quarta-feira, 19 de março de 2014

AS MULHERES NO MUNDO DO TRABALHO





O último boletim sobre a temática especial do mês de março, que vem abordando semanalmente temas relacionados aos “Direitos das Mulheres”, vai se debruçar sobre alguns exemplos de discriminação das mulheres no mundo do trabalho formal.

OS DESAFIOS DAS MULHERES NO MUNDO DO TRABALHO

As mulheres, atualmente, representam 51,5% da população brasileira.  Conforme dados do último PNAD[1] realizado pelo IBGE, existem 5,8 milhões de mulheres a mais do que os homens no Brasil. Contudo, as mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho. Além das dificuldades para ingressar mundo do trabalho formal, elas ainda enfrentam uma série de discriminações que expressam a desigualdade de tratamento e de remuneração entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções.
É visível que as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de trabalho formal, inclusive em áreas que antigamente eram exclusivamente ocupadas por homens. Conforme levantamentos do Ministério do Trabalho e Emprego, o número de mulheres na construção civil cresceu 44,5% entre 2007 e 2009. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por sua vez, aponta que em 2010 as mulheres já somavam mais de 200 mil trabalhadoras com carteira assinada no País, o que significa quase o dobro de mulheres na construção civil com relação aos índices de 2006.
Estes dados, somados à queda da taxa de desemprego entre as mulheres (que vem caindo consecutivamente há quase uma década, passando, em 2010, de 16,2% para 14,7%), bem como ao aumento da escolaridade e das oportunidades de profissionalização, permitem concluir que está sendo estabelecido um ritmo de conquistas e de superação de paradigmas que historicamente permearam a divisão do trabalho. Acontece que, mesmo diante destes avanços, as mulheres continuam enfrentando problemas estreitamente ligados às dificuldades de superação de uma visão patriarcal da sociedade.
Os papeis geralmente atribuídos às mulheres, mesmo no mercado formal, costumam estar vinculados às funções de cuidado que a sociedade tenta lhe impor como atribuições naturais, não se afastando das esferas domésticas, de cozinha, de limpeza, de assistência a enfermos e educação básica de crianças. Para além disso, quando as mulheres, rompendo com esta lógica, conseguem se inserir em outros ramos, precisam enfrentar a desigualdade salarial.
Conforme levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (DIEESE), as mulheres ganham, em média, 75,7% dos valores pagos aos homens que desempenham as mesmas funções. A desigualdade dos rendimentos representa apenas uma das dimensões dos desafios que as mulheres enfrentam na luta pelo reconhecimento dos seus direitos, restando ainda muito a se discutir com relação ao assédio moral, ao assédio sexual, à maternidade e aos desdobramentos cotidianos construídos a partir das relações de trabalho e emprego.
Abaixo, para contribuir com a reflexão sobre estas desigualdades, compartilhamentos os estudos do DIEESE sobre as mulheres brasileiras no mundo do trabalho. Boa leitura!
Sirlanda Selau e Christine Rondon
Militantes feministas

http://www.costaadvogados.adv.br/
 http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A31B027B80131B40586FA0B89/anuarioMulheresBrasileiras2011.pdf

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