domingo, 13 de março de 2011

Agenda da MMM RS


ATENÇÃO:

Segue o link da MARCHA DAS MARGARIDAS 2011 - CHAMADA GERAL

http://www.youtube.com/watch?v=OBlHJ-uRKAQ

2011 RAZÕES PARA MARCHAR POR: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM JUSTIÇA, AUTONOMIA, IGUALDADE E LIBERDADE.

sábado, 12 de março de 2011

Sucesso no primeiro dia da apresentação da peça Frida Khalo, à Revoluçã!





Em parceria com o Teatro Renascença, o Sintrajufe e a Marcha Mundial das Mulheres, aconteceu nesta sexta, 11, o primeiro dia do espetáculo Frida Kahlo, à Revolução!. Antes da peça, um bate papo inteligente, chamado Kahlo e a percepção do feminino, conduzido por Cristiane Giareta da MMM, Bárbara Wilbertt, SINTRAJUFE e a Socióloga Enid Backes - falando sobre a história de Frida e a sua vida irreverente, feminista e revolucionária.

O espetáculo, escrito por Juçara Gaspar e dirigido por Daniel Colin, é focado no princípio revolucionário, com a própria Frida conduzindo o espectador por uma redescoberta ética e estética, da arte como denúncia solidária e solitária, possível através da mágica que é o fazer teatral.


Após a apresentação da peça, que contou inclusive com um momento em que a Iris (MMM) dança com Frida, fomos brindadas com um coquetel organizado pela Cooperativa GiraSol, Tenda da Juçara e o Casarinho. Estava simplesmente maravilhoso, bem montado e apetitoso. Além da apresentação com folhas de bananeiras e mudas de plantas nativas, contamos também com um espaço onde podíamos (nós mesmas) lavar os copos utilizados, sem desperdício de água e uso de sabão ecológico.

Tudo foi muito bem organizado e estão todas de parabéns: a Laura e o Breno pelo Teatro Renascença, a Marilise e Bárbara pelo Sintrajufe e a Fernanda, Mateus, Ariel, Livia e Carin pelo Casarinho.

O espetáculo vai até domingo, 13, e quem ainda não assistiu não pode perder (já que perdeu o bate papo e a comilança). Lembrando que tem que chegar 1 hora antes para pegar o ingresso, no domingo a peça inicia as 20h.

Na segunda, 14, temos ainda a apresentação do vídeo “Seguiremos em Marcha até que todas Sejamos Livres”, realizado em março de 2010, pela Marcha Mundial das Mulheres. Não perca, será no Cine bancários, as 19h, em Porto Alegre.

Saiba mais: http://mmm-rs.blogspot.com/2011/03/agenda-da-mmm-rs.html

sexta-feira, 11 de março de 2011

A culpa é das mulheres

por Alessandra Terribili*

Que o Jornal da Globo não deve ser referência para a construção de opinião de ninguém, isso já sabemos. Willian Waack e sua disposição extraordinária para o imperialismo e a direita, com frases de efeito e caras amarradas, são o testemunho principal de que se trata do telejornal mais posicionado politicamente na Rede Globo. Está à direita e não abre mão. Nem a cobertura do futebol escapa.

Ontem, mais uma demonstração disso. Para este artigo, vou me basear no texto disponível no sítio eletrônico do famigerado jornal, porque, obviamente, não decorei a matéria que vi na TV esta madrugada.

A chamada anunciava uma tal pesquisa que dizia que as mulheres não pedem aumento, ou pedem aumento menos que os homens. A relação imediata e automática feita pelo jornal foi exatamente essa: as mulheres ganham menos porque não pedem aumento!

Leia mais.....
* Alessandra Terribili é Jornalista, mestranda em Ciência Política na UFRGS, militante de esquerda e feminista.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Carta aberta para Sandy


Vou te dar um conselho… de mulher pra mulher: você não precisa ser santa, nem puta. Você pode ser livre.

Por Tica Moreno
*

Quando eu estava no ensino médio, você fez um desserviço pras meninas da minha idade, que é a mesma idade que a sua.

Foi a época da “garota sandy“: uma jovem, bonita, magra, de cabelo liso, a filha que todo pai e mãe queria ter, rica…. e virgem. E que afirmava que queria casar virgem.

A garota sandy era aquilo que nenhuma de nós éramos, mesmo que a gente tivesse uma ou outra característica dessas aí de cima. A verdade é que a gente nem queria ser daquele jeito.

Foi a primeira vez (que eu me lembre) que eu me vi sendo comparada com um modelo de mulher que eu não queria ser. E eram os outros que nos comparavam. Aí a gente foi se sentindo inadequada, umas mais, umas menos.

Qual era (qual é) o problema de não casar virgem? (Isso pra não perguntar qual é o problema de não querer casar…)

Você não acha um problema de fato, até porque há alguns anos você afirmou que não tinha casado virgem. Fico até aliviada por você, porque imagina se não fosse bom com seu marido? Ainda mais se a relação de vocês for monogâmica e conservadora… Não desejo uma vida sem orgasmo nem pro meu pior inimigo.

Mas voltando. O padrão “garota sandy” não foi uma reportagem qualquer que saiu na revista da folha. Reforçou um padrão que faz com que a anorexia e a bulimia estejam entre as principais doenças de jovens mulheres, que faz com que milhões de meninas e mulheres vivam sua sexualidade a vida inteira de forma passiva, em função do desejo e do prazer do cara, que faz as meninas e mulheres que são donas do seu desejo serem consideradas vadias, vagabundas, putas, devassas.

O machismo faz isso: separa as mulheres entre santas e putas, “valoriza” as santas e puras e desqualifica, discrimina, violenta as “putas”.

Deve ter algum motivo pra você se afirmar como santa, e não como puta, numa época da sua vida.

E daí eu vou te dizer, caso você ainda não tenha entendido o porquê dessa carta aberta, seu segundo desserviço pras mulheres. Ser a nova garota devassa.

Pra quê?? De dinheiro você não precisa.

Você não estudou psicologia? [Não, me disseram aí nos comentários que ela estudou Letras, mal aê - mas eu lancei um google e vi que na época do meu ensino médio, de onde eu tirei a memória pra escrever esse post (ano 2000), circulou ainformação da psicologia, rs.] Deveria ter aprendido alguma coisa sobre sexualidade teoricamente, além da prática (que, de novo, espero que seja boa pra você).

Nem as santas, nem as putas, são donas do seu desejo, do seu corpo, da sua sexualidade. O símbolo da devassa, e o imaginário que essa cerveja construiu – e que você vai propagandear – é o de uma mulher feita nos moldes do que a maioria dos homens tem tesão por. Importa o tesão deles, e não o nosso.

As revistas femininas (e as masculinas) fazem isso também. Sabe aquelas dicas da Nova pra fazer qualquer mulher deixar qualquer homem louco na cama? Então. É o mesmo machismo, a mesma submissão.

Você de alguma forma tá querendo apagar a imagem de santa, usando a idéia de que você pode ser devassa?

Vou te dar um conselho… de mulher pra mulher: você não precisa ser santa, nem puta. Você pode ser livre.

* Tica Moreno é formada em Ciências Sociais, foi do DCE da USP e do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CEUPES). Atualmente trabalha na Sempreviva Organização Feminista, SOF. Tica é militante da Marcha Mundial das Mulheres.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Guia da comunicação sobre aborto

Apresentação extraída da publicação “ABORTO- Guia para profissionais da comunicação”

Há seis anos o governo brasileiro lançou o primeiro Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, produto da Primeira Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Um dos itens deste Plano foi o encaminhamento, através da então Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (hoje SPM), de uma proposta para a revisão da Lei que pune o aborto no Brasil. Foi composta uma Comissão Tripartite que formulou um anteprojeto, entregue pela ministra Nilcéa Freire à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara em setembro de 2005. Este episódio é parte do processo contemporâneo de gestões democráticas, um processo que traz avanços mas gera também, na sociedade brasileira, reações conservadoras aliadas ao fundamentalismo religioso.
(…)
A lei atual é retrógrada. Criminalizar o aborto não inibe a prática clandestina, embora o recurso ao estouro de clínicas venha sendo cada vez mais utilizado para alimentar a cultura e a política pública da criminalização. Há com isto uma situação imoral de descaso pela vida das mulheres, em sua maior parte negras e pobres, que morrem no contexto de clandestinidade.
(…)
Este documento tem o objetivo de apoiar o trabalho de jornalistas que pretendam lançar luzes sobre este assunto. Foi elaborado com base em fontes oficiais, de governos e institutos de pesquisa nacionais e internacionais, trazendo informações que poucas vezes estão na agenda pública. Para além dos dados, indicamos fontes especializadas de forma a colaborar com possíveis matérias/reportagens.

Esperamos assim contribuir com a imprensa em sua cobertura e também reforçar oportunidades de interlocução.

Recife, fevereiro de 2011
Paula Viana (Secretária Executiva das Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro)

Para baixar o Guia completo, acesse o link abaixo

http://abortoemdebate.com.br/arquivos/Aborto_Guia_comunicacao.pdf

Fonte da Imagem: http://explodiulilas.blogspot.com/2009/12/mulheres-em-todos-os-espacos.html


Enquanto você “vai pensando aí”, nós estaremos por aqui, sempre dispostas a te fazer companhia!

http://www.youtube.com/watch?v=iGWW3M3s_t0&feature=player_embedded


terça-feira, 1 de março de 2011

Mulheres camponesas fazem protesto na Braskem no RS


1 de março de 2011


Da Página do MST

As mulheres trabalhadoras do campo e da cidade realizam neste ano mais uma jornada nacional de lutas em torno do dia 8 de março.

Na manhã desta terça-feira (1/3), cerca de 800 mulheres ocupam o pátio da empresa Braskem, do grupo Odebrecht, no Pólo Petroquímico de Triunfo, região metropolitana de Porto Alegre.

Leia manifesto das mulheres trabalhadoras em luta do Rio Grande do Sul

A ação é organizada pelas mulheres da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Levante da Juventude e Intersindical e integra a jornada nacional de lutas das mulheres.

A manifestação na Braskem tem o objetivo de denunciar que o plástico verde, produzido à base de cana-de-açúcar, é tão nocivo e poluidor quanto o plástico fabricado à base de petróleo.

O produto é propagandeado pela empresa e pelos governos como uma solução para os problemas ambientais. No entanto, as mulheres alertam que o plástico verde irá intensificar a proliferação do monocultivo, intensificar a transgenia, o uso de agrotóxicos e a concentração de terra.

Para viabilizar a produção de plástico verde em grande escala, a empresa tem como meta plantar quase dois milhões de hectares de cana-de-açúcar no RS. Isso inviabiliza ainda mais a agricultura camponesa e gera a expulsão de milhares de famílias camponesas da terra.

Para a população da cidade, o crescimento de mais essa monocultura significa aumento dos preços dos alimentos e mais pessoas disputando empregos e moradia.

A jornada nacional de lutas das mulheres iniciou na segunda-feira (28) com a ocupação da empresa Veracel na Bahia por 1.500 mulheres.

O plástico “verde” da Braskem é uma mentira




Verde, vírgula

O grupo Odebrecht/Braskem (sim, Odebrecht se origina daquela famosa empreiteira) afirma - e a mídia guasca faz coro - que estará produzindo o que chama de “plástico verde” em Triunfo (RS).
A matéria-prima desse polietileno é a cana-de-açúcar. Mas isso não garante o selo verde ao produto final, como estão alardeando aos quatro ventos do senso comum.

O plástico produzido pelo grupo Odebrecht – com recursos do BNDES e investimentos da Petrobras – não pode ser considerado “verde”.

O plástico de Triunfo é tão “verde” quanto são “silviculturas” as plantações de eucalipto e pinus das papeleiras na Metade Sul.

Trata-se de mais uma apropriação indébita da linguagem por parte dos exterminadores do futuro. Monocultura de eucalipto não é silvicultura, que se caracterizaria somente se houvesse reposição das espécies nativas do bioma Pampa. Não é o caso, as papeleiras plantam espécies exóticas e, o mais grave, o fazem em vastas extensões, não respeitando mananciais de umidade, fontes de água, microclimas e sobretudo a diversidade zoobotânica original.

O polietileno da Braskem não é “verde”, porque não é biodegradável, o que significa dizer que se degrada no mesmo longo prazo que o plástico originado do petróleo, ou seja, depois de centenas de anos.

Mas, mesmo que fosse biodegradável, admitamos, ainda assim não seria “verde”, porque o sistema de cultivo da cana-de-açúcar – no regime do agronegócio – não é sustentável. Ao contrário, o cultivo da cana é feito de forma extensiva, em vastas monoculturas, exigindo a concentração da terra, sofrendo aplicações de agroquímicos pesados e cumulativos, e fertilizantes não-orgânicos que comprometem a estrutura dos solos e desequilibram os microorganismos vivos e o ambiente natural como um todo.

Para agravar, essa produção pseudoverde vem a rigor fortalecer – econômica e politicamente – as famigeradas cadeias produtivas que formam o chamado agrobusiness, a saber: os oligopólios dos grãos, os oligopólios das sementes, dos alimentos industriais, dos fertilizantes e agroquímicos e por último (ou por primeiro), a hegemonia do capital financeiro – que subtrai o seu nada modesto quinhão de cada operação negocial deste grande circuito do qual poucos participam.

Fonte: blog do diário gauche