sexta-feira, 20 de março de 2020

Contra o coronavírus, exigimos medidas concretas! Leia 10 reivindicações

Em tempos de neoliberalismo, o mercado é colocado acima das vidas humanas. Para nós, da Marcha Mundial das Mulheres, a sustentabilidade da vida deve ser o centro das políticas de estado e do projeto que desejamos construir.
Em vez de priorizar as grandes empresas e os bancos, os estados precisam de medidas que priorizem o bem estar de todas as pessoas. Isso passa por garantir as condições de vida material da população, considerando tanto a esfera produtiva quanto a reprodutiva.
Em momentos como este, em que vivemos essa pandemia do coronavírus, fica claro o porquê precisamos priorizar a vida no lugar do lucro: se não temos medidas concretas que garantam a subsistência das pessoas, elas são largadas por conta própria, sofrendo com a miséria, a pobreza, a fome, excesso de trabalho (dentro e fora de casa), a falta de saúde e o aumento da violência.
Por mais que sejam necessárias as medidas individuais, que muitas e muitos já estão tomando, precisamos de medidas do poder público para controlar essa pandemia! Os governos alinhados ao neoliberalismo, como é o caso de Jair Bolsonaro e seus aliados, tentam fazer parecer que o estado não tem obrigação ou condições de garantir alternativas econômicas para as brasileiras e os brasileiros. Não é verdade!
Outros países estão tomando medidas que possibilitam que as pessoas fiquem em suas casas, como anistia de dívidas, linhas de crédito e auxílio financeiro!
Contra o coronavírus, exigimos medidas concretas!
Exigimos a revogação da PEC do Teto de Gastos, que congelou os investimentos em saúde por duas décadas, e que o governo ofereça saídas para a crise econômica que vivemos e que se acirra ainda mais com essa pandemia!
Basta de Bolsonaro, basta de política de morte!
1. Que as trabalhadoras e trabalhadores possam se afastar do trabalho, sem perda de remuneração e direitos. Não adianta nada dizer que as pessoas devem evitar grandes aglomerações, se ainda precisaremos pegar o transporte público para chegar ao trabalho, entre outras coisas. Se queremos uma verdadeira política de contenção, para evitar a transmissão do vírus, então é preciso que, de fato, as pessoas fiquem em casa, e elas não farão isso se forem obrigadas a trabalhar.
Além do mais, com o fechamento das escolas, mães e pais deverão poder ficar em casa para cuidar de seus filhos. Hoje, a realidade é que a maioria esmagadora das famílias brasileiras é de mães solteiras e seus filhos. Essas mães não terão como cuidar de seus filhos se não tiverem onde deixá-los e estiverem trabalhando. Por isso e pela própria saúde, devem poder ficar em casa.
E, atenção! Quarentena não é férias! Se você tem direito a férias, saiba que esse é um momento garantido em lei para o descanso. Ficar em casa por conta de uma emergência de saúde não pode ser considerado férias, então, se seu patrão quiser adiantar suas férias, ele está ferindo seus direitos.
2. Anistia nas cobranças de contas de luz, água, aluguel, internet entre outros. Com a pandemia do coronavírus, diversas pessoas ficarão sem seu sustento: trabalhadoras/es informais, por exemplo, mulheres que vendem bolo, não poderão mais fazê-lo; restaurantes populares ficarão sem clientes, ou seja, não receberão dinheiro; enfim, as dificuldades econômicas aumentarão. Queremos a anistia na cobrança de contas, a fim de que as pessoas se preocupem somente com o que seja realmente necessário para sua proteção e dos demais.
3. Ajuda econômica (pelo menos um salário mínimo) para quem está no trabalho informal / por conta própria. Sabemos que a esmagadora maioria de pessoas nesses setores são mulheres, principalmente mulheres negras. Essas pessoas a) não podem se dar ao luxo de ficar em casa, pois não têm segurança no trabalho, só que isso compromete sua saúde, pois deveriam ficar em casa; b) caso saiam para trabalhar, não ganharão dinheiro, uma vez que haverá uma drástica diminuição do número de pessoas comprando suas mercadorias ou fazendo uso de seu serviço (haverá menos gente pegando uber, por exemplo). O poder público precisa garantir a sobrevivência dessas pessoas, garantindo que elas possam comprar comida, por exemplo.
4. Distribuição massiva de itens de higiene pessoal, como álcool gel. Muitas pessoas não têm acesso à água ou simplesmente não têm acesso ao álcool gel para levar consigo porque não têm dinheiro e agora os mercados estão encarecendo esses itens ainda mais por causa da demanda. É mais do que justo que esses itens sejam distribuídos gratuitamente a toda a população.
5. Revogação imediata da Emenda Constitucional do teto de gastos (EC 95), que congela os investimentos em saúde e educação por 20 anos. Precisamos de investimento para ter um SUS forte e capaz de atender todo mundo!
6. Distribuição de cesta básica para as famílias com crianças cujas creches/escolas suspenderam as aulas. Muitas dessas crianças dependem da merenda, e só se alimentam na escola. O Estado deve garantir a alimentação dessas crianças, e não sobrecarregar mais ainda quem já sabemos que fica sobrecarregado: as mulheres que tomam conta de seus filhos. Trata-se de trabalhar para garantir as condições materiais de vida da população.
7. Medidas emergenciais para resolver a crise de abastecimento de água: reparos na distribuição de água e uso de caminhões-pipa. Sem água, não é possível realizar medidas básicas de higiene, como lavar as mãos, e muitos lugares no Brasil simplesmente não têm acesso a água.
8. Mobilizar a infraestrutura de saúde privada para o combate ao coronavírus sob controle público. Toda estrutura de saúde deve estar a serviço do combate à pandemia, e o Estado deve mobilizar hospitais privados para realizarem esse trabalho, a exemplo da Espanha, de forma gratuita e aberta para todos.
9. Congelamento do preço de alguns itens essenciais, tais como: álcool em gel, arroz, feijão, carnes, gás, entre outros. Pela demanda, os preços desses itens acabam aumentando, e aí as pessoas não conseguem comprar. Todos devem ter acesso a esses itens!
10. Transparência de informações sobre como evolui a pandemia e sobre medidas governamentais. Porque precisamos saber o que está acontecendo para melhor nos prevenir. É importante conscientizar as pessoas e a única maneira de fazer isso é com informações corretas. E é importante que saibamos onde há necessidades de medidas, quais medidas os governos estão tomando, qual seu efeito

 https://www.marchamundialdasmulheres.org.br/contra-o-coronavirus-exigimos-medidas-concretas-leia-10-reivindicacoes/










segunda-feira, 9 de março de 2020

Encontro Estadual de Formação da Marcha Mundial das Mulheres RS

5a ação internacional da
Marcha Mundial das Mulheres: Resistimos para viver, 
Marchamos para transformar!

Olá a todas, passadas as atividades do dia 8 de março, teremos a nossa atividade formativa no dia 14 próximo, em Porto Alegre. Esta atividade tem o caráter de Encontro Estadual de Formação para que as marchantes de todo o Estado possam estar participando e depois repliquem em seus municípios, respeitadas as necessidades locais (os temas locais devem ser priorizados para a manutenção das lutas de cada município ou região).
A Executiva Estadual da MMM RS tem o maior interesse que todos os núcleos estejam representados e para isto poderemos arcar (no formato de reembolso) com o deslocamento de 1 marchante de cada núcleo. Podendo este recurso ser aproveitado para o deslocamento em carro particular, proporcionando a vinda de mais marchantes. Façam um esforço e venham, ainda dá tempo!
Quanto a hospedagem podemos ver nas casas das companheiras de PoA para as que precisarem chegar na sexta-feira (13), informem no formulário de inscrição para que as marchantes de PoA se organizem.
A alimentação no sábado (almoço) será garantida pelo evento para as marchantes que não puderem arcar. Ofereceremos café e água durante todo o encontro. Haverá lanches para vender.
Vendas da banca: Várias companheiras levaram copos para vender em seus núcleos durante as atividades deste mês. Lembramos que nossos recursos são escassos e por isto solicitamos que façam um esforço para vende-los e repassar os valores o mais breve possível para o caixa. O prazo é até o final de março.
“Agora é pra fazer valer. Sou força, porque todas nós somos. Sigo porque seguiremos todas nós juntas. Eu sou Marielle Franco: mulher, negra, mãe, da favela. Eu sou porque nós somos”
Neste 8 de março fizemos o Lançamento da 5ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres e organizaremos muitas atividades, até o 17 de outubro, quando acontecerá o encerramento da 5ª Ação. Cada uma destas atividades será voltada para um tema de forma mais específica, todos estes temas presentes em nossas ações, nestes 20 anos.
No dia 14 de março completará 2 anos da morte da Marielle e queremos falar sobre o racismo, o machismo, a lestransfobia e os feminicídios no Brasil. Para este Encontro contaremos com a parceria de outras organizações, que fazem parte do nosso leque de alianças.



Encontro Estadual de Formação da Marcha Mundial das Mulheres
Nossos desafios e estratégias na luta feminista em 2020

Dia 14/03/2020, das 9h às 17h, no Sindipetro RS (Av. Lima e Silva, 818 - Porto Alegre).

Programação:

Das 9h às 12h

A resistência feminista continua alerta: Vamos falar sobre o racismo estrutural e o genocídio da população negra, lestransfobia e feminicídio.

Convidamos:

- Luana Pereira, Mestre em sociologia. Conselheira do conselho diretor da Themis

- Bruna Letícia de Oliveira dos Santos - historiadora, coordena o Grupo de Estudos NEFIG - núcleo de estudos feministas, internacionais e de gênero. Pesquisadora de História das Mulheres a partir da teoria feminista negra. Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres de Caxias do Sul

Sem Culpa, Nem desculpa – Mulheres livres de violência no campo e na cidade, nas comunidades tradicionais e ativistas em defesa dos bens comuns

Convidamos

- Letícia Paranhos, do Núcleo Amigos da Terra Brasil, Coordenadora internacional do programa JERN (Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo).


--------------Intervalo para o almoço----------------

Das 14h às 17h

Resistimos para Viver, marchamos para transformar

Por todo o mundo, as mulheres irão compor uma agenda intensa de ações para confrontar o contexto atual de recrudescimento do neoliberalismo e do conservadorismo, e reforçar o feminismo como resposta coletiva antissistêmica. Unidas por uma visão global e internacionalista, as mulheres irão fortalecer a luta feminista a partir das suas pautas locais.

Convidamos:

- Denise Mantovani, jornalista, pós- doutora em Ciência Política e Pesquisadora em Teorias Feministas; Rede de Pesquisadoras em Feminismos e Política, Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres de Porto Alegre.

5ª Ação Internacional da MMM – Coordenação Executiva MMM RS
Nossas pautas, mobilização e agendas para 2020.

sábado, 7 de março de 2020

Materiais produzidos pelas marchantes


estandartes núcleo de PoA

faixa núcleo de PoA


ímãs de geladeira

botons

Lambes em Porto Alegre





lambes núcleo Torres)
estandartes (núcleo Torres)

ímãs de geladeira



Agendas dos núcleos da MMM RS

COLETIVO UNIFICADO PoA - com a participação de várias marchantes




Encontro Estadual de Formação da MMM RS


NÚCLEO DE BAGÉ
COLETIVO PLURISSINDICAL - com contribuição de várias marchantes
 NÚCLEO DE OSÓRIO

NÚCLEO DE TORRES
Núcleo São Leopoldo

NÚCLEO NOVA PRATA





quarta-feira, 4 de março de 2020

Panfleto para 8 de março - MMM



8 de março 2020, em Porto Alegre

                                  vamos para às ruas:
                                     Pela vida das mulheres. Contra as violências.
                                     Por empregos, educação, saúde e aposentadorias.
                                     Fora Bolsonaro, Eduardo Leite e Marchezan.




                        PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

08/03 - 10H
ATIVIDADES CULTURAIS
Onde: Orla do Guaíba

09/03 - 14H
ATIVIDADES CULTURAIS
Onde: Largo Glênio Peres

09/03 - 17H30
GRANDE ATO DO DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES
Onde: ESQUINA DEMOCRÁTICA O dia 8 de Março é DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES, tendo origem nos levantes de trabalhadoras, que defenderam com luta e mobilização suas vidas e seus direitos em períodos decisivos da história.

Enfrentamos um momento de retrocesso violentos e retirada de direitos. O governo Bolsonaro, alinhado ao fascismo e ao conservadorismo, assim como Eduardo Leite, Marchezan e diversos outros governos no mundo, implementam o que há de mais cruel no capitalismo, aprofundando o desmonte do Brasil, destruindo nossos direitos e nossa qualidade de vida. Nesta situação precária e de aprofundamento da desigualdade social, somos nós, MULHERES, as mais atingidas, e novamente a história pede que estejamos à frente das lutas.

Nós, mulheres, já somos as que têm os menores salários e estamos nos trabalhos mais insalubres, gerenciamos sozinhas, na maior parte das vezes por falta de opção, mais da metade das famílias do país, cumprimos duplas e triplas jornadas, sofremos violência obstétrica, violência doméstica, assédio e temos medo de andar nas ruas. Morremos aos milhares, vítimas de abortos ilegais e sem acesso a atendimento médico.

Com as Reformas Previdenciária e Trabalhista, a Lei de Terceirização e a PEC da Morte (EC95) fomos jogadas em um caos ainda maior. Há falta e precarização de escolas, creches, hospitais, faculdades, transporte e iluminação públicos. O serviços públicos que nos atende estão sendo exterminados, os salários dos professores e de diversas outras categorias parcelados, as empresas públicas sendo vendidas a preço de banana, não há remédios no SUS, e provavelmente você vai morrer sem conseguir se aposentar. A comida está mais cara e conseguir um emprego está cada vez mais difícil. Eles pedem para que nos sacrifiquemos, mas os grandes empresários nunca receberam tanta isenção de impostos e os banqueiros lucram como nunca, principalmente com os juros da dívida pública.

Tentam nos desanimar, convencer que estamos sozinhas e de que não podemos fazer nada para mudar essa realidade. Muitas vezes nos sentimos impotentes. mas isso é mentira! A força das mulheres unidas e organizadas já mudou a história diversas vezes. Esse é o momento da nossa geração. Nossa resposta deve ser coletiva e proporcional aos ataques realizados! É preciso construir a Luta Internacional de Mulheres! É fundamental tomarmos as ruas no mês de março!

O revólver que atira em Chica, não atira em Francisco!
Pela vida das mulheres, na defesa da democracia e contra a violência como política de estado

Bolsonaro e seus comparsas implementaram uma política autoritária, antidemocrática, violenta e de terror. Justificam sua truculência com a promessa de que mais armas e mais policiais aumentariam a segurança dos “cidadãos de bem”. Mas as políticas deste (des)governo, que tira a assistência do povo para dar dinheiro aos bancos, instiga a violência entre civis, militariza a polícia, dissemina discursos de ódio contra mulheres, LGBTQI+, negros, indígenas, deficientes e movimentos sociais, só aumentou a violência.

O último ano foi marcado por um crescimento escandaloso do número de homicídios em conflitos no campo, assassinato de indígenas, de participantes de movimentos sociais e de jovens negros e negras em ações policiais, como no caso da menina Agatha, de apenas 8 anos. Além de que, triplicou em janeiro de 2020 o número de Feminicídios, em relação ao mesmo mês do ano anterior. TRÊS VEZES MAIS MULHERES MORTAS por seus ex ou atuais namorados, companheiros ou maridos! Apesar disso, Bolsonaro e sua ministra Damares Alves ZERARAM o orçamento para a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência.

Além de tudo isso, esses governos são uma catástrofe ambiental. Desde que foi eleito, Bolsonaro liberou diversos agrotóxicos que são proibidos no mundo inteiro e envenenam a comida que vai para nossas famílias, a Amazônia foi abandonada em chamas, as pessoas tiveram que tirar com as próprias mãos o óleo que devastou nossas praias e diversos projetos prometem acelerar a destruição do nosso planeta. Aqui em Charqueadas e Eldorado, ao lado de Porto Alegre, assim como em outros municípios Brasileiros, estamos sendo ameaçadas por projetos de mega mineradoras, que seguem o modelo que causou as tragédias de Mariana e Brumadinho.

Não é mais possível manter esta sociedade machista e capitalista, que só nos explora. Não podemos ficar de braços cruzados, assistindo Bolsonaro, Eduardo Leite e Marchezan terminarem seus mandatos e acabarem com nossos direitos, nossas vidas, o município, o estado, o país e o planeta! Queremos ter direito a decidir sobre nossos corpos, ter acesso a lazer, saúde, educação, emprego, aposentadoria. Pela suspensão das reformas que aprofundam o desmonte o Brasil. Os empresários e banqueiros que paguem suas contas!

VEM COM A GENTE PRA RUA
NESTE 9 DE MARÇO!