domingo, 10 de abril de 2016
sábado, 9 de abril de 2016
Carta de solidariedade ao MST pelos assassinatos no acampamento Dom Tomás Balduíno
A Marcha Mundial das Mulheres se solidariza com o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), nesse momento de profunda tristeza pela perda de dois companheiros assassinados no acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, no Paraná.
A área ocupada contava com cerca de 2500 famílias, e a Justiça Federal já havia declarado que as terras eram pertencentes à União e, portanto, deveriam ser destinadas à reforma agrária. Não havia pedido de reintegração de posse ou qualquer outra medida semelhante com relação à área.
Em atividade de ronda, o grupo que a realizava sofreu uma emboscada pela Polícia Militar e por seguranças privados da empresa Araupel. Os militantes foram atingidos pelas costas, enquanto tentavam fugir dos tiros. O resultado foram dois mortos, e tantos outros feridos.
O conservadorismo anda a passos largos no Brasil, e a direita não mede esforços para concretizar seus anseios golpistas de, mais uma vez, controlar completamente este país. Começando pelos meios institucionais, passaram a ocupar as ruas e agora mostram sua verdadeira cara ao reprimir os movimentos sociais usando de extrema violência.
O que ocorreu ontem com os companheiros do MST foi um crime bárbaro, realizado a mando daqueles que não suportam ver o povo se organizando para lutar pelos seus próprios direitos.
Exigimos a punição dos responsáveis pelo crime, executores e mandantes. Reafirmamos a reforma agrária como uma de nossas bandeiras. Sem reforma agrária, não há qualidade de vida para as mulheres e para todo o povo brasileiro.
Reafirmamos também nossa incansável luta por uma sociedade mais justa. Não sairemos das ruas, por mais que nos tentem intimidar. Essa é, afinal, a melhor forma de homenagear os companheiros que caíram pelas mãos do agronegócio e do poder econômico em nosso país.
Por nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta!
Lutar, construir reforma agrária popular!
Seguiremos em marcha até que todas e todos sejamos livres!
Marcha Mundial das Mulheres
terça-feira, 5 de abril de 2016
Mulheres contra o Golpe, pela Democracia - OCUPE PRAÇAS e PARQUES DA CIDADE
Companheiras,
Estamos cada dia preparadas para uma nova ação, mobilizadas e ampliando nossa rede de movimentos sociais, setores políticos e partidos de esquerda num movimento em defesa da democracia, dos direitos sociais (que significam as conquistas, os direitos trabalhistas e nossa liberdade).
Nossa mobilização será permanente, independente do resultado no Congresso, pois o Golpe é um processo com várias etapa as e o impeachment é só uma delas. Os/as parlamentares golpistas não sossegarão enquanto não retirarem todas as conquistas, e aplicarem sua receita conservadora e fascista sobre as mulheres e os movimentos sociais.
Comitês locais e regionais
É fundamental continuarmos ampliando e conversando com as mulheres nas ruas, nas comunidades, nas escolas e universidades, A organização de Comitês Regionais ou Locais, em defesa da democracia e contra o Golpe estão sendo criados em todo do Estado e pelo Brasil (inclusive fora do Brasil).
A criação de comitês é uma das iniciativas da Frente Brasil Popular, que vem sendo estruturados em várias cidades, pelas entidades sindicais e por movimentos sociais, com o objetivo de informar a população sobre o que está em jogo neste momento histórico que o país atravessa. As Centrais Sindicais devem contribuir com a FBP organizando plenárias e ajudando a montar os comitês.
Mobilização e vigília em Brasilia
Além dos comitês, ficou definido que deveremos estar presentes em Brasília para acompanhar a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, cuja data ainda não foi marcada (estima-se que deverá ser em torno dos dias 15 a 19). Orientamos que, nossas militantes, que tem disponibilidade de permanecer em Brasília, em acampamento, em torno destas datas, procure as Centrais sindicais ou os comitês em suas cidades. Cada uma que puder participar deverá arcar com suas despesas de alimentação, pois a MMM RS não dispõe de recursos.
Nesta quinta, dia 7 haverá encontro das mulheres com a presidenta Dilma às 11h, para expressar solidariedade diante dos ataques da revista IstoÉ,
Jornal da Frente Brasil Popular
Já saiu primeira edição do Jornal da Democracia, elaborado pela Frente Brasil Popular, com o objetivo de informar a população. "Quem ganha e quem perde com o golpe do impeachment?", é a manchete de capa.
As mulheres em defesa da democracia e contra o golpe
Sabemos que as marchantes estão á participando de vários comitês pelo Rio Grande do Sul, e tem contribuído na organização dos atos que já aconteceram, como Santa Rosa e em Santo Ângelo, Novo Hamburgo, Três Cachoeiras, Rio Grande, Santa Maria, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Bagé, sendo que em Porto Alegre temos participado também do GT Operativo Estadual.
Estão se mobilizando também as universidades como a UFRGS, Furg e UFSM, servidoras do judiciário, juristas, juventude, advogadas, mulheres, professoras, mostrando que existe grande potencial para mobilizar as trabalhadores, as estudantes e a população em geral pela democracia e contra os golpistas e fascistas.
Acesse nosso blog, pois temos mantido atualizado com textos e panfletos que podem ser baixados e reproduzidos localmente.
Neste domingo será dia de ocuparmos os parques e praças nas cidades.
Veste tua camiseta, pega a bandeira, e vamos pra rua, conquistar corações e mentes.
Domingo, 10 de Abril em Porto Alegre
Cortejo da Cultura Pela Democracia, no Parque da Redenção em Porto Alegre.
Veste uma peruca, colares, e muita alegria. Vamos levar cartazes e pincéis para expressar nossa luta.
Hora: 11 horas
Local: em frente ao Auditório Araújo Vianna.
O cortejo sai às 12h em direção a José Bonifácio - a partir das 14h tem shows em frente ao Expedicionário.
Depois da atividade da cultura faremos uma reunião pic-nic para discutir as demais ações da semana, juntas.
Final da tarde, organização de uma Vigília das Mulheres contra o Golpe e pela Democracia.
Local – ocupe praças e parques contra o golpe.
Dia 11 de Abril (segunda) – 18h Fórum pela Democracia (contraponto ao Fórum da Liberdade)
Local: Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre
Será um espaço de formação e preparação para os momentos que estão por vir.
#Mulheres pela Democracia
Seguiremos em marcha !!!!
Fonte: Cut RS e MMM
sexta-feira, 1 de abril de 2016
A luta pela democracia: uma luta das mulheres

Foto: MAMANA
*Por Sarah de Roure
Há algum tempo nós feministas temos falado que uma onda conservadora cresce em todo o mundo promovendo politicas de austeridade, fomentando discursos e politicas xenofóbicos, e aprofundando o controle sobre os corpos. Aqui no Brasil essa onda chega em forma de golpe e de ameaça aos nossos direitos históricos. Não por acaso, os que advogam pelo fim do mandato da presidente são os mesmos que protagonizam essa onda de ataques às mulheres, aos trabalhadores, ao povo negro, e a juventude.
Temos denunciado que Moros, Cunhas, Temer, Aécios, Bolsonaros, sequestram nossa democracia assim como as grandes empresas,conglomerados de comunicação e empreiteiras que compram e vendem as grandes decisões do país financiando campanhas milionarias e os votos de parlamentares.
Essa avalanche conservadora se dá de forma coordenada entre a política, a economia, a cultura e a sociedade e se manifesta nos espancamentos públicos de jovens negros, na militarização da vida cotidiana e da ordem pública; ou na cultura do estupro presente nas redes sociais e nas ruas.
Os conservadores apostam por uma crise politica e economica no país como forma de derrotar qualquer agenda de direitos e de transformação. A chamada crise economica internacional impede as mudanças exigidas por amplos setores da sociedade, derrota o governo e garante a concentração da riqueza.
Os conservadores apostam por uma crise politica e economica no país como forma de derrotar qualquer agenda de direitos e de transformação. A chamada crise economica internacional impede as mudanças exigidas por amplos setores da sociedade, derrota o governo e garante a concentração da riqueza.
O capitalismo não pode conviver com uma democracia que de fato aprofunde direitos e reparta a riqueza por isso precisa nos criminalizar, precisa da lei antiterrorismo, de retirar direitos das mulheres, ocupar os territórios indígenas e quilombolas além de retirar conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Ao compreender que o patriarcado também é um sistema que estrutura o capitalismo, vemos que o avanço do conservadorismo é funcional e essencial à reorganização da vida demandada pela crise econômica. Em outras palavras, a engrenagem do capitalismo e do patriarcado precisa se reajustar a partir da crise que se instala no país, e o conservadorismo azeita essa dinâmica.
Nesse sentido é que a luta pela democracia precisa ser uma luta anti capitalista, indissociável da luta pela igualdade. Alguns tem afirmado que primeiro vencemos o golpe e depois discutimos como alterar o rumo das politicas do governo. Entretanto defender a democracia e aprofundar nas transformações são parte de um mesmo processo. Além das fronteiras do patriarcado nossa luta é para que a democracia reconheça as mulheres, tanto em suas políticas como nos espaços de decisão e representação. Reivindicar a democracia não é portanto lutar pela manutenção da ordem mas defender a igualdade e a liberdade.
O movimento de mulheres está nas barricadas de ontem e de hoje fazendo frente ao avanço do conservadorismo. Nossa história se confunde com a dos que lutam por radicalizar na participação seja na luta das sufragistas pelo direito ao voto no século XIX, na mobilização das operarias por condições de trabalho e pelo direito de se organizarem politicamente, até na história das que resistiram à ditadura no Brasil e em outros países da America Latina.
Ocupamos as ruas, as redes e os roçados para fortalecer as mulheres como sujeito político coletivo afirmando que nossa luta é pela democracia transforma e constrói a vida que valha a pena ser vivida.
*Sarah de Roure é militante da Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo
Entre no blog nacional AQUI
quarta-feira, 30 de março de 2016
Mulheres contra o Golpe - 31 de março nas ruas
Mobilizem-se
as que vem a Porto Alegre: nos somaremos a concentração Comitê de Mulheres contra o Golpe, as 15hs na frente da Ocupação Lanceiros Negros que fica na Andrade Neves esquina com Ladeira.
esperamos a todas, tragam suas bandeiras, batuques, etc...
SEGUIREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!
NÃO VAI TER GOLPE, JÁ TEM LUTA!
Pela liberdade e contra o golpe corrupto, as mulheres resistem!
*Por Clarisse Paradis
O acirramento das ofensivas contra o governo Dilma e o programa de 2014 ganhou, neste mês, contornos cada vez mais nítidos de ruptura da democracia. As instituições que deveriam exercer controle sobre as regras e alertar e defender a sociedade das ameaças aos seus direitos, passaram a convergir, em disputa desigual dos rumos da crise política, com objetivo de promover um ambiente de total impossibilidade de existência do governo eleito. O discurso do golpe combina instrumentalização da crise econômica, enfraquecimento da imagem da Presidenta Dilma, criminalização do Partido dos Trabalhadores, espetacularização dos escândalos de corrupção e supervalorização da insatisfação de setores como o da classe média. A partir desse discurso busca-se sedimentar uma ideia de convergência total ao impeachment, em diferentes camadas e instituições da sociedade.
A caracterização desse discurso como golpista se dá exatamente porque ele é falacioso. Segundo a tradição política do republicanismo, o respeito às garantias constitucionais são a condição para que cada indivíduo e toda a sociedade seja livre. Isso significa que, quando indivíduos e instituições ferem as leis constitucionais, à revelia da expressão da vontade geral das/os cidadãs/ãos, o ato é em si uma corrupção, logo um atentado à nossa liberdade. O cenário imaginado do pós-golpe é aquele que nenhuma cidadã ou cidadão possa ter certeza do respeito aos seus direitos.
Se o golpe é a própria corrupção, o projeto pós-golpe é a materialização da retirada de qualquer garantia aos nossos direitos. Sem legitimidade política, como será possível que as instituições deêm respostas aos conflitos? É somente em tal cenário, que existem as condições para que as forças políticas do golpe possam implementar uma agenda de ataque aos direitos sociais, ambientais, trabalhistas, sexuais, relegando ao mercado a regulação da vida social e esvaziando a política como arena da liberdade.
No entanto, a empreitada do golpe choca-se com um mar de resistência – as forças progressistas estão em luta e demonstraram ter capacidade organizativa e respaldo político para disputar os rumos das atuais disputas.
No conjunto dos esforços de resistência das forças progressistas, é preciso reconhecer o papel das mulheres na construção do discurso em defesa da democracia. Denunciamos as manifestações machistas e misóginas contra a presidenta Dilma, fomos às ruas enfrentar as forças conservadoras no Congresso e seu imbricamento com o programa golpista, especialmente a partir do dep. Eduardo Cunha, contribuímos em estabelecer uma tônica irreverente para os protestos, em conjunto com as classes artísticas, a juventude, entre outros, traduzindo a defesa da democracia em uma agenda do amor contra o ódio, da alegria contra a intolerância, da igualdade contra o elitismo, da liberdade contra a corrupção.
É preciso reconhecer que historicamente as mulheres lutaram bravamente para a conquista da cidadania. Por muito tempo mulheres, negros e entre eles o conjunto da classe trabalhadora, estiveram a margem dos direitos cidadãos. Foi somente muito recentemente na história brasileira, que a ideia de igualdade e liberdade estiveram vinculadas ao aprofundamento e ampliação da democracia.
Resistir ao golpe é especialmente simbólico para as mulheres: sabemos quem paga a conta no interior das famílias, quando o Estado é reduzido, sabemos como a nossa vida e nossos corpos são fortemente controlados com a ampliação das esferas do mercado e como o racismo e o patriarcado são fundamentais para as engrenagens do projeto de exclusão do pós-golpe.
No entanto, a empreitada do golpe choca-se com um mar de resistência – as forças progressistas estão em luta e demonstraram ter capacidade organizativa e respaldo político para disputar os rumos das atuais disputas.
No conjunto dos esforços de resistência das forças progressistas, é preciso reconhecer o papel das mulheres na construção do discurso em defesa da democracia. Denunciamos as manifestações machistas e misóginas contra a presidenta Dilma, fomos às ruas enfrentar as forças conservadoras no Congresso e seu imbricamento com o programa golpista, especialmente a partir do dep. Eduardo Cunha, contribuímos em estabelecer uma tônica irreverente para os protestos, em conjunto com as classes artísticas, a juventude, entre outros, traduzindo a defesa da democracia em uma agenda do amor contra o ódio, da alegria contra a intolerância, da igualdade contra o elitismo, da liberdade contra a corrupção.
É preciso reconhecer que historicamente as mulheres lutaram bravamente para a conquista da cidadania. Por muito tempo mulheres, negros e entre eles o conjunto da classe trabalhadora, estiveram a margem dos direitos cidadãos. Foi somente muito recentemente na história brasileira, que a ideia de igualdade e liberdade estiveram vinculadas ao aprofundamento e ampliação da democracia.
Resistir ao golpe é especialmente simbólico para as mulheres: sabemos quem paga a conta no interior das famílias, quando o Estado é reduzido, sabemos como a nossa vida e nossos corpos são fortemente controlados com a ampliação das esferas do mercado e como o racismo e o patriarcado são fundamentais para as engrenagens do projeto de exclusão do pós-golpe.
Sabemos quanta luta foi necessária para a conquista da democracia e quanta bárbarie se pode cometer na ausência dela.
*Clarisse Paradis é militante da Marcha Mundial das Mulheres em Minas Gerais
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