segunda-feira, 28 de março de 2011

I Informe da MMM-RS - Formação Feminista e Plenária Estadual

O Mundo não é uma mercadoria, e as mulheres também não!

Companheiras, passamos por mais um Março, com atividades durante todo mês, que envolveu todos os movimentos de mulheres e feministas em todo o Estado.
Reafirmamos nosso compromisso na luta contra o patriarcado, o machismo, contra o racismo e contra a lesbofobia: uma luta que, para nós, também é anti-capitalista e anti-imperialista.
Pensar no 8 de março é pensar na luta das Mulheres Socialistas, que em 1910, frente a proposta de Clara Zetkin, apresentaram a resolução de instaurar oficialmente um Dia Internacional das Mulheres.
Neste 8 de março de 2011, 101 anos da Declaração do Dia Internacional, vemos que ainda há muito o que fazer para garantir nossa autonomia, igualdade e direitos plenos. Esta é a base da sociedade que queremos construir.
Desde o final da III Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, de 8 de março a 17 de outubro de 2010 estamos trabalhando com a Plataforma de Ação. Mas é fundamental que trabalhemos seus eixos em atividades de formação, afirmando cada vez mais nossa luta, nossa resistência e a convicção de que com a auto-organização, somos protagonistas da transformação de nossas vidas e da sociedade.
Queremos mudar o mundo para mudar a vida das mulheres para mudar o mundo.
16 de abril - Atividade de Formação, destinada apenas para as militantes da Marcha Mundial das Mulheres, indicadas pelos núcleos da MMM nos municípos

Local: Parque de Exposições Assis Brasil - Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n°
BR-116 Km 21 -
Bairro do Parque, Esteio / RS

Número de vagas limitadas: 50 vagas para as militantes da MMM-RS

Ficha de Inscrição: Clique AQUI

REVOLUÇÃO CUBANA

Protagonismo e Conquistas da Mulheres

data: 28.03.2011
às 19 horas

Palestrante: Profª Ruth Ignácio
Socióloga e Professora da PUCRS

Local: Associação Cultural José Martí/RS
Rua dos Andradas, 1560 - 16º andar - s/1604 - Galeria Malcon

Informações (51)3224 4953 - 9101 3139

realização:
acjmrs@gmail.com
www.josemarti.com.br


ENTRADA FRANCA

sábado, 26 de março de 2011

A luta das “mães do Mariani” por educação infantil: expressão da busca por direitos










*Por Daniela Anunciação e Raquel Duarte

“Mães do Mariani”, assim ficaram conhecidas as moradoras do bairro Mariani de Caxias do Sul, que se tornaram um exemplo de organização e luta das mulheres na cidade.

Elas saíram da reunião do Orçamento Comunitário do bairro (processo que substitui o Orçamento Participativo no município) com a certeza de que em breve teriam a tão esperada escola de educação infantil. Não podiam imaginar que aí iniciaria um verdadeiro martírio.

Em fevereiro deste ano, a prefeitura autorizou o início das obras. Porém para total surpresa, no terreno destinado à construção da “creche”, seria construída uma área de lazer.

Como assim? Ficaram sem entender como é que a grande prioridade do bairro – escola de educação infantil – tinha se transformado de uma hora para outra em uma área de lazer. Mas elas não ficaram paradas.

Sentindo-se extremamente injustiçadas, as mães do Mariani uniram-se para reivindicar seus direitos. Com a chegada das máquinas no terreno onde seria construída a área de lazer, impediram o início das obras com seus próprios corpos.

Em outro momento, participaram de audiência pública, cobrando posição d@s vereador@s do município, entregaram abaixo assinado para o Ministério Público, fizeram manifestações em frente à prefeitura, exigindo resposta do Prefeito, e nada.

Mas elas não se cansaram. Ocuparam simbolicamente o Centro Comunitário do Bairro, e lá organizaram uma verdadeira “creche comunitária”. Fizeram alimentação e organizaram atividades para mais de quarenta crianças. E a resposta do poder público municipal, para espanto, ou não, foi dizer que a partir de agora, a mobilização das mulheres se tornara um caso de polícia, mostrando total desrespeito para com os direitos humanos.

Mais uma vez, as mulheres não se intimidaram. Elas conhecem seus direitos!

Ora, o centro comunitário pertence aos moradores do bairro, e como sócias da Associação do Bairro, têm todo o direito de ocupá-lo pacificamente.

Ainda sem obter qualquer retorno positivo para a demanda, no dia 21 de março, as mulheres fizeram uma caminhada de 10 Km, do bairro Mariani até a prefeitura. Pararam o trânsito, e chamaram a atenção da população para a sua luta, que não é só delas, e sim de toda a cidade. A final, a realidade da educação infantil no município tem se mostrado muito aquém das necessidades da população Ao chegar à Prefeitura entregaram um documento ao representante do prefeito, com suas reivindicações.

A luta das mulheres pelas “creches públicas”, não é uma luta recente. Estudando a história do feminismo, percebe-se que em meados do século XIX, feministas como Clara Zetkin, Alexandra Kolontai, entre outras, afirmavam o papel do Estado na socialização das tarefas domésticas, por meio de serviços como lavanderias, restaurantes populares e “creches”.

Essa luta continua muito atual. A construção de escolas de educação infantil tornou-se um direito da criança e uma política pública para as mulheres. É um direito da criança, uma vez que é a primeira etapa da educação básica, e, portanto, um dever público.

Sem “creches públicas”, é impossível caminhar na direção da igualdade entre homens e mulheres. Claro, numa sociedade onde é latente a divisão sexual do trabalho, a quem recai a responsabilidade das tarefas do cuidado e da educação?

A garantia de vagas em “creches públicas” constitui-se em uma política pública básica para o acesso e a permanência das mulheres no mercado de trabalho e, também para acesso ao lazer, à educação e participação em espaços da sociedade. Reafirmando: a educação infantil, é um direito da criança, da mulher, da família, e responsabilidade do Estado.

Resultado da luta das “Mães do Mariani”? A prefeitura continua defendendo a prioridade da construção da área de lazer, deixando a construção da “creche” em segundo plano, ou melhor, fora dos planos, demonstrando um total desrespeito com toda a população, e uma insensibilidade tamanha com a luta das mulheres.

Neste exato momento, as mulheres estão acampadas no local onde deveria estar sendo construída a escola de educação infantil. Estão lá, com suas crianças, dia e noite, sob chuva e sol, contando com a solidariedade dos vizinhos e parceiros, e de lá, prometem não sair até uma resposta positiva do poder público.

As “Mães do Mariani” estão irredutíveis, incansáveis. Sua dura jornada já completará dois meses. Elas só querem que a prioridade eleita pelos moradores do bairro seja respeitada.

A luta das “Mães do Mariani” é uma luta de todas as mulheres. Construção de Escolas de Educação Infantil tem que ser prioridade. Todo apoio e solidariedade à luta das “Mães do Mariani”!

Daniela Andrade da Anunciação – Coletivo de Mulheres Estudantes/UCS e militante da Marcha Mundial de Mulheres

Raquel Pereira Duarte – Militante da Marcha Mundial de Mulheres

Formação Feminista e Plenária Estadual


Companheiras militantes da Marcha Mundial das Mulheres – RS

Estamos preparando nossa atividade de formação para o mês de abril de 2011. Serão três dias de atividades nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2011.
No dia 15 de abril será um seminário estadual que abordará o tema do trabalho e da autonomia econômica das mulheres. Dia 16 será uma atividade de formação voltado as militantes da MMM RS e terá número limitado de inscrições em função dos custos, e no dia 17 de abril realizaremos nossa plenária estadual.
As atividades acontecerão em Porto Alegre (Seminário) e em Esteio (formação e plenária). Estamos buscando recursos financeiros para que as despesas sejam pagas pela coordenação estadual da MMM-RS, e desta forma teremos um espaço de formação com alojamento e alimentação garantidos, além das despesas de deslocamento das militantes de municípios mais distantes.
Vamos encaminhar até o final desta semana a programação, que estamos fechando, e uma ficha de inscrição.

A executiva da MMM – RS

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

sexta-feira, 25 de março de 2011

ORÇAMENTO PÚBLICO COM PERSPECTIVA DE GÊNERO


* por Cláudia Prates

Herança de opressão e desigualdades


As funções exercidas por mulheres e homens, e a relação entre uns e outros, não são iguais em todos os lugares nem permanecem as mesmas ao longo do tempo, mas são definidas por vários fatores: religiosos, culturais, étnicos, econômicos, ideológicos. Falar destas relações entre pessoas do gênero masculino e pessoas do gênero feminino, e do papel que cada um assume na sociedade, é falar de relações de gênero. Quando se está atento à forma como são estabelecidas estas relações, pode-se reparar que em geral homens e mulheres não têm oportunidades iguais. Na maioria dos casos, as mulheres são as mais alijadas dos processos. Para se ter uma sociedade mais democrática, portanto, é preciso olhar para as relações de gênero e promover especialmente a participação das mulheres para que elas possam estar mais presentes nas decisões, protagonistas e demandantes de políticas públicas.

Um dos grandes desafios que temos que enfrentar consiste na construção de orçamentos públicos que contenham o recorte de gênero em suas formulações.
Os orçamentos são, em sua grande maioria, projetados de maneira uniforme para atender as demandas de toda a população. Deixam de ser consideradas as necessidades distintas de mulheres e homens. Historicamente sabemos que a sociedade dá papéis e funções diferentes a ambos. Tratar desiguais como iguais além de injusto parece discriminatório, pois aumenta ainda mais a distância entre um e outro.

Em todos os níveis de governo, as mulheres estão insuficientemente representadas. Somos minoria nos governos e na definição das políticas, nos partidos políticos, nos movimentos mistos, nos agentes econômicos, enfim, a concentração de poder unilateral, do ponto de vista feminista, influi em muitos âmbitos da vida pública e privada.

O que se verifica é que, quando esta dimensão está presente na administração pública, os/as responsáveis pela elaboração e implementação de políticas específicas, quase nunca têm estatus de secretaria, não participam das reuniões de secretariado e dependem de níveis hierárquicos superiores. E o que é ainda pior, quando são mulheres que não são sensíveis às políticas públicas com enfoque de gênero, não fazem a fala dos movimentos e tão pouco são reconhecidas como representantes da luta das mulheres. Reproduzem desigualdades, mas ocupam postos que poderiam ser de mulheres preocupadas em mudar este quadro de desigualdades e injustiças. Este é mais um desafio. Pressionar para que tenhamos, por exemplo, mulheres no 1º escalão em secretarias chaves, como fez a Presidenta Dilma.

Não está ao alcance do executivo definir novas relações de gênero, mas, ao desenhar as políticas públicas, é fundamental que se considere a herança de opressão, a divisão sexual do trabalho e as desigualdades nas ações específicas, e que estas garantam a igualdade de acesso e de oportunidades para as mulheres, em diversos aspectos da vida.

A Ministra Iriny Lopes tem afirmado que o governo deve lutar pela autonomia econômica, social e política das mulheres, e um dos pontos que entrarão na discussão será o Plano Plurianual (PPA). "Temos que destinar mais recursos aos investimentos necessários para essa autonomia. Não adiantam boas intenções se não houver recursos para implantar bons projetos e bons programas”, diz a Ministra.
Visibilidade e mobilização

É necessário ter uma agenda de políticas públicas para mulheres, separada das políticas gerais. Precisamos dar visibilidade para as necessidades da população feminina, em função da discriminação que sofremos ao longo da história, que fez com que as mesmas fossem diluídas, afim, inclusive de ocultar as formas de opressão e discriminação. Existem especificidades nas políticas públicas para as mulheres, embora busquemos igualdades em termos de cidadania: saúde, educação, emprego, politicas de crédito, habitação ( aumenta o número de mulheres que cuidam sozinhas dos filhos...), acesso à terra, documentação, sofrem violência doméstica e profissional, assistência social (recai sobre as mulheres o atendimento aos filhos, idosos e doentes), cultura, lazer, etc.
A pobreza tem cara, sexo e cor - A pobreza é a cara das mulheres

Os desafios para alcançar a transformação da situação das mulheres chefes de familia, urbanas e rurais, aliviar a sobrecarga de trabalho, eliminar a feminização da pobreza e eliminar o machismo das políticas públicas é muito mais do que ter a política no papel.
Estas especificidades precisam ficar bem nítidas, afim não só de atendê-las, mas de romper com o nivelamento social que oculta as diferentes formas de discriminação.
Ter programas objetivos em todas as áreas, um órgão que as execute, com poderes para tal, garantindo a transversalidade e a integralidade na execução destas políticas, com orçamento assegurado para sua execução, definindo desde o início da gestão a existência das mesmas.

Controle Social

Os debates sobre orçamento público com a sociedade, e a capacitação das mulheres para esses espaços faz parte de uma das tarefas também das gestoras dos organismos de políticas públicas para as mulheres. Para as mulheres, a participação direta através do Orçamento Participativo teria a garantia de que suas demandas seriam atendidas. Não de forma automática, mas com disputa de projetos e prioridades. O modelo de Consulta Popular limita muito este formato democrático, pois no OP as mulheres votam nos projetos que elas ajudaram a discutir, e já apontaram os recursos desde o PPA. Na consulta elas votariam em listas pré-ordenadas que não foram elas as demandantes.

O controle público se faz por meio de várias ações e é um instrumento político que pode favorecer a participação das mulheres, seja no orçamento participativo, seja em formas de pressão direta para efetivação das políticas públicas, e direito das mulheres através dos fóruns e conselhos de mulheres.

Nada virá de forma fácil. É na luta cotidiana nos espaços de participação popular, organizando assembléias de massa, garantindo a diversidade e pluralidade das mulheres, compartilhando o poder de decidir sobre as demandas com o executivo, com autonomia.
Disputar o modelo de participação popular, pode nos levar a enfrentar resistências, mas a luta pela igualdade de direitos passa por questionar toda uma realidade de dominação e de opressão. A sociedade que queremos construir não discrimina nem inferioriza as mulheres. Não impõe padrões de beleza, de comportamento, de idéias, de feminilidade. Não impõe a submissão, nem a maternidade. Tem que ser uma sociedade de iguais.
Tem que ser uma sociedade de mulheres e homens livres!

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.

* Claudia Prates - é militante feminista da Marcha Mundial das Mulheres e integrante do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres

segunda-feira, 21 de março de 2011

Abertas as inscrições...


Abertas as inscrições...

Santa Maria/RS, 04 de março de 2011.

Comunicamos que já estão abertas as inscrições para a 7ª FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DO MERCOSUL E 18ª FEICOOP.

Clique no link http://www.esperancacooesperanca.org.br/feicoop/

Irmã Lourdes Dill

Coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança

Fone/Fax: 55 - 3219-4599

E.mail: projeto@esperancacooesperanca.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Site:www.esperancacooesperanca.org.br