domingo, 30 de setembro de 2012
Revista Galileu: [...]E não adianta torcer o nariz para a pornografia??…
Lu Galastri publicou um “artigo” sobre esta pesquisa altamente importante, e que aliás, devido a sua profundidade, com certeza tal descoberta vai resolver todos os problemas sociais mundiais deste mundo de não sei quem…
Você poderia ter sido mais feliz se tivesse delimitado o artigo somente com a temática da masturbação, certamente você iria pesquisar e buscar mais informações para enriquecer o texto. Mas não, então, lamento dizer que acabastes de dar um “tiro no próprio pé” vamos lá, mas antes, se me recordo, e para constar, lá no final desta postagem havia uma frase que definitivamente serve somente de ornamento, enfeite para a página e que anuncia algo como: “E você, o que pensa sobre o assunto? Deixe sua opinião nos comentários.”… rsrsrs… Estou esperando até agora. Já que nada ainda, vou colocar via blog mesmo.

Eu pessoalmente nada tenho contra a masturbação, e aliás, vale salientar e acrescentar, que mulheres também se masturbam, e, como sempre, historicamente homens falam e contam a história que somente lhes favoreçam a manter o paternalismo hegemônico. Um tanto reacionário este pesquisador; e algo é fato historicamente comprovado; o machismo há milênios quer sufocar a mulher colocando-a em uma posição servil, assujeitando-a através da prostituição, da pornografia, da violência, do poder e da exploração…
E por ser isto um fato, continuaremos sempre a lutar por liberdade, igualdade e principalmente, respeito. Estamos sempre atentas a tudo o que envolve o universo feminino, atualmente, estamos nos movimentando contra a mídia machista que se revela cada dia mais intensa.
Agora inicio reformulando um fragmento do artigo acima de: [...] E não adianta torcer o nariz para a pornografia… para uma pergunta: Como não adianta torcer o nariz quando se fala em pornografia de modo tão superficial? Banal mesmo. O que denomino o cúmulo da falta de conhecimento… e quer saber? Ignorância. Mas em algo tenho que vir a concordar com você, somente torcer o nariz não nos levará a lugar algum, mas conhecimento e criticidade sim, e talvez.
E digo mais, não só torço meu nariz para a pornografia, como o Ministério Público (Vara da Infância e da Juventude) também torce, e bate o martelo minha cara. Um jornalista deve ter responsabilidade com o conteúdo que publica na internet.
Qualquer sujeito pensante, que pesquisa além da sua pequena área de conhecimento (deveria), ou quem escreveu este artigo analisar outras áreas de conhecimento para não escrever sobre algo que é a chaga da nossa sociedade, do mundo. Deveriam ter o conhecimento de que a Globalização neoliberal é hoje fator dominante na decolagem da prostituição e do tráfico de mulheres e crianças para esse mesmo fim.
O que aumenta a desigualdades e explora o desiquilíbrio entre homens e mulheres, aos quais fortalece singularmente. Está encarnada na mercantilização do corpo feminino, na exploração; na violência contra seres humanos.
A prostituição adquiriu um caráter de massa e se espalhou pelo mundo inteiro. A pornografia está amplamente difundida nas sociedades sim, e as cifras dessas industrias são colossais. Por isto chamo atenção para que não falem deste assunto com tanta superficialidade (ingenuidade), e enfatizo, com IGNORÂNCIA! Como se este flagelo social fosse uma festa, uma conquista, e fosse algo que nós homens “evoluídos” tenhamos que nos orgulhar; pois uma sociedade que explora, vive e enriquece explorando o corpo de mulheres e crianças; não tem nada de evoluída, é uma sociedade retrógrada; machista, desumana, anacrônica e perversa!
E só para maiores esclarecimentos, estima-se que, em 2002, a prostituição gerou lucros de 60 bilhões de euros e a pornografia, 52 bilhões (Dusch, 2002, 109 e 101) a cifra dos negócios das agências de turismo sexual operando pela Web é avaliada em 1 bilhão de euros por ano; os lucros do tráfico para prostituição são avaliados entre 7,8 e 13,5 bilhões de euros por ano (Konrad, 2002).
Vejam bem, são dezenas de milhões de seres humanos, principalmente as mulheres, adolescentes e as crianças, submetidos, assujeitados à alienação do comércio de seu sexo.
Resumindo a globalização e a industrialização do comércio do sexo são dois fenômenos estreitamente imbricados. Estas mulheres, meninas, crianças, foram retiradas de suas famílias. E o que vc tem com isso não é mesmo?
Você não paga imposto para que crianças tenham mais oportunidades do que este lixo de vida. Vai ver, estão lá porque querem. Não é sua irmã ou sua filha, e nossos políticos estão fazendo a sua parte. Viva a Revista Galileu, viva Brasil!!!
Masturbação pode até vir a “dar uma mão”; até duas rsrs… e contribuir com a evolução, nao sei, não li esta maravilhosa pesquisa ainda para emitir uma opinião; mas adianto, e afirmo: pornografia, que gera exploração, violência, que “alimenta” as mentes doentias, pervertidas (sentido clínico mesmo) de pedófilos, tarados … Definitivamente em nada contribui para a evolução do homem, ao contrário, é um retrocesso; o retorno a “Horda Primeva”.
Leiam mais Richard Poulin (Quinze teses sobre o Capitalismo e o sistema Mundial de prostituição).
Este escárnio anti-social é tão complexo que necessitou 15 teses para ser entendido e desmistificado amplamente.
E a propósito, quando sua filha, sobrinha…de 12 anos aparecer nua na Webcam, ou em algum vídeo do youtube via Internet, redes sociais, em poses de deixar qualquer atriz de filme pornô no “chinelo”,e, ainda achar isto super normal, você talvez entenda o quanto a nossa cultura, a mídia e mentes deformadas vem pervertendo e banalizando a sexualidade humana quando deveriam desmistificá-la.
Aqui fica um alerta, este comportamento está se tornando cada vez mais comum entre meninas de classe média alta, e na sua grande maioria; as famílias completamente ausentes; são as últimas a saber.
Resumindo; Somos Mulheres e não Mercadoria!
E então, ainda achas mesmo que não adianta torcer o nariz para a pornografia?
Boa crítica!
Abraço
Prof. Ilza Lacassagne(Especialista em Educação/Psicanálise e Educação/Psicopedagoga Inst. e Clínica)
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
NOTA PÚBLICA: O ABORTO NÃO DEVE SER CRIME!

28 de setembro de 2012.
Nota pública
Este ano as mobilizações em torno do dia 28 de setembro - Dia Latino-Americano de Luta pela Despenalização do Aborto – ganham dimensão internacional em todo o mundo organizações e movimentos sociais democráticos estão chamados a posicionarem-se.
No Brasil, às vésperas das eleições municipais e no contexto do processo de reforma do Código Penal, vimos a público repudiar a ação de grupos políticos conservadores que, em nome da defesa da vida, tratam a problemática do aborto de forma irresponsável com os direitos humanos e a vida e saúde das mulheres brasileiras.
Na revisão do Código Penal brasileiro, em curso no Congresso Nacional, reconhecemos a valiosa tentativa de se ampliar os permissivos para a prática do aborto proposta pela Comissão de Juristas. No entanto, prevalece no momento tendência de recrudescimento da criminalização, presente em grande parte das propostas de revisão. Há fortes riscos de que tenhamos um novo código penal com fortalecimento do Estado policial em detrimento do Estado democrático.
Nas eleições, não é de hoje que questões da reprodução são tomadas como estratégia eleitoreira. Em anos passados assistimos a práticas condenáveis da troca de votos por ligadura de trompas. Na esteira da ausência de políticas que efetivem direitos, na impossibilidade de controlar a própria fertilidade de maneira segura e autônoma, milhares de mulheres já se viram obrigadas a receber este tipo de ajuda de candidatos e candidatas conservadores.
No presente, não são poucos os candidatos e candidatas que se apressam em condenar o aborto e as mulheres e divulgam amplamente sua posição como estratégia para conferir uma pseudo seriedade e idoneidade a suas campanhas.
QUEM CONDENA O ABORTO PARA TENTAR ELEGER-SE NÃO MERECE SEU VOTO.
Certamente as mulheres gostariam de nunca precisar abortar, mas sabemos que nenhuma mulher está livre de um dia precisar abortar. Como demonstram inúmeros estudos e pesquisas e conforme anunciam e denunciam os movimentos de mulheres, a gravidez indesejada é resultante de muitas situações sociais: violência sexual, abuso e exploração sexual, recusa de uso de método contraceptivo por parte dos homens, falhas nos métodos de contracepção, limite de informação e de acesso aos métodos para as mulheres jovens e solteiras, bloqueios diversos a laqueadura de trompas, gestação de fetos anencéfalos, risco de morte para a gestante.
Os mesmos atores que lideram o processo de criminalização do aborto condenam e tentam impedir iniciativas de educação sexual para adolescentes, pretendem proibir e criminalizar a venda e distribuição da contracepção de emergência, que evita que uma gravidez indesejada se instale, pretendem impedir o acesso das mulheres a informações científicas e seguras sobre métodos de aborto, fecham os olhos para os limites dos serviços públicos na oferta de métodos contraceptivos, negam a diversidade de situações enfrentadas por mulheres quando precisam abortar e querem retirar os permissivos de aborto em caso de estupro e risco de morte que estão previsto no código penal brasileiro desde 1940.
NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DAS MULHERES!
A simples criminalização do aborto não resolve esta problemática. Ao contrário, a criminalização promove sofrimento, adoecimento e até morte das mulheres, seja por maus tratos nos serviços de saúde, seja por abandono e discriminação de familiares e da vizinhança, seja por colocar as mulheres na clandestinidade, recorrendo a serviços precários de abortamento.
Por isto, neste 28 de setembro, conclamamos a todos e todas se posicionarem por uma reforma democrática do Código Penal que amplie direitos e cidadania.
O aborto praticado por decisão da mulher não deve ser tratado como assunto policial, mas deve ser regulamentado no âmbito da política publica de saúde cumprindo a necessidade de sua legalização e respeito à decisão soberana das mulheres sobre suas vidas.
NENHUMA MULHER DEVE PRESA, PUNIDA OU MALTRATADA POR TER FEITO UM ABORTO!
http://frentenacionalabortolegal.blogspot.com.br/
28S: pelo direito ao aborto, em todo o mundo
*Por: Tica Moreno
O dia latino-americano e caribenho de luta pela legalização do aborto virou um dia de ação no mundo todo. Não foi porque o movimento de mulheres de todo o mundo lançou uma forte campanha de solidariedade com a luta pelo direito ao aborto nos países que ainda criminalizam as mulheres, e sim porque o bicho tá pegando inclusive onde as mulheres já conquistaram esse direito.
A criminalização das mulheres é uma realidade em muitos países que ainda não permitem que suas cidadãs possam decidir sobre a maternidade. De acordo com este mapa, de 2011, o aborto é totalmente proibido, ou permitido apenas em caso de estupro e risco de vida da mulher (como no Brasil), em 69 países do mundo. Nos outros países, o aborto é permitido, embora haja algumas diferenças de acordo com cada legislação.
Mas, nestes países em que o aborto é permitido em lei, a vida das mulheres também está cada vez mais dura, porque tem forças conservadoras querendo tirar esse direito das mulheres.

Neste dia 28, em várias partes do Estado Espanhol, por exemplo, manifestações feministas estão sendo feitas para que o aborto se mantenha fora do código penal. As feministas de lá estão em um movimento simultâneo para resistir à recomposição do poder econômico que se dá com políticas de ajuste que aumentam o desemprego e diminuem a presença do Estado na sua função de garantidor de direitos, ao mesmo tempo em que há uma ofensiva sobre os direitos das mulheres – com o ministro da Justiça (Alberto Gallardón), soltando declarações que concretizam a orientação de seu partido, o direitoso PP, de restringir o direito ao aborto na Espanha.
Ou seja: ao mesmo tempo que as tais políticas “anti-crise” ampliam as demandas de trabalho doméstico e de cuidados (não remunerado) sobre as costas das mulheres, as forças ideológicas reforçam, uma vez mais, a função das mulheres como mães, num modelo de família que desde a guerra civil espanhola já tinha feminista anticapitalista criticando.
Mas aí, os nossos vizinhos, uruguaios, aprovam um projeto que suspende a criminalização do aborto se este for feito seguindo alguns procedimentos estabelecidos na lei.
Massa. Já ficamos empolgadas porque, em algum lugar, tátendo algum avanço, né?
Só que daí nós vamos atrás das notícias e vemos que esse projeto não é exatamente o que se espera de uma boa lei relativa ao direito ao aborto. O principal motivo é que o aborto deixar de ser crime apenas se a mulher que o fizer passar por um processo ultramegaburocrático que, além de ser burocrático no sentido estrito do termo, depende também da inclinação ideológica dos profissionais da saúde que atenderem esta mulher. Isso porque, de acordo com o atual projeto, a mulher que decidir interromper uma gravidez indesejada terá que comparecer ao tribunal médico e explicar por que quer fazer isso.
Para nós, a razão pode ser expressa, simplesmente, em um “porque eu quero”, “porque eu decidi”, porque sim”. Mas, nesse tribunal médico, parece que vai valer a máxima que aprendemos no Castalo Rá Tim Bum: “porque sim não é resposta”. Isso porque a cidadã uruguaia tem que convencer uma equipe com 3 integrantes (sendo que pelo menos 1 é contrário ao aborto) de por que quer realizar o aborto.
#Cejura? Juro.
Daí a moça tem alguns dias para pensar no assunto e voltar pra ver se mantem sua decisão.
Ou seja, de acordo com essa lei uruguaia, você até pode fazer um aborto. Você não será uma criminosa. Mas, nós vamos dificultar a sua vida, porque nós discordamos da sua decisão. Ou melhor, nós (Estado e poder médico) achamos que você não tem condições de decidir sobre sua vida, então seguimos a lógica do vestibular. Primeira e segunda fase.
Se você for persistente, tudo bem. Consegue fazer, tranquilamente, um aborto.
***
Na boa, além da hipocrisia que gera hemorragia, ou do fato de que todo mundo conhece uma mulher que fez aborto porque decidiu interromper uma gravidez indesejada, o que deveria nos deixar beeeem irracional é o fato de que toda a ofensiva de crimininalização do aborto aqui no Brasil ou em países vizinhos, bem como os retrocessos em países que já legalizaram o aborto, como na Espanha, é baseada numa visão misógina e machista das mulheres como seres moralmente incapazes de tomar uma decisão consciente sobre um processo central em suas vidas.
Tem gente que diz que decidir pelo aborto é sinal de irresponsabilidade das mulheres. Nós achamos justamente o contrário. Decidir de forma autônoma sobre a maternidade é um sinal de responsabilidade das mulheres. É muito mais do que o “Eu aceito”, do casamento, porque existe divórcio. Ou é muito mais do que a carreira que você escolhe no vestibular, porque você pode se formar em educação física e se realizar trabalhando em um restaurante. Mas ser mãe é diferente. Ser mãe tem que ser uma decisão consciente, porque vai fazer parte da sua vida até o final dela. E tem mulher que já é mãe e não quer outro filho.
O direito ao aborto é parte do reconhecimento das mulheres como sujeitos das suas próprias vidas. Tem a ver com romper o controle imposto sobre o corpo e a vida das mulheres, e significa também separar sexualidade de reprodução. Nós defendemos, hoje e todos os dias, o direito ao aborto, por defender a vida das mulheres, mas não só uma vida baseada no ciclo vital que aprendemos na aula de biologia: nasce – cresce – reproduz – morre.
Estamos em luta pelo direito ao aborto como um direito das mulheres nesse mundo capitalista, mas nossa luta em defesa de uma vida que vale a pena viver passa por transformar esse mundo, pra gente ter direito a uma vida livre de verdade, com tempo livre, sem violência, com igualdade e com prazer.
*Tica Moreno é militante da Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Uruguai descriminaliza aborto até a 12ª semana
Em caso de estupro, o
aborto poderá ser feito até a 14.ª semana de gestação
Matt Rubens/Wikimedia
Commons
Aborto: o projeto volta
ao Senado uruguaio, onde não deve ter problemas para sua aprovação
final
Buenos Aires - Por 50
votos a 49, a Câmara do Uruguai aprovou, no fim da noite de
terça-feira (25), um projeto de lei que descriminaliza o aborto até
a 12.ª semana de gestação. Em caso de estupro, o aborto poderá
ser feito até a 14.ª semana; em caso de risco para a mãe, não
haverá prazo limite. Para fazer o procedimento, a mulher terá de
explicar sua decisão para um tribunal.
O texto muda a proposta
que havia sido aprovada pelo Senado em dezembro. Por isso, o projeto
volta ao Senado, onde não deve ter problemas para sua aprovação
final, já que o partido governista da Frente Ampla tem maioria
absoluta. Se o projeto for ratificado, o Uruguai será o primeiro
país da América do Sul a descriminalizar o aborto.
A proposta do partido
do governo foi rejeitada duas vezes. A última delas, a denominada
Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, foi vetada pelo então presidente
Tabaré Vázquez, em 2008, que citou a justificativa razões
filosóficas e biológicas, provocando uma crise partidária. O
presidente José Pepe Mujica já anunciou que não vetará o projeto.
A Frente Ampla teve o
apoio de um dos deputados do Partido Independiente (PI, de centro),
Iván Posada, que compensou a perda do voto de um deputado
governista, Andrés Lima, autorizado pelo partido a votar contra a
matéria. Tanto a Frente Ampla quanto o Partido Colorado (de
centro-direita) decidiram aplicar a disciplina partidária para o
tratamento da matéria.
A medida fez com que
vários deputados declarassem, antecipadamente, a decisão de se
retirar do plenário na hora da votação, para serem substituídos
por suplentes.
Para seus defensores, a
lei dará à mulher as maiores garantias para realizar o aborto, como
afirmou Posada. Já os contrários, como o Partido Nacional, evocaram
o direito à vida e a defesa dos direitos humanos. O texto estabelece
que toda mulher terá direito a decidir sobre a interrupção
voluntária de sua gravidez durante as primeiras 12 semanas da
gestação.
De acordo com o
deputado governista Juan Carlos Souza, o projeto não legaliza o
aborto, mas abre uma instância importante para que as mulheres
decidam livremente se vão abortar, com adequado apoio médico e
legal, sem que sejam consideradas criminosas.
28 de setembro é o dia Latino Americano de luta pela legalização do aborto
Neste
dia como em todos os outros reafirmamos: ABORTO NÃO É
CRIME.
Na
última semana, a OPAS (Organização Panamericana de Saude) premiou a Pesquisa
Nacional do Aborto (PNA) realizada pela Universidade de Brasília em parceria com
ANIS.
Esta pesquisa revelou a magnitude do
aborto no Brasil urbano: 15% das mulheres declararam que já fizeram aborto, ou
seja, 1 em cada 5 mulheres brasileiras de 18 a 40 anos já fizeram aborto.
Também conhecemos a realidade das mulheres do campo e sabemos que o aborto
clandestino é uma realidade também na vida destas mulheres.
Temos que perguntar: vocês acham que uma em cada cinco mulheres brasileiras deve ir para a cadeia?
Outros estudos indicam que são
principalmente as mulheres pobres e negras que sofrem as piores conseqüências da
ilegalidade do aborto, enquanto quem tem dinheiro consegue realizar o aborto de
forma segura.
Neste momento, está em curso no Brasil um
processo de reforma do código penal. No capitulo dos crimes contra a vida há uma
proposta em relação ao aborto que, embora avance se considerarmos o atual
código, ainda mantém a possibilidade de criminalização. Há outros pontos desta
proposta de reforma que também são problemáticos, como em relação à lei Maria da
Penha e a criminalização do infanticídio. Com relação a este último ponto,
acreditamos que esta questão de saúde deve ser tratada de maneira séria, já que
na maioria dos casos está diretamente ligado a gravidez indesejada e a depressão
pós–parto.
Sabemos que os setores conservadores do congresso não irão admitir nenhum avanço em relação a questão do aborto. Portanto, como discutimos na nossa reunião nacional, temos que tensionar nesta reforma para que o congresso e a sociedade entendam que o aborto não é crime e, por isso, não deve estar no código penal, mas deve ser regulamento no âmbito do SUS.
Neste dia 28 de setembro, queremos
aproveitar para dar visibilidade às nossas denúncias em torno da criminalização
do aborto, ao mesmo tempo em que devemos afirmar nossa luta pela autonomia das
mulheres, pela legalização do aborto.
Enviamos em anexo a nota da Frente
Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto
para circular em nossas listas e ser reproduzida nos estados neste 28 de
setembro. Tambem podemos coletar assinaturas para a nota.
Enviamos também modelos de lambe-lambe, pois as jovens da UNE e da MMM farão colagens pelo Brasil afora.
Mandem fotos das atividades nos estados. E compartilhem as informações pelas listas e redes sociais.
Seguiremos em marcha até que todas sejamos
livres!
Marcha Mundial das
Mulheres
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