

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  2. com certeza. pior ainda é utilizar um tema tão caro pra nós, em um momento de disputas eleitorais. só vamos ter retrocessos assim.....

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