domingo, 7 de março de 2010
8 de março
Isaura Isabel Conte*
Com os festejos demasiados
Eu ficava desconfiada
Disso não fica nada?
De luta e de resistência!
Pra quê camuflar a ausência
Das guerreiras que foram mortas
Se elas abriram muitas portas
Aí é que está a essência!
Tombaram tantas na luta
Por conquistas de direitos
Quebrando com preconceito
De que mulher é inferior
A perseguição e horror
Que foi feito contra elas
Deixou profundas seqüelas
E, há marcas fortes de dor.
Se fala tanto em igualdade
Mas está longe de existir
É preciso superar e bulir
No tal do patriarcado
Que às mulheres tem condenado
A violência, a fome e a morte
Porque não é questão de falta de sorte
Apresentar tal resultado.
A natureza também sofre
As conseqüências da exploração
É muita concentração
Muito veneno espalhado
Tanto gen modificado
Com a maldita transgenia
Que acaba com a utopia
E a soberania de estado.
E a água vejam como está...
Grande parte contaminada
E a outra parte... engarrafada
Com valor a se pagar
Já foi o tempo de tomar
Pegando-a assim da cacimba
Se vê os rios morrendo á mingua
E as lagoas secas.
Perceberam que as florestas
Estão clamando por socorro,
A fumaça sai como choro
Enviando alerta ao céu
Enquanto que o fogaréu
Passa lambendo em seguida
E tudo que era vida
Sai de cena como um véu.
A data do 08 de março
Vai além do festejar
Há muito o que transformar
Por este planeta a fora
Nós vamos pra luta agora
Não dá mais pra esperar
Mulher, vem se somar
Vamos fazer como outrora!
*Pedagoga, graduada pela UFRGS, militante e dirigente do Movimento de Mulheres Camponesas RS e dirigente política da Fundep - Fundação de Desenvolvimento, Educação de Pesquisa da Região Celeiro.
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