domingo, 20 de agosto de 2017

Nota da Marcha Mundial das Mulheres em solidariedade ao povo venezuelano

Nota da Marcha Mundial das Mulheres em solidariedade ao povo venezuelano
A Marcha Mundial das Mulheres manifesta seu apoio e solidariedade ao povo da Venezuela, em especial às mulheres e as organizações populares de mulheres e do movimento social.
A crise na Venezuela não é nova, ela é parte de uma disputa acirrada desde a primeira eleição de Hugo Chavez, em 1998. Hugo Chavez se destacou por uma política anti-imperialista e voltada para a resolução dos problemas básicos da população como a fome, a falta de acesso a moradia e a renda. Sua política foi a mais incisiva contra o imperialismo, o que ao mesmo tempo em que despertou ódio, fortaleceu as lutas anti-imperialistas dos movimentos sociais na região e ganhou relevância com a eleição de presidentes na América Latina que não se alinharam aos Estados Unidos.
A ascensão de governantes como Lula no Brasil, Kirchner na Argentina, Evo na Bolívia, Lugo no Paraguai, Tabaré e Mujica no Uruguai, criou um terreno mais fértil para barrar as políticas neoliberais e tratados como a ALCA, que seria a subordinação total da América Latina aos EUA. O diálogo e integração na América Latina se intensificaram, em processos como a Unasul, a CELAC, a reorientação e fortalecimento do Mercosul, enfim, uma nova geopolítica se desenhou na América Latina.
Porém, 500 anos de imperialismo e colonialismo, machista e racista não são derrotados facilmente. Os povos latino-americanos viveram seguidos golpes como em Honduras, Paraguai, no Brasil. Mesmo Venezuela houve tentativas de golpe que foram sufocadas pelo povo.Os golpes na América Latina tiveram em comum a contribuição estadunidense, a articulação da burguesia, empresas e parlamentares corruptos, meios de comunicação e, no caso do Brasil, o componente da misoginia e o destacado envolvimento do setor judiciário. Quem comanda e provoca a crise na Venezuela são os mesmos atores, articulados com uma mídia golpista com aliados internacionais, por exemplo, a Rede Globo todos os dias mantém os noticiários inundados de notícias contra Maduro.
Em 2014, os movimentos sociais brasileiros organizaram um plebiscito nacional por uma constituinte exclusiva e soberana para realizar uma reforma política no país. Foi um processo de quase um ano de mobilização e um plebiscito popular com quase 8 milhões de votos. A rede globo e os meios golpistas não deram uma única noticia. Quando a oposição de Nicolas Maduro, montou um plebiscito em julho 2017 contra a assembleia constituinte, esse mesmo canal de televisão deu reportagens ao vivo durante todo o dia. Estas mídias golpistas se articulam em todo o continente para insuflar o ódio e definir as relações de poder na sociedade a favor das elites e das empresas transnacionais.
O que está em jogo na Venezuela é um processo de golpe para recuperar o comando americano da burguesia e das grandes transnacionais sobre as riquezas daquele país. Não tem nada a ver com a fome do povo ou com a democracia. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, além da água e da diversidade ambiental, e é isto que estes setores querem recuperar.
Os golpes são contra o povo, contra as mulheres e a população negra, como está ocorrendo no Brasil, que teve a democracia rompida, todos os direitos das mulheres e da classe trabalhadora estão sendo destruídos, as terras usurpadas dos povos indígenas, quilombolas e da população camponesa, além de que os serviços, empresas publicas e nossa biodiversidade estão sendo entregue para as empresas transnacionais. O Brasil, que já era um dos países mais violentos da América Latina assiste esta violência contra as mulheres e a população negra sendo acirrada. A criminalização dos movimentos sociais e os assassinatos de lideranças do campo se intensificam. Os golpes na América Latina são para recuperar o projeto neoliberal e a usurpação de nossos bens comuns, assim como para reafirmar a subordinação aos EUA.
Para nós, mulheres e povos, resta a luta e resistência. Por isso a Marcha Mundial das Mulheres denuncia esta tentativa de golpe na Venezuela que acirra a violência contra a população mais pobre, negra e jovem.
A Venezuela é soberana para junto a seu povo e a classe trabalhadora buscar saída de paz com participação e decisão popular.
Toda nossa solidariedade ao povo da Venezuela! Trump fascista e todos os golpistas: tirem as mãos da Venezuela!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Plenária Estadual de julho/2017


Companheiras,

Chegamos na metade de 2017 e não precisamos descrever novamente as inúmeras atividades em que estivemos participando, lutando contra os retrocessos e por democracia; contra a truculência policial  e pelo fim da militarização da Polícia; estamos nas ruas, nas ocupações, nas escolas e nas comunidades lutando todos os dias por liberdade e autonomia.
Precisamos organizar nossas marchantes para o segundo semestre, que já mostrou que não vai ser mais fácil.  Temos várias mulheres que querem conhecer a Marcha e mesmo entre as que já estão há algum tempo, precisamos um momento de formação para falar da nossa história, nossas lutas e nossos desafios.
Contaremos com a presença das marchantes convidadas de Santa Catarina, Paraná e Maria Fernanda Marcelino da MMM SP.
Para que possamos transformar nossa Plenária e Formação em momentos de troca, gostaríamos que os núcleos organizassem localmente uma reunião ou roda de conversa.

Importante:
- Preencha a ficha de inscrição - clicar AQUI
- Vamos fazer a formação e plenária em apenas 1 dia (sábado 15 de julho);
- Orientamos para que os núcleos reúnam e possam indicar 2 companheiras para participar da plenária.
 - A nossa plenária será aberta a convidadas de outras organizações/movimentos e coletivos que gostariam de conhecer a MMM e estreitar nossas alianças.
- Ofereceremos os lanches e cafés durante a atividade de sábado (manhã e tarde), e teremos um almoço no local, para todas.
- Não teremos como contribuir com transporte para a vinda das companheiras, por isto é importante a organização local para a vinda de pelo menos 1 marchante.
PLENARIA ESTADUAL DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES RS

Data: 15 de julho de 2017 (sábado)
Local: Sindipetrosul – Endereço: R. Gen. Lima e Silva, 818 - Centro, Porto Alegre - RS

MANHÃ - 8:30 – 12:30
1.    Apresentação
2.    Dinâmica inicial - Autocuidado, espaço de feminismo, solidariedade e resistência.
3.    Oficina - O que é a Marcha Mundial das Mulheres? Organização da MMM no mundo, quem somos - nos diversos países; internacionalismo e o feminismo da Marcha - estratégia politica e a sujeita coletiva e politica que é a marcha.
Convidada: Maria Fernanda

TARDE -  14h – 18:30
1.    Oficina em grupo - Por onde andamos, onde vamos? Depois de ampliarmos nosso olhar sobre a atuação da Marcha pelo mundo, avaliaremos a conjuntura política e econômica e seus enlaces.
Debates
2.    Agendas de lutas
3.    Fechamento com propostas para a próxima plenária, cujo objetivo é avançar no debate organizativo.
Encerramento

Saudações feministas

Marcha Mundial das Mulheres RS
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

segunda-feira, 3 de julho de 2017

LIBERDADE PARA TODAS QUE LUTAM NA PALESTINA







Aproximadamente 11 ativistas palestinos foram sequestrados no domingo, 2 de julho, pelas forças de ocupação israelenses. Entre elas Khitam Saafin, presidente da União de Comitês de Mulheres Palestinas (UPWC) e coordenadora da MMM Palestina, e Khalida Jarrar, uma destacada parlamentar de esquerda e defensora dos presos palestinos.

As forças de ocupação sionistas invadiram suas casas e conduziram ambas as mulheres a um lugar desconhecido. Os atos de detenção arbitrária são uma clara violação aos direitos humanos que as forças de ocupação israelenses fazem histórica e impunemente contra os palestinos e os ativistas da causa palestina. A detenção de importantes líderes palestinas, que dedicam sua vida a lutar pela liberdade, pela libertação de seu povo e pela emancipação das mulheres, é um ataque à Democracia, às mulheres e aos direitos das pessoas.

Nós, ativistas e amigas da Marcha Mundial das Mulheres, nos unimos em solidariedade e apoiamos o chamado da União de Comitês de Mulheres Palestinas (UPWC) e da Samidoun - Rede de Solidariedade de Presos Palestinos de uma ação internacional para exigir a sua liberação imediata.



 Assine a petição! Assine e compartilhe essa petição exigindo liberdade imediata para Khalida Jarrar y Khitam Saafin



Mais informação AQUI: 

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

quinta-feira, 1 de junho de 2017

24h de solidariedade pela paz e contra a guerra! 03/06/2017

Roda de conversa: 24h de Ação em Solidariedade Feminista


Companheiras,

No dia 3 de junho, sábado, a Marcha Mundial das Mulheres convoca suas companheiras de todo o mundo para 24h de ação em solidariedade feminista pela paz e contra a guerra. No Brasil, estamos em um contexto de golpismo, violência, reformas neoliberais e ataques conservadores às e os trabalhadores, às mulheres, às populações negras, indígenas, quilombolas e LGBT. No resto do mundo, os governos de direita, a xenofobia, o racismo, as guerras declaradas e não declaradas também formam uma realidade que precisa ser transformada urgentemente. Diante disso, um dia de solidariedade feminista colabora para organizarmos nossa ação em nossas regiões e no mundo inteiro.

No Brasil, estamos em marcha pelas eleições diretas já, contra o governo golpista de Temer, suas reformas e o autoritarismo da repressão e da criminalização dos movimentos sociais. Participamos de datas nacionais de mobilização, como a Greve Geral do dia 28 de abril, o 1º de maio e as manifestações recentes em Brasília, no dia 26 de maio. Neste dia 3 de junho, organizaremos ações pelo Brasil contra a guerra alimentada pelo capitalismo e suas grandes empresas corporativas. Até agora, temos agenda em Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde as militantes farão uma atividade e colagem de lambe-lambe; e faremos um debate online, também às 12h, com militantes da MMM de vários estados. Neste debate, pontuaremos nossa crítica ao militarismo e às suas expressões no Brasil, tanto no genocídio e na violência de Estado presente nas regiões pobres das cidades, quanto na repressão às mobilizações populares. O debate estará disponível em tempo real na nossa plataforma do YouTube, que será divulgada em nossas redes sociais.

A declaração internacional da MMM está disponível abaixo e em anexo.

Saudações feministas,
Marcha Mundial das Mulheres

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PELA PAZ E CONTRA A GUERRA:
Chamado para as 24 horas de ação de solidariedade feminista em todo o mundo

Neste sábado, 3 de junho de 2017, das 12h às 13h, una-se a nós em uma ação solidária pela paz em todo o mundo. Você pode se manifestar, escrever uma mensagem ou simplesmente tirar uma foto, gravar um vídeo e enviá-lo para nosso Facebook internacional (www.facebook.com/marchemondialedesfemmes) e envie-o para nosso e-mail: info@marchemondiale.org

Ser mulher é viver constantemente em guerra. Repetimos essa frase durante nossa 4ª Ação Internacional em 2015, ao falar sobre o que vivem as mulheres em seus lares, comunidades e territórios. Durante nosso 10º Encontro Internacional, em Maputo, em outubro de 2016, houve consenso sobre o fato de que a violência e o terrorismo estão se espalhando por todo o mundo a passos largos. A ofensiva conservadora e a militarização da vida cotidiana das mulheres passaram a ser uma tendência por todos os lados.

De norte a sul, de leste a oeste, as mulheres sofrem os efeitos e as consequências da ocupação territorial por parte dos regimes imperialistas coloniais, que subjugam os povos em condições sub-humanas, através de assassinatos e encarceramentos traumáticos, enquanto o resto do mundo contempla em silêncio. Isso é uma guerra.

Estamos sendo testemunhas da ascensão de governos de extrema direita em muitos países, que impõem um retrocesso nos direitos que foram conquistados graças às lutas populares pela justiça, liberdade e igualdade. Incitam a intolerância, o ódio e a guerra contra minorias, migrantes, negras, indígenas, incitam também a criminalização dos movimentos sociais e a repressão às mobilizações. Além disso, esses governos estão forçando a aplicação de agendas neoliberais muito mais radicais, que defendem os interesses de corporações transnacionais que apoiaram suas campanhas eleitorais.

Enfrentamos novas formas de colonialismo, em que esses governos, em conjunto com corporações transnacionais (TNC), invadem nações na África, Ásia e América Latina, realizando investimentos diretos e cooperação para o desenvolvimento. Essas corporações financiam eleições e manipulam governos nacionais, através de propina e outros “mecanismos de ajuda”, e sob o guarda-chuva dos Tratados de Livre Comércio e outras políticas neoliberais. Usurpam terras de camponeses, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas; desalojam famílias e comunidades inteiras, e as afastam de sua forma de ganhar a vida e dos recursos naturais, que são essenciais para a vida. Nesses contextos, as comunidades são obrigadas a suportar a extrema pobreza, a violência, o genocídio e o medo com relação ao seu presente e futuro. As mulheres pagam caro enquanto lutam para assegurar meios de sobrevivência para suas famílias, são exploradas em trabalhos não remunerados e muitas vezes acabam na prostituição ou em casamentos precoces, forçados, com um futuro embargado.

A militarização de nossas vidas passou a ser comum em todo o mundo. As superpotências produzem o armamento e o vendem a países que interessam economicamente. As nações africanas são seus mercados preferidos, principalmente os países da África Ocidental e outros, como República Centro-africana, a República Democrática do Congo e o Moçambique. Essas corporações fomentam a dívida ao vender armas aos governos nacionais, a milícias e grupos paramilitares, que criam guerras civis e ataques terroristas em todo o território.

Enquanto os povos lutam entre si, as TNC intensificam suas operações extrativistas e recuperam o pouco dinheiro que pagam em impostos na forma de pagamentos de dívida. Nessa conjuntura, os governos nacionais carecem de capacidade para oferecer serviços básicos, como saúde, educação, água e saneamento, moradia, transporte público; não há espaço para a construção de instituições democráticas. A violação dos direitos das mulheres e crimes gerais aumentam quando os sistemas judiciários só defendem e protegem os interesses das elites políticas e a impunidade das TNC. Isso é uma forma de guerra.
A democracia foi destruída e não é possível realizar eleições justas, o que mantém governos ditatoriais no poder durante muitos anos. Os direitos constitucionais e as leis são manipuladas e mudam conforme os interesses de algumas elites. Fomos testemunhas de prisões e assassinatos de militantes e do fechamento de suas organizações na Turquia, Burundi e em muitas outras partes do mundo. As instituições regionais e mundiais não conseguiram mediar os conflitos e nem fomentar a transparência e responsabilidade com relação à gestão pública. No lugar disso, seguem legitimando essas ditaduras.

Milhares de pessoas são forçadas a migrar. Vivemos em um período histórico de mobilidade das pessoas em busca de um lugar em que possam salvar a sua vida e a de suas famílias. A África é o continente que recebe o maior número de migrantes: crianças, mulheres e homens migram de zonas rurais a urbanas, e de um país a outro.
Milhares de migrantes da África e Oriente Médio morrem no Mar Mediterrâneo tentando chegar à Europa para escapar de toda brutalidade causada pela guerra, a fome e as perseguições provocadas pelas elites capitalistas. As migrantes vivem em condições muito vulneráveis e enfrentam todo tipo de discriminação: sua cidadania não é reconhecida, não têm acesso a empregos, não podem viver com suas famílias, estão expostas à fome, a doenças e a muitas outras coisas. As pessoas que migram são seres humanos com conhecimentos, cultura e valores, e têm um papel a desempenhar na construção de um mundo melhor para todas.

Nós, militantes da Marcha Mundial das Mulheres, chamamos a todas as militantes, companheiras e aliadas de todo o mundo para que se unam a nós em uma ação solidária pela paz, no sábado, 3 de junho, das 12h às 13h. Compartilhe suas mensagens e demandas pela paz, contra a guerra, pelos direitos das migrantes, pelas mulheres que vivem em territórios ocupados, e pelos povos afetados pelas TNC.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!