segunda-feira, 30 de março de 2020

30 de março - Dia da Terra Palestina!




Dia 30 de março é o Dia da Terra Palestina e a data que definimos, no calendário da 5a. Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, para dar visibilidade à luta dos povos pelo seu direito de autodeterminação. Este dia vem à luz dos desafios que a humanidade enfrenta diante da pandemia de coronavírus, na qual as políticas coloniais e os brutais regimes neoliberais começam a entrar em colapso por causa de suas brutais políticas sócioeconômicas. Esta crise expõe a fragilidade dos sistemas de saúde e a falta de proteção social diante da militarização do mundo e da generalização do sistema de consumo centrado nos interesses dos Estados imperialistas.

A Palestina está em estado de quarentena obrigatória. A ocupação sionista ainda controla e enclausura a Faixa de Gaza, que enfrenta a possibilidade de uma pandemia quase sem meios para reagir, o que é um agravante da crise.

O Dia da Terra Palestina acontece, este ano, depois de o governo dos Estados Unidos anunciar seu plano conjunto com a ocupação. Chamado de "Deal of the Century" [Acordo do Século], este acordo confirma a negação dos direitos nacionais do povo palestino e trabalha para roubar e anexar grandes partes das terras da Cisjordânia, especialmente o Vale do Jordão. As colônias legislam de fato nesses territórios e procuram anexá-los ao poder ocupante. Isso significa maior isolamento do povo palestino. Em Jerusalém há claras políticas de limpeza étnica e a proibição de qualquer atividade palestina, em um plano claro e declarado de "judaizar" a cidade e negar sua identidade palestina.

A ocupação sionista, é claro, vai procurar explorar a preocupação mundial do enfrentamento à epidemia para roubar ainda mais a terra palestina e enfraquecer a sociedade palestina.

Assim, a solidariedade ao povo palestino no Dia da Terra deve se concentrar nesses pontos:

    - Solidariedade com o povo palestino em defesa de suas terras
    - Todos os assentamentos são ilegais
    - Levantem o cerco na Faixa de Gaza
    - O povo palestino tem direito à soberania sobre as suas terras



Cheron Moretti: Educadora, feminista da MMM RS, mora em Santa Cruz do Sul, RS

 
Maysar Hassan Ali El Haya, ativista da Palestina Livre, mora em Porto Alegre RS
 
Vanessa Gil, socióloga, educadora e militante feminista da MMM RS, 
doutorado Unisinos, mora em Porto Alegre, RS
 
Florencia Guarch,.Doutorado em Ciência Política, mora em Porto Alegre
  Ativista e pesquisadora do Mov mulheres do Curdistão, militante feminista da MMM RS
 
Alice Oliveira Martins, mulher indígena em contexto urbano, mora em Porto Alegre
Ocupação Baronesa Centro de Referência Afroindigena do RS.


Leia também:
 Exército sionista de Israel derruba clinica palestina de emergência para lidar com o Corona vírus
  http://somostodospalestinos.blogspot.com/2020/03/exercito-sionista-de-israel-derruba.html?m=1http://somostodospalestinos.blogspot.com/2020/03/exercito-sionista-de-israel-derruba.html?m=1

Pela vida das mulheres, vamos ficar em casa!



Companheiras da Marcha Mundial das mulheres

Sabemos que estamos passando por um momento muito difícil, economicamente e emocionalmente. Mas pedimos encarecidamente às companheiras: pela vida de todas nós, fiquem em casa!

Alguns fatos sobre o coronavírus:

1) ele não atinge só idosos. No Brasil e em outras partes do mundo temos casos graves e inclusive mortes de jovens (links com as informações ao final do texto). Segundo o Ministério da Saúde, quase 50% dos casos GRAVES são em jovens e adultos.

2) ainda que possam ser minoria no grupo de risco, jovens podem ser transmissores da doença. Isso é, podem apresentar sintomas leves, porém, ao andar por aí vão espalhar o vírus. Muitos, ainda, não apresentam sintomas! Isso significa que eles têm o vírus, mas saem espalhando ele por aí porque acham que não estão infectados, pois não apresentam sinais. Ficar em casa é a melhor forma de proteger a si e proteger os outros!

3) O governo Bolsonaro está propondo o “isolamento vertical”, isto é, isolar somente os idosos. Isso não funciona, e explicamos o porquê: Muitos idosos vivem junto com seus filhos e netos. Segundo dados de matéria do El País, ao menos um a cada quatro jovens com idade entre 24 e 34 anos vive com os pais. Segundo o IBGE, 66% dos idosos do nosso país vivem com outros familiares que não o cônjuge. Isso significa que esses idosos em algum momento terão contato com jovens. Ou seja, se esses jovens saírem na rua, vão trazer o vírus para casa e podem infectar seus pais ou avós.

4) Levantamento feito pelo Imperial College, de Londres nos mostra as projeções para o Brasil: com isolamento social intensivo, serão 44 mil mortes. Com o isolamento apenas de idosos, esse número sobe para 529 mil mortos! Os números pioram conforme se flexibilizam as medidas de isolamento. Precisamos TODOS ficar em casa! Foram os levantamentos dessa instituição inglesa que fizeram o governo da Inglaterra mudar sua atitude frente ao vírus e passar a adotar medidas mais fortes.

5) estamos lutando para que o poder público garanta as condições para que todas e todos possam ficar em casa, isto é: ajuda financeira para autônomos/informais/ por conta própria; suspensão da cobrança de contas de água luz etc. Em vários estados as medidas de anistia de contas já estão sendo implementadas, e no dia 27 de março o Congresso Nacional aprovou uma renda básica emergencial no valor de 600 reais por trabalhador/a, sendo 1200 reais para mães solteiras. Agora, precisamos pressionar para que essa proposta passe no Senado.  Enquanto isso não acontece, estamos organizando vaquinhas. Logo iremos soltar as informações!

6) Não podemos acreditar nas carreatas que estão sendo organizadas pelos bolsonaristas! Eles querem lucro acima de tudo, inclusive da vida. Não querem que a economia pare, mesmo que para isso tenha que morrer muita gente. São empresários egoístas que SABEM que o CORONAVIRUS MATA. Querem te enganar (vão pras ruas, mas sem sair do carro) enquanto ELES FICAM EM CASA PROTEGIDOS.

7) Sabemos que a situação está difícil, mas se queremos continuar vivendo – inclusive, continuar trabalhando -, precisamos sobreviver a esse vírus, e para isso precisamos ficar em casa! Sabemos que há dificuldades financeiras, principalmente das companheiras que estão por conta própria, produzindo alimentos, artesanato, roupas ou outros produtos para vender. Enquanto as medidas financeiras não são aprovadas, estamos organizando uma vaquinha para nossas companheiras. Disponibilizaremos as informações sobre ela logo mais!

Pelas nossas vidas, pelas vidas de nossas companheiras, de nossas amigas, nossas mães, irmãs, filhas e todas as pessoas: vamos ficar em casa! 

E vamos gritar bem alto em todas as janelas: Fora Bolsonaro genocida!

#FicaemCasa
#ForaBolsonaro

Para saber mais
Canal do Atila Iamarino (biólogo, pesquisador e divulgador científico):  https://www.youtube.com/channel/UCSTlOTcyUmzvhQi6F8lFi5w

sábado, 28 de março de 2020

Porque o Corona virus pode ser pior para a população indígena?




















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Agora, muitos dos 850 mil indígenas brasileiros, temerosos diante da pandemia de coronavírus, pedem que as autoridades expulsem de suas terras os invasores que poderiam levar a doença.
“Pedimos a retirada imediata de todos os invasores das terras indígenas e dos territórios para impedir o avanço da vírus: os garimpeiros, madeireiros, caçadores, narcotraficantes, grileiros, missionários e turistas que são vetores de transmissão”, disse Nara Baré, presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Na extremidade do Rio Negro, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, comunidades indígenas fecharam pistas de pouso e cortaram o acesso às suas reservas para todas as pessoas não nativas que chegam de barco de Manaus.
Especialistas em saúde e grupos indígenas estão pedindo especialmente a expulsão de cerca de 20 mil garimpeiros ilegais da reserva ianomâmi, a maior do país e localizada na divisa com a Venezuela, onde comunidades vêm sendo vitimadas pela malária levada pelos invasores.
A nova ameaça viral coincide com o momento em que o presidente Jair Bolsonaro promete desenvolver economicamente a Amazônia e rever as reservas onde vivem mais de 300 povos.
Reagindo a apelos de líderes indígenas, grupos de direitos humanos e procuradores federais, a Fundação Nacional do Índio (Funai) suspendeu na segunda-feira todos os contatos com as comunidades mais isoladas do Brasil.
Até agora, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) só relatou quatro casos suspeitos de coronavírus em aldeias, uma delas na Amazônia.
Mas muitos povos estão receosos, lembrando de epidemias que assolaram populações nativas no passado recente. O sarampo matou milhares de indígenas brasileiros no século passado, e a gripe fez muitos estragos quando o regime militar decidiu abrir estradas na floresta amazônica nos anos 1970.
O acesso ao atendimento médico continua sendo um desafio para povos remotos da Amazônia, que muitas vezes precisam viajar dias através do rio para ver um médico.
O estilo de vida comunitária em ocas de palha nas aldeias também aumenta o risco de contágio se um único membro contrair o novo coronavírus.
“Fazer isolamento nas aldeias é um desafio muito grande. Elas têm uma vida comunitária em casas grandes que são habitadas por muitas pessoas”, afirmo Douglas Rodrigues, um médico com 30 anos de experiência em saúde indígena no Xingu e outras terras.
“Seus hábitos são diferentes. Comem com as mãos, compartilham muitos objetos: formas de transmissão que têm papel significativo na propagação do vírus nesta pandemia”, acrescentou Rodrigues.
Os povos indígenas nem sempre têm o sabão necessário para lavar as mãos e combater o vírus, disse ele.
A epidemia de H1N1 em 2016 matou centenas de índios, na maioria do povo Guarani, na região sul do país.
Especialistas da saúde temem que o novo coronavírus se prolifere ainda mais rápido entre comunidades cujos sistemas imunológicos já estão enfraquecidos por subnutrição, hepatite B, tuberculose e diabetes.
Embora o acesso a serviços médicos seja mais fácil no sul do Brasil, membros de comunidades indígenas estão mais expostos ao vírus na região, já que são integrados à sociedade, trabalhando no setor de construção civil ou como empregados domésticos para se sustentar, pois não podem mais plantar seus alimentos ou caçar próximo a centros urbanos.
Um perigo potencial é a transmissão do vírus pelos indígenas que retornam às aldeias na Amazônia para se refugiar, sem saber se estão infectados ou não, segundo Andrey Moreira, médico e especialista em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Nara, da etnia Baré no Alto Rio Negro, disse que a Sesai tem profissionais bem intencionados, mas faltam recursos, e não há como realizar testes para a Covid-19. Segundo ela, os planos nacionais para combater o vírus não mencionam os povos indígenas.
“Não vejo nenhum tipo de preparo. É como se não existíssemos, e nós sempre estivemos aqui.”

quinta-feira, 26 de março de 2020

Neoliberalismo, pandemia, vidas precárias: desafios para o feminismo

A partir das resistências, resiliências e propostas das mulheres, essa visão do feminismo como parte de um projeto anti sistêmico concretiza uma ação que coloca a vida no centro

 - Vincenzo Pinto / AFP

 Por Nalu Faria*

Hoje começa a Coluna Sempreviva, espaço quinzenal da SOF Sempreviva Organização Feminista no Brasil de Fato. Diante dos desafios impostos por esta fase do capitalismo racista e patriarcal, que avança sobre nossas vidas com uma rapidez extraordinária, nos colocamos a tarefa de apresentar com maior frequência nossas reflexões, análises e chamados a partir da perspectiva feminista.

Se acompanhamos as notícias do mundo ou observamos a realidade das pessoas ao nosso redor, percebemos como a precarização do trabalho, a escassez de bens naturais, a violência e a criminalização acompanham, cada vez mais, a dureza do cotidiano. A pandemia do novo vírus covid-19 expõe, de forma ainda mais drástica, o embate do capital contra a vida, que vem sendo rifada pelo governo Bolsonaro, sem cuidado, prevenção ou solidariedade, em nome do lucro e da produção capitalista.

Neste ano de 2020, como parte da Marcha Mundial das Mulheres, organizamos nossa ação em torno da consigna Resistimos para viver, marchamos para transformar! Queremos desmantelar o atual modelo, que é capitalista, patriarcal, racista, LGBTfóbico, colonialista e se organiza em uma lógica de acumulação irreconciliável com a sustentabilidade da vida.
As dinâmicas impostas por esse modelo passam, hoje, por uma piora aguda, através de uma ofensiva conservadora e neoliberal sobre a vida, os territórios e o trabalho das mulheres e da população empobrecida em geral. Essa ofensiva precariza a vida, banaliza e deteriora democracias e fortalece autoritarismos. O conservadorismo se apresenta estritamente ligado a projetos de poder e controle dos povos e das mulheres.

O autoritarismo e a violência da extrema direita revelam uma agenda antifeminista, articulada com o racismo, a xenofobia e demais dinâmicas de dominação e exploração baseadas em classe e raça - não só no Brasil, mas também, por exemplo, na Turquia, nas Filipinas, nos Estados Unidos.
A burguesia tem imposto ataques sistemáticos à organização da classe trabalhadora, em particular aos sindicatos. Sua luta continua marcada pela resistência, mas em um quadro de fragilidade, precarização e fragmentação da classe trabalhadora, resultante da alteração nas formas de trabalho, mais informais, com sobrecarga e ênfase em discursos sobre meritocracia e concorrência.
Nas Américas, observamos processos de articulação e aliança entre as formas tradicionais de organização e novas mobilizações, potentes e amplas, dos povos originários, camponeses, negros e negras, LGBTTQI, das periferias, jovens, mulheres.

É nessa mesma toada que houve, nos últimos anos, um crescimento expressivo das mobilizações das mulheres e ampliação do feminismo no mundo inteiro, uma das principais forças políticas na atualidade. Isso evidentemente não se dá de forma homogênea: tem diferenças, por exemplo, entre visões liberais e anti sistêmicas.

Olhando para o conjunto, vê-se que a dificuldade é na construção de processos organizativos amplos, democráticos e continuados. São as limitações de uma dinâmica que funciona muito pela adesão pontual a mobilizações, muitas vezes a partir de ações de impacto midiático1.

É no campo popular e classista do movimento feminista que se coloca com força a defesa da vida e de um outro modelo, que vá muito além da luta por direitos e pela igualdade com os homens dentro do atual sistema. O ruído gerado pelas grandes empresas, que usam alguns temas do feminismo (a chamada “maquiagem lilás”) resulta em uma banalização, uma espécie de armadilha que as feministas precisam sempre identificar e denunciar.

Por isso, é preciso incorporar ao debate global a perspectiva feminista sobre o que deve ser o desmantelamento do capitalismo racista e patriarcal. E, junto a isso, reforçar a construção permanente, a coesão, a ação coletiva, a definição democrática das agendas, tendo a aliança como princípio de luta.

A partir das resistências, resiliências e propostas das mulheres, essa visão do feminismo como parte de um projeto anti sistêmico concretiza uma ação que coloca a vida no centro, através da compreensão de nossa interdependência como seres humanos e de nossa dependência da natureza.
A pandemia que os povos de todo o mundo enfrentam hoje é um exemplo drástico dessas interdependências e da urgência de uma nova organização social. A pandemia escancara os males da austeridade, do predomínio da lógica de mercado e da precarização da vida, e exige respostas que são emblemáticas.

A necessidade do isolamento evidencia que nem todos e todas têm esse direito, que é delimitado pela classe, pela raça e também pelo gênero. Revela com agudeza a postura das elites de garantir o lucro e o conforto em detrimento da saúde de quem trabalha para elas.

E revela, também, quais os trabalhos realmente necessários para a sustentação da vida, dentro e fora de casa. Expõe suas lacunas, que devemos preencher coletivamente, através da urgência da solidariedade e da construção de ações comuns, autogestionadas, bem como da necessidade de proteção social, garantia da saúde, saneamento, abastecimento... Essa necessidade se coloca, hoje, como uma emergência, mas é nosso horizonte, enquanto feministas: uma reorganização social profunda, radical, que coloque a vida em primeiro lugar.


*Nalu Faria é psicóloga e coordenadora da SOF Sempreviva Organização Feminista e membro do Comitê Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.
1 Desenvolvi mais esta ideia no artigo “Desafios feministas frente à ofensiva neoliberal”, que está no caderno da SOF “Feminismo em resistência: crítica ao capitalismo neoliberal” (2019), disponível online em: www.sof.org.br/feminismo-em-resistencia-critica-ao-capitalismo-neoliberal/

Edição: Leandro Melito

sexta-feira, 20 de março de 2020

Contra o coronavírus, exigimos medidas concretas! Leia 10 reivindicações

Em tempos de neoliberalismo, o mercado é colocado acima das vidas humanas. Para nós, da Marcha Mundial das Mulheres, a sustentabilidade da vida deve ser o centro das políticas de estado e do projeto que desejamos construir.
Em vez de priorizar as grandes empresas e os bancos, os estados precisam de medidas que priorizem o bem estar de todas as pessoas. Isso passa por garantir as condições de vida material da população, considerando tanto a esfera produtiva quanto a reprodutiva.
Em momentos como este, em que vivemos essa pandemia do coronavírus, fica claro o porquê precisamos priorizar a vida no lugar do lucro: se não temos medidas concretas que garantam a subsistência das pessoas, elas são largadas por conta própria, sofrendo com a miséria, a pobreza, a fome, excesso de trabalho (dentro e fora de casa), a falta de saúde e o aumento da violência.
Por mais que sejam necessárias as medidas individuais, que muitas e muitos já estão tomando, precisamos de medidas do poder público para controlar essa pandemia! Os governos alinhados ao neoliberalismo, como é o caso de Jair Bolsonaro e seus aliados, tentam fazer parecer que o estado não tem obrigação ou condições de garantir alternativas econômicas para as brasileiras e os brasileiros. Não é verdade!
Outros países estão tomando medidas que possibilitam que as pessoas fiquem em suas casas, como anistia de dívidas, linhas de crédito e auxílio financeiro!
Contra o coronavírus, exigimos medidas concretas!
Exigimos a revogação da PEC do Teto de Gastos, que congelou os investimentos em saúde por duas décadas, e que o governo ofereça saídas para a crise econômica que vivemos e que se acirra ainda mais com essa pandemia!
Basta de Bolsonaro, basta de política de morte!
1. Que as trabalhadoras e trabalhadores possam se afastar do trabalho, sem perda de remuneração e direitos. Não adianta nada dizer que as pessoas devem evitar grandes aglomerações, se ainda precisaremos pegar o transporte público para chegar ao trabalho, entre outras coisas. Se queremos uma verdadeira política de contenção, para evitar a transmissão do vírus, então é preciso que, de fato, as pessoas fiquem em casa, e elas não farão isso se forem obrigadas a trabalhar.
Além do mais, com o fechamento das escolas, mães e pais deverão poder ficar em casa para cuidar de seus filhos. Hoje, a realidade é que a maioria esmagadora das famílias brasileiras é de mães solteiras e seus filhos. Essas mães não terão como cuidar de seus filhos se não tiverem onde deixá-los e estiverem trabalhando. Por isso e pela própria saúde, devem poder ficar em casa.
E, atenção! Quarentena não é férias! Se você tem direito a férias, saiba que esse é um momento garantido em lei para o descanso. Ficar em casa por conta de uma emergência de saúde não pode ser considerado férias, então, se seu patrão quiser adiantar suas férias, ele está ferindo seus direitos.
2. Anistia nas cobranças de contas de luz, água, aluguel, internet entre outros. Com a pandemia do coronavírus, diversas pessoas ficarão sem seu sustento: trabalhadoras/es informais, por exemplo, mulheres que vendem bolo, não poderão mais fazê-lo; restaurantes populares ficarão sem clientes, ou seja, não receberão dinheiro; enfim, as dificuldades econômicas aumentarão. Queremos a anistia na cobrança de contas, a fim de que as pessoas se preocupem somente com o que seja realmente necessário para sua proteção e dos demais.
3. Ajuda econômica (pelo menos um salário mínimo) para quem está no trabalho informal / por conta própria. Sabemos que a esmagadora maioria de pessoas nesses setores são mulheres, principalmente mulheres negras. Essas pessoas a) não podem se dar ao luxo de ficar em casa, pois não têm segurança no trabalho, só que isso compromete sua saúde, pois deveriam ficar em casa; b) caso saiam para trabalhar, não ganharão dinheiro, uma vez que haverá uma drástica diminuição do número de pessoas comprando suas mercadorias ou fazendo uso de seu serviço (haverá menos gente pegando uber, por exemplo). O poder público precisa garantir a sobrevivência dessas pessoas, garantindo que elas possam comprar comida, por exemplo.
4. Distribuição massiva de itens de higiene pessoal, como álcool gel. Muitas pessoas não têm acesso à água ou simplesmente não têm acesso ao álcool gel para levar consigo porque não têm dinheiro e agora os mercados estão encarecendo esses itens ainda mais por causa da demanda. É mais do que justo que esses itens sejam distribuídos gratuitamente a toda a população.
5. Revogação imediata da Emenda Constitucional do teto de gastos (EC 95), que congela os investimentos em saúde e educação por 20 anos. Precisamos de investimento para ter um SUS forte e capaz de atender todo mundo!
6. Distribuição de cesta básica para as famílias com crianças cujas creches/escolas suspenderam as aulas. Muitas dessas crianças dependem da merenda, e só se alimentam na escola. O Estado deve garantir a alimentação dessas crianças, e não sobrecarregar mais ainda quem já sabemos que fica sobrecarregado: as mulheres que tomam conta de seus filhos. Trata-se de trabalhar para garantir as condições materiais de vida da população.
7. Medidas emergenciais para resolver a crise de abastecimento de água: reparos na distribuição de água e uso de caminhões-pipa. Sem água, não é possível realizar medidas básicas de higiene, como lavar as mãos, e muitos lugares no Brasil simplesmente não têm acesso a água.
8. Mobilizar a infraestrutura de saúde privada para o combate ao coronavírus sob controle público. Toda estrutura de saúde deve estar a serviço do combate à pandemia, e o Estado deve mobilizar hospitais privados para realizarem esse trabalho, a exemplo da Espanha, de forma gratuita e aberta para todos.
9. Congelamento do preço de alguns itens essenciais, tais como: álcool em gel, arroz, feijão, carnes, gás, entre outros. Pela demanda, os preços desses itens acabam aumentando, e aí as pessoas não conseguem comprar. Todos devem ter acesso a esses itens!
10. Transparência de informações sobre como evolui a pandemia e sobre medidas governamentais. Porque precisamos saber o que está acontecendo para melhor nos prevenir. É importante conscientizar as pessoas e a única maneira de fazer isso é com informações corretas. E é importante que saibamos onde há necessidades de medidas, quais medidas os governos estão tomando, qual seu efeito

 https://www.marchamundialdasmulheres.org.br/contra-o-coronavirus-exigimos-medidas-concretas-leia-10-reivindicacoes/










segunda-feira, 9 de março de 2020

Encontro Estadual de Formação da Marcha Mundial das Mulheres RS

5a ação internacional da
Marcha Mundial das Mulheres: Resistimos para viver, 
Marchamos para transformar!

Olá a todas, passadas as atividades do dia 8 de março, teremos a nossa atividade formativa no dia 14 próximo, em Porto Alegre. Esta atividade tem o caráter de Encontro Estadual de Formação para que as marchantes de todo o Estado possam estar participando e depois repliquem em seus municípios, respeitadas as necessidades locais (os temas locais devem ser priorizados para a manutenção das lutas de cada município ou região).
A Executiva Estadual da MMM RS tem o maior interesse que todos os núcleos estejam representados e para isto poderemos arcar (no formato de reembolso) com o deslocamento de 1 marchante de cada núcleo. Podendo este recurso ser aproveitado para o deslocamento em carro particular, proporcionando a vinda de mais marchantes. Façam um esforço e venham, ainda dá tempo!
Quanto a hospedagem podemos ver nas casas das companheiras de PoA para as que precisarem chegar na sexta-feira (13), informem no formulário de inscrição para que as marchantes de PoA se organizem.
A alimentação no sábado (almoço) será garantida pelo evento para as marchantes que não puderem arcar. Ofereceremos café e água durante todo o encontro. Haverá lanches para vender.
Vendas da banca: Várias companheiras levaram copos para vender em seus núcleos durante as atividades deste mês. Lembramos que nossos recursos são escassos e por isto solicitamos que façam um esforço para vende-los e repassar os valores o mais breve possível para o caixa. O prazo é até o final de março.
“Agora é pra fazer valer. Sou força, porque todas nós somos. Sigo porque seguiremos todas nós juntas. Eu sou Marielle Franco: mulher, negra, mãe, da favela. Eu sou porque nós somos”
Neste 8 de março fizemos o Lançamento da 5ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres e organizaremos muitas atividades, até o 17 de outubro, quando acontecerá o encerramento da 5ª Ação. Cada uma destas atividades será voltada para um tema de forma mais específica, todos estes temas presentes em nossas ações, nestes 20 anos.
No dia 14 de março completará 2 anos da morte da Marielle e queremos falar sobre o racismo, o machismo, a lestransfobia e os feminicídios no Brasil. Para este Encontro contaremos com a parceria de outras organizações, que fazem parte do nosso leque de alianças.



Encontro Estadual de Formação da Marcha Mundial das Mulheres
Nossos desafios e estratégias na luta feminista em 2020

Dia 14/03/2020, das 9h às 17h, no Sindipetro RS (Av. Lima e Silva, 818 - Porto Alegre).

Programação:

Das 9h às 12h

A resistência feminista continua alerta: Vamos falar sobre o racismo estrutural e o genocídio da população negra, lestransfobia e feminicídio.

Convidamos:

- Luana Pereira, Mestre em sociologia. Conselheira do conselho diretor da Themis

- Bruna Letícia de Oliveira dos Santos - historiadora, coordena o Grupo de Estudos NEFIG - núcleo de estudos feministas, internacionais e de gênero. Pesquisadora de História das Mulheres a partir da teoria feminista negra. Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres de Caxias do Sul

Sem Culpa, Nem desculpa – Mulheres livres de violência no campo e na cidade, nas comunidades tradicionais e ativistas em defesa dos bens comuns

Convidamos

- Letícia Paranhos, do Núcleo Amigos da Terra Brasil, Coordenadora internacional do programa JERN (Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo).


--------------Intervalo para o almoço----------------

Das 14h às 17h

Resistimos para Viver, marchamos para transformar

Por todo o mundo, as mulheres irão compor uma agenda intensa de ações para confrontar o contexto atual de recrudescimento do neoliberalismo e do conservadorismo, e reforçar o feminismo como resposta coletiva antissistêmica. Unidas por uma visão global e internacionalista, as mulheres irão fortalecer a luta feminista a partir das suas pautas locais.

Convidamos:

- Denise Mantovani, jornalista, pós- doutora em Ciência Política e Pesquisadora em Teorias Feministas; Rede de Pesquisadoras em Feminismos e Política, Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres de Porto Alegre.

5ª Ação Internacional da MMM – Coordenação Executiva MMM RS
Nossas pautas, mobilização e agendas para 2020.

sábado, 7 de março de 2020

Materiais produzidos pelas marchantes


estandartes núcleo de PoA

faixa núcleo de PoA


ímãs de geladeira

botons

Lambes em Porto Alegre





lambes núcleo Torres)
estandartes (núcleo Torres)

ímãs de geladeira